Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Count your blessings

Quatro anos. QUATRO. As vezes parecem 20. Outras parecem meses.
Mas gosto tanto. Arrependo-me de nao ter vindo mais cedo. E por isso tento aproveitar tudo, gozar cada dia como se fossem dois (as vezes parecem… pela carrada de coisas que consigo encaixar em 24 horas).
Posso dizer que sou feliz, que adoro quem tenho comigo, a minha familia, os amigos novos que fiz (alguns sentem-se como de decadas) E por muito que me faca falta o sol do meu pais e os bracos de quem, de facto, me conhece ha decadas, posso dizer que sou feliz.
Feliz a comer houmus, a fazer fried ups para o pequeno de almoco de Domingo, a aprender como se pronuncia isto ou aquilo e sempre, sempre a saber rir de mim propria quando faco/digo disparates. Feliz a apreciar cada minuto de sol. Cada dia cinzento, que as vezes tambem pode ser bom.
Feliz por ter o gajo, que me atura como ninguem. Feliz por ter a miuda mais gira e divertida como filha (com o meu mau feitio, sim… mas nao se pode ter tudo). Feliz por ter um cachopo que pode nao ser meu de sangue, mas que eu adoro que paixao e me ensina mais que eu a ele. Feliz por ter a minha grande Mae por perto (a quem eu azucrino a paciencia e vice versa, mas antes assim!)
Feliz de olhar para traz e ver o que consegui em 4 anos. Nao o faria sem a minha familia, sem os meus "novos" amigos. Queria ser manager antes dos 40 e ja posso riscar essa da lista. Proxima. E a lista e’ tao grande… ha tanto que quero fazer, ver, sentir…
Venham mais 4 que estes ja ca cantam. Foram 4 anos muito felizes, com muita batalha ganha, muita gente "nova" a entrar na minha vida e acima de tudo, muitos sorrisos e gargalhadas. A vida e’ para viver e nao posso dizer que a minha me esta a passar ao lado. Tudo menos isso!
Licao aprendida? Tantas, mas talvez a mais importante: count your blessings and be grateful. I do. And I am. Every single day.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Hoje nao vai ser um dia mau

Meu querido pai,

Este ano vou fazer de maneira diferente. Este ano vou celebrar (mais ainda) a tua vida em vez de chorar a tua morte.

Parece-me mais logico ficar feliz pelos 26 em que tive como pai, do que amargurar-me pelos 12 que faz hoje que partiste.

A vida corre bem por aqui. A miuda está enorme e sim... Tinhas razao, é maluca, sai à Mae!
Tem tanto de divertida como de mau feitio. É um poço de contradicao tao fundo como eu. Esta cena dos genes é tramada mesmo...

Sentimos todos muito a tua falta. E falamos muito de ti. Das palhaçadas, das cenas que fazias em publico que nos faziam afastar e fazer de conta que nao te conheciamos de lado nenhum. Das tuas esquecitices com a comida e o teu amor pelos petiscos e marisco.

Da tua maneira de falar pelos cotovelos, de atropelar toda a gente com palavras, fosse quem fosse, mesmo quando a Mae te dava toques para te calares. Parece que estou a ver, de blusao de cabedal preto, camisa verde as riscas (horrivel, por sinal) e calças cinzentas igualmente às riscas (é muita risca junta homem!!! Mas tu ouvias???) a dizer alto e bom som: "quero lá saber quem é!!!"

E dizias as maiores barbaridades na cara de quem que fosse. Uns achavam-te graça, outros nem tanto.
Foste corrido, expulso e convidado a sair de tanto sitio que lembro da Mae a dizer-te tanta vez antes de sairmos de casa "oh Renato, vê lá como é que te portas".
Mas o Renato nao tinha filtros e estava-se bem a cagar para o politicamente correcto e o socialmente aceite.

Adoravas uma boa discussão. Não discussões de gritos e chapadas, mas aquelas em que se esgrimem argumentos como num duelo e ganha quem se mantiver em pé no fim.

Eras teimoso que nem uma mula, chato que nem uma porta e com um feitio que sinceramente, so a senhora minha Mae para aturar!

Mas tinhas um coracao enorme, um riso contangiante e uma força que só a merda do cancro conseguiu quebrar.
Tenho tantas saudades tuas! Das longas conversas, dos mimos e abraços apertados e do cheiro do tabaco misturado com o teu after-shave.

Mas hoje nao vai ser um dia mau. Beijos grandes meu pai!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Do que me intriga

Intriga-me o eterno arrastar do fado, do queixar do dia-a-dia ao balcao do café da esquina enquanto se bebe a 3a bica do dia e se faz ponta de corno para mudar o destino.

Intriga-me o falar da vida alheia, o invejar os feitos dos outros, desejá-los arduamente mas continuar a bater boca à porta da mercearia do bairro onde se dá conta da vida de toda a gente.

Intriga-me o dizer mal por dizer mal, sem averiguar fontes e a carneiragem do mal-dizer.

Intriga-me a revolta paraplégica de um povo que vota em quem mal diz porque "nao tem opcao ou nao havia melhor".

Intriga-me o resignar constante, o "dias melhores virao" e o "isto ainda há-de levar uma volta".

Intriga-me quem critica no Facebook, quem partilha no twitter e quem escreve em blogs reaccionários contra as falcatruas do governo, os aumentos dos impostos, os cortes nas pensoes, os despedimentos em massa e depois, ao final do dia, faz log off, desliga o pc, poe a vida no saco e continua no mesmo rame-rame de sempre porque "nao há muito mais que eu possa fazer".

Intriga-me um povo que dá cartas a torto e a direito, que tem um factor de desenrascanso imenso, que tantos povos nem fazem ideia o que seja e que assiste sentado à sua propria morte e enterro. Como um doente terminal que recusa uma hipotese de cura por nao saber se dará resultado. Mal por mal, deixa-te estar.

Intriga-me a tanta conversa e a tao pouca accao. O tanto lamento e a tao fraca lembranca dos antepassados que nos deram fama pelo mundo inteiro.

Intriga-me e, sobretudo, entristece-me ver o meu povo entregue a uma sina que poderia ser outra. Mudem o fado, facam-se ao mar!!

E por favor criem uma sina nova, mais airosa, menos pesada, mais feliz, menos negra, mais digna, menos vergonhosa.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Partiram a loica toda!

Há dias que parecem semanas. E semanas que parecem meses.

Hoje, além do senhor policia todo cheio de secretismos ao telefone, só a fazer perguntas e responder ás minhas, 'tá quieto, tive o outro que trabalha na camara (nada contra, mas porque é que a malta trabalha nas camaras acha sempre que tem de fazer mencao a isso com se lhes fizesse parte do nome? tipo "Maria Francisca, Sousa da parte do pai e chefe de gabinete do presidente da camara de Arcozelo"... juro que nao entendo!) a quem partimos (salvo seja, que eu nao parti nada) os pratos edicao limitada da Disney. Que diz o senhor custam para mais de 250 libras cada, isso em 2002 quando os comprou.

E eu a tentar manter a pose e a dizer ao senhor que tenho muita pena e coisa e tal, enquanto o tipo quase lavado em lágrimas me diz que ainda nem teve coragem de olhar para os pratos mas que a namorada lhe diz que estao partidos mesmo a meio. Nao sou lá muito entendida na coisa, mas um prato partido, está partido, nao interesa muito se a meio, se em 3 quartos.

Que os tipos que lá foram eram de forca bruta e que, apesar de lhe terem dito que ele devia libertar as paredes de bibelots e quincarelhos, ele nunca pensou que ao arrancar as janelas, os estimados pratos que estao no testamento para o filho (eu perguntei? nao, mas ele adiantou na mesma) caissem e se estatelassem (ao meio, muito importante) no chao.

E tudo isto numa chamada ás 5 para 5h, quando uma gaja está doida para se por na alheta, que isto de ser manager nao quer dizer que se tenha menos vontade de ir para casa.

Mais pedidos de desculpa e entendo o seu desgosto (nao entendo, mas há que dizer que sim e mais também) e fique descansado que eu trato-lhe do assunto. E toca de me passar o telefone á namorada, que ela sabe melhor o que se passou, poque eu nao estava em casa, na altura que aconteceu eu estava a conduzir, e amanha quando eu contar isto na lá camara.....

Oh homem cale-se pelo amor da Santa!!!! E desampare-me a porra da loja! Ai que vontade... Qualquer dia sai-me uma assim, em portugues para ninguem entender e depois digo que tive uma branca e que vi tudo enevoado á frente. Pode ser que escape.

Dias jeitosos os meus. E a melhor parte é que eu gosto.
Tinha muito mais para dizer, mas é melhor nao, que o gajo deve estar a chegar e ainda borro a pintura toda.
Amanha volto para contar o resto. Ou nao!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Oh simply thing where have you gone

A minha Kika comecou a viajar com um ano e um mes. Viagens de 7 horas, todos os 2, 3 meses. Fazia-as com a habilidade de um passageiro frequente. Dormia 5 horas e quando acordava toda fresca, baixava a mesa a sua frente e perguntava “O que vamos faxer?”

As viagens duraram ate Abril de 2005 ponto em que desenvolveu uma reacao estranhissima de nome estrambolico comecado por psico something, que traduzido nao era mais que falta de raizes. E eu tratei de lhe as dar, ou pelo menos tentei.

Depois de 3 anos de vida de cigana, acampamos em casa de avo, e raizes nao faltaram, pelo menos nos 4 anos seguintes. Porque a vida nos surpreende quando menos esperamos, aos 8 fiz dela emigrante. Nao foi uma decisao tomada de animo leve, tipo ‘bora la a mais uma experiencia com a catraia. Envolveu muita conversa, alguma a laia de discussao, muita noite mal dormida, muito “e se?”. Resolvidos (ou calados) os “ses” fizeram-se malas, jantares e pic-nics de despedida. Alargaram-se distancias que ainda hoje doem, mas o balanco e’ mais que positivo.

Pelo meio houve de tudo um bocadinho. Do bom e do mau. Desde o aprender a nadar aos 5 anos ao gabinete da pedopsiquiatra mais ao menos pela mesma altura. A mesma que me disse “O que a Raquel precisa e’ da mae, o seu porto seguro”.

com a emigracao vieram coisas novas. Familia nova, amigos novos, habitos novos e ate comidas novas. Diz la agora que nao gostas de pizza miuda! E uma lingua nova, que ela aprendeu tao depressa que hoje e’ ela quem nos ensina palavras como mellifluous (??) (Adjective; flowing like honey, sweet and smooth; generally used of a person's voice, tone or writing style).

De personalidade com tantos vincos como um lencol acabado de sair da maquina de lavar, a cara chapada do pai (mas linda, linda!!) um feitio tao torcido que so pode sair a mae e uma mood tipo interruptor, ora para cima, ora para baixo, a Kika mais parece uma mini me com resquicios de bipolaridade.

Sera dela, sera de mim? Das hormonas? Dos genes ou talvez ate do ar? O que interessa? Contraria-se o que se acha que se deve contrariar, principalmente as faltas de respeito e os amuos caprichosos. Castiga-se, conversa-se, faz-se o melhor que se sabe. O resto? Conta-se ate 10, 20 as vezes 30 ou ate mais. E isso ou uma batalha campal todos os dias.

Nos dias bons, penso nela pequenita, de cachos encaracolados, cheia de vida a dizer coisas como “estou preciosa para ir para a piscina” ou a chamar putas as bruxas, que os erres eram coisa que nao lhe assitia. Nos dias maus, lembro-me da Americana em Key West que me disse “a minha filha foi uma verdadeira cabra para mim dos 13 aos 21anos, mas depois passou-lhe”. E fico a espera que lhe passe.

Do alto dos seus 11 anos, oito meses e 4 dias, quase tao altos como eu,  dizia-me ela no outro dia que ainda cedo para ter namorado. A nao ser que seja  giro. Mas que eu nao me preocupe porque nao ha la nenhum giro.

Que a boniteza falhe aos moços por mais uns aninhos e esta tudo bem, certo?


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

É que é já a correr

Neste trabalhinho supimpa de manager que eu orgulhosamente desempenho desde Setembro passado, tenho uma equipa de 5 gajas. E ao contrario do que seria de esperar as 5 gajas dao-se lindamente. Fazem cha’ umas para outras (eu incluida, bruxo), vao para os copos as 6as feiras e dao presentes nos anos. Eu em Portugal estava mais era habituada a facadas no lombo, mas pronto.

(Fora de brincadeiras, trabalhei com gente impecavel, ha’ que dize-lo, mas tambem apanhei uns estafermos/as pela frente que so’ nao me fizeram a vida mais negra porque eu sou enxertada em corno de cabra.)

Mas isso agora nao interessa nada. Voltemos as gajas. A ultima de que se lembraram e’ que vao correr ‘a hora de almoco. E dizem-me todas entusiasmadas “tu vens tambem”. Soltei uma gargalhada daquelas que gela a espinha e acho que deu logo para perceber o meu nivel de interesse na coisa. Claro que sim. Entao nao se esta’ mesmo a ver que vou?

Uma delas, 32 aninhos, com um bebé de 1 ano e corpinho de vespa, corre 7 km em meia hora… Oh para mim a trazer os “tenes” ja’ amanha… E dizem elas num inutil esforco para me motivar “fazemos um circuito pequenino, so’ 4 km, e vamos devagarinho. So’ ‘sprintamos’ no fim para ver quem ganha”. Essa do “ganha” e’ um conceito que nao me escorre, pelo menos em corrida.

Ora… 4 km… e devagarinho… umas queridas estas meninas!! E sprint?! Que raio de merda e’ essa de sprint?! Ainda para mais depois de 4 km??!!! Ja’ me estava a ver,  vermelha que nem um pimentao (sim, que eu parece que vou rebentar quando corro) e a arfar que nem um cao com asma, depois de 500 metros e a implorar por misericordia enquanto as cabr… gajas ja’ vao na casa do caracas. 

Digamos que nao e’ a imagem  que eu gostaria de passar. Definivamente.
Vao la’, que eu fico aqui a guardar o forte, nao va’ ser preciso ir buscar alguma que ficou para tras desfalecida com tamanho esforco (wishful thinking).

Ha’ coisas que nao se misturam. Eu e gajas boas e fisicamente aptas que ainda por cima trabalham comigo a correr juntas e’ definitivamente uma delas.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Era uma vez uma porta


Uma porta e’ uma coisa assim para o grande, portanto talvez surpreenda se eu disser que perdemos uma. E dai talvez nao, que isto hoje ja’ nada espanta ninguem.

Entao… o fabricante diz que entregou, o tipo que devia ter recebido diz, 8 meses depois, que nao a tem. Sim, oito meses para se dar conta que nao tinha o caracas da porta.

Sobra aqui para a madame que deve ter uma bola de cristal montada no cucuruto descobrir onde foi entregue a filha da p… da porta.

Depois de alguns mails e outros tantos telefonemas la’ me dao uma morada de entrega que, pasmem-se, nao bate a bota com a perdigota.  A sacana da porta foi entregue em Abril numa obra que so’ comecou em Junho… Confuso? Naaaa…. So’ para quem nao percebe nada de horta!

Volto a chatear a menina das portas que me responde que esta’ confusa. Rapariga, se tu estas confusa e foste tu que entregaste o raio da porta, imagina eu…

Resumindo e concluindo, agora e’ preciso esperar pela nota de entrega, que como e’ coisa com mais de 6 meses, esta muito bem arquivadinha no raio que o parta, leva que tempos a chegar e vamos ver se acertam na porra da caixa.

Numa epoca em tudo e’ virtual e se arquivam cenas nas nuvens, custa-me um bocado a crer que esta moda de guardar papelinhos ainda esteja em uso. Assim com’assim tinha-se o papelinho digitalizado e guardado numa nuvenzita. Com sorte, era coisa para os nerds do IT levarem 3 semanas a encontrar. 
O que provavelmente vai dar ao mesmo…

Tenho ca’ para mim a conviccao de que ha’ um portugues no meio desta ramboia.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Fez-se luz

Vamos lá ver se eu ainda sei como se faz... Da password ainda me lembrava, pelo que nao estou mal de todo.
Plano: lavar a cara a isto, tirar as teias de arranha dos cantos e vir cá regularmente (seja lá isso o que for...).
Deve de haver para aí umas lâmpadas fundidas e portas a fechar mal, mas com boa vontade tudo se arranja.
Se a coisa se compoe ou nao?... Sem promessas, que eu sou menina de cumprir o que prometo. mas obstinacao é coisa que nao me falta, de modos que vamos a isto!
Para já, isto nem sequer é um post decente e eu já estou a gostar de estar de volta...
Ah... Bom Ano Novo.