Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Beltrano e sicrano

Ás vezes, quando tenho tempo, o que é raro e porque tenho coisas mais interessantes para fazer na vida, dou por mim a pensar se haverá muita gente por aí com RSS feeds do meu blog.
Nao sabem o que sao RSS feeds?! Pois, eu também nao sabia. As maravilhas que a gente aprende... é uma coisita simples que de uma forma maluca qualquer que eu nao sei explicar (como, se nem sequer precebo como funciona...?) que cada vez que eu escrevinho aqui manda emails (é emails, nao é?!) para quem tem esses RSS feeds. Simples, hum?
Á partida, sim... digamos que é simples. Mas depois... depois de pensar um bocadinho sobre a coisa, nao me parece assim tao simples. O blog esta ligado ao meu facebook, certo? Quem é meu amigo no facebook, ve que eu escrevi no blog, porque aparece no meu mural. Se leem ou nao, sao outros quinhentos, mas sabem que lá está.
Se ainda estao a acompanhar o raciociono (o que duvido) dá-me para pensar... entao, quem raio sao os que tem feeds do meu blog? - sim, eu sei, egocentrismo é uma coisa que me ataca amíude. Mais do que eu gostaria.
E vai dai, salta o StatCounter para accao e é fantasmas a sair de baús como se nao houvesse amanha.
E nao deixa de ser engracado, ver quem sao (sim, até a rua lá aparece, pasmem-se!) quanto tempo aqui passam, o que leem e porque tags pesquisam.
E eu fico a pensar... Really?! Há gente com muito pouco que fazer na vida! Ou se calhar nem vida teem. E entao passam por aqui, a ver as modas, ver como anda a rapariga e o que fez ela da vida.
Eu até agradecia o interesse, mas acreditem, nao é caso para isso. É mais caso para dizer que anda por aí muita gente a precisar de psicanálise e como a crise nesse país é grande, sai mais barato virem-me ao blog.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Esta clientela anda um mimo!

Quem é que me manda por um titulo num post que junta a "puta" com a "mini saia"... O resultado está á vista! 

Alguma alma caridosa explica ao rapazito das garrafas de "serveija" que esse jogo onde as gajas se despem nao existe?! Está tudo dentro da sua mentezinha porca. 

Ao espécime que só diz disparates - de tal maneira que até pesquisas no Google! Ou lá se dizes.

Por último, mas nao menos importante: EU NAO USO MINI SAIAS!

Siga!



quinta-feira, 14 de junho de 2012

Whati?!

Assim à primeira vista, parece que enfiaram um dicionário de português, uma revista Maria e um almanaque Borda d'Água na Bimbi e... voilá: sai a lista de nomes permitidos para a empresa na hora.

Muitas considerações se poderia fazer sobre o assunto, mas eu só comento uma... Obreiras Dotadas. Isso dá para que tipo de empresa?! É  que assim de repente... nada me ocorre!!!

AMPERRAIO
BOLA AO POSTE
BUGANVÍLIAS LUMINOSAS
CABEÇO DO APA
CASCATA SANJOANINA
CELESTIBRUMA
CLIVAGEM D'OPINIÃO
COLÓNIA DO CARACOL
COLORIDO DESMAIADO
DEXTRESSADO
DISSIMULAR RUBORES
EIXO DO KILO
ENCRUZILHADA DESLUMBRANTE
EPITONAURA
FARRAPUSADO
GALACTIÓASIS
GAVIMIRA SELVAGEM
HOSTE DE CARIZ
IMPONENTIRARO
IRREVERENTE PROFUNDA
MIMOSO DOMÍNIO
OBREIRAS DOTADAS
PÓMULO AVELUDADO
PLEXAURELLA
PLUSOBERBO
POÇO DE VIRTUDES
PODER DA REPETIÇÃO
PINÁCULOS DOURADOS
PINGUIM DE LUXO
QUE COISA MAIS LINDA
ROCA DE VÉNUS
SEM APELO, NEM AGRAVO
SUBIDA EXPONENCIAL
SUPERCAREFULLY
TORNADO DE ESPUMA
VERMELHO DESBOTADO
XXELENTERESULTADO
Divirtam-se: http://www.empresanahora.pt/ENH/sections/PT_lista-de-firmas/

terça-feira, 12 de junho de 2012

A puta da mini saia!

Já tardava que o meu trabalho me desse motivos para escrever. Tudo tão certinho, tudo tão politicamente correcto que não há ponta por onde pegar, nada a apontar, nada que possa dizer mal.
E como no melhor pano cai a nódoa, vai daí não tenho um, mas dois assuntos que estão a dar a volta ao miolo.

Em Novembro do ano passado candidatei-me a um posto de coordenacao na minha equipa. Já Janeiro ía a meio quando sei durante uma reuniao de vendas que tinham contratado uma polaca para o cargo (politicamente correcto para o caralhinho, não?). Passadas umas semanas o nosso director diz-nos que afinal a polaca já não vem, vem a escocesa que estava como temporária a fazer call-center (????) Apeteceu-me atirar um WTF? mas este país mudou-me tanto que me aguentei (o que para mi, é um feito!).

A moça, nada pessoal contra, porreirinha, bem disposta, começa no cargo no passado mês de Abril para cedo se revelar, não há como dizê-lo de uma maneira simpática, uma nulidade! Nem noções básicas de como usar um computador e.g. (example given, sorry...) digo-lhe carrega em F9 e ela carrega em F e... em 9. Quando tem uma dúvida sobre o que quer que seja, tipo o meu chefe diz-lhe "actualiza os seguros" ela como não sabe o que tem de fazer... vai ao Google! (não, não estou a gozar!). Depois... depois esquece-se do que fez há 20 minutos, não retém o que é prioritário e não sabe fazer linhas em tabelas de Excel.
Estou tão cheia, mas tão cheia, que pareço um perú recheado para 8 pessoas em véspera de Natal.

Como além de teimosa e casmurra, sou muito, mas muito persistente, há um mês candidato-me a um posto de coordenação, desta vez noutra equipa. Coisa diferente, bem mais ao meu estilo. Formação e experiencia para coisa. Entrevista não corre ás mil maravilhas e o meu actual posto é neste momento vital para empresa. Convenço-me que não chego lá. E não chego mesmo. Quem fica com o posto? Uma miuda (sim, com 24 anos, para mim é uma miuda) saída da faculdade no Verão passado, este é o seu 1º emprego e cujas saias são das mais curtas do escritório.

Então e a experieência, a formação, o trabalho feito (estou na empresa há mais tempo que ambas!). Não me venham com merdas de ser estrangeira, que uma é norueguesa e a outra é escocesa (vai dar no mesmo!). Sou responsável, commited (não sei dizer isto em tuguês) profissional e o raio que o parta! 

Estarei eu a ver cornos em cabeças de cavalos ou há aqui um padrão? Estou que nem posso!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Celdélia de sua graça


A minha avó ensinou-me que as borboletas brancas sao sinal de boas novas. E ensinou-me o que sao "boas novas" e "por obséquio" - que ela teimosamente insistia em dizer, mesmo que achassem que ela era doida. Deu-me a conhecer Confúcio, as coisas fantásticas que ele dizia e que ela citava muitas vezes.

A minha avó tinha 9 nomes. Celdélia Josefina eram os dois primeiros. Mesmo depois de 7 filhos, continuava um pau de virar tripas, pelo que o meu pai dizia amiúde "Celdélia Josefina come um bife e fica fina".  E eu e o meu irmao ríamos imenso.

A minha avó fazia torradas da fazenda, umas torradas tao, mas tao boas, que nunca vi ninguém fazer igual. A minha avó, que por ser avó tinha tempo e paciencia ás carradas, fazia tranças prefeitas e contava estórias longas e cheias de pormenores. De Macau, de África, do Brasil, do meu bisavô  militar e do meu avô bigodes. Dos gatos e da cabra que teve em África que comia cigarros e roía a palhinha das cadeiras. Dos mordomos de luvas brancas, do que perdeu na guerra (tudo e mais um bocadinho) e dos negócios falhados do meu avó. De como o meu bisavô roubou a minha bisavó aos pais, e de como a minha tetravó, de Viana do Castelo, lhe mandou dois baús cheios de pedras quando ela já em Lisboa lhe escreveu a pedir o enxoval.

A minha avó nunca me chamou Flora. Para ela eu era sempre Aninhas. Feitios. Flora veio do outro lado da família, do lado do meu pai e eu acho que ela levou a coisa a peito.

A minha avó era super educada, tinha um bocadinho a mania das grandezas e dava imensa importancia a coisas como berco e educacao. Uma vez, nunca mais me esqueço, fez-me uma bolsinha de mao em crochet para eu levar a uma festa de anos e comprou flores para eu oferecer á mae da minha amiga. As miúdas todas olharam espantadas para as flores e depois perguntaram para que era aquilo (a bolsa) e a única coisa que me ocorreu foi "para meter coisas lá dentro" e toca de mostrar orgulhosa um pacote de lenços.

A minha avó usava balandraus, uma espécie de vestidos compridos, largos e com padroes discretos. Mesmo em pleno Agosto, a minha avó nunca saía a rua sem collants - nao vou andar a mostrar as varizes, nao e?! E nunca esquecia o baton e os brincos. E pedia-me sempre "minha filha, por favor ve se a tua avó tem baton nos dentes".

A minha avó cozinhava muito bem. E tinha a mestria de saber aproveitar restos como ninguém. Com ela aprendi a fazer arroz chau-chau com tudo e mais alguma coisa.

A minha avó escrevia imensas cartas. E tinha a caligrafia mais bonita que alguma vez já vi. Por causa da minha avó eu ainda hoje mando postais de Natal, escritos e por correio.

A minha avo ensinou-me o significado de melancolia. Toda ela era um poço de recordaçoes e memórias que revivia vezes sem conta. Tantas vezes a encontrei de olhar parado no vazio, cigarro na ponta dos dedos e a boca entreaberta. Quando lhe perguntava o que tinha ela dizia-me que se alimentava de recordaçoes e saudades e que já tinha vivido tempo de mais.

A minha avó morreu e eu sinto que me falta um bocado enorme.