Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Carta á dor

Sabem qual é coisa mais poderosa na dor?

É olhá-la nos olhos e saber que nao nos mata. Que nos come as entranhas como se ácido as corroe-se, que nos corta a respiracao enquanto continuas a respirar. Mas que naquele restiozinho de fólego que te deixa vir ao de cima, sabes, tens a certeza,  que não é disto que morres.
Mais depressa te esfalfas contra um muro de tanto passar sinais vermelhos, de tao turva que vai a vista ou distante a mente. Mas disto nao morres.

Podes berrar, chorar, cair de exaustao quando ja nao há puta de lagrima que role. Mas acordas todos os dias. E o que lá estava ontem, e há 3 ou 4 meses, continua lá. E tu sabes. E mais gente sabe. Quase como um culto, um pacto de silencio, que nao se fala nem se discute,  salvo raras excepcoes. 

E a verdade tem um poder do caralho. Liberta. Desturva. Limpa.E perguntas te como foi e onde estava que eu nao vi. E carregas no rewind dezenas, centenas de vezes. E procuras, procuras e nao vês. E analisas cada palavra,  cada gesto, cada olhar. De meses. De anos.

E diz me ele, procuras uma agulha no palheiro  (aparte: a expressao é a mesma em português e ingles). Tentas fazer sentido de algo que nao o tem. Tentas por-te nos pés de alguem com um mind set completamente diferente do teu. Eu mais a puta da mania da empatia. Esquece lá isso. Diz ele. E volta a dizer me o que me anda a dizer ha 3 meses. Foi feito para tu nao veres. É mesmo assim. Faz parte. 

E lês, investigas, procuras, e achas gente parecida. Com o mesmo tipo de "estória". Há sempre um conforto estupido quando encontras desgraçados pela mesma desgraça que tu. É quase um sentido de pertença. Negro como a noite escura, mas de pertença. Triste e podre. Mas é a tua desgraça e a desgraça deles.

E no fundo da dor, há uma logica. Há uma sanidade. Há uma força. Aquela não é mais a tua história. Saiste. Escapaste. Não és, nem nunca mais serás, a mesma pessoa. E ainda bem. 

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Go back to facilities, it will be fun

Tanto fun, mas tanto... que nao se aguenta!!
Depois de sair de casa antes da 7h da matina, conduzir durante quase 2h e meia, chega-se ao local de trabalho sem o carregador do laptop. Put@ que pariu...
Toca de encontrar um sitio para ir a corridinha comprar um, ao que o meu gajo deu uma maozinha, mesmo 'a distancia.
Mas o dia nao estava mesmo do meu lado. Na primeira loja, o tipo enfiou carregador atras de carregador, mas aqui o menino, que deve ser fino, nem sinal de vida deu.
E vamos a procura de outra. Mais uns minutos a seguir o Google maps e a fazer figas para a bateria do telemovel nao se acabar. Sim, que eu tenho um sentido de orientacao que e' uma coisa esperta.
Bingo! Estes tem um que da' e o menino ate' ja' acende as luzinhas. Ai obrigadinha e vou-me embora 'as pressas, tantas pressas que nem fecho a mala do portatil e la' aterra o bicho no chao.
Eu nao digo? Isto hoje definitavemente nao e' o meu dia.
E volto para o escritorio.
Onde o ar condionado que vieram arranjar no sabado porque nao fazia frio, agora faz frio demais.
Onde nao ha' agua quente nas casas de banho nem nas cozinhas (se eu apanho o filho da put@ que desligou os termoacumuladores...)
Onde a janela que estava partida continua partida, porque os senhores que vieram arranjar fizeram o favor de partir o vidro novo.
Onde um urinol esta' entupido e a pingar para o chao (como e' que se entope um urinol?! Isto e' uma pergunta retorica, nao se incomodem a responder!).
Onde o meu laptop tem o ecran todo desencaixadinho e foi preciso estar a fazer cliques de cima a baixo a ver se compunha a coisa.

Volto la' amanha ver se a coisa corre melhor.
Depois conto como foi... ou nao.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Take a deep breath

Between the new job, the gym, the coaching, the explorers-scouts-gymnastics taking and picking up, 1 teenager and 3/4 of another one,  1 demanding partner, 1 ever-so-helpful mom, 3 cats, 15 months to plan a wedding with the challenge of bringing down the guest list (150 is not my favourite number - never was, never will be).
... add the will to revive my cv/consulting business and also my crafts (why just one?! keep it interesting!!!). It's manic... I know.

But if I take a deep breath, put the volume up on the radio and close my eyes, I can still fell the warm and gentle breeze as if I'm still in Miami.

And that just brings me calm and inner peace, which is not something one can say it's abundant around here.

My life is manic. But it's also a party. So, a manic party really. And I wouldn't want it any other way.
I'll have that lie in when I die.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Efeito


Tenho falhas. Tantas que me faltam os dedos. Coisas tortas, escuridão, momentos infelizes e palavras não menos tristes.
Mas sou eu. Se tento ser melhor? A cada instante, a cada batida que este coração ferrugento dá. Mas ás vezes, cada vez menos vezes, mas ainda assim mais vezes do que eu e todos gostariam, há um monstro que se apodera de tudo e, tal boi desenfreado, leva tudo à frente.
Porquê?! Pergunto-me eu e tanta gente à minha volta. Há quem diga que é feitio. Há quem diga que é defeito. Eu digo que é efeito. De vidas passadas, de tombos mal dados, de mágoas muito doridas e decepções sem fundo. É defesa sem que ninguém me ataque. É ataque do qual todos ficam indefesos.
É feio, é ruim, é triste e destrói. Mas sou eu. Se tento ser melhor? A cada segundo.
Se há esperança? Uns dias acho que sim, noutros, os mais negros, nem tanto.
E eu tenho tanta sorte. Raio da gaja nasceu com o ‘sim senhor’ virado para lua, sempre pensei. E por A mais B a vida tem me mostrado que assim é. Tirando as 3 ou 4 doenças crónicas, a cabeleira não-farta e a estrutura fraquinha, tenho uma sorte do catano.
Por isso há esperança. Por isso insisto, no ginásio, na yoga, no coaching, no que fôr. E um dia eu mato este efeito todo e viro o jogo. E ganhamos todos.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Das coisas que me fazem feliz


Sorrisos. Mãos dadas e manhãs de sabado.
Queijo fresco.  Chá preto com leite evaporado. Sumo de tomate. Salame de chocolate.
Lembrar-me que o meu irmão, quando era míudo, comia açucar ás colheradas, directo do açucareiro. E de que experimentei uma vez, já que parecia tão bom… naaaaaaa.
Ver a míuda a enrolar fiambre em sticks de queijo. E a lembrar-me de como ela entrava a correr pela merceearia da rua da minha mãe, e ía pedir ao Zé que lhe cortasse uma fatia de fiambre e lha desse enrolada em forma de charuto.
Cheiro de cabelos lavados, ainda húmidos. Mãos bonitas. Conversa, muita conversa. Sobre tudo e sobre nada. Sobre coisas triviais e sobre o que de mais importa. Com pessoas com dois dedos de testa e que sabem do que falam. Como o meu Tio José Thomas ou o meu primo Zé.
Saudades das lições do meu pai. Cada conversa tinha sempre uma lição. Do seu livrinho com todas as ruas de Lisboa e que explicava onde começava e acabava cada uma. E de como com uma paciência infinita me explicava como chegar a um sítio onde eu nunca tinha ido e ele não me podia levar. Maldito Google Maps. Sabes lá o gozo que era procurar placas com nomes de ruas ou passar pela vergonha de em plena Rua Áurea entrar numa loja e perguntar onde fica a rua do Ouro.”Mas na placa diz Rua Áurea..." Oh menina,  é aqui… o nome veio por causa da ouriversarias!!  Tão verdinha que ela era!
Música. E de cantar com alma as músicas de que gosto. E de ficar pasmada por me lembrar de letras com mais de 20 ou 30 anos e nem me conseguir lembrar de que preciso ir comprar mais leite antes de ir para casa.
Amigos. Aquelas pessoas fantásticas que te fazem sentir especial. Não que sejas mais que nínguem. Mas que te monstram amíude que significas muito e não podia ser outra pessoa que não tu.
Nestum. Ralinho e com leite morno. Pão. Mas do bom! Com côdea e que saiba a pão. Que desgosto viver num país em que não há pão de jeito. Ou que benção, porque se houvesse, eu já vestia o quarenta… e quarto!
Abraços. De urso. De família. Longos, com os braços todos e que te apertam os ossos até estalar. Fazer positivos de negativos. Fazer planos. E mais planos. E desenhos e esboços e listas. Ai, o que eu gosto de uma lista. Seja do que for.
Cheiros. Novos e antigos. E de identificar pessoas e coisas com eles. E de ter pena de não os poder guardar a todos em frascos para quando batem as saudades.
Viajar. Nem que seja até à esquina. Tudo pode ser uma aventura. Em todo o lado se podem fazer grandes descobertas. Nem que seja uma moeda de 5p que te faz sentir que ganhaste o dia. Ou as grandes que te fazem cócegas nas mãos quando ainda faltam semanas para chegarem.
A vida. A minha e a dos que me rodeiam. Dos meus. Os que me fazem rir e chorar. Os que me fazem sentir que cada dia é um presente que deve, tem de agradecido.

O coro das 5.30...


... que saudades.

Eu tinha uns 6 anos acabados de fazer. Ainda nem sabia ler. E a Cila um dia perguntou-me "Não queres ir para o coro?" E lá fui eu toda contente cantar com os outros meninos. Pareciam todos tão crescidos, tão compenetrados.
Até aprender a ler, ía inventando as letras e cantarolando toda contente.  Entretinha me a roer os cantos das folhas dos cânticos e a apreciar as grandes vozes do coro das 5.30.
Lembro-me de irmos à Sé cantar. E aquele baptizado no Páteo Alfacinha. Memórias muito queridas que ficaram para sempre. Pessoas muito especiais que não esqueço. Os Quintelas, os Montes, as Cristinas, a Susana Costa, a Sandra Novo, a Paula (que nao me lembro do sobrenome mas me adoptou desde que entrei no coro e me tratava como se eu fosse uma boneca de porcelana) o Carlos Pereira, o Fernando Oliveira e aquele magricela que tinha alcunha de guitarra ou coisa que o valha (esta memória já não é o que era) e fazia a entrada de um Hossana com uma música dos Nirvana - ou era Metallica (ai…)?!
A paciência infinita do Mário Quintela para nos aturar. A sua cara de desapontamento quando passavamos a homília na conversa e erámos prontamente chamados à atenção pelo Padre Zé. Os fins da missa em que ficávamos só mais 5 minutos para cantar mais uma música. As gaffes do microfone ligado. As idas para os bancos do fundo para onde só os mais crescidos podiam ir. E era quase um ritual de passagem quando finalmente podias ir. Durante anos achei que se discutiam coisas importantíssimas ali. Afinal não, era só uma forma de emancipacão como outra qualquer e de fugir aos olhares mais critícos
O Graças ao Senhor cantado até que a voz doesse e/ou até se ouvir na Memória. E as gerações mais novas que nos substituiram e que olhávamos de soslaio, quais Velhos do Restelo, “vocês sabem lá o que era o coro das 5.30 no nosso tempo!!
O que aprendi com o coro das 5.30? Amizade primeiro que tudo. Laços que o tempo não consegue cortar, recordações para uma vida. Que se não sabes ler uma palavra, lês 10 vezes até dizeres certo. Que ser afinada e ter voz não é a mesma coisa. Que antes de cantares não bebes água. Que se te esforçares e continuares a tentar, mesmo que falhes umas quantas vezes, um dia chegas lá. E que os nervos de cantar sozinha ou em dueto te preparam para muita coisa que vais fazer fora dali. Voz de baixo e voz de cima. Humildade e delicadeza. Não és nada sozinho/a, precisas do resto da malta para realmente ser um coro e não dizes a ninguém de caras “hoje estragaste isto tudo com a tua vozinha de cana rachada!”.
Que te podes divertir imenso a fazer coisas que nem sequer parecem divertidas. E que se nunca aprendeste a pôr os canticos por ordem, a Ana Quintela dá uma ajuda.
E que devia ter aprendido a ler música e a tocar qualquer coisa, nem que fossem ferrinhos.
O coro das 5.30 teve, tem e sempre terá um lugar especial nas meu coracao. Por todos os momentos e pessoas fantasticas que conheci. Muitas, muitas saudades! Para quando um reencontro da velha guarda?

quinta-feira, 10 de março de 2016

Whatever flows

Back again. For how long? Who knows... a day, a month, for the rest of my life. Whatever flows.
I like this little corner. A lot. Loads of memories, loads of tears, loads of laughter. And most of it, I miss it.
The words put together, the old writings, the people that used to read me.
The pure pleasure of writing and put it out there, for whoever wants to read it. I want that again. So, for as long as I fell like it, I am back. Again.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Count your blessings

Quatro anos. QUATRO. As vezes parecem 20. Outras parecem meses.
Mas gosto tanto. Arrependo-me de nao ter vindo mais cedo. E por isso tento aproveitar tudo, gozar cada dia como se fossem dois (as vezes parecem… pela carrada de coisas que consigo encaixar em 24 horas).
Posso dizer que sou feliz, que adoro quem tenho comigo, a minha familia, os amigos novos que fiz (alguns sentem-se como de decadas) E por muito que me faca falta o sol do meu pais e os bracos de quem, de facto, me conhece ha decadas, posso dizer que sou feliz.
Feliz a comer houmus, a fazer fried ups para o pequeno de almoco de Domingo, a aprender como se pronuncia isto ou aquilo e sempre, sempre a saber rir de mim propria quando faco/digo disparates. Feliz a apreciar cada minuto de sol. Cada dia cinzento, que as vezes tambem pode ser bom.
Feliz por ter o gajo, que me atura como ninguem. Feliz por ter a miuda mais gira e divertida como filha (com o meu mau feitio, sim… mas nao se pode ter tudo). Feliz por ter um cachopo que pode nao ser meu de sangue, mas que eu adoro que paixao e me ensina mais que eu a ele. Feliz por ter a minha grande Mae por perto (a quem eu azucrino a paciencia e vice versa, mas antes assim!)
Feliz de olhar para traz e ver o que consegui em 4 anos. Nao o faria sem a minha familia, sem os meus "novos" amigos. Queria ser manager antes dos 40 e ja posso riscar essa da lista. Proxima. E a lista e’ tao grande… ha tanto que quero fazer, ver, sentir…
Venham mais 4 que estes ja ca cantam. Foram 4 anos muito felizes, com muita batalha ganha, muita gente "nova" a entrar na minha vida e acima de tudo, muitos sorrisos e gargalhadas. A vida e’ para viver e nao posso dizer que a minha me esta a passar ao lado. Tudo menos isso!
Licao aprendida? Tantas, mas talvez a mais importante: count your blessings and be grateful. I do. And I am. Every single day.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Hoje nao vai ser um dia mau

Meu querido pai,

Este ano vou fazer de maneira diferente. Este ano vou celebrar (mais ainda) a tua vida em vez de chorar a tua morte.

Parece-me mais logico ficar feliz pelos 26 em que tive como pai, do que amargurar-me pelos 12 que faz hoje que partiste.

A vida corre bem por aqui. A miuda está enorme e sim... Tinhas razao, é maluca, sai à Mae!
Tem tanto de divertida como de mau feitio. É um poço de contradicao tao fundo como eu. Esta cena dos genes é tramada mesmo...

Sentimos todos muito a tua falta. E falamos muito de ti. Das palhaçadas, das cenas que fazias em publico que nos faziam afastar e fazer de conta que nao te conheciamos de lado nenhum. Das tuas esquecitices com a comida e o teu amor pelos petiscos e marisco.

Da tua maneira de falar pelos cotovelos, de atropelar toda a gente com palavras, fosse quem fosse, mesmo quando a Mae te dava toques para te calares. Parece que estou a ver, de blusao de cabedal preto, camisa verde as riscas (horrivel, por sinal) e calças cinzentas igualmente às riscas (é muita risca junta homem!!! Mas tu ouvias???) a dizer alto e bom som: "quero lá saber quem é!!!"

E dizias as maiores barbaridades na cara de quem que fosse. Uns achavam-te graça, outros nem tanto.
Foste corrido, expulso e convidado a sair de tanto sitio que lembro da Mae a dizer-te tanta vez antes de sairmos de casa "oh Renato, vê lá como é que te portas".
Mas o Renato nao tinha filtros e estava-se bem a cagar para o politicamente correcto e o socialmente aceite.

Adoravas uma boa discussão. Não discussões de gritos e chapadas, mas aquelas em que se esgrimem argumentos como num duelo e ganha quem se mantiver em pé no fim.

Eras teimoso que nem uma mula, chato que nem uma porta e com um feitio que sinceramente, so a senhora minha Mae para aturar!

Mas tinhas um coracao enorme, um riso contangiante e uma força que só a merda do cancro conseguiu quebrar.
Tenho tantas saudades tuas! Das longas conversas, dos mimos e abraços apertados e do cheiro do tabaco misturado com o teu after-shave.

Mas hoje nao vai ser um dia mau. Beijos grandes meu pai!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Do que me intriga

Intriga-me o eterno arrastar do fado, do queixar do dia-a-dia ao balcao do café da esquina enquanto se bebe a 3a bica do dia e se faz ponta de corno para mudar o destino.

Intriga-me o falar da vida alheia, o invejar os feitos dos outros, desejá-los arduamente mas continuar a bater boca à porta da mercearia do bairro onde se dá conta da vida de toda a gente.

Intriga-me o dizer mal por dizer mal, sem averiguar fontes e a carneiragem do mal-dizer.

Intriga-me a revolta paraplégica de um povo que vota em quem mal diz porque "nao tem opcao ou nao havia melhor".

Intriga-me o resignar constante, o "dias melhores virao" e o "isto ainda há-de levar uma volta".

Intriga-me quem critica no Facebook, quem partilha no twitter e quem escreve em blogs reaccionários contra as falcatruas do governo, os aumentos dos impostos, os cortes nas pensoes, os despedimentos em massa e depois, ao final do dia, faz log off, desliga o pc, poe a vida no saco e continua no mesmo rame-rame de sempre porque "nao há muito mais que eu possa fazer".

Intriga-me um povo que dá cartas a torto e a direito, que tem um factor de desenrascanso imenso, que tantos povos nem fazem ideia o que seja e que assiste sentado à sua propria morte e enterro. Como um doente terminal que recusa uma hipotese de cura por nao saber se dará resultado. Mal por mal, deixa-te estar.

Intriga-me a tanta conversa e a tao pouca accao. O tanto lamento e a tao fraca lembranca dos antepassados que nos deram fama pelo mundo inteiro.

Intriga-me e, sobretudo, entristece-me ver o meu povo entregue a uma sina que poderia ser outra. Mudem o fado, facam-se ao mar!!

E por favor criem uma sina nova, mais airosa, menos pesada, mais feliz, menos negra, mais digna, menos vergonhosa.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Partiram a loica toda!

Há dias que parecem semanas. E semanas que parecem meses.

Hoje, além do senhor policia todo cheio de secretismos ao telefone, só a fazer perguntas e responder ás minhas, 'tá quieto, tive o outro que trabalha na camara (nada contra, mas porque é que a malta trabalha nas camaras acha sempre que tem de fazer mencao a isso com se lhes fizesse parte do nome? tipo "Maria Francisca, Sousa da parte do pai e chefe de gabinete do presidente da camara de Arcozelo"... juro que nao entendo!) a quem partimos (salvo seja, que eu nao parti nada) os pratos edicao limitada da Disney. Que diz o senhor custam para mais de 250 libras cada, isso em 2002 quando os comprou.

E eu a tentar manter a pose e a dizer ao senhor que tenho muita pena e coisa e tal, enquanto o tipo quase lavado em lágrimas me diz que ainda nem teve coragem de olhar para os pratos mas que a namorada lhe diz que estao partidos mesmo a meio. Nao sou lá muito entendida na coisa, mas um prato partido, está partido, nao interesa muito se a meio, se em 3 quartos.

Que os tipos que lá foram eram de forca bruta e que, apesar de lhe terem dito que ele devia libertar as paredes de bibelots e quincarelhos, ele nunca pensou que ao arrancar as janelas, os estimados pratos que estao no testamento para o filho (eu perguntei? nao, mas ele adiantou na mesma) caissem e se estatelassem (ao meio, muito importante) no chao.

E tudo isto numa chamada ás 5 para 5h, quando uma gaja está doida para se por na alheta, que isto de ser manager nao quer dizer que se tenha menos vontade de ir para casa.

Mais pedidos de desculpa e entendo o seu desgosto (nao entendo, mas há que dizer que sim e mais também) e fique descansado que eu trato-lhe do assunto. E toca de me passar o telefone á namorada, que ela sabe melhor o que se passou, poque eu nao estava em casa, na altura que aconteceu eu estava a conduzir, e amanha quando eu contar isto na lá camara.....

Oh homem cale-se pelo amor da Santa!!!! E desampare-me a porra da loja! Ai que vontade... Qualquer dia sai-me uma assim, em portugues para ninguem entender e depois digo que tive uma branca e que vi tudo enevoado á frente. Pode ser que escape.

Dias jeitosos os meus. E a melhor parte é que eu gosto.
Tinha muito mais para dizer, mas é melhor nao, que o gajo deve estar a chegar e ainda borro a pintura toda.
Amanha volto para contar o resto. Ou nao!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Oh simply thing where have you gone

A minha Kika comecou a viajar com um ano e um mes. Viagens de 7 horas, todos os 2, 3 meses. Fazia-as com a habilidade de um passageiro frequente. Dormia 5 horas e quando acordava toda fresca, baixava a mesa a sua frente e perguntava “O que vamos faxer?”

As viagens duraram ate Abril de 2005 ponto em que desenvolveu uma reacao estranhissima de nome estrambolico comecado por psico something, que traduzido nao era mais que falta de raizes. E eu tratei de lhe as dar, ou pelo menos tentei.

Depois de 3 anos de vida de cigana, acampamos em casa de avo, e raizes nao faltaram, pelo menos nos 4 anos seguintes. Porque a vida nos surpreende quando menos esperamos, aos 8 fiz dela emigrante. Nao foi uma decisao tomada de animo leve, tipo ‘bora la a mais uma experiencia com a catraia. Envolveu muita conversa, alguma a laia de discussao, muita noite mal dormida, muito “e se?”. Resolvidos (ou calados) os “ses” fizeram-se malas, jantares e pic-nics de despedida. Alargaram-se distancias que ainda hoje doem, mas o balanco e’ mais que positivo.

Pelo meio houve de tudo um bocadinho. Do bom e do mau. Desde o aprender a nadar aos 5 anos ao gabinete da pedopsiquiatra mais ao menos pela mesma altura. A mesma que me disse “O que a Raquel precisa e’ da mae, o seu porto seguro”.

com a emigracao vieram coisas novas. Familia nova, amigos novos, habitos novos e ate comidas novas. Diz la agora que nao gostas de pizza miuda! E uma lingua nova, que ela aprendeu tao depressa que hoje e’ ela quem nos ensina palavras como mellifluous (??) (Adjective; flowing like honey, sweet and smooth; generally used of a person's voice, tone or writing style).

De personalidade com tantos vincos como um lencol acabado de sair da maquina de lavar, a cara chapada do pai (mas linda, linda!!) um feitio tao torcido que so pode sair a mae e uma mood tipo interruptor, ora para cima, ora para baixo, a Kika mais parece uma mini me com resquicios de bipolaridade.

Sera dela, sera de mim? Das hormonas? Dos genes ou talvez ate do ar? O que interessa? Contraria-se o que se acha que se deve contrariar, principalmente as faltas de respeito e os amuos caprichosos. Castiga-se, conversa-se, faz-se o melhor que se sabe. O resto? Conta-se ate 10, 20 as vezes 30 ou ate mais. E isso ou uma batalha campal todos os dias.

Nos dias bons, penso nela pequenita, de cachos encaracolados, cheia de vida a dizer coisas como “estou preciosa para ir para a piscina” ou a chamar putas as bruxas, que os erres eram coisa que nao lhe assitia. Nos dias maus, lembro-me da Americana em Key West que me disse “a minha filha foi uma verdadeira cabra para mim dos 13 aos 21anos, mas depois passou-lhe”. E fico a espera que lhe passe.

Do alto dos seus 11 anos, oito meses e 4 dias, quase tao altos como eu,  dizia-me ela no outro dia que ainda cedo para ter namorado. A nao ser que seja  giro. Mas que eu nao me preocupe porque nao ha la nenhum giro.

Que a boniteza falhe aos moços por mais uns aninhos e esta tudo bem, certo?


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

É que é já a correr

Neste trabalhinho supimpa de manager que eu orgulhosamente desempenho desde Setembro passado, tenho uma equipa de 5 gajas. E ao contrario do que seria de esperar as 5 gajas dao-se lindamente. Fazem cha’ umas para outras (eu incluida, bruxo), vao para os copos as 6as feiras e dao presentes nos anos. Eu em Portugal estava mais era habituada a facadas no lombo, mas pronto.

(Fora de brincadeiras, trabalhei com gente impecavel, ha’ que dize-lo, mas tambem apanhei uns estafermos/as pela frente que so’ nao me fizeram a vida mais negra porque eu sou enxertada em corno de cabra.)

Mas isso agora nao interessa nada. Voltemos as gajas. A ultima de que se lembraram e’ que vao correr ‘a hora de almoco. E dizem-me todas entusiasmadas “tu vens tambem”. Soltei uma gargalhada daquelas que gela a espinha e acho que deu logo para perceber o meu nivel de interesse na coisa. Claro que sim. Entao nao se esta’ mesmo a ver que vou?

Uma delas, 32 aninhos, com um bebé de 1 ano e corpinho de vespa, corre 7 km em meia hora… Oh para mim a trazer os “tenes” ja’ amanha… E dizem elas num inutil esforco para me motivar “fazemos um circuito pequenino, so’ 4 km, e vamos devagarinho. So’ ‘sprintamos’ no fim para ver quem ganha”. Essa do “ganha” e’ um conceito que nao me escorre, pelo menos em corrida.

Ora… 4 km… e devagarinho… umas queridas estas meninas!! E sprint?! Que raio de merda e’ essa de sprint?! Ainda para mais depois de 4 km??!!! Ja’ me estava a ver,  vermelha que nem um pimentao (sim, que eu parece que vou rebentar quando corro) e a arfar que nem um cao com asma, depois de 500 metros e a implorar por misericordia enquanto as cabr… gajas ja’ vao na casa do caracas. 

Digamos que nao e’ a imagem  que eu gostaria de passar. Definivamente.
Vao la’, que eu fico aqui a guardar o forte, nao va’ ser preciso ir buscar alguma que ficou para tras desfalecida com tamanho esforco (wishful thinking).

Ha’ coisas que nao se misturam. Eu e gajas boas e fisicamente aptas que ainda por cima trabalham comigo a correr juntas e’ definitivamente uma delas.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Era uma vez uma porta


Uma porta e’ uma coisa assim para o grande, portanto talvez surpreenda se eu disser que perdemos uma. E dai talvez nao, que isto hoje ja’ nada espanta ninguem.

Entao… o fabricante diz que entregou, o tipo que devia ter recebido diz, 8 meses depois, que nao a tem. Sim, oito meses para se dar conta que nao tinha o caracas da porta.

Sobra aqui para a madame que deve ter uma bola de cristal montada no cucuruto descobrir onde foi entregue a filha da p… da porta.

Depois de alguns mails e outros tantos telefonemas la’ me dao uma morada de entrega que, pasmem-se, nao bate a bota com a perdigota.  A sacana da porta foi entregue em Abril numa obra que so’ comecou em Junho… Confuso? Naaaa…. So’ para quem nao percebe nada de horta!

Volto a chatear a menina das portas que me responde que esta’ confusa. Rapariga, se tu estas confusa e foste tu que entregaste o raio da porta, imagina eu…

Resumindo e concluindo, agora e’ preciso esperar pela nota de entrega, que como e’ coisa com mais de 6 meses, esta muito bem arquivadinha no raio que o parta, leva que tempos a chegar e vamos ver se acertam na porra da caixa.

Numa epoca em tudo e’ virtual e se arquivam cenas nas nuvens, custa-me um bocado a crer que esta moda de guardar papelinhos ainda esteja em uso. Assim com’assim tinha-se o papelinho digitalizado e guardado numa nuvenzita. Com sorte, era coisa para os nerds do IT levarem 3 semanas a encontrar. 
O que provavelmente vai dar ao mesmo…

Tenho ca’ para mim a conviccao de que ha’ um portugues no meio desta ramboia.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Fez-se luz

Vamos lá ver se eu ainda sei como se faz... Da password ainda me lembrava, pelo que nao estou mal de todo.
Plano: lavar a cara a isto, tirar as teias de arranha dos cantos e vir cá regularmente (seja lá isso o que for...).
Deve de haver para aí umas lâmpadas fundidas e portas a fechar mal, mas com boa vontade tudo se arranja.
Se a coisa se compoe ou nao?... Sem promessas, que eu sou menina de cumprir o que prometo. mas obstinacao é coisa que nao me falta, de modos que vamos a isto!
Para já, isto nem sequer é um post decente e eu já estou a gostar de estar de volta...
Ah... Bom Ano Novo.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Na mesma linha do anterior



Há muita gente por aí (diria “boa” gente but believe it’s not the case!) com tão, mas tão pouco que fazer e se acha a último/a defensor/a da moral e dos bons customes que sinceramente, não há cú que aguente.


Sim, eu escrevi “cú” e depois? Lê quem quer, certo? E quem não gosta, come menos, ok?

Mas porque será que há gentinha que acha que tem o direito de entrar na “casa” dos outros (e por “casa” aqui entenda-se facebook, blog, twitter, whatever) e desatar a pregar a moral e educação como se aquilo fosse alguma coisa que LHES dissesse respeito?

Vamos a uma analogia parva, que se há coisas que eu sou boa na vida é em analogias parvas.

Sicrana vai a minha casa tomar café e repara no monte de roupa que eu tenho para lavar. Mais outro monte para passar. E mais a pilha de loiça para lavar. E sai-se com um “Já davas um jeito nesta casa!


  1. Sicrana já não bebe café, porque sai porta fora, agastada com a resposta que leva – qualquer coisa como “Oh filha, já te metias na puta da tua vida!
  2. Sicrana não existe porque amigos meus, esteja a minha casa messy ou não, têm a educação de não o comentar. Os outros que possivelmente comentariam alguma coisa, não são convidados para tomar café na minha casa. Óbvio, não?
  3. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. Ou não!

E isto e uma analogia para quê? Para o facto de certas pessoas acharem que eu partilho muito no facebook e nem sempre o mais correcto, a seu ver.  É uma opinião como outra qualquer. Mas tal como para Sicrana, porta da rua será sempre serventia da casa.

Se eu digo palavrões no facebook? Eh pá… eu digo palavrões na vida real, portanto porque não dizê-los no facebook? A malta ofende-se? Temos pena! Ou melhor, não temos peninha absolutamente nenhuma. 

Se a minha avó fosse viva e tivesse facebook, aí sim, talvez, eu tivesse outro cuidado. Não é e nunca teve facebook, pelo que não tenho de me preocupar. A minha filha tem? Tem sim senhora, mas só lá vai comigo sentada ao lado, portanto, assunto arrumado. 

Se eu falo do dia do orgasmo, das marionetas das pilas que fui ver no passado sábado e partilho fotos de coisas que acho piada, seja isso o Papa a dizer “merda”, um bando de bombeiros descascados ou a rainha a fazer o pino, porque raio é que alguém vem dizer que acha mal e pior, acha que eu dou alguma importância a essa opinião?

Mudar isso seria mudar a essência do que eu sou. Seria o mesmo que deixar Sicrana reclamar da desarrumação na minha casa e ainda lhe servir café. Flora que é Flora serve o café á Sicrana… nas trombas.

E como eu sempre disse, se eu não mudei até agora, porquê esperar pelo milagre, senhores? Ide á vidinha ou tentai arranjar uma, sim?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Das privacidades de cada um



A propósito daquela cena que anda a circular no FB em que todos proclamam estar na posse das suas faculdades mentais (!?)  apanhei esta pérola.

(…)  estes senhores do facebook pensam que são donos das nossas vidas, já mais do que uma vez verifiquei que andam na minha página a ditar ordens e a vasculhar a minha vida privada, por isso ultimamente não tenho escrito nem postado nada. Deviam ser punidos pois a Página é nossa, o perfil é privado e só a mim e a quem eu autorizar a pode visualizar. (…)

Eu conheço a pessoa em questao, mas nem vamos por aí (sim, que eu conheço cada aventesma que dá vontade de fugir!). A personagem deu pelos senhores do FB a vasculhar a sua privada… muito material para psicanálise. Gosta de saber como é que deu por isso... será que eles deixam rasto?! Qualquer dia estamos a dizer que o FB é do povo e que o povo é que deve ditar as regras.

Mas será assim tão difícil perceber que NADA é privado a partir do momento em que se publica na internet?! Venham-me cá com teorias de que o meu perfil é privado e ninguém o pode ver e fia-te na Virgem e coiso e tal.

Não  que o FB seja tipo PIDE e esteja em cima de tudo o que é publicado, de fio a pavio mas, tendo de haver um controlo - que temos de reconhecer como necessário, seja para tudo o que infrinja a lei e não só - as coisas são vasculhadas, vistas e revistas, sim! Quem não tem consciência de que é assim, é, no mínimo, ingénuo.

Acharem que o FB é como o diário que guardam fechado na gaveta da mesa de cabeceira ou o álbum de fotografias escabrosas com a prima Cidália que está debaixo da cama e ninguém, mas ninguém mesmo vê, é absolutamente ridículo. 

E se assim fosse, qual era o objectivo de publicar estas coisas?

Quem não quer ser visto não se mostra. Ponto. Conheço várias pessoas sem FB todas elas com as suas validíssimas razões para não terem e que pura e simplesmente vivem bem assim. Quem quer tem, quem não quer não tem e nem deve doer assim tanto a quem não o tem, senão… tinham, certo?!

E será que é porque pespegam com um “eu estou muito bem do miolo e sei o que digo a 1 de Fevereiro de 2013” que o Mark e a equipa dele (e outras almas que também lá calham para "cuscuvilhar") nunca mais lhe entram no perfil, não vasculham as fotos do Verão na Lagoa de Albufeira e os picnics na mata do Monsato mais os valiosos pensamentos roubados em outros tantos perfis?! Oh alminhas sem juízo…

Isto parece-me tão óbvio que chateia. Ah e os falsos moralismos de “deviam ser punidos” (sem sequer perceberem o que estão a dizer) irritam-me até á medula.

O mundo seria um lugar tão melhor sem gente estúpida. Mas muito menos divertido, confesso.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A temática do corno aplicada á música



Acho que todos temos um pouco para aprender com as chamadas “canções de dor de corno”! Vá, não desistam já, aguentem-se por aí que vão ver que no fim isto até faz algum sentido (o mais provável é que não).

Seja a do Tony Carreira (ai, que urticária, Jesus!) a perguntar repetidamente “porque é que veeeeens”ou a da Beyonce,  tão arrumadinha, que lhe diz ao fulano “To the left , to the left… to the left, everything you own in the box to the left”. Tomara eu saber onde enfiei a minha máquina fotográfica quanto mais estar preocupada em pôr as coisas de um gajo que me encornou numa caixa fosse onde fosse! Vai procurar camelo!! E sorte tens tu de não ter pego fogo a tudo ou vendido no ebay as cenas de marca. Fraquinha filha, fraquinha.
Depois há aquele que diz que os maridos das outras é que são bons. Não, não sei como é que o gajo se chama e Deus me livre se eu vou googlar "os maridos das outras" no laptop do trabalho! "Corno" ainda vá que nao vá...

Voltando ao gajo dos maridos...  isto faz-me perguntar com todas as letras what the fuck?!?  Das duas uma, a mulher encornou-o com o marido de uma amiga ou então o pobre diabo está rodeado de amigas mal resolvidas que passam a vida a gabar os encantos dos maridos das outras.  Como diz o outro, muito material para psicanálise.
Eu que sou eu, digo que é preciso estar algo muito mal numa relação para uma gaja começar a olhar para os maridos das outras e ver perdicados á força toda. Naaaaaa, cheira a esturro, certo? Certo! Avancemos então.
Neste tópico nunca me consigo esquecer da música brasileira, que tem provas dadas e amplamente exploradas (até demais) nesta temática. Músico brasileiro que se preze tem, pelo menos, uma música sobre o acto de ser encornado. Músico que não se preze, tem várias. Algumas até são “ouvíveis” outras … Nossa Senhora, são de fugir a correr na bisga, mesmo!

Um bom exemplo (se é que há "bons exemplos" nisto) é a Banda Calypso…. Ai, senhores, admitir publicamente que ouvia (e cantarolava) isto é uma chicotada de todo o tamanho no meu ego, mas fazer o quê? São fases (para não lhes chamar outra coisa!).
Uma das músicas (como todas as da banda) tem uma letra digamos… parva! A moça diz que a lua a traiu. Não, não foi o bom do gajo, esse “num passe de mágica (Você) desapareceu”. A culpa foi da lua, pois a rapariga tinha pedido “prá lua dos amantes que iluminasse essa hora prá esse amor eternizar...” e a puta da lua faz o quê? Desaparace-lhe com o gajo! Não se faz….

Outros exemplos incluem letras com”piri-paque” e “eu viajei na maionese” mas sempre centrados na traição da pobre da rapariga. Uma tristeza. Visto que é a Joelma Mendes da Silva (gozar com o nome da vocalista era piada demasiado fácil, até para mim!) que escreve as letras e o Chimbinha (marido) que toca, acho que eles deviam optar pela terapia de casais e não tanto por contar/cantar a toda a gente que o sacana a encorna a torto e a direito. Não é bonito, mas vende discos que se farta.

Mais exemplos? O do Shaggy é tão idiota como… parvo! “It wasn’t me” é um exemplo claro da estupidez masculina (sorry, can’t help it!) que não só escreve uma letra assim como certamente e que me caia um raio em cima se já não houve centenas, senão milhares, de marmajos a usar esta manha. Naaaaaaa filha, tu viste mal! Euuuuuuuu?! Mas tu estás parva?
Posto isto, vou almoçar e desligar a Comercial, que isto de ouvir Os maridos das outras avariou-me a cuca! (não vou nada, estou a brincar… vou so almoçar.

Não aprenderam nada? Paciência, talvez para a próxima. Ou não.