Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Vidas

Trabalha que nem um touro, é educada e nunca deixa de sorrir.
Tem 42 anos, 3 filhos, 1 neta e outra a caminho. Já teve 2 tromboses.
A filha mais velha casa sábado. A mais nova morava com ela até ontem - abalou grávida, com o marido e a filha para o campismo, depois de uma violenta discussão com a mãe. Problemas de dinheiro, porque o genro é viciado em jogo.
Não consegue falar de tão rouca que está. Trata-me por menina e pede-me desculpa por me roubar 10 minutos da hora de almoço.
O pai tentou abusar dela quando tinha 11 anos e mais tarde suicidou-se.
Diz que não tem sorte na vida. Que não sabe o que anda cá a fazer. Apesar de tudo, não parece ter 42 anos.
...
Nunca sei bem como reagir quando me contam coisas destas. Mas ouço. Acho que é o mínimo que posso fazer.
E não sei bem porquê, no fim sai-me um "Se precisar de alguma coisa, já sabe. Nem que seja só para desabafar..."
Acho que normalmente ninguém pensa muito nisso, mas raramente nos lembramos da importância que tem na nossa vida uma infância feliz, um crescimento saudável numa família estruturada e dita "normal". Já nem falo em "pai" e "mãe", mas em normalidade de afectos e acompanhamento. O facto de podermos estudar em condições, brincar sem preocupações de maior, ser "crianças" quando o mais que somos é isso mesmo!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Noções de tempo


A família aumentou. A minha sobrinha linda chegou no dia de Portugal e do meu rei. Grande como o pai e a fazer mover a tia, a avó e a prima. Do tipo "mexam-se que eu vou nascer! O que é que vocês estão a fazer em Espanha?!?"

O trabalho é mais que muito, o tempo escorre-me por entre os dedos e, apesar de tudo, parece que a vida começou ontem. Há tempo para tudo? Não sei... ás vezes parece-me que sim, outras tenho a certeza que não.

Quando no último domingo cheirava o benjamim da família(pronto, dei-lhe umas snifadelas jeitosas), lembrava-me do cheiro da minha pequena. Saudades da minha bébé...

A Kélita vai para a primária daqui a dois meses. Dois meses voam, mas para ela "ainda falta tanto tempo".
O tempo... uns dias voa, outros parece um relógio sem pilhas.