Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Os Bissa

Vivem no 1º andar há tanto tempo, que eu ainda não era gente quando para ali foram. O Sr. Bissa era bancário, a sua esposa toda a vida foi doméstica. Conta-se, que aos fins-de-semana íam para o Estoril, onde tinham uma casa, feita numa garagem recuperada.
Não me lembro se tiveram filhos. Nunca os vi com crianças, mas acho que sim, que têm um. Em tempos idos o Sr. Bissa andava muito direito, cumprimentava toda a gente e dava-se ao respeito. Já ela, a D. Guida, sempre foi uma querida, muito boa vizinha e a dizer-me "oh filha".
Agora, que estão velhos, a idade parece que os puxa para baixo e andam curvados. Sempre foram um pouco moucos. Lembro-me de sempre ouvir as notícias em stéreo, pois a sala deles é debaixo do meu quarto. Mas isso ainda era o de menos.
Agora, que estão velhos, os Bissa têm outros problemas. Ele faz fisoterapia e ela acompanha-o. Mas há uma coisa nos velhos que eu não compreendo: porque é que se levantam tão cedo?!
Ontem, às 7h em ponto acordei com um melancólico Fernando Tordo a perguntar o aconteceria "depooooooois do amor" e tremi! Puxei outra almofada para cima da cabeça e desejei que houvesse um corte de luz no bairro inteiro. O pior veio depois. Uma locutora de rádio monocórdica, de voz melada, como quem faz workshops de tricot em galerias comerciais de 5ª categoria...
O que mais me intrigou foi que, às 7h35 em ponto, tal como começou, a rambóia parou! Talvez o Sr. Bissa tenha de tomar o comprimido da próstata aquela hora... Talvez sinta fome e vá comer a torrada e o leite com cevada que a D. Guida lhe preparou... Não faço ideia. Só espero que não lhe dê muitas vezes.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quando Deus conspira

Ele, devia estar em Barcelona. Ela, devia estar em casa a dormir.
Em vez disso, ele estava no mesmo sítio que ela, onde não era suposto nenhum deles estar. Devagar, com pouca confiança e muito medo, ele disse-lhe que gostava de cinema e ela disse-lhe que gostava de conversar.
Então, falaram sobre cinema. E depois sobre tudo. E depois sobre nada.
Quando finalmente se exigiu que parassem, já era dia. No olhar dele, ela viu o que nunca tinha visto. E um arrepio percorreu-lhe a espinha. Na expressão dela, ele viu o lamento de não haver um beijo. Separaram-se com um "cuida-te" e dois "até amanhã".
No dia seguinte (que, efectivamente, ainda era o mesmo) ele convidou-a para um passeio a pé. E correram ruas onde ela nunca tinha pisado a calçada. Prenderam a respiração nos miradouros e foram turistas na própria casa. Fizeram piadas tontas, sorriram ao pôr-do-sol e mataram a fome que tinham um do outro. Acabaram o dia com bifanas e alma cheia, regados a Coca-cola e olhares cúmplices.
O resto... o resto é deles. Só deles. Não se conta, não se diz, não se explica.
Ela quer escrever esta história todos os dias. Ele também. Sem número definido de páginas, porque ainda agora vão no preâmbulo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O poder de uma noite de 6ª feira...

Saí para jantar em casa dos Cruz-Ramos. Não fui convidada, mas fiz-me. As maravilhas da net... Bastou um gabar-se que ía lá jantar no facebook, e eu aproveitei a deixa.
O Miguel cozinhou um manjar digno dos deuses: polvo no forno com batata doce e um molho extraordinário... Delicioso. E a conversa, a diversão... Aquela casa é um antro de boa disposição e amizade. E eu estava com muitas saudades!
Depois... depois uma saída totalmente inesperada. Um hamburguer no Cais do Sodré, já depois das 4h da manhã, a saber lindamente (há anos que não comia nas roullotes!). E uma conversa cheia de empatia que durou até de manhã.
Cheguei a casa já o sol brilhava, com a força das 7h. Acabada de deitar dei um pulo da cama. O barulho de travões, pneus a chiar e um estondo enorme de choque fez-me correr à janela.
Um Volkswagen Beatle, novo em folha acabava de se despistar ao entrar na minha rua. Rasou o quiosque de jornais da esquina, bateu em dois carros estacionados do lado esquerdo e mais um do lado direito. E ficou-se, com o eixo da roda do lado esquerdo partido e o pneu debaixo do carro.
A mulher lá dentro, a Dó, com o seu carrocha preto enfiado num pequeno carro azul céu, com porta toda metida dentro e cravado num pilatere do passeio, queria continuar viagem... Um homem apontava-lhe para a roda da frente e dizia-lhe que era melhor ela desligar o carro e vir ver.
Seguiu-se um espectáculo deprimente. A dita estava podre de bêbada, não dava dois passos no mesmo sentido e só queria era ir-se embora. De braços levantados, alto e bom som, gritava com a voz enrolada "Eu pago tudo, pá! Mas deixem-me ir para casa!". Ainda tentou fugir, mas ninguém a deixou. Rapidamente alguém a reconheceu e foram chamar-lhe uma amiga. Pobre amiga, que saltada da cama ainda levou com a ingratidão de bêbado...
A cadela era tanta e tão grande que deu para tudo. Desde gritar pelo Belenenses, a dizer à pobre amiga "Óh Aidinha, eu amo-te!", enquanto a abraçava e pulava no meio da rua.
Quando a polícia chegou, o teste acusou 2,95 mg no sangue. Como a história correu a rua toda, à tarde no café já ouvi a versão de que eram 4,5 mg. Foi presa. E a amiga foi com ela, ampará-la. Contam as más línguas, que o marido da bêbada ainda lhe agradeceu com um telefonema em que a insultou por não a ter deixado fugir, e que o que devia ter feito, era ocupar o lugar de condutora (logo ela, que nem carta tem).
Não levei com a Dó em cima por uns míseros, mas abençoados 10 minutos. E logo eu, que é tão raro chegar a casa de manhã. E lá na rua, agora conta-se que uma amizade de mais de 30 anos, se destruíu com os copos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Anúncio Evian

Que vídeo delicioooooooooso!

Nunca pior

Eu e a mania de fazer as coisas sempre em grande... Vai daí, não é uma, não são duas, mas sim três hérnias discais. Pequenas, mas hérnias. Quase imperceptíveis no exame, mas não aos olhos verdes do meu ortopedista.
Outras coisas não lhe escaparam, por certo. As nossas consultas fogem um pouco ao habitual. Deu-me o número de telefone, que frisou bem ser o pessoal. "Ligue-me quando tiver o exame. Diga que é a Flora, que eu já sem quem é!". Disse-me que mora sozinho e não é fácil. Que é ele que cozinha e faz tudo. Que é uma quinta e até forno a lenha tem, onde aprendeu a fazer cabrito e leitão...
Enfim. Mandou-me para mais uma tortura de uma ressonância magnética. Que tem de ser, disse ele, com ar complacente. E vai ser já amanhã de manhã.
Entretanto, tudo bem. Tirando as hérnias, a pilantra da assistente e o outro quase a chegar, a minha vida é uma verdadeira festa. Óh lá se é!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Terror, muito terror

O abaixo não é da minha responsabilidade. Foi tirado de uma página dessas de "encontros", de um menino de seu nick "fuck you" - sugestivo, no mínimo...

História
sou tatuado, pessoa simples, adoro o mar, o silencio, enfim sou muito zen

Par perfeito
de uma mulher simplesmente zem

Ideal Date
1- tentaria ouvir a outra pessoa 2-tentaria ser eu proprio 3-prestava atensao aos pequenos permenores

4-e por fim logo se veria talves algo acontesece

Música
blues country and rock

Filmes
suspence e terror


Sim, terror. Muito!

Aos sábados

A Ana e o António estão na casa dos 30 e são casados há muito tempo. Tanto que, normalmente, se esquecem quanto.
A Ana e o António até gostam um do outro, mas há muito que deixaram de se "entusiasmar" um com o outro. Há muito mesmo. A Ana é bonita, mas está sisuda e recalcada. O António está gordo e a precisar de uma lavagem de estrada. Mas toda a gente acha que estão perfeitos, num casamento perfeito, numa vida mais que perfeita.
A Ana não fala de sexo com as amigas. O António exibe-se aos amigos. Diz que a Ana é uma bomba na cama, que o deixa louco e saciado. Gaba-se de comer tudo o que mexe, mas tomara ele mexer-se mais.
Aos sábados, lá em casa, é dia de lavar a roupa escura. Dia de lavar a casa-de-banho. De arejar o quarto e a sala. E o corpo. Aos sábados é dia de sexo. O António bem gostava que assim não fosse. Gostava que a Ana fosse mais dada. Que a máquina de lavar a roupa participasse na rambóia, durante a centrifugação. Mas a Ana nunca muda o figurino. Nunca. E é sempre e só aos sábados.
O António lembra-se de ser miúdo e sonhar com a Tieta. Com a areia, o calor e a loucura de uma mulher mais velha. A Ana sonha com o Roque Santeiro. Gostava de ser uma viúva Porcina, louca e insaciável. No fundo, lá bem no fundo, ela até é assim... mas recalca-se, aguenta-se, esconde-se. Aos sábados, até gostava-se de se soltar. Mas o António já não lhe dá pica nenhuma.
Por isso, aos sábados, a festa lá em casa é morna. Sempre igual, sempre no mesmo figurino, sempre na mesma onda.
E a Ana e o António sonham com novelas, na flor dos 30, num casamento que dura, mas não aquece.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

On a night like this

Apetece-me vestir aquele vestido azul que comprei nos saldos. Aquele que combina lindamente com o meu bronze.


Apetece-me vesti-lo com as sandálias pretas. As de cunha. Fico alta.


O raio do vestido tem um decote lindo. Que me fica a matar. Mais a pulseira de brilhantes e o relógio branco.



Depois do banho, besunto-me em creme Nivea e ponho o perfume da Elizabeth Arden, o de chá verde que é tão fresquinho.

Quero cheirar a Verão. E quero sair. Apetece-me estar numa esplanada. Com uma cuba libre e a lua. Numa noite como esta. Quente.



Vamos?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Electromio quê?

Se eu já estava aborrecida...
Então vejamos. Além da put@ da ressonância, do raio-x e da ecografia que não mostra nada, ainda tenho que fazer um TAC (ok, coisa simples) e o diabo de uma electromiografia aos membros superiores.
Não fosse a net e eu continuava a não saber o que é uma electromiografia. Se calhar, tinha sido melhor. Não achei muita piada a enfiarem-me agulhas nos músculos, darem-me choques e medirem o raio que os parta. Bom, ao menos tenho 1 mês e meio para me preparar psicologicamente. O tipo que espeta as agulhas foi de férias.
Entretanto, o Dr. Ortopedista diz que é capaz de ser uma hérnia discal. Tendite, não é. E bursite também não. Seja o que for, dê-lhe um nome, se faz favor. E as drogas adequadas. Que eu não sou de ferro.
Ah... e vou ter de fazer fisioterapia. Que seja com alguém meiguinho, ok? Que farta de bestinhas na minha vida estou eu, sim? Massagens, panos quentes e miminhos. A menina agradece. Porradinha tenho levado bastante, dispenso.

Boring

Estou irritada! Aborrecida, estupidamente enfadada. Enervada, stressada, chateada, agastada, entediada e tudo o mais acabado em "ada" e com conotação mais que negativa.
Porquê? Ora... "Porquê"?!!!! Os motivos são tantos. Nada de grave, nada que não se cure, nada que não tenha solução. Mas aquelas cenas que chateiam, enfadam até à medula e me tiram do sério. Pequenas, sim pequenas. Mas que todas juntas, fazem um peso do caraças.
Exemplo. Daqui a nada vou ao médico. E já vou no terceiro, desde o mês passado. Já fiz três exames, sendo que o último - ressonância magnética - é para mim das coisas mais abomináveis ao cimo da Terra. Custou-me horrores a fazer e espero que ninguém tenha ideias tristes de me mandar fazer mais uma. E entretanto, enquanto me deitam as mãos à espinha e a tudo o que é osso acima da cintura, vão atirando palpites, sempre com pontos de interrogação no final. Até a porra dos relatórios têm pontos de interrogação.
É sempre assim. Tirando as amigdalites, nunca ninguém me acerta com o diagonóstico à primeira. Já estou acostumada. Mas chateia, ter malta a meter a mão, apalpando e apalpando mais um pouco, fazendo cara de caso e opinando maleitas a torto e a direito, como se eu fosse uma pergunta com resposta de múltipla escolha.
Vamos ver se este acerta. Mesmo que não acerte, ao menos que me passe umas drogas, que esta cena de sofrer calada não é a minha praia. Que apalpem, mas já agora tirem-me as dores, sim?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Males que vêm por bem

Carro na oficina again! E sem prazo de devolução pois, segundo o tipo da oficina, tem o perne do colector cravado na cabeça do motor. Coisa que tem de ser tirada com muito jeitinho, para não dar cabo da cabeça... do motor.
Mas, como há males que vêm por bem, os meninos da rent-a-car, como forma de me compensarem das secas que me dão, atribuiram-me um carrito de substituição, um tanto ou quanto (muuuuuiiiito) acima da gama que está prevista. Vai daí a menina anda com um Mégane todo xpto, novinho em folha, tão amaricado que nem chave tem! Um mimo.

E quando o rapaz da oficina me disse constrenado "Não sei se vou ter o seu carro pronto hoje... estamos a fazer os possíveis!" eu respondi "Deixe lá! Não se preocupe. 2ª feira também é dia!"

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Quem quer casar com a carochinha?

Ele diz que não conhece ninguém a querer o mesmo que eu. Ou pelo menos, a assumi-lo. Diz também que as mulheres já não são meigas, não fazem agrados, não cuidam como ele gostava que cuidassem dele.
Enquanto nos deliciamos com uma sapateira mais que fresca (fresquíssima!) continuamos na nossa senda por descobrir o que se passa com esta nossa geração de egoístas ilhados.
Eu digo o mesmo. Que não há homem como ele. Que queira juntar os trapinhos à séria, ter mais um ou dois rebentos e orgulhar-se disso. Se o querem, não o assumem. Por medo, por vergonha, sei lá eu...
Entre mais uma imperial e o segundo fino bem traçado (mais gasosa que cerveja) vamos dando exemplos do que queremos, do que não vemos em lado nenhum, do que gostaríamos de encontrar no/a nosso/a príncipe/princesa... O cuidado, a prioriodade, o mimo, a atenção... Onde é que isso está?! Tornámo-nos (salvo seja) numa cambada de egocêntricos que só olham para o seu umbigo. Gritamos bem alto que temos mau feitio e somos independentes, para que não haja logo a ideia de que alguém pode deixar a escova de dentes na nossa casa.
Mas, resumindo e concluído, não temos o que queremos, nem sabemos onde andará o tudo que nos fará felizes.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Fácil de entender

Esta noite sonhei com leite derramado. Não sei onde estava, mas sei que alguém me disse que se pussesse fatias de pão por cima, depois seria mais fácil de varrer... E assim fiz. Espalhei pão por cima do leite entornado no chão.
Depois, acho que fui às compras, mas a coisa continuou a não correr bem. Em tudo o que pegava, o prazo de validade estava expirado. Fosse o creme hidratante ou os cereais tudo tinha, há muito, passado do prazo.
Já nem preciso de recorrer ao livro de interpretação de sonhos. Cada vez mais, os meus sonhos são óbvios. E fáceis de entender.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Agora que há silêncio

Ando a convencer-me que isto até calhou bem. Que assim não me distraio tanto e até trabalho melhor. Já passei por ambientes de trabalho muito mais pesados.

Há uns anos atrás, numa empresa com mais de 100 funcionários, onde todos me prestavam vassalagem, com um trabalhado "bom dia Sra. Dra.", de um dia para outro, todos me viravam a cara para o lado, à excepção de 5 gatas pingadas que insistiram em continuar a cumprimentar-me e a lidar comigo. E assim resisiti durante 5 meses, até a normalidade ser reposta.

Assim sendo, esta falta de respeito a que fui submetida é, de longe, uma coisa menor. Com a qual, depois do espanto, lido com uma perna às costas (embora esteja é com o braço ao peito).

Não há mais sorrisos, confianças, preocupações com o estado de saúde de familiares, abébias para sair mais cedo, almoços em conjunto, cafés pagos e afins. Acabou-se. A mim nunca mais me vê os dentes. A não ser que seja para rosnar e morder.

E agora que há silêncio (que eu entro muda e saio calada) trabalha-se melhor.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Avisem primeiro, porra!

Da próxima vez que tiverem o facalhão de mato prontinho para me enterrar nos costados, deêm umas dicas primeiro, ok?
É que assim, a seco, sem uma tipa estar à espera, é uma merda do caraças! Não que seja a primeira vez, e com a idade a gente habitua-se. Mas porra, custa!
E agora, vou ali para um canto fustigar-me um pouco e tentar, finalmente e de uma vez por todas, interiorizar que não se dá confiança a subalternos. Principalmente aos de género feminino.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Piroparam-me

Eu sei que contado ninguém acredita. Mas quero lá bem saber.Têm andado a dar de comer ao meu ego. Sim, que o meu ego é grande, mas também precisa de se alimentar. E sim, foi tudo para mim:

:: Ó linda, por ti vendia o ourinho todo!

:: Acreditas no amor à 1ª vista ou queres que passe aí de novo ?

:: Ó gata, largas pêlo?

:: Foste à tropa? É que já marchavas...

:: Não estás cansada? É que andaste às voltas no meu pensamento todo o dia.

:: Tens uma boca que faz qualquer xupa-xupa feliz.

:: Se te visse com a tua mãe, dizia lhe assim:
"Ó minha senhora, troco a sua filha por um piano. Assim tocamos os dois!"

:: Ó boa, foste feita no calor ? És uma brasa que até estalas!

:: A tua roupa é da TMN? Tens cá um corpinho que é um mimo.

:: Ó febra, chega-te à brasa.

:: Os teus pais são terrosristas? É que és cá uma bomba!


Sim, alguns já são muito batidos, outros um bocado "brutos"! Mas nada como um piropo para alegrar o dia de uma gaja. Mesmo quando fazem cara feia e dizem que não gostam... no fundo, no fundo, amam! Eu, à falta de um, tive esta resma toda.

Dispensam-se comentários do tipo "deve estar preso" ou "precisa de óculos". Não está preso e óculos já usa. Outros comentários menos aprazíveis, que ofendam a moral e bons costumes de quem por aqui passa, serão deitados fora, sem dó nem piedade. Por isso, poupem a menina, 'tá?
E sim... eu sou gorda, baixa, tenho dentes podres, sou zarolha, com uma verruga no queixo e outra no meio da testa. Ele é que está a precisar de trocar de óculos.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Abílio


O Abílio é um triste. Aos 39 anos, vive com a mãe na zona industrial de Castelo Branco numa casa de 3 assoalhadas e uma varanda fechada. Está a viver do subsídio de desemprego há 4 meses, desde que o despediram do call-center. Parece que tratou mal uma senhora. Ela foi demasiado simpática e ele não gostou.
Agora, enfiado no seu quarto todo o dia, prescuta as maravilhas da net, em busca do que o entretenha. E como alma triste que é, entretém-se com coisas tristes. No seu quarto de 3m por 5m, o Abílio destila fel. O Abílio escreve tudo em letras maiúsculas, não porque veja mal ou precise de óculos. Apenas porque o Abílio é pequeno. Apenas 1,55 m de gente. Que o fazem precisar de coisas grandes. Para não se sentir tão pequeno.
O Abílio detesta gente bonita. Porque é feio. Por dentro e por fora. Por fora, porque os pais, além de primos, eram os dois feios. Por dentro, porque cresceu sozinho, o mau feitio não ajudou, foi gozado desde a infantil até ao liceu, e porque é assim. Mais do que gente bonita, Abílio não gosta de gente feliz. Destesta sorrisos, gargalhadas, pessoas de bom aspecto, com ar de bem com a vida. Ele, que está sempre de mal com a vida, como podia gostar de gente assim?
A mãezinha do Abílio trata-o como se ele tivesse 15 anos. Tira-lhe as espinhas do peixe espada preto. Corta-lhe as unhas dos pés e dá-lhe óleo de fígado de bacalhau desde tenra idade. "Enrijece!" diz ela. O Abílio também não gosta muito dela, mas tem de a aturar, pois a casa é dela. E tem de lhe massajar os pés, todos os dias antes dela ir para cá cama, por causa dos joanetes. Ela diz que ele tem as mãos macias e até se lhe dão voltas ao estômago, mas tem de ser.
Como não sai de casa, o Abílio não convive com ninguém, além da sua mãe. Cada vez mais, detesta pessoas. Cada vez mais deseja sair do seu quarto, mas não para se misturar com ninguém. Apenas para largar a mãe e aquela casa.
O Abílio, que se tem em alta conta e acha que toma toda a gente por lorpa, já desenhou o seu futuro. Um dia destes, mata a mãe durante o sono (sufoca-a com a almofada de penas de pato) leva-lhe o ouro das tias e o marfim, e pira-se para Angola. O Abílio gosta do calor. E das nativas. E parece que a internet por lá também funciona.
Um dia, o Abílio vai ser feliz em Angola
Qualquer semelhança com a realidade, é pura coincidência.
(E não me venham cá com a treta de que não há coincidências!)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ainda a menina da cadeira de recensão...

Se eu disser que a menina me convidou para amiga no hi5, acreditam??!!!

Hi5 esse onde tem mais de 300 amigos e comentários languidos de gente com nick "Só prazer sexo"?!!!

Então, não digo!

Nota: E a ruim sou eu?! Hum?

A primeira crítica

Vá... vamos todos ter um bocadinho (só um bocadinho) de pena da Carmen que teve de ler este blog para fazer uma trabalho para uma cadeira na Universidade.
Duvidamos que tenha lido todo, senão tinha compreendido que quem o escreve nada tem de amargo. E "mercadoria sexual"??? Onde, Carmem??? Tu diz-me, que eu não estou a ver... E é sobre o meu umbigo, sim! Se fosse para ser sobre o teu, escrevias tu, não era?!? E olha que de vingativa e pimba, eu tenho muito pouco.
E agora conta lá... que ideias parvas foram essas que o teu professor te deu? Tu não me digas que o meu blog já é aconselhado para trabalhos...
Pobre moça. Deves estar traumatizada. Mas sabes... a vida é mesmo assim! Partilha lá que nota é que tiveste à minha conta, vá.
Ah... enquanto continuares a usar palavras como neo-abjeccionismo, vais no bom caminho (desde que saibas o que elas significam...).
Como se costuma dizer, falem bem, falem mal... eu gosto é que falem de mim!


Daqui

A nossa vida é um inferno se lermos isto. [ No Rating ] 3 Ago 2009
by Carmem Mendes

Este livro com o título/tema do blog do mesmo nome é seguramente a evitar. Excepto se estivermos interessados no neo-abjeccionismo pimba e nas loucuras auto-elogiativas da autora. Este blog refere as desventuras de uma trintona na sua vida real que utiliza o blog como talho para a sua mercadoria sexual, tal como num hi5 sexual. Nele podemos ver a sua força vingativa e saber a um pormenor melindroso a ascenção e queda dos seus amores e desamores de uma forma pimba, grotesca e por certo sem avalo dos partenaires. É vísivel a estrutura pimba da personagem e dos seus gostos músicais, cénicos e de vendetta. Tem seguidores, amigas e amigos inflectiveis ou que ainda não lhe cairam na rede amorosa, rapidamente aqui se passa de bestial a besta nos seus circulos de amizade. Como a autora refere num post a falta de sexo contribui para uma existência tão amarga. A calvice, a celulite e a parvoice decerto confluem na inenarrável parvoice que é este blog que ondula ao sabor do bioritmo da jovem protagonista. Caso para dizer que é daqueles casos se a própria se morder morre envenenada. Um desapontamento visto vir de uma mulher este tipo de textos. Um blog e um livro centrado no auto-elogio, no umbigo em que nada do que se passa no mundo é aflorado com o mínimo de interesse. A evitar (que era o que eu teria feito se não estivesse a estudar para a cadeira de recensão e o meu professor me desse ideias parvas). Carmem

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Diagonóstico reservado

E diz o médico, com ar grave "Ana, sabe que não pode forçar esse braço. Eu não sei o grau da lesão. E se rasgar o tendão, eu tenho de a operar!"
Que bom! E toca de lá meter as patas e fazer mais estrago. Porque será que os dois últimos gajos que me apalparam, me magoaram à séria? Ortopedistas! Bah. A seguir, vai ser uma ressonância magnética. E nada de ter metais dentro do corpo, diz a senhora das marcações. Ok... acho que não tenho.
Então, toca de poupar o ombro direito, que está todo fanadinho. Nada de aeróbica, nada de pesos, nada de gestos bruscos... Enfim.
E logo eu que preciso tanto deste braço, para afugentar os gnus! E cada vez são mais, minha nossa. Xô... fora... baza. E eu que não sei assobiar. Xô, XÔOOOOO!

A única pessoa que me ralha é a Mamã, 'tá?

Da última vez que olhei, vivia numa democracia. Algo dúbia, por vezes, mas uma democracia. Desde quando é que eu, este protento de mau feitio e olhos verdes, tenho de dar satisfações a alguém que não conheço?!
Só porque a net caiu, e nós estávamos a deitar conversa fora? Eu tinha de, supostamente, voltar para me explicar?!
E mandam-me 2 (dois) emails a reclamar e a desancar-me? Uma cena do tipo "Só para informação: hi5 - esquece; facebook - esquece; posts no teu blog não mais os farei com certeza". Hã? Está tudo doido? Qual foi a parte que eu não entendi? Por acaso, o messenger até caiu... e se não tivesse caído? Se o tivesse desligado, à bruta? Erradicava-me? Please, DO! Ora por favor... eu falo com quem quero, quando quero e até onde quero!
E a única pessoa que me passa raspanetes como se eu fosse uma miúda de 5 anos é a minha Mummy, 'tà? E é quando eu deixo...

E a menina não faz fretes, 'tá?

domingo, 2 de agosto de 2009

Não contes a ninguém!

Que a bebida tolda o pensamento? Que um "vou ter muitas saudades tuas" nem sempre é o que pensamos ou gostaríamos que fosse! E?! O melhor está certamente para vir... Nada me tira a certeza disso.
Que o melhor que a vida me reservou está para acontecer. Muito em breve. E que as cubas que ontem bebi, pagas pelo bom do Pedro (homem bom devia pagar imposto!) me encheram a alma. E o Tamariz é um bom sítio para por as ideias em ordem? Certamente que não. Mas é bom para o ego.
À Nika, aos Pedros, ao Joãozinho e ao Gonçalo, um "à nossa" por uma noite fantástica! E o meu obrigada especial ao meu Pedro, que mesmo sem estar a curtir muito, se deixou ficar, para não me estragar a noite. É um senhor.
Se estou bem? Estou! Mas não contes a ninguém...