Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A temática do corno aplicada á música



Acho que todos temos um pouco para aprender com as chamadas “canções de dor de corno”! Vá, não desistam já, aguentem-se por aí que vão ver que no fim isto até faz algum sentido (o mais provável é que não).

Seja a do Tony Carreira (ai, que urticária, Jesus!) a perguntar repetidamente “porque é que veeeeens”ou a da Beyonce,  tão arrumadinha, que lhe diz ao fulano “To the left , to the left… to the left, everything you own in the box to the left”. Tomara eu saber onde enfiei a minha máquina fotográfica quanto mais estar preocupada em pôr as coisas de um gajo que me encornou numa caixa fosse onde fosse! Vai procurar camelo!! E sorte tens tu de não ter pego fogo a tudo ou vendido no ebay as cenas de marca. Fraquinha filha, fraquinha.
Depois há aquele que diz que os maridos das outras é que são bons. Não, não sei como é que o gajo se chama e Deus me livre se eu vou googlar "os maridos das outras" no laptop do trabalho! "Corno" ainda vá que nao vá...

Voltando ao gajo dos maridos...  isto faz-me perguntar com todas as letras what the fuck?!?  Das duas uma, a mulher encornou-o com o marido de uma amiga ou então o pobre diabo está rodeado de amigas mal resolvidas que passam a vida a gabar os encantos dos maridos das outras.  Como diz o outro, muito material para psicanálise.
Eu que sou eu, digo que é preciso estar algo muito mal numa relação para uma gaja começar a olhar para os maridos das outras e ver perdicados á força toda. Naaaaaa, cheira a esturro, certo? Certo! Avancemos então.
Neste tópico nunca me consigo esquecer da música brasileira, que tem provas dadas e amplamente exploradas (até demais) nesta temática. Músico brasileiro que se preze tem, pelo menos, uma música sobre o acto de ser encornado. Músico que não se preze, tem várias. Algumas até são “ouvíveis” outras … Nossa Senhora, são de fugir a correr na bisga, mesmo!

Um bom exemplo (se é que há "bons exemplos" nisto) é a Banda Calypso…. Ai, senhores, admitir publicamente que ouvia (e cantarolava) isto é uma chicotada de todo o tamanho no meu ego, mas fazer o quê? São fases (para não lhes chamar outra coisa!).
Uma das músicas (como todas as da banda) tem uma letra digamos… parva! A moça diz que a lua a traiu. Não, não foi o bom do gajo, esse “num passe de mágica (Você) desapareceu”. A culpa foi da lua, pois a rapariga tinha pedido “prá lua dos amantes que iluminasse essa hora prá esse amor eternizar...” e a puta da lua faz o quê? Desaparace-lhe com o gajo! Não se faz….

Outros exemplos incluem letras com”piri-paque” e “eu viajei na maionese” mas sempre centrados na traição da pobre da rapariga. Uma tristeza. Visto que é a Joelma Mendes da Silva (gozar com o nome da vocalista era piada demasiado fácil, até para mim!) que escreve as letras e o Chimbinha (marido) que toca, acho que eles deviam optar pela terapia de casais e não tanto por contar/cantar a toda a gente que o sacana a encorna a torto e a direito. Não é bonito, mas vende discos que se farta.

Mais exemplos? O do Shaggy é tão idiota como… parvo! “It wasn’t me” é um exemplo claro da estupidez masculina (sorry, can’t help it!) que não só escreve uma letra assim como certamente e que me caia um raio em cima se já não houve centenas, senão milhares, de marmajos a usar esta manha. Naaaaaaa filha, tu viste mal! Euuuuuuuu?! Mas tu estás parva?
Posto isto, vou almoçar e desligar a Comercial, que isto de ouvir Os maridos das outras avariou-me a cuca! (não vou nada, estou a brincar… vou so almoçar.

Não aprenderam nada? Paciência, talvez para a próxima. Ou não.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cabras



Isto é como tudo na vida. Ou se tem ou não se tem. E nem vamos pelas cabras, que dessas toda a gente tem a sua quota parte, uns mais outros menos e eu, que não sou mais nem menos que ninguém, também tenho as minhas que me dão água pela barba. Mas só quando eu deixo.

O título do post é enganador. Ou não. Já deviam saber o que a casa gasta!

Diz o senhor dono da minha felicidade que há dois assuntos dos quais eu falo amiúde que o aborrecem de morte, tipo fainting goats, que para quem não sabe são aquelas cabras que têm uma condição genética que, sempre que entram em pânico, os músculos paralizam  por 10 segundos e, tungas... caem para o lado!

Atenção que quem estabeleceu o paralelismo aqui foi ele, não eu. E quais são os assuntos? Está visto, trabalho e bujigangas.

Começo eu a descrever em pormenor as 32 missangas e sementes de patxiubá que enfiei no último colar, a trabalheira que me deu o fecho e outras pendurezas e é ver o gajo a roncar em menos de nada, feito cabra paralisada de medo.

Isso e falar-lhe no gajo riuvo que ele conheceu na festa de Natal de há dois anos (sim, para um gajo que nem decora a idade que tem!) ou da chinesa que passa a vida a azucrinar-me o juízo. Nem tempo tem para refutar o que eu digo com um “eu nem me lembro se almocei…”. Ainda nem eu acabei a frase e, das duas uma, ou ronca ou balbuceia qualquer coisa a ver com aviões. Tudo a ver! 

E eu até podia armar um pé de vento, amuar, fazer trombas, por achar que o tipo não me liga puto, uma vez que capota cada vez que eu menciono estes dois assuntos. Mas perante a analogia com as cabras não consigo parar de rir. Há coisas que nem de encomenda e eu sei, tenho a plena consciência que para me aturar não podia ser um gajo qualquer. Tinha de ser este e ter o síndrome das cabras que desmaiam.

Ain’t life just perfect?

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sao rifas, senhores!



Não há fome que não dê fartura!

Andava eu há 3 anos a queixar-me da má sorte. Sempre que chega a altura do Natal, a malta aqui fica doida com rifas por tudo quanto é lado. Eu sempre comprei, já que a grande maioria delas são para caridade, mas nunca me tinha saído nem um clip para amostra.

Este ano, em total reviravolta, eis a lista. Sim, é preciso uma lista.

Feira de Natal dos Escuteiros
> Mala de arte (com pincéis, tintas, canetas…)
> Aquecedor de molhos (que também dá para derreter manteiga)
> Suporte para especiarias

Festa de Natal da Zumba
> Voucher iTunes £25.00
> Verniz
> Pulseira (que tendo sido feita e doada por mim, ofereci á senhora que estava a distribuir os prémios)

Festa de anos de uma amiga
> 20 latas de Carlsberg

No escritório
Carteira em pele para o gajo

Estou mesmo a ver que o melhor este Natal é estar quietinha que isto já foi muita fruta

Por cima de uma louca

Por todo o lado há gente que acha que a vida lhes deve.

Que passam por nós com cara de quem tem a plena convicção que veio ao mundo a saber tudo o que havia para saber. Que os parvos são os outros, que a vida foi inventada para os servir e o centro do mundo está plantado no seu umbigo.

São aqueles a quem eu normalmente acho uma certa piadola quando karma finally hits them. Uns mais tarde, outros mais pela fresquinha, todos sem excepção irão terminar com os cornos espetados numa qualquer parede e aí talvez aprenderao. Uns certamente, outros nem que a vaca tussa ou a porca torça o rabo. Há gente que nunca aprende, por muito estrago que faça. Mas ao menos, a vida dá-lhes umas dores de cabeça enquanto tentam desencaixar os cornos da dita parede.

Isto a propósito de? Da vizinha, claramente. E de como a vida em comunidade se torna uma coisa muito difícil quando nos calha uma tipa destas por baixo (salvo seja!).

Não estou a referir-me á minha vizinha, coitada, que se não é santa, para lá caminha, já que nunca a oiço, raramente a vejo e nunca me incomodou.

Refiro-me sim  á sra. dona vizinha da minha mãe. De seu nome Margarida Ines (o que por si só, já explica muita coisa) que sofre de graves distúrbios, os quais por não terem sido ainda diagnosticados causam transtorno a muita gente. A começar na dita e a terminar na senhora minha mãe, que não lhe fez mal nenhum, mas tem o verdadeiro azar de morar por cima da personagem.

A D. Margarida Ines é uma alma perturbada e devemos todos, sem excepção, ter muita pena dela. Eu não consigo porque devo ser uma besta. Isso, ou tenho dois dedos de testa. Desde que esta nova inquilina se mudou para o prédio, toda a dinâmica da coisa mudou. Desde pontapés a portas, gritos histéricos e malta a ser indentificada pela polícia (o meu irmao até pode ter sido o primeiro, mas não será certamente o último…) tem havido de tudo um pouco.

Há uns meses atrás, eram 9h da noite e a minha progenitora lembrou-se de ir cortar um coelho e temperá-lo para o dia seguinte (manias!). Convém dizer que a minha mae até nem é muito abrutalhada, pelo que o cortar do coelho não devia ser muito audível. Qualquer coisa equiparável ao bater de uns bifes.

Vai daí, a sra. D. Margarida Ines acorda estremunhada do seu sono tranquilo, veste o robe e vem bater á porta da vizinha de cima muito alarmada. “Ai vizinha, acordei assustada, a senhora está a serrar a esta hora?!

E a minha mãe sem muita paciência e as mãos cheias de sangue (do coelho) lá lhe responde que não, estava só a partir um coelho. E olhe, com licença que eu tenho mais que fazer. E porta na tromba que é o que se faz a quem tem pouco que fazer.

Ficaria a história por aqui, não fosse a D. Margarida Ines uma criatura perturbada. Atentem na missiva anexa.


Quando li, não sabia se haveria de rir ou chorar. Se isto não é um atestado de doideira pura, não sei o que será. Gosto especialmente da referencia ao "civismo" numa carta que não se assina nem se mandam cumprimentos, nem beijos ou abraços. Fiquei sentida!

O facto de ela reconhecer que ouve todas as chamadas telefónicas da minha mae até ás 23h é um tanto ou quanto pertubador e precisa de uma análise cuidada. "Ouve" como?! O telefone toca e ela "ouve" a minha mãe a atender ou "ouve" literalmente a conversa toda?! Parecendo que não, são coisas diferentes!

Há gente com pouco que fazer, há gente louca, há gente que nasceu para incomodar os outros, há gente que devia estar internada e anda por aí á solta. E depois há gente como a D. Margarida Ines que é isso tudo e mais um bocadinho.

Leva-me a crer que a D. Margarida Ines tem o sono muito leve. A minha mae é uma senhora educada em colégios de freiras e para que ela levante a voz é preciso mesmo muito. A minha mae tem conversas aparvalhadas com os amigos e a família no Skype, mas não tem riso histérico de teenager nem grita que nem uma maluca. A minha mãe é uma senhora de 66 anos que bebeu muito chá em pequenina e prefere incomodar-se a incomodar os outros.

Posto isto, esta carta é um perfeito disparate e a D. Margarida Ines, além de muita coisa de que a poderia apelidar, é, no mínimo, parva. E devia morar isolada numa moradia, atrás do sol posto (Caneças, talvez?!) para ninguém a incomodar.

A coisa também poderia ter ficado por aqui. Mas não. E nem teria piadinha nenhuma se assim fosse.

Há umas semanas tive de ir a Lisboa e, como é normal, reunimos a família toda para uma jantarada num sábado á noite. Uma espécie de Natal antecipado, já que há 3 anos que não passo o Natal com os meus sobrinhos, irmão, cunhada e afins.

Éramos perto de uma dúzia, com crianças pequenas á mistura e, sim, todos juntos falamos alto com’ó catano. O cozido á portuguesa, o vinho e o bolo rei ajudaram á boa disposicao e rambóia. Mas era só gente a conversar e a rir alegremente. Nada de música aos berros ou malta aos pulos.

Ás 9h40 da noite tocam á porta, não no patamar, mas na rua. A minha mãe pergunta pelo intercomunicador “quem é?” e como resposta leva mais um toque bem longo. E mais um quem é e um terceiro toque simpático de pelo menos um minuto. O meu irmão levanta-se e diz “Querem ver que é vizinha de baixo?!” e larga-se escadas abaixo para ver se a apanha em flagrante. Eu sigo atrás que o gajo até é calminho mas quando se passa, PASSA-SE mesmo. Vamos nós no 1o andar e vem a  D. Margarida Ines, de roupao (diz-se que nunca saiu de casa com outra coisa…)  a subir e diz com ar de enfadado, como quem carrega muitos pesos “Escusam de correr, fui eu que toquei!

E eu,  passada com a gaja (sim, aqui vai-se-me a educacao toda para as cucuias) “Oiça lá, mas porque é que você não sobe as escadas e toca na porta da minha mae e fala com as pessoas normalmente? Isto tem algum jeito?!”

E ela, com um ar que toda a gente lhe deve e ninguém lhe paga (lá está!) “Eu quero-me deitar com a minha filha e não consigo dormir! Voces estao a fazer muito barulho!

Minha senhora, é sábado, ainda nem 10h sao, é uma festa de familia e nós nem estamos a fazer assim tanto barulho. Se está incomodada, deveria ter ido lá acima queixar-se. Isto não tem jeito nenhum!!!

A tipa continua a barafustar e a dizer que quer dormir e o meu irmão diz-lhe de dedo apontado ao nariz “Você não volta a tocar assim na porta da minha mae, está a ouvir?!

E a gaja, de olhos semi-cerrados, dedo também apontado ao meu irmão sai-se com um “Toooooooco! Toooooooco!” (a arrastar os ós como estivesse com prisão de ventre). E eu a pensar cá com os meus botões…. Ui, tanta neurose a precisar de receita médica!

Ai não toca não! Porque se voltar a tocar, eu mando-lhe com um balde de água fria! (tão querido o mano… água fria costuma sempre acalmar, pelo que no fundo isto deveria ser visto como caridade!)

Está-me a ameaçar?!!

A mim pareceu-me, mas fiquei calada, enquanto topava o verniz no dedo indicador que a tipa apontava ao meu irmão e pensava “xiiiiiii, que cor de verniz tão merdosa!

E barafustando fomos andado no patamar e ao chegar perto da porta dela, está um gajo em pijama (tipo aqueles da Throtleman, cheios de bonequinhos) mãos nos bolsos, impávido e sereno.

Comecei a achar que a cena ía dar molho, o meu irmão passado, um gajo ali á porta, talvez disposto a defender o sono da D. Margarida Ines…. Passo pelo gajo na bisga, o meu irmão também, numa estratégia de claramente o ignorar para evitar mais desacatos. 

A vizinha ainda a estrebuchar e o meu irmão a insistir com o balde… começo a subir as escadas e vem a minha cunhada juntar-se ao filme. Mais a minha prima e outros quantos. “Olhe, o seu mal é que isto é uma festa de família e você nao foi convidada!”  É sempre bonito referir as fracas capacidades de sociabilização de quem nos chateia! Digo eu.

A tipa continua a insistir que não consegue dormir e eu como uma vontade enorme de lhe dar umas quantas sugestões cristãs – valeriana, valium, uma queca bem dada quiçá?! (ok, esta menos é cristã, mas muito eficaz, a meu ver…) mas a controlar-me estoicamente! Em vez disso saiu-me um “Sabe que mais, chame a policia!

 Ai chamo, chamo!
-       
          E lá entra para casa, o gajo sempre mudo e tungas, porta nas trombas.

Voltamos todos para casa, um bocado parvos com a cena, mas a achar que a coisa tinha ficado por ali.

Qual quê, é o ficas. A tipa chamou mesmo a polícia e nem 20 minutos tinham passado quando abrimos a porta a 3 (sim, três!!!) polícias. A vizinha queixou-se do barulho e que foi ameaçada. E temos de identificar a pessoa que a ameaçou. Ah… oh mano, estes senhores querem falar contigo!

E como a malta lá em casa estava toda um bocado inflamada com a cena, sai-se a minha prima: Oh senhor agente, isso é que foi rápido. Eu na semana passada assaltaram-me a casa, levaram-me o ouro todo e o portátil do meu filho e os senhores levaram 3 horas para aparecer!!!

-          - Oh minha senhora, depois do assalto consumado, chegar 3 horas ou 10 horas depois vai dar no mesmo!

Eu que normalmente até tenho um poder de argumentação do camandro fiquei KO com a resposta do policia. Sim senhor, sem palavras...

E lá se mostra o cartão de cidadão e se dá a morada e a profissão e se explica a ameça que se fez. Um balde de água fria, senhor agente. Sim, confirma-se, foi isso que a senhora disse.

Eu, completamente incrédula com a história toda disparo sem pensar um “Vá lá, é maluca mas nao é mentirosa!” e atiro-me ao polícia a fazer perguntas sobre a lei do barulho e a insanidade das pessoas.

Para que saibam (que eu também nao sabia) a lei do barulho mudou e enquanto antigamente se podia alarvar até á meia noite num sábado, agora sempre que alguém se sinta incomodado o barulho tem de cessar! Está mais do que visto que a Sra. Dona Margarida Ines já nasceu incomodada pelo que qualquer alfinete que tenha o azar de cair na tijoleira lá de casa vai certamente importuná-la.

Não deixei de perguntar ao senhores agentes e então se a vizinha for tola? E falei da carta e do coelho, ao que um dos agentes desatou a rir. Há um histórico por detrás disto, correcto? Correcto, mas nós só estamos a responder a esta occorrência e não sabemos de mais nada. Tendo ainda se prontificado a explicar que, não sendo eu psicóloga ou psiquiatra, não podia dizer que a senhora era tola, pois até ele podia ser tolinho e eu não saberia dizer com certeza (que confiança que este polícia me inspirou, senhores!!!!).

Resumindo e concluindo, faz favor de fazerem menos barulho, que a vizinha quer dormir, correcto? Oh sim, senhor agente, que nós somos bem mandadinhos e educados. 

Mas se esta idiota de primeira apanha continuar com estes filmes eu juro que ajudo o meu irmão a encher o balde! Haja pachorra.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Dois mil e 13



Um brinde a um grande ano e venha o próximo, se possível tao bom. Nao que tenha sido prefeito. Longe disso. Mas aos 37 anos aqui a menina já interiorizou que as coisas perfeitas nem sempre sao as melhores.
Tirando os episódios tristes e que nao deixaram saudades, o ano de 2012 até que foi supimpa. E posto isso, toca de comemorar a coisa com pompa e circusntacia.
Sendo nós dados a festa, comecámos a comerar a 22, pois nunca é cedo para a rambóia.
Festa de anos de uma amiga num clube todo jeitoso, com direito a jantar e  animacao. Sendo que a animacao foi o Deal or No Deal com malta do público. O pessoal era escolhido pelo bilhete que tinha deixado á entrada. Chegada a altura de chamar os nomes, os nossos amigos foram estrategicamente fumar um cigarrinho. E diz o gajo “estou cá com um feeling que ou me chamam a mim ou a ti!” Bem dito e bem feito. Última pessoa a ser chamada… euzinha! Gajo respira de alívio enquanto eu vou para o palco com mais 20 sem ponta de ideia do que era para fazer. Fiquei sentadinha mesmo á frente da coluna. Um mimo… até os pelos da nuca se arrepiavam. O jogo nao era nada de especial, o gajo que ganhou levou 10 libras de prémio (podiam ter sido 250) e eu levei umas jelly slices que é uma cena da família das gomas.

Depois disso dancámos, bebemos, pulámos, bebemos, rimos e bebemos mais um bocadinho. Ao todo devo ter bebido… hum… perdi a conta. Sei que ao 4o disse que nao bebia mais e depois desse ainda bebi pelo menos mais 2. Pelo menos. Apanhei a maior cadela da minha vida. Que é como quem diz que me empielei. Nada como ter amigos dados á paródia e a servir-nos rum com cola como se nao houvesse amanha.

Já devia ser perto da uma da matina quando me viro para o gajo, meia enrolada e lhe confidencio “Oh mor, o que e que se passa comigo que estou a olhar para os bifes e a esforcar-me como o raio, mas so lhes vejo as bocas a mexer e nao percebo puto do que eles estao a dizer?!” Entre gargalhadas o gajo lá me disse “Estás bebada!

Ah bom. Antes isso. Estava a ver que se me tinha estragado o botao da traducao. Nada habituada a estas andancas (de bebedeiras, que festa é comigo!) a ressaca só me chegou 2 dias depois. Típico. Mesmo a tempo da Consoada.
A noite de Natal foi calminha. Sem criancas (nossas) e sem grandes excessos, passou-se. Facto digno de registo, a cotovelada nos queixos que levei da senhora minha sogra. Sem comentários, sim? Parece que Foi sem querer.
Já o reveillon, com 14 pessoas lá em casa, o gajo de servico aos camaroes tigre e aos discos pedidos, a coisa prometia.
Tugas misturados com bifes dá sempre uma cena jeitosa! Desde ver quem já emborcou umas quantas cervejolas a mais a falar na língua natal para quem nao percebe puto (e o ar de espanto de quem ouve mas nao quer dar bronca porque o gajo até é simpático e coitado... está bebado!) a gajas que acham que vivem num sitio decente e saem para rua descalcas e pisam um preservativo (a sério que nao sei o que me apoquenta mais… se ter pisado o raio da coisa com o meu pézinho descalco ou o facto de saber que anda malta a pinocar á minha porta!!).
E os bifes a dancar a Bicho do Iran Costa?! Ui, ui. Sim, o nosso (do gajo) gosto musical anda pelas ruas da amargura. De tal maneira que depois de vermos na televisao o fogo de articicio em Londres, até o hino nacional se ouviu.  E houve champagne, passas e muito assobio. E tarte de amendoa, de morango, cupcakes vindos de Portugal (sim, eu sei, é estranho, mas é assim mesmo) queijinhos nacionais, que eu digo mal de muita coisa no meu país, mas nunca ninguem me viu dizer mal da comida.
Fizemos carradas de trocadinhos com ‘corner’, ‘faca’, ‘piece’ e outros tantos. A língua é uma coisa muito traicoeira e olhem que nao é só a portuguesa. Para quem nunca ouviu “Italian man goes to Malta” (procurem no You Tube, vale a pena) isto é chines, mas enfim. Ou por exemplo oicam o James Blunt a cantar “there’re no quiet corner” no Stay the Night e depois digam-me lá se eu nao tenho razao. Se nao perceberam, esquecam. A serio que nao vale a pena.
Enchemos o bandulho, bebemos como se nao houvesse amanha e divertimo-nos a bruta. E enquanto eu dizia mais umas alarvidades alguem me respondia no alto da sua bebedeira “now, now… behave!” Me? Really?! Never.