Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Azulejos & Piscinas

Não foi o sorriso, não foram os olhos. Não foi sequer a voz ou o toque da pele.

Foi muito mais que isso. Ele era construtor de piscinas, ela pintava azulejos.

Esbarraram-se numa esquina, em Abril, ambos tão absortos nos seus problemas que nem deram um pelo outro. Quando chocaram, os orçamentos das piscinas dele misturaram-se com os desenhos dos azulejos dela.

Nem se cumprimentaram. Nem pediram desculpas… andavam azedos com a vida e não tinham tempo a perder. Apanharam os papéis à pressa e seguiram, sem sequer se olharem devidamente.

Mais tarde, ela encontrou um papel que não era seu, no meio dos seus desenhos.

Era um texto estranho… parecia um projecto de vida, alinhado por itens a cumprir, como se fosse uma promessa a alguém. Entre outras coisas, o homem com quem tinha esbarrado naquela tarde, tinha escrito:

Prometo nunca te mentir, prometo fazer tudo para te fazer feliz para o resto das nossas vidas .
Queria que o compromisso ficasse escrito.


Não estava dirigido a ninguém, não tinha destinatário, não começava com “Minha querida…” Ele apenas pedia desculpa por escrever numa folha de orçamento e assinava o seu nome.

Ela arrepiou-se ao ler aquilo. Procurou no resto dos papéis se havia mais alguma coisa dele. Nada. Na folha de orçamento não havia nada que o identificasse, além do nome próprio. Não dormiu naquela noite…

Já ele, encontrou um desenho perdido no meio dos orçamentos. Um esboço de uma horta que ela sonhava um dia vir a ter… Ao lado do desenho haviam notas, com os nomes das coisas que queria plantar. E claro, um desenho tosco de um espantalho com uma tabuleta ao pescoço, onde se lia “Celdélio”.

Ele riu-se com o projecto. Era engraçado e dava a sensação de ter sido desenhado com muito cuidado. Pensou nela, mas não tinha retido nenhum pormenor. Mal tinha olhado para ela. Maldisse a hora em que não perdeu tempo a reparar nela. Não dormiu naquela noite…

Projectos de piscinas e pinturas de azulejos à parte, nos dias que se seguiram, nem um nem outro pararam de pensar no que tinha acontecido.

Ela guardou a folha de orçamento, muito direitinha, entre dois livros."Tudo o que ele sempre quis” de Anita Shreve e “Quero-te muito” de Pedro Strecht.
Ele, à homem, dobrou o desenho mais ou menos e enfiou-o na bolsa de fora da mochila com que andava todos os dias… Assim, tinha-o sempre por perto.

Os dias foram passando e a lembrança de um e de outro não esmorecia… Imaginavam-se, abraçavam almofadas e falavam sozinhos.

Até que em Agosto, já quase em Setembro, ela decidiu-se a pedir um orçamento para a piscina. Ele chegou numa manhã quente, cumprimentou-a educadamente e ela encaminhou-o ao jardim.
Nada despertou a atenção um do outro, tudo parecia normalíssimo, até que ele perguntou de que lado ela queria a piscina.

Ele caminhava à frente dela quando a ouviu dizer:

Deste. Naquele lado vou fazer uma horta, com um espantalho chamado Celdélio

Ele gelou. Virou-se para ela devagar e olhou-a olhos nos olhos. Ela retribui o olhar, sentiu um arrepio e foi como se o tivesse conhecido toda a vida.

Hoje vivem juntos numa aldeia algures por aí. Não chegaram a construir a piscina. Ela deixou de pintar azulejos e fez um Horto. Ele continua a construir piscinas. E o Celdélio guarda o amor deles melhor que a própria horta.

Deleite

Pensava eu que isto era uma empresa séria. Acabei de receber um forward de um e-mail de um alto quadro que se armou em esperta e usou daqueles tradutores de bolso da net…

A senhora até queria dar uma de moderna e mostrar que se esforça em falar português. Resultado?

Em vez de um e-mail profissional, em que uma colega estrangeira se apresenta e diz que terá gosto em trabalhar com ele, o Mr. Stress recebeu algo que mais parece um engate de casa de alterne:

"(...) Envio-o este mail para apresentar-me.
Sou deleitada de fazer mais amplo conhecimento com você. (...)"

Pois! Nada como o "deleite" para demonstrar o profissionalismo da malta.

E em vez de assinar como Directora de alguma coisa, despede-se como Directriz…

Ai, ai… ele há cada uma que contada ninguém acredita.

Impasse

Não me apetece. Ou melhor, apetecer até apetece… mas não nestes moldes. Apetece-me chamar os bois pelos nomes, deitar por terra as analogias que só poucos entendem e de uma vez por todas deixar cair os muros altos.

Escrever sem segundo sentido, sem censuras, consciente ou inconscientemente impostas, sem me preocupar se ofendo ou deixo de ofender, se há quem goste ou quem deteste.

A vontade é muita mas o espaço é, por todas as razões e mais alguma, impróprio. Por essas, e por outras, dei por mim há dias a escrever… em papel. Onde só leu quem tinha de ler.

Não quero acabar com isto. Mas o objectivo inicial (era qual?!) ficou perdido nos mais de sete meses que entretanto passaram.
O facto de escrever para mim, como terapia, já nem é tão essencial. É um pouco como chegar ao fim da caixa dos comprimidos e perceber que o tratamento acabou. Não só pelo medicamento em si, mas pelo todo que se criou em volta. Pelas forças que se ganharam à custa de muita cabeçada, pelo constatar de que se sabe EXACTAMENTE o que se quer, pelo facto de tomar consciência de que “isto” não é uma prioridade…

E quando digo “isto”, refiro-me ao blog. Há já uns tempos que isto deixou de estar no top das minhas prioridades. É obvio que esse sentimento não se estende aos amigos que por aqui andam. Com os quais sempre tenho outras formas de contacto… Mas agora que escrevo sobre o assunto, chego realmente à conclusão que este tasco já viu melhores dias.

Não que eu esteja mal, longe disso. Só que não me apetece escarrapachar aqui tudo o que me vai na alma. Ainda não decidi o que vou fazer. Estou num impasse...
A solução está à vista... só falta tomar consciência dela e decidir-me.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Ease my troubles

Há coisas que são como as bombocas:
"Só há esta!... É p'ra mim!"

Está quase...

Tomamos consciência do que é importante com a idade. Este ano parece um torpedo. Não pára. E segue a uma velocidade alucinante.

No final do ano passado, para desejar aos meus amigos um bom ano novo, enviei uma sms em que, entre outras coisas, dizia “2007 é o meu ano!”. Ainda é cedo para fazer balanços, mas cada vez mais tenho a convicção que acertei na previsão.

A saúde que não falta, os amigos que persistem, o muito que ganhei, o pouco que perdi… e o tudo que aprendi.

Estamos quase em Setembro. E eu que ando à espera de Setembro há tanto tempo… agora, está quase aí.

domingo, 26 de agosto de 2007

Tudo em um

Ando preguiçosa e sem vontade de escrever. E sinceramente, com mais que fazer (desculpem lá qualquer coisinha). Vai daí, nada melhor que enfiar três dias num só.

Noite de 6ª feira: jantar fantástico no Bairro Alto, com companhia 5 estrelas. A animação da Ana e do Miguel, as histórias divertidas do Nuno e da Lili e o alto astral da Guida. A pedido da Ana, para não esquecer, uma frase que me anda a bater (“escreve lá no blog!”):

Apaixona-te pelas qualidades, ama pelos defeitos.


Sábado e Domingo: dias calminhos a visitar amigas e em festas de aniversário, onde a boa disposição foi mais que muita.

Fica a foto do presente, saído destas mãos, para a Nônô que fez 5 anos no passado dia 21.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Laranja Lima

Sempre gostei de flora. Condiz comigo. Já plantei umas quantas árvores, arbustos, plantas e plantinhas.

A última que plantei foi uma roseira, cujo primeiro botão floriu há dias. De um rosa lindo.
Numa casa onde morei há uns anos, plantei dálias, jarros, gladíolos, rosas, patas de cavalo, fetos e sebes. Sou daquelas que fala como as plantas e lhes faz festinhas (há gente para tudo). Também lá tinha buganvílias e hortenses. As buganvílias eram de um amarelo-torrado lindo e apesar de já lá estarem quando nos mudámos, eram das minhas preferidas.

Tudo isto para dizer que tenho uns quantos saquinhos de sementes, comprados há uns bons meses, há espera da mudança, para irem para o seu devido lugar. E mais a roseira que, mais dia menos dia, vai precisar de ser replantada.

Mas o que eu queria mesmo era uma árvore de fruto. Tipo um pé de laranja lima. Mas também pode ser uma laranjeira ou um limoeiro, ou até um pessegueiro.

O Meu de Laranja Lima é uma história deliciosa de um menino de cinco anos que conversava com a árvore do seu quintal.

Não, não quero voltar a ter cinco anos ou falar com árvores. O que eu quero mesmo é a árvore no quintal.

Já esteve mais longe.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Lista de mimos

Dá sempre jeito ter uma listinha destas à mão. Ainda para mais quando o(a) visado(a) responde à letra. Ai, o que eu gosto quando me dão luta...

Abecúla - pessoa desajeitada; aselha; pessoa pouco inteligente e/ou parva
Camafeu - pessoa muito feia
Estronço - de "estronçar" verbo transitivo que significa partir as couves em troços;
Estropício - dano; maldade; malefício; desperdício
Estuporado - mau; ruim; estragado; arruinado
Lontra - indivíduo preguiçoso (figurado)
Lorpa - imbecil; parvo; patego; grosseiro
Palhaço - pessoa que está sempre a brincar e/ou a dizer piadas nem sempre com muita graça; pessoa que não é possível levar a sério; pessoa que muda constantemente de opinião (figurado)
Palonço - aquele que é imbecil, parvo,
Papalvo - indivíduo que se deixa enganar facilmente; pacóvio; simplório
Pindérico - pelintra; miserável; mal vestido; piroso

Agora aquela que eu gostava mesmo de encontrar o significado era "Camúrcio"... Acho a palavra uma ternuna. Mas não gosto de dar mimos sem saber o que estou a dizer!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Férias de 80

Eu devia ter uns 8 anos. Como já fazíamos há uns tempos, as férias eram em Espanha, Ilha Canela.
Havia sempre família e amigos por perto. Éramos sempre uma carrada deles. Uma animação, portanto.

A meio das férias, era hábito irmos a Sevilha. O material escolar era quase sempre comprado no El Corte Inglês e eu adorava ter sempre coisas diferentes do resto da malta (a mania que sou boa começou cedo).

Ora levante lá o braço quem é que nunca foi assaltado em Sevilha, nos loucos anos 80. Só quem não pôs lá os pés, de certeza.

Foi isso mesmo que aconteceu. Com a inexistência de cartões Multibanco, o meu pai foi ao banco levantar dinheiro. Provavelmente fomos seguidos. Regressámos ao carro, para por compras ou fazer outra coisa qualquer. Com o porta bagagens aberto, o meu pai pousou a sua bolsa à tiracolo.

O que se passou a seguir parecia uma cena saída de um filme e lembro-me como se fossem flashes.

Um tipo passou a correr e agarrou na bolsa. O meu pai disparou atrás dele. Como miúda que era achei que ele o ia agarrar. Mas apareceu um tipo de mota na esquina, quando o meu pai estava quase a apanhá-lo e desapareceram os dois. Com a bolsa. Onde estavam os nossos bilhetes de identidade, passaportes e dinheiro para o resto das férias.

Durante as horas a seguir andámos pelo consulado e pela polícia a tentar remediar a coisa. Mesmo não tendo consciência das implicações todas do que tinha acontecido, lembro-me que me fartei de chorar. Tínhamos sido roubados e eu sabia que não éramos propriamente ricos.

Naquela altura, estando os meus pais mais ou menos abonados, todos os anos, eu e o meu irmão recebíamos um presente nas férias. A condição era ter passado de ano. Eu já tinha escolhido o meu presente. Havia começado a febre dos bebes chorões e eu queria um!

Essas compras ficavam sempre para o final das férias, por isso, quando fomos assaltados, eu ainda não tinha o meu chorão. E percebi logo que iria ser complicado.

O meu tio Fánã (qual é o tuga que não tem um Fánã na família?) que estava de férias connosco prontificou-se a emprestar dinheiro ao irmão (meu pai) até ao final das férias. Mas emprestado não é dado e o certo é que tínhamos levado um rombo ‘daqueles’ no orçamento.

Os meus pais explicaram-me, e eu entendi, que o meu presente iria ficar em suspenso até ao fim das férias. Apesar de me estar prometido, tinham de ter em conta outras despesas mais prioritárias, e só no fim saberiam se o dinheiro chegava!

Vivi o resto das férias na ansiedade de saber se ia ter o meu boneco ou não. Para agravar a coisa, a minha prima Luisinha, três anos mais velha que eu e um poço de altruísmo e bondade, já tinha o seu bebé chorão, novinho em folha. E fazia questão de me mostrá-lo a toda a hora, sempre com um recado transmitido à laia de ameaça, na sua vozinha de cana rachada irritante: “Não toques! Podes estragar!!”. Uma querida, portanto.

Finalmente, chegaram os últimos dias de férias. O meu pai transmitiu-me, de sorriso rasgado, que íamos comprar o meu boneco. Boa! Fiquei radiante.

Fomos os quatro para Ayamonte, em busca do boneco. Mas a febre foi tal, naquele ano, que não sobrou nenhum! Corremos as lojas todas e nada! O meu pai decidiu então fazer 70 quilómetros, até Huelva, para ver se encontrávamos o bendito chorão. Perante a convicção deles, fiz por aguentar o choro. Afinal, ninguém tinha culpa. A minha mãe já dizia que se não houvesse ali, comprávamos em Lisboa, que desse por onde desse, eu haveria de ter o boneco.

Ao chegar a Huelva, fomos percorrendo as ruas de carro, olhando para as montras das lojas. O silêncio era aflitivo. Até que a minha mãe disse “Está ali um!”. Saiu do carro e demorou o que pareceu uma eternidade. Já não me recordo se o meu pai também lá foi. O boneco da montra estava reservado e a dona da loja estava renitente em vendê-lo à minha mãe. A única forma de o trazerem foi comprarem a alcofa também.

Resumindo e concluindo, além do boneco, ganhei também a alcofa de palha. E os meu pais, aos meus olhos, ficaram um bocadinho mais heróis. Esta é apenas uma das histórias da minha infância feliz. Tenho muitas outras. Tantas ou mais, como as que espero a Raquel venha a ter.

Ah… é óbvio que esfreguei o boneco (e a respectiva alcofa) no nariz da minha adorada prima Luisinha. Não sem antes lhe ter dito “Não toques. Podes estragar!!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Quintas e Vilas

Conversa entre mim e uma colega, antes das 10h da manhã. Tenham presente que a loira sou eu, ok?

Loira: Falta aqui o ficheiro da Quinta do Conde.

Morena:
Não. Está aí.

Loira: Não… Já vi, não está.

Morena: Mas que coisa, vê melhor! Acabei de o ver.

Loira: (a pensar com os seus botões) Grande porra…Vê lá com calma… Ora Penafiel, Porto de Mós, Póvoa de Varzim, Rio Tinto, Santarém… Não!

Olha lá, não está mesmo…

Morena: (com cara de poucos amigos) ESTÁ!


Loira: Já a achar que provavelmente até está… abreviado ou alguma coisa do tipo e a minha loirice está a dificultar o processo. Com muita calma e concentração eis que o ficheiro "Vila do Conde" me salta a vista. Lá dentro, sossegadinho e muito bem arrumado, o documento que eu procurava de Quinta do Conde.

Olha lá (um bocadinho a medo) está em Vila do Conde...

Morena: Pois está.

Loira: ??????!!! E? Está errado, não?

Morena:Está lá ou não está? - Como quem grita "Eu tinha razão, óh minha parva!"

Devo ser eu que sou picuinhas!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Parceiro ideal

E diz a Ana V. :

Evolução

As revistas Cosmopolitan e Men's Health publicaram recentemente um estudo sobre Amor e Sexo, feito num universo de mais de 40 mil pessoas de todas as idades e dos seguintes países: Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido, Holanda, E.U.A., Brasil, México, Filipinas, China, Ucrânia e Sérvia.

Uma longa lista de perguntas visou definir o(a) parceiro(a) ideal, tendo como base que se trata de parceiros para um relacionamento, e não de parceiros ocasionais e inconsequentes. As principais conclusões são agradavelmente surpreendentes, sobretudo se tivermos em conta a quantidade de latinos envolvidos no estudo:

1. Os homens preferem, claramente, as mulheres inteligentes às bonitas.
2. As mulheres preferem homens com sentido de humor a exemplares bons na cama.
3. Apesar disto, as mulheres querem e precisam mais de sexo do que os homens.
4. Todos os inquiridos (de ambos os sexos), querem sobretudo alguém que os faça sentir únicos.
5. Todos, ainda (de novo em ambos os sexos) procuram parceiros que cuidem da sua imagem, mas sem exageros.

Ou seja, parece que a aparência (aparentemente (!)) deixou mesmo de ser uma questão central, e a sua importância raramente ultrapassa as primeiras impressões. Longe vão os tempos em que as mulheres suspiravam por uma virilidade explícita e incontestável, feita de estereótipos ancestrais que envolviam o poder e as capacidades físicas. Mas também depressa se esgotou a novidade dos dúbios conceitos de metrosexualidade, surgidos recentemente. Por outro lado, a absoluta hegemonia da beleza também já passou à história, nas prioridades dos homens.

Resumindo, ninguém quer narcisos fúteis, gente centrada em si própria e alheia ao mundo que a rodeia. Ninguém já quer Barbies ou Kens. A humanidade sempre vai evoluindo, afinal de contas.
Devagar, mas vai.


Eu ando há que tempos a dizer que o meu príncipe encantado preferido é o Shrek... Não que o queira roubar à Fiona, que eles estão bem um para o outro e eu ainda me arriscava a um arraial de porrada com muita latada na tromba. Nada disso! Mas o estilo é, de-fi-ni-ti-va-men-te, esse.

A verdade

Uma boa amiga comentou comigo há dias que adorava esta letra. Independentemente do gostar, ou não, o facto é que ela anda há uns tempos a fazer-me alguma espécie.
Sem ligar muito à voz do senhor, à sonoridade ou até à qualidade da canção como tal, concentrei-me na letra.
É, realmente, qualquer coisa. De quê? Hum... não interessa!
A amiga lá sabe porque gosta dela. E hoje que regressa ao trabalho, deve estar necessitada de uma forcinha.
(diz) a verdade

se te perguntarem por nós,
sobre que coisa fazemos quando estamos juntos,
diz a verdade
que deslocamos os cometas sem querer,
as estrelas para desenhos e a lua garantindo o amor

diz a verdade
sobre a intervenção na cósmica escolha dos casais,
a obrigação de nos obedecer
não fosse o universo desentender quem somos
e favorecer a separação
ou, pior, o não nos havermos conhecido

in Paulo Praça - Disco de Cabeceira (2007)
Letra de Valter Hugo Mãe

sábado, 18 de agosto de 2007

Cozinhados

Cá em casa dizem que ando inspirada... A pequena saiu-se com um "fazes tudo maravilhoso".
Pois. Ficam as imagens das últimas produções, que incluem porta-chaves em feltro.







sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Connect the dots

Um discurso que mexeu comigo. Comecei por ver, mas achei melhor ler...

Este bocadinho é só uma amostra.

"Your time is limited, so don't waste it living someone else's life.
Don't be trapped by dogma — which is living with the results
of other people's thinking.
Don't let the noise of others' opinions drown out your own inner voice.
And most important, have the courage to follow your heart and intuition.
They somehow already know what you truly want to become.
Everything else is secondary."

Cada vez mais acredito que a vida é como um daqueles desenhos de pontinhos. É preciso uni-los, todos, para que o "desenho" faça sentido.

Verdade absoluta


Li num blog alheio e pensei "Olha... pois é!"

Todas as flores precisam de um pouco de estrume
para crescerem fortes.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O Rei está vivo

Conheço as letras, as músicas, os filmes. Posso não ser a fã n.º 1, mas sou fã. Estava ele quase no fim, quando eu nasci...

Pela voz do meu pai (que não sabia duas palavras de inglês) ouvi muitas das canções dele. Era deliciosa a maneira como ele dizia my blue suede shoes...

Ternurenta foi também, mais tarde, aquela que inventaram... de ter sido o Forest Gump a ensiná-lo a dançar. Por essas e por outras, amo esse filme.
Para poderem cantar à vontade:

Love me tender,
love me sweet,
never let me go.

You have made my life complete,
and I love you so.

Love me tender,
love me true,
all my dreams fulfilled.

For my darlin' I love you,
and I always will.

Love me tender,
love me long,
take me to your heart.

For it's there that I belong,
and we'll never part.

Love me tender,
love me dear,
tell me you are mine.

I'll be yours through all the years,
till the end of time.

30 anos

Boa imagem

Dizia eu… que gostava disto mais animado. Mania de cuspir para o ar!

Mr. Stress voltou um stress. Depois de duas semanas e mais uns dias de bronze, é vê-lo, logo no primeiro dia de trabalho, a estrebuchar, gesticular, corado que nem um pimentão.

Tudo porque uma colega nossa meteu a pata na poça e eu fui apanhada no meio. Por formação profissional, aprendi que o cliente tem sempre razão. Mesmo quando não tem. E há coisas que não se dizem em relações profissionais… “Você é uma besta” parece-me ser uma delas.

Não está em discussão o grau de bestialidade do senhor. Está em causa a maneira como “conseguimos” ser pouco profissionais e “descartar-nos” com a pouca amabilidade do cliente. Um sacudir a água do capote digno de registo.

Resumindo e concluindo, cabe-me a mim resolver a questão. Apanhada na curva, terei de dizer ao ofendido que ele afinal não é besta nenhuma, a minha colega é que estava um bocadinho alterada e não viu bem as coisas.

Tudo em nome da boa imagem da empresa e de um negócio em riscos de se perder.

Eu acho que já escrevi para aí em qualquer lado que gosto muito do que faço, não já? Pois… é mesmo isso.

Cartas de Amor...

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Agosto

Gosto mais quando há movimento. Quando os telefones tocam e o Sr. Stress fica um… stress. Parece que não se passa nada e está tudo em suspenso. Parece não, é mesmo.

Há pouco ligou-me um colega, que sabe que está meia empresa de férias e perguntava-me em tom de gozo “Aguentam-se?”… Respondi prontamente “Não pá… falta-nos um para sueca!

Aqui no meu open space, estamos três a engonhar. Literalmente.

Não se ouvem teclados, nem conversas ao telefone. Tirando eu, deve estar tudo na net. A ler as últimas ou a ver coisas decentes. Nada de vídeos no YouTube ou sites badalhocos, que isto é uma empresa séria e essas aventuras estão bloqueadas.

Mais uns dias e volta tudo ao normal. Mas assim até sabe bem vir férias. Custa menos. Digamos que é mais a gosto.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Voltei

Ao trabalho. Meio escritório de férias ajuda a lidar com o choque de ter de voltar ao batente.

Como diz uma amiga minha... "quem me dera ser caixa de supermercado no Brasil!"

Porquê?

Já repararam no ar de felicidade de uma caixa de supermercado no Brasil? Sempre de sorriso fácil.

E se alguém pergunta se tem alguma coisa que não encontra, a resposta é, invariavalemente "Ocê viu se tinha lá?"

"Vi. Não tem!"

E sem se mexerem, dizem convictas:"Então não tem!"

Eu sei que só ganham 15o€ por mês (as que ganham). Mas dinheiro não trás felicidade. Quanto muito, manda buscar.

Vou trabalhar... Que apesar dos três negócios que "borregaram" nas minhas férias, não posso responder "Então não tem!".

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

800 e alguns kms depois

Para começar, três esclarecimentos:

1. As “brincadeiras” lá em baixo, nos comentários ao texto “Estou no ir” caíram lindamente e não correram nada mal. Ou não tivesse deixado o tasco bem entregue, com a digníssima supervisão da Senhora minha Mãe, (aka AL, para quem ainda não entendeu).

2. Os problemas “logísticos” abaixo mencionados e que impediram o prolongamento da nossa estadia em terras algarvias, deveram-se única e exclusivamente a uma crise de identidade de um sofá cama. Passo a explicar: um estupor de um sofá que sempre toda a gente pensou tratar-se de um sofá cama, e que afinal não era mais do que um simples... sofá. O dito até tinha ar de sofá cama e enganou bem a malta até à altura em que o tentaram transformar em cama. Resistente até à última parecia afirmar: “Eu sou um SO-FÁ! Esqueçam lá isso.” E pronto, esquecemos.

3. Os 800 e muito quilómetros foram feitos na ida e na volta, mais o passeio a Espanha e o 'acrescento'. Por 'acrescento' entenda-se “alguém” que não viu a saída para Lisboa e só se apercebeu disso perto de Lagos. Podia justificar com a distracção da conversa com a pequena, do “come o bolo” e do “não entornes o leite”, ou com o “mãe, deixei cair a minha concha” e o apanhar da concha. Mas não vale a pena. Acho que teve a ver com a pouca vontade de vir embora (e a loirice, óbvio).
Convém esclarecer que as fofas que se aperceberam da demora para chegar a Lisboa, me apelidaram de “tola” e “parva”. Nada como insultos carinhosos de quem gosta de nós!

Nota: Estão dispensados os comentários ao ponto 3.

Agora vamos ao que interessa e a começar pelo início.

Cabanas

Acolhimento 6 estrelas superior, como é hábito nos CruzRamos!





A travessia da Ria Formosa a pé, com lodo até aos joelhos e três crianças a duvidar se aquilo seria mesmo divertido.

Parece que chegámos no dia certo, ou não fosse dia de churrasco na praia, dos Santamarotos. O que se traduz num grupo de mais de 50 pessoas, muita animação e claro, churrasco.



Só não gostei muito do estado do mar, que me valeu uma centrifugação como já não tinha memória. Enrolei-me à grande numa onda e a sensação não foi de todo agradável. Tal como a percentagem de areia dentro do biquini (que não foi baixa) o desarranjo do mesmo e o ar alucinado ao sair da água.

Do mal, o menos, a sangria estava fantástica (mesmo com a falta de açúcar). Apesar de ter entornado dois copos. Claro que ao quarto copo já toda gente estranhava e tive de explicar várias vezes que dois tinham sido desperdiçados na areia. Saímos da praia já tarde, com a ajuda do Montez para atravessar a Ria, entretanto cheia.

Um dia muito agradável, sem dúvida. A noite não foi menos. Muita conversa, animação e... pronto, confesso! Já passava da uma da manhã quando me desafiaram para ligar o portátil. Não resisti. Mas foi coisa de meia hora. Nada grave, portanto.

Ao segundo dia tivemos azar com o tempo. Muito vento. Depois das arrumações, ficámo-nos por umas voltinhas e umas compras. Coisa pouca. Até porque já me tinha estreado no dia anterior.

E à custa do "Miga, vamos comprar biquinis? Vamos, miga?" eu é que enfeirei e não a vi a comprar trapinho nenhum!


Comprei um vestido liiiiiindo que se farta e que me fica a matar (não podem dizer que não fica, porque eu não mostro, boa?).

Com muita pena nossa (e a presunção leva-me a afirmar que deles também) seguimos viagem um pouco mais para adiante.

Vila Nova de Cacela

Não fazia ideia que fosse tão perto. Mal entrámos no carro e já lá estávamos.

A nossa Sara está cada vez maior e Setembro está mais próximo que nunca. Já está tudo ansioso para a ver cá fora. A minha Élita está linda. E os primeiros sete meses passaram tão depressa... A Raquel adorou sentir a princesa a mexer-se e é amoroso ver Toni e Élita tão babados com esta gravidez.

Acabadinhas de chegar e prontas para partir novamente. Fomos todos passar a noite perto de Portimão, onde mais três simpáticos nos esperavam.

Não vou divulgar o nome do local, tal como prometi, pois é bom demais para estragar. Fiquem-se apenas com as fotos e com a minha garantia de que o sítio é EXTRAORDINÁRIO. Ideal para férias de absoluto descanso, sem nada que incomode, no meio de coisa nenhuma, com um bom gosto fantástico. A noite esteve fabulosa e vi um céu estrelado como há muito não me lembrava. E não faltou uma estrela cadente. Sim, pedi um desejo, mas não isso agora não interessa nada.





Dá para ver bem a avestruz, na foto da esquerda. Já o burro, fez-se de esquisito e não quis aparecer! Feitios. Havia também o Chaparro, um cão enoooorme preto, mas que nem chegava perto de nós. Tão pachorrento que passou o dia como se pode ver na foto: a dormir. Nem mostro as fotos das casas por dentro, que assim já dá para deixar muita água na boca.



O dia seguinte foi passado a gozar a piscina e a explorar o local. A boa da Anabela brindou-nos com umas deliciosas espetadas mistas, que os meninos fizeram a delicadeza de grelhar no carvão.





Entretanto, Raquel e Bruno entretiveram-se a brincar com “alfarrogas” (não valeu de muito explicar à minha criança que eram alfarrobas, por sinal, até mais fácil de dizer que a palavra que ela inventou).

É engraçado ver como aqueles dois se dão. O puto é um mimo. Não diz os erres no meio das palavras, o que faz com que seja uma delícia ouvi-lo. E ainda viu uma “bibelinha”. Melhor que essas, só a da minha princesa, que se saiu com um “estou ‘preciosa' para ir para piscina”... Por “preciosa”, entenda-se “ansiosa”!

Ou a da Élita agarrada à taça de gelatina com um “ninguém quer mais, pois não?”.

Já saímos de lá tarde, de novo a caminho de Vila Nova de Cacela.

Seguiram-se dois dias de praia, almoços de peixinho grelhado, sestas refasteladas e um jantar absolutamente fabuloso, no Restaurante Costa, em Fábrica.

As amêijoas estavam de comer e chorar por mais. Só foi pena a Élita não poder comer e ter passado o tempo todo a dizer coisas como “espero que tenham areia”, “isso devia ter era estricnina” e “vocês ainda vão apanhar uma intoxicação alimentar”. Mas estavam tão boas que eu e o Toni nem a ouvimos. A juntar a isso, um arroz de marisco comido com a Raquel a dormir ao meu colo, a Ria Formosa mesmo ali ao lado, e mais duas amigas encontradas por acaso e que fizeram companhia para o café.

Isla Canela

Ano que não vou lá, parece que não é ano. É um dos meus lugares favoritos. E já lá tinha estado em Abril.
O lugar em si nem tem nada de por aí além. Mas encerra muita coisa. Mais de duas décadas a caminhar para lá, muitas histórias e muito de mim e dos meus.

Aconteça o que acontecer, sei que vou voltar ali, sempre. Até a areia me parece diferente de outros sítios. O dia esteve fenomenal, passámos a manhã quase toda dentro de água, caminhámos à beira mar, cumprimentámos velhos amigos.

Almoçámos no Chiringuito da praia e a Raquel comeu o seu gelado favorito. Um que, além do gelado, trás um ovo de chocolate com brinde. Não admira que a Raquel nunca se esqueça de o pedir quando lá vamos.

À tarde fizemos como todo o bom tuga que vai a Espanha: enchemos o depósito do carro (ainda dá para poupar uns tustos) e fizemos compras. Por acaso, não comprei caramelos. Como eu também tenho petiscos preferidos, não viemos embora sem me sentar numa calle a comer um pulpo alimado, enquanto a pequena se deliciava com pão com manteiga e um sumo de laranja.

De novo regressadas a Vila Nova de Cacela, queimámos os últimos cartuchos. Mais praia, mais petiscos e a boa companhia de amigos queridos. Sem esquecer as bolas de Berlim na praia (agora sem creme, por causa da ASAE) e o tapete de algas que resolveu invadir a praia da Mantarrota.

Das birras da Raquel e dos meus sermões, ficou-me a resposta “Oh mãe, tu já sabes que tens uma filha assim, o que é que queres?!

Este texto devia estar cheio de smiles e lols! Não querendo abusar da redundância, ficam os adjectivos que melhor definiram estas férias: fabulosas, extraordinárias, divertidas, bem dispostas, fantásticas!

A todos que nos receberam, aturaram e mimaram, obrigada.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

1,2,3! Já cá estamos outra vez

E pronto... já voltámos. Era para demorar mais uns dias, mas problemas "logísticos" obrigaram a um regresso antes de tempo.
Mas correu tudo muito bem! Companhia fantástica, acolhimentos fabulosos, tempo a condizer. Agora vou só ali pousar as malas e já venho contar o resto. Bem... "parte" do resto. Ou o que me apetecer.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Gosto disto

E como as coisas boas devem ser partilhadas... aqui fica.

Gosto da música, da voz anasalada do Elvis, do seu ar pateta, da letra, do filme...

Estou no ir

É só um “até já”. Quase um “até amanhã” mais prolongado...

Umas férias não planeadas, dedicadas ao estudo profundo do conceito de “turismo de infiltração”, com o qual irei travar conhecimento pela primeira vez.

Malas feitas, depósito atestado. Amanhã de manhã é só fazer-me ao caminho com a pequena e depois... Bom, depois conto quando regressar.

Se calhar devia deixar um texto todo lamechas, a transmitir as saudades que vou ter do meu blog e dos meus comentadores todos... mas não me apetece. Até porque é só uma semana, não há necessidade de fazer cenas (ai, ai... espero que haja net no Algarve!).

“Vemo-nos” lá para dia 10, ou 11... ou quem sabe, 12 de Agosto.

Inté

Olha... Ganhei um prémio!


Prémio CORAGEM - atribuído ao blog
Devagar, mas com confiança
da Flora
Parece-me muito bem. Obrigada Ana!
(estas festinhas ao ego sabem tãooooooo bem...)

É hoje, é hoje!!

Praia, sol, areia, amigos, petiscos, livros, calor, muita conversa, acima de tudo, boa disposição… enfim, FÉRIAS. Aquela cena que a malta faz para se lembrar que existe vida para além do escritório.

Mais logo venho aqui deixar-vos qualquer coisa para se entreterem na minha ausência. Ainda não sei bem o quê. Logo vejo, conforme correr o meu dia.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Emparelhar

Podia ser um montão de coisas, mas neste caso é mesmo o raio que me parta do auricular bluetooth (que para mim é ‘dente azul’ e não se fala mais nisso).

Até a minha mãe observou “tu não andas bem!” tal foi a dificuldade em emparelhar o bicho (salvo seja) com o telemóvel.


Após uma leitura (mais) atenta do livro de instruções, lá percebi que "luz azul intermitente" e "luz azul fixa" não são exactamente a mesma coisa. Resolvido. Foi muita loirice e cansaço acumulado. Ando a meter cada argolada que faz favor.
Agora só faltam os dez textos que o NF me pediu. Para se entreter enquanto vou de férias. Não sei se vou conseguir lá chegar. Fica prometido um. Não gosto de falhar, portanto o melhor é deixar as expectativas baixas, baixinhas.

Saudades tuas

Já resolvi a futilidade dos pés e das mãos. A boa da Rosinha, uma venezuelana gira nas horas e super divertida, fez a proeza de me colocar brilhantes azuis nas unhas dos dedos das mãos e nos dedões dos pés! Segundo a Raquel, estão “lindíssimas”!

Ando a chegar tarde a casa. Ontem eram quase 10h da noite… Janto a correr, despacho e-mails e bolsas em croché enquanto vou sabendo as novidades, contadas pela minha mãe.

Recusei um jantar com amigos, para me despachar e ir para casa. Estava com saudades da minha pequena. Telefonei à minha mãe para não a pôr na cama antes de eu chegar. Quando a fui deitar, pediu-me colo. Peguei-a ao colo e perguntei “Que se passa?”. Enquanto me abraçava respondeu “Estava com tantas saudades tuas!”.

Ficámos assim um bocadinho, a matar saudades. Ainda antes de adormecer, chamou-me outra vez.

Raquel:
Quantos dias faltam para as férias?

Eu: Dois
dias: amanhã e depois.

Raquel:
Olha mãe, eu nas férias posso comer um gelado num dia, depois no outro dia não como e no outro como outra vez?

Eu:
Não, não podes!

Silêncio e ar intrigado!

Eu: Nas férias podes comer gelados TODOS os dias!

Raquel:
Yes, yes!!

Eu:
Mãe, ela disse “Yes”???

Mãe:
Disse. E costuma fechar o punho e agitar o braço para cima e para baixo quando diz isso…

Eu: Ah bom…

Hum?! Hã?!...

Isto hoje não está lá muito famoso.

A manhã até parecia bem encaminhada. Levei uma buzinadela de uns trolhas simpáticos. E não foi nenhuma reclamação com a minha forma de conduzir… eu ia a pé. Devem ter sido as calças brancas de linho … se calhar fizeram-lhes lembrar a cal e as tintas.

Entretanto, em 10 minutos já me baralhei de tal forma que chegava para uma semana.

Estou numa de Dori. Perda de memória recente? Distraída? Acelerada? É por aí. Só me falta começar a falar balaiês.

De tal maneira que o Sr. Stress há pouco olhou-me com um ar paternalista e perguntou “Já experimentaste Lexotan? Ou alguma coisa que tire esse “nervoso miudinho???! Uns dois ou três Valdispert logo de manhã... que dizes?

Pronto, tenho sérias dúvidas se o tal ar seria mesmo paternalista ou de gozo.

Tenho 1001 coisas em que pensar, outras tantas que fazer… Mas não me estou a queixar! Isto é só um desabafo. Afinal, vou de férias. Não podia estar mais bem disposta. Por acaso, até podia, mas isso agora não interessa nada.

Mas já tive a minha revenge: o Sr. Stress acabou de enviar um e-mail ao supra sumo cá do burgo… com a minha assinatura. Foi bonito. Gosto tanto quanto me torturam os miolos por “merdas” e depois se esticam pelas mesmas coisas.

Mas isto hoje vai ser um dia comprido…

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Ups...

Se fiz asneira? Parece que sim…

Eu, no meu melhor.
Estão a ver a Alemanha?
Eu também.
Estão a ver duas cidades com o mesmo nome?
Frankfurt?
Mas uma é Frankfurt Hahn e outra é Frankfurt am Main?!

Eu também estava a ver tudo muito bem quando fiz a reserva (ou não tivesse o Pat me avisado correctamente) e tenho a certeza que seleccionei Frankfurt Hahn. Mas o site é espanhol (sem ofensa) e assumiu Frankfurt am Main…

Bom, a asneira não foi assim tão grande. As duas cidades distam 120 km uma da outra (a fiar na wikipedia) estamos a falar da parte da Europa que é civilizada e onde há transportes modernos que ligam tudo e todos.

Como a hora de chegada prevista, ao aeroporto errado, é depois das 10h da noite, o melhor será dormir em Frankfurt am Main e no dia seguinte viajar de comboio até Frankfurt Hahn. Ainda bem que a Dê é uma mocita inteligente e casa às 3h da tarde. Vai dar tempo para tudo e a viagem de comboio com a miúda ainda vai saber a ginjas.

É claro que vou gastar mais com bilhetes de comboio e uma dormida em hotel que não estava programada. Isto para o caso de não conseguir alterar a viagem. Mas convenhamos que se calhar até vai ser muito giro.

Alemanha, comboio, a melhor companhia do Mundo e que, tal como a mãe, adora viajar... Até nem soa mal!