Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A dança dos paradoxismos

O filme era de 1929. A curta que passou antes... sublime. A Rita (a dos sapatos vermelhos, mas que ontem tinha-os pretos e brancos) tocou ao vivo uma banda sonora feita de propósito para o filme. Ela e um tipo do qual eu nunca tinha ouvido falar, mas que tratava a guitarra com muita intimidade.
A ela, via-se estampada na cara um gosto enorme no que estava a fazer. Como quem faz porque quer. Porque sabe e sabe-lo bem. A ele, não se via nada porque os óculos eram escuros. Mas tocava, como dizia o meu pai "perdiante" (que é uma palavra que não existe).

O realizador era também o actor principal. Um tipo de Pierrot infeliz que morre no fim. Os planos, para 1929, eram muito arrojados, como filmar o mar de pernas para o ar e as pessoas a partir do chão. As legendas... ai, as legendas... um mimo.
Eu, que segundo dizem, sou open minded, vi-me rodeada de malta chamada de "alternativa". Tão alternativa que o mais normal tinha um t-shirt preta, onde em letras vermelhas se podia ler "I fucked your girlfriend last night"... Pois!

Tirando o cheiro perturbante do meu vizinho do lado (que a dada altura deu em enrolar as mangas da t-shirt nos ombros... quem sabe, para arejar) a tipa que a meio do filme bateu palmas e gritou "Obrigado, obrigado!" e teve de ser tirada da sala, as cadeiras desconfortáveis e o calor imenso... foi fantástico.
Já posso dizer que fui a um motel? Não?! Pois, bem me parecia que não...

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