Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Ele há cada um...

Três gajos, um colega, o meu director adjunto e o meu director (pronto, ok! um colega e dois exploradores implacáveis) comentavam, em amena cavaqueira, a noite de um deles no Casino do Estoril. Já bem bebidos, o meu colega e os amigos, apostaram 50,00 € cada um na roleta e ganharam o dobro. Com a noite paga e ainda com lucro, seguiram alegremente para o Bar da Tita, onde tinha acabado de chegar uma remessa de ucranianas “ainda quentes e a falar italiano”. Resultado… gastaram muito mais do que ganharam, mas pareceu-me que a noite foi proveitosa. Não conheço o Bar da Tita, mas como tenho uma imaginação muito fértil… imagino!

Ouvi a conversa caladinha, que mulher séria não tem ouvidos e não era nada comigo. O meu chefe, que é um invejoso (bom rapaz, mas invejoso) toca de desafiar os outros dois para uma noitada no Casino. E seguem já as invitations por e-mail, não vá a malta esquecer-se… Dia 9 de Fevereiro, ok?

E nisto… quem é que recebe uma invitation? Moi même, eu, me myself & I!!!! Dá para acreditar ? “Óh, chefe… é suposto eu ir ao Casino com vocês?” perguntei com um ar angelical… Coitadinho, se tivesse um buraco enfiava-se, se pudesse desaparecer, escafedia-se… “Ai, desculpa e coisa e tal, onde é que eu estava com a cabeça?” E sai-se um dos outros “Tu não podes ir que ainda não tens 30!” Mania que os homens têm de elogiar só para nos despistar…

Então mas isto é assim??? Que ilações é que se podem tirar disto? Não é só à 5ª Feira que se pode assediar as colegas de trabalho? Sim, porque depois da conversa de ucranianas e quentes… isto pode ser considerado assédio!
Tansos!

Paz de Espírito

Embora meia trôpega de sono (ando a dormir mais que o habitual) com frio e ainda com resquícios de uma enxaqueca brutal, estou bem.
Melhor, só se fosse verão… aqueles dias quentes, cheios de luz (embora hoje esteja um dia lindo). Em que sair para a rua sem casaco não tem grande perigo, em que estar à beira rio à noite não significa apanhar uma pneumonia e em que não apetece estar muito tempo na cama (esta é duvidosa…).

Exame de francês correu bem, filhota continua linda, amigos andam por aí… houve quem emigrasse, mas é temporário.

Há dias ganhei uma Daisy de peluche linda, que me trouxeram da Disney. Tem uma pulseira de pérolas e uma bolsinha rosa choque, um arraso. Mas só foi minha durante meia hora… Não consegui resistir ao ar infeliz da minha princesa a dizer “Eu nunca tive uma boneca assim!”. Dei-lha sem o mínimo remorso ou pena. O brilho dos olhos dela compensa tudo. Ter filhos é fantástico. Aprendemos imensa coisa com eles… “Uma senhora, muito assenhorada, passa o tempo em casa e está sempre molhada” O que é? Confesso que só cheguei lá porque me sopraram ao ouvido. Adivinham?
E já agora… a miúda ainda só tem 4 anos e meio e já lhe andam a ensinar o que é o estômago e o esófago… e ela já faz altas conversas sobre o assunto!
No outro dia dizia-nos que as vitaminas fazem bem ao colesterol, e sabe o anúncio da PT (o do primo Simão) de trás para a frente… “Estava com saudades!” E arrasta os “s” e tudo…
Qualquer dia vou ter de a proibir de ver a Floribella. É demasiado estupidificante! Ela já nem liga muito, mas vê. Vou adoptar o sistema de pôr filmes à hora que aquilo passa, a ver se cola.

Agora estamos a ver o Happy Feet aos bocadinhos (versão pirata – e brasileira claro) meia hora de cada vez. Só para exemplo, gostei muito mais da versão brasileira do Nemo que da portuguesa… Mesmo que não tivesse gostado, passava a gostar, tantas foram as vezes que vi o filme. Vencida pela exaustão!
Não me parece muito mau ela aprender a dizer “E aí, meu chapa?” ou “Vamo nessa?”. Pior, pior são as influências floribélicas que, há uns tempos, a levaram a dizer “estou deprimida”!!!

Bom, mas o filme é delicioso, a música, os pinguins… tudo. Até apetece ser pinguim para cantar assim! Ups… rimei sem querer. E quem rima sem querer, tem alguém que a ama sem saber… Será? Pode ser (outra vez?).
Deixando-me de tretas, só me fica a faltar a versão original, com as vozes de Elijah Wood, Robin Williams e Nicole Kindman. Aqui que ninguém me lê, confesso que me identifico com o Mano (Mumble na versão original). Quando era miúda, tive uma época em que adorava sapateado. Ainda chateei a cabeça ao meu pai durante uns tempos, para me levar aos Alunos D’Apolo, mas nunca tive sucesso. Ele era mais teimoso que eu!

Onde é que eu ia? Ai, esta paz de espírito está a levar-me a dissertações confusas… deixai-me ficar por aqui.
A minha solidariedade com o Mano, por estes dias, é mesmo relacionada com os pés… muito frios.

E como estou muito calminha, em paz e de consciência tranquila, vou tratar das milhentas coisas que tenho penduradas desde o ano passado… jantar de curso incluído. A gente lê-se por aí!

E esta não posso deixar escapar… ultrapassei as 200 visitas!!!! E juro (agora a sério) que não sou eu que venho cá de 10 em 10 minutos para fazer subir o contador. Juro mesmo.
Gostam pouco, gostam;)

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Quiz at Saldanha Caffé

Já andavam curiosos sobre o que ando a fazer, não é meus lindos?

Eu que bem vos conheço e sei que são uns (e umas) coscuvilheiros(as) de primeira, passo a relatar-vos algumas das peripécias de 6ª feira passada…

Jantámos com o G mas isso agora não interessa nada! Quer dizer… até tinha piada contar certas coisas, mas depois o gajo amua e eu não estou para isso. Assim, continuamos todos amigos… ou não.

Lá para os lados do Montijo, numa zona da faixa de Gaza que é menos errada, existe um bar muito simpático, de seu nome Saldanha Caffé. E às sextas à noite fazem umas coisas engraçadas (nos outros dias acho que também, mas só posso falar do que vi).
Um Quiz! Equipas organizadas, com nomes sui generis como “Chup Aki” e “Estamos aqui… para beber à conta” ou “Ignóbeis”… (e pensar que os Chup Aki é que ganharam).
O nome da nossa equipa? Não digo. Adivinhem…

Continuando… perguntas para responder a contra-relógio e tudo muito organizadinho… um must. O prémio era o consumo da noite pago e pelo meio havia perguntas master (com bebidas pagas).
O meu par portou-se à altura e foi lindo, lindo, lindo vê-lo, com ar de sabichão, a responder que o elemento 53 da tabela periódica é o iodo. Deixou a malta toda boquiaberta… E toma lá mais um Bombay!

E ainda sugeriu uma pergunta master em ciências… “Qual o símbolo químico do tungsténio, também conhecido por volfrâmio? É o w!! Mas ninguém acertou.


Houve outras em que não estivemos tão bem, mas nunca mais me esqueço que a pena de badmington se chama peteca… e que o pólo aquático tem 7 jogadores.
E a sigla JPEG, stands for what???? 'Joint Photographic Experts Group', e IBM? ‘International Business Machines’… falhámos… uma e outra! Vergonha? Nenhuma!!!

E a maneira como o T dizia Charles Babbage??? Lindo… e nunca mais nos esquecemos do que é ele inventou, certo? O computador.

Se não tivéssemos chegado atrasados, provavelmente teríamos ganho. E porque é que chegámos atrasados? Posso-vos apenas dizer que teve a ver com malta que fala em coro e M&M’s… o resto não vale a pena. A sério, confiem em mim.
Com uma categoria por responder e com menos 10 pontos à partida, não ficámos nada mal num 5º lugar… e toda a gente nos deu os parabéns.

Saímos de lá já bem tarde e na Ponte Vasco da Gama tivemos um momento algo… estranho (para não dizer mais). Mandaram-nos parar numa mega operação stop, com direito a polícia de intervenção, mais de 20 carros e rottweilers e tudo… parecia um filme.
Depois de ter confirmado os meus documentos e os da viatura, o Sr. Agente da Autoridade pergunta-me onde moro, ao que eu respondo “Lisboa”… “Sim, mas o nome da rua?
E eu lá lhe disse… o nome da rua onde moro. E aí é que a coisa se torna “estranha”… “Diga-me uma coisa, as empresas Botelho & Rodigues e Profarin, ainda estão nessa rua?” E eu com cara de songamonga… “Desculpe?!
Juro-vos que depois do Quiz, o que me ia saindo era “Isso é uma pergunta para queijo?”
Depois de uns segundos a piscar os olhos de tanta incredulidade, lá raciocinei (uma coisa que eu faço de vez em quando, mas menos proficuamente às 3h30 da madrugada) e questionei o Sr. Agente “Profarin? Uma empresa de medicamentos?”, “Sim, sim” respondeu-me ele muito contente por eu saber do que se tratava… “Não, já não estão lá.

E como prémio de ter acertado na última pergunta do Quiz (!) lá nos mandou seguir e com votos de uma boa noite… Mas confesso que fiquei triste de não ter soprado no balão!
Houve uma amiga que me disse que a Conceição Lino ia achar piada a esta cena, para o “Nós por cá”… é provável.

E lá se foi mais uma 6ª feira, bem passada, com muito boa disposição e galhofa…
Agora vou estudar que hoje tenho exame de francês…

E no próximo mês vai haver outro Quiz… bora?

NOTA: para o caso de a minha entidade patronal andar aí… Chefe, eu escrevo à noitinha e “posto” à hora de almoço, ok?

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Patience



(Guns N' Roses)


Shed a tear 'cause I'm missin' you
I'm still alright to smile
Girl, I think about you every day now
Was a time when I wasn't sure
But you set my mind at ease
There is no doubt You're in my heart now

Said, woman, take it slow
It'll work itself out fine
All we need is just a little patience
Said, sugar, make it slow
And we come together fine
All we need is just a little patience

I sit here on the stairs
'Cause I'd rather be alone
If I can't have you right now
I'll wait, dear
Sometimes I get so tense
But I can't speed up the time
But you know, love
There's one more thing to consider

Said, woman, take it slow
And things will be just fine
You and I'll just use a little patience
Said, sugar, take the time
'Cause the lights are shining bright
You and I've got what it takes to make it,
We won't fake it,
I'll never break it
'cause I can't take it

...little patience,
Need a little patience, yeah
Just a little patience, yeah
Some more patience,
Need some patience,
Could use some patience, yeah
Gotta have some patience, yeah
All it takes is patience,
Just a little patience
Is all you need

I been walkin' the streets at night
Just tryin' to get it right
Hard to see with so many around
You know I don't like
Being stuck in the crowd
And the streets don't change
But baby the name
I ain't got time for the game
'Cause I need you
Yeah, yeah, but I need you
Oo, I need you
Whoa, I need you
Oo, all this time

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Ahhh, Grande Embaixador!!

Espero que os citados não levem a mal que os mencione aqui. Bom, o Polibio é bom que se chateie... mas antes vá chatear a mãezinha dele, que lhe pôs o nome sublime que ele tem!

Há dias, um aprendiz de jornalista brasileiro de Porto Alegre, de seu nome Polibio Braga, publicou a seguinte notícia:

http://www.polibiobraga.com.br/portrasnoticia_detalhe.asp?ID=28393

Portugal não merece ser visitado e os portugueses não merecem nosso reconhecimento
Há apenas uma semana, em apenas quatro anos, o editor desta página visitou pela quinta vez Lisboa, arrependendo-se pela quarta vez de ter feito isto. Portugal não merece ser visitado e os portugueses não merecem nosso reconhecimento. É como visitar a casa de um parente malquisto, invejoso e mal educado. Na sexta e no sábado, dias 24 e 25, Portugal submergiu diante de um dilúvio e mais uma vez mostrou suas mazelas. O País real ficou diante de todos. Portugal é bonito por fora e podre por dentro. O dinheiro que a União Européia alcançou generosamente para que os portugueses saíssem do buraco e alcançassem seus sócios, foi desperdiçado em obras desnecessárias ou suntuosas. Hoje, existe obra demais e dinheiro de menos. O pior de tudo é que foi essa gente que descobriu e colonizou o Brasil. É impossível saber se o pior para os brasileiros foi a herança maldita portuguesa ou a herança maldita católica. Talvez as duas .

Esta Nota mereceu a seguinte resposta do nosso Embaixador:

Brasília, 8 de Dezembro de 2006

Senhor Políbio Braga

Um cidadão brasileiro, que faz o favor de ser meu amigo, teve a gentileza de me dar a conhecer uma nota que publicou no seu site, na qual comentava aspectos relativos à sua mais recente visita a Portugal.

Trata-se de um texto muito interessante, pelo facto de nele ter a apreciável franqueza de afirmar, com todas as letras, o que pensa de Portugal e dos portugueses. O modo elegante como o faz confere-lhe, aliás, uma singular dignidade literária e até estilística. Mas porque se limita apenas a uma abordagem em linhas muito breves, embora densas e ricas de pensamento, tenho que confessar-lhe que o seu texto fica-nos a saber a pouco. Seria muito curioso se pudesse vir a aprofundar, com maior detalhe, essa sua aberta acrimónia selectiva contra nós.

Por isso lhe pergunto: não tem intenção de nos brindar com um artigo mais longo, do género de ensaio didáctico, onde possa dar-se ao cuidado de explanar, com minúcia e profundidade, sobre o que entende ser a listagem de todas as nossas perfídias históricas, das nossas invejazinhas enraizadas, dos inumeráveis defeitos que a sua considerável experiência com a triste realidade lusa lhe deu oportunidade de decantar? Seria um texto onde, por exemplo, poderia deter-se numa temática que, como sabe, é comum a uma conhecida escola de pensamento, que julgo também partilhar: a de que nos caberá, pela imensidão dos tempos, a inapelável culpa histórica no que toca aos resquícios de corrupção, aos vícios de compadrio e nepotismo (veja-se, desde logo, a última parte da Carta de Pêro Vaz de Caminha), que aqui foram instilados, qual vírus crónico, para o qual, nem os cerca de dois séculos, que se sucederam ao regresso da maléfica Corte à fonte geográfica de todos os males, conseguiram ainda erradicar por completo.

Permita-me, contudo, uma perplexidade: porquê essa sua insistência e obcecação em visitar um país que tanto lhe desagrada? Pela quinta vez, num espaço de quatro anos ? Terá que reconhecer que parece haver algo de inexoravelmente masoquista nessa sua insistente peregrinação pela terra de um "parente malquisto, invejoso e mal educado". Ainda pensei que pudesse ser a Fé em Nossa Senhora de Fátima o motivo sentimental dessa rotina, como sabe comum a muitos cidadãos brasileiros, mas o final do seu texto, ao referir-se à "herança maldita católica", afasta tal hipótese e remete-o para outras eventuais devoções alternativas.

Gostava que soubesse que reconheço e aceito, em absoluto, o seu pleníssimo direito de pensar tão mal de nós, de rejeitar a "herança maldita portuguesa" (na qual, por acaso, se inscreve a Língua que utiliza). Com isso, pode crer, ajuda muito um país, que aliás concede ser "bonito por fora" (valha-nos isso !), a ter a oportunidade de olhar severamente para dentro de si próprio, através da arguta perspectiva crítica de um visitante crónico, quiçá relutante.

E porque razão lhe reconheço esse direito ? Porque, de forma egoísta, eu também quero usufruir da possibilidade de viajar, cada vez mais, pelo maravilhoso país que é o Brasil, de admirar esta terra, as suas gentes, na sua diversidade e na riqueza da sua cultura (de múltiplas origens, eu sei). Só que, ao contrário de si, eu tenho a sorte de gostar de andar por onde ando e você tem o lamentável azar de se passear com insistência (vá-se lá saber porquê!), pela triste terra dessa "gente que descobriu e colonizou o Brasil". Em má hora, claro!

Da próxima vez que se deslocar a Portugal (porque já vi que é um vício de que não se liberta) espero que possa usufruir de um tempo melhor, sem chuvas e sem um "dilúvio" como o que agora tanto o afectou. E, se acaso se constipou ou engripou com o clima, uma coisa quero desejar-lhe, com a maior sinceridade: cure-se !

Com a retribuída cordialidade do
Francisco Seixas da Costa
Embaixador de Portugal no Brasil

SIM! A minha opinião

Era para ter colocado este texto aqui ontem... mas entretanto, nem de propósito:

26/Janeiro/2007
Três freiras da Casa do Sagrado Coração de Jesus de Évora, de 50 e 70 anos, foram constituídas arguidas pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) por suspeitas de maus tratos a duas meninas, irmãs, ambas internas naquela instituição particular de solidariedade social desde 1997.

25/Janeiro/2007
Um feto do sexo masculino foi encontrado ontem numa caixa de saneamento, no centro da cidade de Braga. Fonte da Polícia Judiciária adiantou que “tudo aponta para que se tenha tratado de um aborto provocado”.

(passível de ferir susceptibilidades…)

Nos dias de hoje não é fácil ser católica. Quanto mais praticante e assumi-lo. Por muito que me custe admitir, mas há que fazê-lo, a Igreja a que pertenço está de mal a pior… Se há coisas que, como católicos, temos de ter presente é que somos pecadores! E mais, somo-lo desde que nascemos. Por isso acreditamos no baptismo, como “limpeza” do pecado original, e mais tarde, na adolescência, repetimos os mesmos votos quando somos crismados.

Não vou à Missa todos os Domingos, não me confesso há anos, não olho de soslaio os putos que não se calam durante a Consagração (eu própria fiz o mesmo), não tento redimir e encaminhar tudo o que é ateu deste mundo… Acredito no que acredito, não só porque assim fui educada, mas fundamentalmente por que me identifico com muitos dos valores que a Igreja Católica defende. Valores como a solidariedade, a humildade, o amor ao próximo, o perdão, o altruísmo e a abnegação.

Dentro do possível tento continuar ligada à minha paróquia, mais como espectadora do que como actriz. Dá-me especial gozo ainda haver por lá miúdos de 16, 17 anos que acreditam que, pela fé, podem mudar o Mundo. Que, fundamentalmente, acreditam em alguma coisa. Porque, para mim, ter fé é acreditar. Seja naquilo que for. Tenho uma fé muito própria: a minha. Sei no que acredito e ninguém vai mudar isso.

E agora corro o risco de ser excomungada. Porque defendo a minha convicção de que é necessário votar SIM no referendo sobre a despenalização do aborto.
Ao votar SIM, cometerei um pecado mortal e, a partir desse dia, não poderei casar pela Igreja ou ter um funeral religioso… é o que diz o Cânone 1398.

E como somos todos tementes a Deus e andamos de palas nos olhos atrás de uma qualquer cenoura… vamos fazer o que diz a Igreja Católica e continuar a enfiar a cabeça na areia, enquanto todos os anos mulheres morrem ao fazer abortos clandestinos?! E às sobreviventes, cárcere com elas A ver se aprendem.

Não defendo o aborto como método contraceptivo, mas considero que entre um aborto e uma criança que nasce sem ser desejada… é melhor o aborto. Mais do que um aborto, choca-me uma criança de olhos baços, a quem mais do que a fome e o frio, magoa a falta de amor. O saber que nasceu sem que ninguém a desejasse. E se algum dia tiver oportunidade de perguntar porque é que nasceu, haverá sempre a possibilidade de lhe explicar que foi porque se a mamã abortasse, era presa. Não vos parece um motivo válido para nascer?

Numa perspectiva exagerada, deixemo-los nascer a todos e depois, mais do que horrorizarmo-nos com imagens de abortos (que chocam, admito) vamos sentar-nos no sofá e vibrar com as aberturas dos telejornais em que há manchetes para todos os gostos… Desculpem a estupidez, mas é muito melhor queimar crianças com pontas de cigarros, esborrachar-lhes o crânio contra a parede, abusar delas sexualmente, enfim… espancá-las até à morte… Mas aborto? Isso é que não. O aborto é crime. Os abortistas são uns hereges, conspurcam o sentido e o direito à vida.

Não sou tão radical ao ponto de dizer que concordo com o aborto até aos nove meses, como já ouvi por aí. Nem tão ridícula de andar com t-shirts a dizer “Eu abortei!” (até porque nunca o fiz – e não o digo para parecer melhor ou pior que ninguém).
Tenho em mim a convicção de que aprovar a lei de despenalização do aborto não vai fazer subir em flecha o número de abortos. Como mulher, acredito que um aborto não se faz porque apetece, alegre e contente como se de uma ida às compras se tratasse. Não é o mesmo que tomar uma pílula (seja ela anticoncepcional ou abortiva) e gosto de pensar que grande parte das mulheres tem isso presente.

O que me entristece é que numa altura destas, e mais uma vez, a Igreja a que pertenço, em vez que esclarecer, explicar, tirar duvidas, prefere impor uma visão fundamentalista, e ameaçar com castigos quem for contra.

Eu até posso ser contra o aborto em si, não posso é ser contra ao direito que alguém tem de o fazer!

Por isso, voto SIM.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Coisas de gaja

Ora atentem lá nestas coisinhas tipicamente de gaja:

:: Ir à casa de banho aos pares (ou trios) para não perder o rumo da conversa (estão todos a perguntar "Ahhh, é só isso?" É óbvio que não, mas não me compete a mim desvendar o mistério);

:: Fazer comentários maldosos sobre a roupa, a cara, o penteado, as borbulhas, o que for... das pessoas com quem simpatizamos menos;

:: TPM (tensão pré-mestrual) indescritível estado de alma (mas com muita coisa física) que nos torna ainda mais chatas, mais sensíveis, mais choronas e mais chatas, se é que tal é possível;

:: Ter complexos com celulites, pneus, rugas e outras maleitas de corpo (eu até não ligo muito, mas se escrevo isso agora, as gajas vão dizer "Olha p'ra esta, armada em boa, queres ver?!")


:: Chocolates - Homens deste Mundo, não tentem compreender. Gajas e chocolates é quase como uma relação extraconjugal... muito prazer e depois muita culpa;

:: Conversa, muita conversa... Eva, a primeira mulher do Mundo (para quem não descende dos macacos) sentiu-se tão só com o seu Adão, que teve de lhe enfiar a maçã no garganete para serem expulsos do Paraíso... O que uma gaja é capaz de fazer para ir para conversa com outras gajas;

:: Choro... cambada de mariquinhas! Porque é que em vez de terem inventado a de "um Homem não chora" não inventaram uma tipo "Homens e Mulheres não choram" ponto? Ou há-de ser no cinema, ou porque o canário morreu, ou porque o namorado da amiga é uma besta, ou porque o nosso namorado é uma besta, ou porque ouvimos uma canção romântica, ou porque não ouvimos uma canção romântica, ou porque...;

:: Cenas de ciúmes... Estas, eles (gajos) adoram, amam de paixão. Então quando são em público, ui... deliram! "Estavas a olhar para onde?", "Gostas, é? Mas quando eu me visto assim, dizes logo que pareço uma P***!!"... e a melhor de todas... o calduço aplicado sonoramente quando eles já babam pelo canto da boca a olhar para uma boazona. E toda a malta em volta a rir. Não haveriam os gajos de gostar de cenas de ciúmes...;

:: Auto-comiseração - Que merda de mania é esta que as mulheres têm de se auto culpabilizar e desmoralizar (sem que para isso precisem de ajuda de terceiros) Alguns exemplos:
- "Estou mais gorda, não achas?" (não perguntes... eles normalmente ou são péssimos mentirosos ou então não têm jeitinho nenhum para dizer uma verdade cruel)
- "Já não gostas de mim, pois não? (normalmente os homens utilizam isso como deixa "Já que falas nisso...")
- "Achas que esta roupa me fica bem?" (Se não aguentas um NÃO, cala-te!)
- "Porque é que já não me olhas como antigamente?" (porque provavelmente agora usa óculos e vê melhor)

:: Compras - não as de supermercado, mas as de roupa, sapatos, malas, cremes, perfumes, jóias, penduricalhos, bujigangas e afins (tudo isto se equipara, nos gajos, a cerveja, tabaco, gadjets, jogos de computador e gajas nuas)

:: Comparações - todas as minhas amigas têm, todos os meus amigos foram, todos os meus colegas compraram, todos os meus primos coleccionam, todos os vizinhos conhecem... nem que seja a coisa mais estapafurdia como, por ordem... uma panela de pressão, ao Porto Brandão, o último albúm dos Morangos, os cromos da Floribella, o guarda nocturno... Invejosas!!!! Se ainda fosse... (novamente por ordem) amantes, à Polinésia Francesa, um T5 na Marina de Vilamoura, carros topo de gama, o George Clonney... aí sim, teriam motivos para ter inveja...

Os homens, como seres infinitamente mais básicos, têm apenas três coisas que se podem chamar "de gajo"... gajas, cervejas e bola. Não necessariamente com esta linha de prioridades: depende muito da cerveja, de quem joga e do grau de qualidade da "gaja". É claro que depois há variantes, como o tunning, o BTT, os cachimbos, o aeromodelismo, os jogos de bola com o pessoal do emprego, a filatelia, as colecções de filmes e livros, o msn e a culinária. Estilo versões melhoradas, com mais extras como ar condicionado, comando de rádio no volante, bancos aquecidos, espelhos retrovisores eléctricos...

É a nossa sorte.. distraídos nos seus extras, os gajos deixam-nos viajar nas nossas "cenas", abanam a cabeça em sinal de incompreensão eterna, bebem mais um gole e mandam-nos sair da frente da televisão.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

O que se diz a quem se ama?



Lembras-te quando éramos putos e as coisas pareciam tão mais simples?
Nós sempre com pressa de crescer, de poder fazer o que nos apetecesse… e agora que aqui estamos, eu pelo menos morro de saudades desses tempos.
Tempos em que levávamos cascudos por estarmos sempre à conversa, tempos em que fugíamos do PQ que não sabia fazer cócegas e magoava a sério, tempos em que ir a Fátima de autocarro era quase o acontecimento do ano, tempos em que acordeão do teu mano ainda dava música, tempos em que cantávamos a plenos pulmões (e ainda conseguíamos rir quando desafinávamos)…

Crescemos!

Mal ou bem, lá fomos sabendo um do outro. Partiste daqui, eu também fui dar uma volta, mas ao contrário de ti, regressei. Continuas desgarrado, longe, ausente… mas sempre por perto! É raro o dia em que não sei nada de ti. Não existem muitos dias sem receber mails teus e quando existem, penso “Que andará aquele gajo a fazer?”
És o meu amigo mais antigo e sim, és o meu melhor amigo! Ás vezes, acho que sabes mais de mim do que eu própria, tal é a forma como me apanhas na curva… ainda eu não pensei e tu já me adivinhaste o pensamento. Tirando o meu mano velho, és o único gajo que eu permito que me “dê na cabeça” (o meu chefe também… mas para isso, pagam-me!!) que me martele os neurónios com filosofias de vida, bons conselhos e sermões de entediar o mais paciente dos mortais. Bom, nos últimos tempos estás mais calminho, verdade seja dita.
Também eu uma altura fiz papel de mana mais velha e te dei na cabeça. Lembras-te? “Vê lá o que fazes…”, “Quem sou eu para te julgar, mas… tens a certeza?”, “Olha lá onde te metes…”.
Há sensivelmente um ano, andámos os dois em embrulhadas jeitosas, mas entre mortos e feridos, safamo-nos muito bem. Foi um ano e tanto, hein amigo? Muita coisa boa, outro tanto de coisa má… muita batalha perdida, mas a guerra continua.
Eu ando por aqui a ver se me oriento, entre problemas que parecem menores, talvez porque alguém me canta ao ouvido…
Tu andas por aí, sossegadito, a ver se não te metes em confusões.
Amigo… se puderes, da próxima vez que arranjares uma namorada, mais do que ser uma tipa porreira, mais do que fazer-te feliz, mais do que ser simpática com os teus amigos, mais do que ser gira e boa… o importante mesmo é que ela tenha nome de gente, OK? Tipo Ana, Maria, Joana, ou Filipa… estás a ver? Nomes normais de gente… (agora podia ser mazinha e escarrapachar aqui os nomes todos das tuas ex… cada um melhor que o outro. Mas eu sei, tu sabes… todos muitos “estranhos”, tão ou mais que elas!)
Um pedido: primeiro pergunta o nome e depois apaixona-te!

Como me diz a minha querida Élita, digo-te eu a ti “Preocupas-me! Só quero que sejas feliz…”
E como dizes que eu sou uma lamechas, mas tu até gostas de mel, este texto singelo, cheio de sentimento é para ti. Para que nunca te esqueças que te adoro, venha quem vier (mas com nome normal, se faz favor) e que o que mais quero é que sejas feliz.

Ah… não vale a pena dizer o teu nome, estupor. Sabes que é para ti. E faço birra se não comentas agora...

Gente boa...

Gente que leva a vida com um sorriso, por muitas penas que carregue.
Gente que conforta os amigos, mesmo sem ter conforto de ninguém.
Gente que sofre porque não tem outro remédio.
Gente que dá o pouco que tem, mesmo que isso signifique ficar com menos de nada.
Gente que brinca com a desgraça e tenta enganar a má sorte.

Gente boa… que morre cedo demais e deixa um vazio enorme!



Vou ter saudades tuas.

E pronto… já tenho mais um Anjo da Guarda. Acho que não precisava de tantos…

Só para quem gosta...



José Cid em entrevista
Sei que não sou um homem irresistível

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=228137&p=22&idselect=218&idCanal=218

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

O meu Vietnamita

É um dos quadros da minha vida. Há vários, mas este é talvez o mais carregado de significado.

A história de como chegou a mim… Nos anos 70 o meu pai tinha uma galeria de arte e alguém lhe terá pedido ajuda para organizar uma exposição colectiva no Casino do Estoril, patrocinada pela Embaixada Americana em Portugal. Ele não falava uma palavra de inglês, mas conseguiu fazer-se entender quando lhe perguntaram qual o quadro que mais gostava. O Vietnamita de Jami Nix. Quando a exposição foi inaugurada este quadro já tinha uma bola vermelha (para quem não sabe, a bolinha vermelha significa “vendido”). Embora triste com a venda, o facto de ter sido o primeiro a ser vendido, deu ao meu pai o gostinho de ter escolhido o melhor quadro. Quando a exposição terminou, o quadro foi entregue aqui em casa, como agradecimento pela ajuda na organização do evento. O mais intrigante é que a pintora não estava na exposição e o meu pai nunca a conheceu.

Durante anos, muitos, esteve pendurado no quarto dos meus pais e desde que me lembro de existir que olho para ele. Com os meus 6, 7 anos não raras vezes fui apanhada a imitar-lhe a pose, a olhá-lo de canto, a medi-lo de cima a baixo. Sempre foi o “meu quadro”. Nessas coisas de partilhas, eu e o meu mano entendemo-nos muito bem: este é teu, aquele é meu e ninguém se chateia. Este sempre foi meu. Nunca isso esteve em questão.

O meu pai sempre disse que só mo daria quando eu casasse... Cheguei a achar que a doação estava em risco. No meu 24º aniversário, um bocadinho contrariado, mas suficientemente doente para entender que poderia não ter muito mais oportunidades para me dar aquele presente... recebi dele a minha melhor prenda: o "meu quadro”.



O meu vietnamita… sei que o conheço, e ele conhece-me a mim. Não só pelo olhar (que é exclusivo para mim… parece inacreditável mas, para mim, ele olha de forma diferente) mas também pelo cruzar de braços, as rugas da pele, o tom cinza dos cabelos… até o casaco. Tudo nele me é familiar.

Nunca fui muito de me apegar a coisas materiais, mas se há coisa da qual tenho a certeza de que não me quero separar nunca, é deste quadro. O meu vietnamita é quase como uma pessoa de família. Já lhe estudei vezes sem conta os olhos, a expressão, a postura… Já fiz demasiadas conjecturas e argumentos para a história da sua vida. Aquele fundo vazio faz-me imaginar um sem número de locais onde a pintora o pode ter encontrado… Pintado há tantos anos, o mais natural é ele já ter morrido, sem que eu nunca soubesse o seu nome, quem foi, como viveu, o que passou. Mas o seu ar carregado leva-me a pensar que a sua vida não foi fácil. E apesar de tudo, sempre esteve comigo, como que a olhar por mim.

Nos últimos anos este quadro andou aos tombos, por onde andei, andou comigo. Esteve poucas vezes pendurado e a maior parte do tempo esteve embrulhado em panos, numa garagem, ou no porta-bagagem de um carro.

Há pouco tempo voltei a pendurá-lo. E parece que tudo voltou a fazer a sentido… Ele olhou para mim, como se me perguntasse “Que tens feito?” e quando lhe contei deu-me a sensação que ficou contente por ter estado embrulhado… Depois, tenho quase a certeza que sorriu, como se dissesse “Humm, parece-me bem. Gosto de te ver assim”.
Feliz por me ver feliz.

“É opção de quem vê, apreciar simplesmente ou procurar um significado mais profundo.” Jami Nix, 2007

Jami Nix was born in Corpus Christi Texas in 1955. The daughter of a naval aviator, she spent her youth moving from air base to air base. Jami moved to Portugal in 1977 and began her career in fine art. She had her first solo show in Lisbon by invitation of the American Ambassador to Portugal. In 1982 she married her husband Thomas Rahn, they moved to Geneva Switzerland where she worked and exhibited for 4 years. In 1986 they moved to Brazil and then returned to the United States in 1988.
Jami continued her art career while moving through five states with her husband and two daughters. She now resides and works in Weston, Florida.

Tu...

Tu que não ligas nenhuma às minhas parvoíces
Tu que não dizes de dez em dez minutos que gostas de mim
Tu que me chamas trenga, songa monga e picareta falante
Tu que me mandas calar, sem dó nem piedade
Tu que tens um ar deliciosamente patético
Tu que tens amigos pouco normais, mas adoráveis
Tu que dizes que os meus olhos não têm nada de verde (e eu, resignada, já concordo!!)
Tu que fumas que nem um desalmado, comes como se não houvesse amanhã e róis as unhas
Tu que cozinhas tão bem, embora abuses no picante
Tu que, apesar de quereres disfarçar (e quase conseguires) és um coração de margarina e viajas na maionese



Tu que, pela porta do Bairrada, entraste na minha vida e mudaste tudo! O sentido, o gosto, a vontade… Não saias, deixa-te ficar. Gosto muito de te ter por perto, saber que existes… e dizer-te que este meu estado de felicidade a ti se deve e a ti pertence.

sábado, 20 de janeiro de 2007

O dia em que o Mundo começou

Correu bem. E agora estou aqui com uma sensação de vazio, porque já acabou! Foi muito bom, muito além de upa, upa puxadote!! Repetimos? Um dia destes?!

Estou bem demais para escrever:)

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Feliz

Já me têm dito que escrevo bem… Portanto, vou continuar!
Tenho andado inspirada, os problemas parecem menores, os dias estão a ficar maiores e há muito boa gente a tratar-me consideravelmente bem (verdade seja dita, desde que não me batam e não me gritem… eu já acho que me estão a tratar bem. OK, não sou muito exigente, é um facto).
Ou são os amigos que me dizem o quanto gostam de mim, ou um tipo especial que me diz que os meus olhos são lindos (embora andemos em discussão sobre se o verde existe, ou não, nestes olhos lindos… agradeço testemunho de quem os conhece).
A vida corre-me bem, e nem é uma vida cara. Chego ao fim do mês no vermelho, sem cheta no bolso, sem ter onde cair morta.
Este mês, as minhas poupanças levaram uma talhada jeitosa porque, num sentimento profundamente nacionalista, tentei ludibriar o Estado fugindo aos impostos. Mas os tipos apanharam-me e agora tenho a satisfação de dormir mais descansada, a conta a prazo mais magrita, com menos 1.500,00€, por causa das mais-valias… mais valia ter ficado quieta!



Não tenho casa própria, o carro que está em meu nome dizem-me que não é meu, o telemóvel que uso é dos tipos que me pagam o ordenado (uns queridos), e como diz a outra “Não tenho nada, mas tenho, tenho TUDO!”
E se perguntarem como é que eu sei a letra, respondo já que é por causa das imitações dos Gatos e dos vídeos tipo Cueca Azul. Sim, porque eu não vejo a Floribella, nem tão pouco sei a história, ou que o nome da personagem é Ana Flor Valente, apaixonada pelo Frederico Fritzenwalden, que tem 5 irmãos, de seus nomes Afonso (também ele apaixonado pela Flor) Henrique (gémeo do Afonso), Maria, Martim e Tomás… Nem sequer tem nada a ver com o facto de ter ido ao Coliseu dos Recreios ver uma coisa de nome Ri-fixe, e de para tal ter desembolsado, de sorriso nos lábios, 60,00€ (como é que não hei-de chegar tesa ao fim do mês??!!!).
Bom, mas a filha é minha! A mãe também… e o mano, o sobrinho lindo (a cunhada é emprestada, mas é uma porreirinha) os amigos, o tipo dos óculos giros (não é meu, mas é uma espécie de mais ou menos).
E assim, tenho TUDO! Pelo menos o que preciso para me considerar uma tipa com muita sorte. Ah pois é… estou feliz.

Geração FANTÁSTICA

De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípio de 80 não devíamos ter sobrevivido até hoje, porque as nossas caminhas de bebé eram pintadas com cores bonitas com tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos. Não tínhamos frascos de medicamento com tampas "à prova de crianças" ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas. Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes.
Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar à frente era um bónus. Bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem. Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.

Partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso.
Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de acabarmos num silvado, aprendíamos.
Saímos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer. Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso. Não tínhamos Play Station, X Box. Nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet. Tínhamos amigos e se os quiséssemos encontrar íamos à rua.
Jogávamos ao elástico e à barra e a bola até doía! Caiamos das arvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.
Havia lutas com punhos mas sem sermos processados. Batíamos às portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados. Íamos a pé para casa dos amigos e para a escola, não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem. Criávamos jogos com paus e bolas. Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem, eles estavam do lado da lei. Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre.
Os últimos 50 anos têm sido uma explosão de inovação e ideias novas.
Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.

És um deles? Parabéns!
Para todos os outros que não têm idade suficiente pensei que gostassem de
ler acerca de nós. Isto meus amigos é surpreendentemente e medonho ... e talvez ponha um sorriso nos vossos lábios:
A maioria dos estudantes que estão nas universidades hoje nasceram em 1986...chamam-se jovens. Nunca ouviram "We are the world" e "Uptown Girl" conhecem de Westlife e não de Billy Joel. Nunca ouviram falar de Rick Astley, Bananarama ou Belinda Carlisle. Para eles sempre houve uma Alemanha e um Vietname. A SIDA sempre existiu. Os CD's sempre existiram. O Michael Jackson sempre foi branco. Para eles o John Travolta sempre foi redondo e não conseguem imaginar que aquele gordo fosse um dia deus da dança. Acreditam que Missão Impossível e Anjos de Charlie são filmes do ano passado. Não conseguem imaginar a vida sem computadores. Não acreditam que houve televisão a preto e branco.

Agora vamos ver se estamos a ficar velhos:
1.. Entendes o que está escrito acima e sorris
2.. Precisas de dormir mais depois de uma noitada
3.. Os teus amigos estão casados ou a casar (mas principalmente a divorciarem-se!)
4.. Surpreende-te ver crianças tão à vontade com computadores
5.. Abanas a cabeça ao ver adolescentes com telemóveis
6.. Lembras-te da Gabriela (a primeira vez)
7.. Encontras amigos e falas dos bons velhos tempos
8.. Vais mostrar esta mensagem a outros amigos porque achas que vão gostar.

SIM ESTAMOS A FICAR VELHO!!
(mas a idade é um estado de espírito, certo!?)

PS: Quem escreveu este texto (que eu não sei quem foi!) esqueceu-se de uma das melhores coisas da nossa infância: os programas de televisão!
Quem não se lembra como era importante o Euro Festival da Canção? Aquilo parecia quase Natal!!! E depois compravamos o vinil do single da canção que ganhava (ainda tenho uns quantos:))
E as séries, tipo Duarte & Cia., Zé Gato, Verão Azul ou Dempsey & Makepeace... e mais o Homem da Atlântida, a Super Mulher, o Dallas e A Casa na Pradaria. E os desenhos animados?!
Nunca mais vimos nada como o Dartacão, a Heidi, O Sport's Billy ou o Era uma vez... e o Calimero, o Bana e Flapi, e tantos outros!

Expressões

Somos giras, fofas e sem côdea
Estás tipo helicóptero: gira e “boa”
Ai, ai, carrapicho não tem pai
Whatever
As calorias fazem bem ao colesterol
O André Sardet é uma espécie de Mafalda Veiga com testículos
Este país não é pequeno, é uma cama grande
Há vidas mais baratas, mas não prestam
Cagari, cagaró


A inveja mata
Se te contasse, teria de te matar
Há que ser fiel aos nossos objectos internos
É como na tropa, como na tropa
Devagar, mas com confiança
Depois não digas que eu não te avisei (frase preferida do mano para a mana)
Vai para casa da mamã
Não vem com garfo, que aqui só tem sopa
Cú de bêbado não tem dono
Não vale a pena sacudir tanto, o último pingo é sempre da cueca

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Não vale a pena contar amigos…

...é muito melhor poder contar com eles.

Não tenho muitos, mas tenho os melhores: os meus! Aqueles que sabem pela minha voz, ou mesmo por um e-mail, que algo está mal, ou que tudo está muito, muito bem.
Além da parte egoísta que todos temos em relação aos nossos amigos (o querer que nos ouçam, que nos liguem, que nos dêem colo) há também um lado mais desinteressado que se preocupa em saber se estão bem, se estão felizes, se sorriem, tanto ou mais que nós. Não me lembro de nenhum com quem não tenha chorado, mas também não me lembro de nenhum com quem não tenha dado gargalhadas até me doer o estômago…
Entre lágrimas e sorrisos, entre amizades de alguns anos e outras de muitos, muitos anos, todos os meus queridos amigos têm pintalgado a minha vida de coisas boas.

Será que são capazes de se reconhecer?...
• o que se disponibilizou para gravar no ipod “gosto de ti, gosto de ti, gosto de ti…”;
• o que por mim vai ao fim do Mundo (mas que já me quis abrir o cérebro e trocar uns quantos fusíveis);
• a que me diz que tudo o que eu fizer assina em baixo (mesmo que não concorde!) e repete vezes sem conta “Preocupas-me… só quero que sejas feliz!”;
• o que não me atura sóbria, quanto mais bêbeda (e muito menos quando choro);
• o que diz sempre “eu bem te avisei” (e “não ligas nenhuma ao que te digo” e “só quero o teu bem”);
• a que começa as frases todas com “se eu fosse a ti…”;
• o que me dá os melhores conselhos possíveis e depois diz “caga nisso, curte a vida!”;
• a que me diz quando vou sair “Leva o cinto! Fica-te a matar!!!” e que se não me telefona todas as semanas, perde o fio à meada;
• a do contra, sempre a dizer “não te metas nisso!”, mas que confia em mim para me contar o que não conta a mais ninguém;

Do melhor que já ouvi dos meus amigos: “gostava de ser como tu”; “adoro-te”; “és linda”; “continua assim que vais bem”; “estou contigo e não abro”; “ai que seca, também te amo” (!)…

Mas o que ouço mais é mesmo “Cala-te!!!”



Alguém disse que amigos são como anjos sem asas… os meus, com asas ou sem asas, são guardas da minha serenidade, da minha paz de espírito, da minha felicidade!

Enfim, os meus amigos são:
A manta polar em dias gelados!
A caixa de Mon Cherrie em dias de neura!
A última Coca-cola gelada do deserto!

Vocês são a cereja em cima do meu bolo!

O tipo dos óculos giros



Só para dizer que continuo a gostar muito... dos óculos dele.

7433, provavelmente o melhor modelo da Silhouette.
E ele teve o bom gosto de os escolher.

Viva a malta com bom gosto!!

Amor

A inteligência sem amor, faz-te perverso.
A justiça sem amor, faz-te implacável.
A diplomacia sem amor, faz-te hipócrita.
O êxito sem amor, faz-te arrogante.
A riqueza sem amor, faz-te avarento.
A doçura sem amor, faz-te servil.
A pobreza sem amor, faz-te orgulhoso.
A beleza sem amor, faz-te ridículo.



A autoridade sem amor, faz-te tirano.
O trabalho sem amor, faz-te escravo.
A simplicidade sem amor, deprecia-te.
A oração sem amor, faz-te introvertido.
A lei sem amor, escraviza-te.
A política sem amor, deixa-te egoísta.
A fé sem amor deixa-te fanático.
A cruz sem amor converte-se em tortura.

A vida sem amor... não tem sentido...

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Os tristes

Não podemos ser todos felizes.
Alguns de nós terão de se contentar em ser apenas contentes, muitos outros, um bocadinho menos tristes… Mas há muitos que, por opção, serão apenas uns tristes!
E o mais triste é que, muitas das vezes, o ser “triste” é mesmo uma opção!

Os tristes não se regozijam com a felicidade alheia, não sabem rir de uma boa piada, não conseguem engolir o brilho nos olhos dos outros.
Os tristes não têm amigos, têm conhecidos que invejam; não têm palavras simpáticas, têm comentários anónimos; não têm colegas que com fazem equipa, têm filhos da p*** a quem tentam tramar; não têm quem os alegre, pois não conseguem alegrar ninguém; não são felizes, porque não fazem ninguém feliz…
Mas o pior nos tristes é mesmo a tendência azeda de tentar fazer com que os outros sejam tristes, tanto ou mais que eles. É a tentativa hipócrita e mesquinha de tentar minar momentos bons com sarcasmo, sentimentos nobres com maledicência… Tudo com o vil propósito de que sejamos todos uns tristes.
Muito pior que matar, a inveja apodrece… devagarinho!
O sentimentozinho de merda, de mesquinhez… profundamente nacional “eu sou um coitadinho, mas os outros também são!”, “eu estou mal, mas os outros estão pior…”, “pimenta no cu dos outros para mim é refresco!”
Que tal se, em vez de olharem para a felicidade dos outros e quererem a todo o custo estragá-la, os tristes tentassem ser tão felizes quanto eles? Isso trabalha-se e é, realmente, uma opção…
Mas é preciso parar de tirar o cutão do próprio umbigo e ir à luta!
De quem um dia já foi uma “triste” e optou por tentar ser feliz.

Mais um jantarito

Desta vez em Alcântara...

Antes de mais, permitam-me um reparo. Os meninos ontem estavam um mimo! Para quem os conheceu onde conheceu, a altas horas, um bocadito (!) entornados e bastante acelerados… ter o prazer da vossa companhia de gravatinha, barba feita e banho tomado, foi quase como jantar com o George Clooney e o pianista dos The Gift (antes de saber que ele é gay!)
O jantar correu bem (tirando a parte em que eu me engasguei, à conta de alguma barbaridade que um dos meninos terá feito questão de partilhar! - ainda bem que era água... e como já não é a primeira vez que eu faço destas, a malta habitua-se!)
Á parte das barbaridades... e foram tantas (!) a companhia foi excelente. E como neste restaurante até havia televisão, puderam acompanhar mais um joguito da bola (eu não vi nada... o lugar que deixaram para mim era de costas). Logo, estavam mais calminhos e, ao contrário dos químicos de sábado a noite, houve muito menos histórias promíscuas para contar e muito menos cotoveladas e pontapés debaixo da mesa. Mas fiquei a saber que nem uma noite inteira chegaria, para contar todos os detalhes da vida menos limpa que o meu querido andou a levar nos últimos anos. Contento-me com a versão curta: muita namorada, muita bebedeira (excessivamente curta e eu agradeço!). Ahhh... mas gostei que o mano tivesse partilhado comigo o pormenor de que muitas vezes (muitas, muitas, mas mesmo muitas!) o meu querido só vomita na manhã seguinte! E o facto de o ter repetido até à exaustão (quem te mandou perguntar e insistir?!) fez com que isso ficasse bem registado nesta minha cabeça loira!

O maior dilema neste jantar foi mesmo decidir qual dos dois consegue ser mais parvo! Bom, sei de qual deles gosto mais (mal seria;))… mas decidir qual é o mais parvo, foi difícil. Digamos que o meu querido é deliciosamente parvo… e o seu mano, pateticamente parvo. Espero que isto não cause conflitos tipo pódio de top6 do hi5… é que tal como dizia há pouco, eu sei de qual deles é que gosto mais!
No meio de tanta parvoíce, gargalhada e boa comida, fiquei a conhecer melhor mais este amigo. E este, além de pateticamente parvo, é especialmente especial (redundância ou pleonasmo?) pois foi ele, que através da outra deliciosamente parva, me deu a conhecer o tipo dos óculos giros, tão deliciosamente parvo.
E saber que temos tanto em comum! A cara de pateta do mano a dizer “ela usa moleskine!!!” foi sublime de tão ternurenta… Ele engana bem, mas no fundo é um querido. Um bocadinho parvo, mas nada que não se aguente:) Até porque quem aguenta a deliciosa parvoíce do irmão dele, atura a patetice de outros tantos.
Ainda sem saber se vou durar até ao Audi, ou sequer se vou ter tempo de fazer com que o meu querido deixe de roer as unhas (adoro as tuas mãos, mas o tique é irritante – isto não é uma queixa, é a constatação de um facto!) deixem-me dizer-vos que adorei! Pelo convívio (e só pelo convívio) podemos repetir um dia destes.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Uma noite no Bairro


Antigamente, quando me falavam na “malta do bairro”, eu pensava que era a malta que morava lá na rua. Finalmente entendi que “bairro” é Bairro Alto! Vicissitudes de ser loira (e de não ir ao “Bairro” há mais de meia dúzia de anos).

Começámos com um jantarinho acolhedor, numa tasca simpática em que o único senão (para uns) foi mesmo não ter aquela caixinha maravilhosa, onde alguns doentes fanáticos pudessem acompanhar as façanhas do seu clube. Valeu-lhes o fanatismo de outros tantos, que por sms foram fazendo o update. Ao inconfundível relato radiofónico substituiu-se o som sempre agradável das sms’s a chegar. E vá lá… 0-0 ao final e ninguém se chateia. Menos mal.

Apesar de não conhecer ninguém, numa mesa de doze pessoas (exceptuando eu própria – às vezes não me reconheço, mas isso é outra história – e o simpático que me levou) tive a estranha sensação de que conhecia alguns deles… há muito tempo.

As conversas sobrepunham-se, mas o tema principal foi mesmo a quantidade de gajas com que fulano andou na faculdade (quem o manda trazer companhia para um jantar destes? – só faltou deitarem-no no chão e darem-lhe biqueiradas na boca…) e a dificuldade em atingir consenso no número de Joões com que sicrana namorou. E descobrir que afinal até tinha havido um Pedro… e o marido (sim, que esta malta tem espírito aventureiro… leva o marido!) a confessar baixinho… “Se eu soubesse, o meu filho mais novo não se chamava Pedro!”

Com tanto técnico de xixi e consultor de cocó, uns a falar da tabela periódica e outros de termos que não consigo repetir (juro que não bebi, mas eles sim!!!) aprendi imenso. Como por exemplo, a quantidade de placas de gordura que se formam nas ETAR’s e que dão cabo das condutas (?) ou seria dos filtros (?) … pois, não sei! Mas fiquei a saber que não é bom deitarmos o óleo, de fritar os jaquinzinhos, na sanita … tal como não facilita a tarefa desta gente, o hábito sui-generis que o tuga tem, de deitar as cotonetes na retrete. (segundo o corrector ortográfico, “cotonetes” é masculino, mas desculpem lá, não me soa!)

Quando tiver mais tempo (mais ainda!) vou iniciar um abaixo-assinado contra as cotonetes nas retretes. É que haviam de ver a cara de uma das técnicas de xixi (ou cocó?... bem, se ela trabalha numa ETAR, aquilo deve vir um bocadito misturado… digo eu) que agastada dizia: “As cotonetes dão cabo daquilo tudo!!!”

Fica aqui registado que não foi bonito ouvir alguém dizer “A margarina cheira mal” e ainda o repetir quando eu o interpelei “Desculpa?!”. Só não vou dizer o nome dele porque até simpatizei com o rapaz! E o pai dele tem uma farmácia que eu frequento…

Fantástico mesmo foi descobrir a utilidade imaginativa que aquela gente deu ao bidé! Não fosse a malta ter ideias (!) os responsáveis da casa resolveram enchê-lo de água e malmequeres e geribérias… A imagem dava todo um outro alento ao espaço, com as florzinhas a boiar! Lindo.

Depois do jantar, bem regado para 11 e com Pepsi para mim (é o que dá levar o Corsa da mamã) continuámos o convívio no Spot. Ou melhor, à porta do Spot. Foi aqui que se deu um momento que vou recordar para sempre, em que um dos químicos me agarrou e confessou ter gostado de mim (pena que estava bêbado e minutos depois estava a vomitar os bifinhos de frango, as imperiais, o tinto e os whiskies que bebeu de penalti…)

Mas não deixou de ser um momento bonito (o dizer que gostou de mim… o gregório acho que não foi assim tanto).

Depois, já com desistentes a voltarem a casa, fomos até ao Agito… onde continuei sem beber álcool (devem estar a perguntar “E divertes-te??”…)

Como aquilo fecha cedo, tivemos de arranjar outro fornecedor e descemos até ao Cais do Sodré. A noite estava tal e qual um estágio de aprendizagem, e pelo meu “professor” fiquei a saber que o simples facto de errarmos o lado da rua pode tornar-se bastante problemático. Ou seja, de um lado há discotecas, do outro casas onde as meninas são calorentas, tiram a roupa e dançam ao colo (!) ou em cima de mesas. Mas parece que têm todas muito mau feitio… não deixam ninguém tocar-lhes! Devia ser proibido!

Para além de estar acompanhado e parecer mal enganar-se no lado da rua, o rapaz não me parece ser do tipo que vai a sítios desses, pelo que, lá entramos no Tókio… (é assim, não é? Bom, se era Tóquio, paciência!! Não vou acordar o moço para perguntar, ainda só são duas da tarde e ele ainda não deve ter recuperado totalmente). Adiante…

Gostei. Bastante. Boa música, bom ambiente, gente bonita… E muito educada. Tão educada que houve uma menina que acidentalmente (digo eu) entalou o meu “acompanhante” entre um banco e o balcão, e pediu desculpas… a mim!! Digno de registo! Quer dizer, ele é que sofre, fica entalado… e ela aflita a pedir-me desculpa a mim! Convenhamos que o gajo é giro e, sim, eu até poderia ter pensado que ela se estava a fazer a ele (embora entalá-lo não me pareça uma boa estratégia…) mas ele é que ficou entalado!!!

Ainda tive tempo para descobrir que uma Super Bock preta não é o mesmo que uma Sagres preta. Ía estragando a noite... Mas o tipo até é compreensivo e a juntar à desculpa do "Sou loira" tenho sempre a do "Eu não bebo!" Para tirar as teimas, provei e posso dizer-vos: não é a mesma coisa! A Sagres preta não vale um corno.



O resto da noite não vale a pena contar, até porque ficámos só dois e por muito que vocês estejam loucos para saber a vida porca que andamos a levar… eu sou uma tipa discreta.

Bem hajam a todos, principalmente ao simpático que me convidou. Foi uma noite com muita Química (que trocadilho tão básico! Por isso é que nós somos ácidas… é melhor parar por aqui, antes que haja reacções!!!)

Quando é o próximo?

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Não que seja importante...

Lembras-te se já passava da meia-noite? Não tenho ideia… Mas foi na noite de 23 para 24 de Dezembro, como se de um Natal antecipado se tratasse.

Não que seja importante, mas atenta nisto:

No dia 23 de Dezembro é celebrado o Festivus, uma “coisa” inventada em 1966 por um tipo que escrevia para a Reader’s Digest e em que a árvore de Natal é substituída por um tubo de alumínio(!). O mais engraçado é que esta celebração é referida num episódio do Seinfeld intitulado “The Strike”… achei piada à coincidência!

Por incrível que pareça, eu não estou a inventar isto

Já o 24 de Dezembro, sabes bem a que se refere… Portanto acho que está oficialmente declarado que nos conhecemos no dia 23, o dia do Festivus:)



In the episode, though not in the original O'Keefe Family celebration, the tradition of Festivus begins with an aluminum pole. During Festivus, the unadorned Festivus Pole is displayed. The pole was chosen apparently in opposition to the commercialization of highly decorated Christmas trees, because it is "very low-maintenance," and also because the holiday's patron, Frank Costanza, finds tinsel distracting. The basics of the Festivus pole are explained by Frank in two separate situations.

Cosmo Kramer: Is there a tree?
Frank Costanza: No, instead, there's a pole. It requires no decoration. I find tinsel distracting.
Frank Costanza: It's made from aluminum. Very high strength-to-weight ratio.
Mr. Kruger: I find your belief system fascinating.


Nota: este texto está escrito como se fosse dedicado a alguém porque… é dedicado a alguém!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

O meu pai cantava isto tão bem...

Volare

Inicialmente "Nel blu dipinto di blu", musica e letra de Domenico Modugno, ficou conhecida ao ganhar o 3o lugar no Eurofestival da Cancao de 1958

Penso che un sogno così non ritorni mai più:
mi dipingevo le mani e la faccia di blu,
poi d'improvviso venivo dal vento rapito
e incominciavo a volare nel cielo infinito...
Volare... oh, oh!...
cantare... oh, oh, oh, oh!
nel blu, dipinto di blu
felice di stare lassù.

E volavo, volavo felice
più in alto del sole ed ancora più in su,
mentre il mondo pian piano
spariva lontano laggiù,
una musica dolce suonava
soltanto per me...

Volare... oh, oh!...
cantare... oh, oh, oh, oh!
nel blu, dipinto di blu
felice di stare lassù.
una musica dolce suonava
soltanto per me

Volare... oh, oh!...
cantare... oh, oh, oh, oh!
nel blu, dipinto di blu
felice di stare lassù.
una musica dolce suonava
soltanto per me

Volare... oh, oh!...
cantare... oh, oh, oh, oh!
nel blu, dipinto di blu
felice di stare lassù.
Volare... oh, oh!...
cantare... oh, oh, oh, oh!

Give Me a Reason

Give Me a Reason - Portishead

I'm so tired of playing,
Playing with this bow and arrow,
Gonna give my heart away,
Leave it to the other girls to play,
For I've been a temptress too long.

Hmm just,
Give me a reason to love you,
Give me a reason to be,
A woman,
I just wanna be a woman.

From this time, unchained,
We’re all looking at a different picture,
Through this new frame of mind,
A thousand flowers could bloom,
Move over, and give us some room.

Yeah,
Give me a reason to love you,
Give me a reason to be
A woman,
I just want to be a woman.

So don't you stop being a man,
Just take a little look from our side when you can,
Sow a little tenderness,
No matter if you cry.

Give me a reason to love you,
Give me a reason to be,
A woman,
It's all I wanna be is all woman.

For this is the beginning of forever and ever,
It's time to move over ,
So I want to be.

I'm so tired of playing,
Playing with this bow and arrow,
Gonna give my heart away,
Leave it to the other girls to play.
For I've been a temptress too long.

Hmm just,
Give me a reason to love you

Luz Vaga

Luz Vaga - Mesa com participação especial de Rui Reininho

Luz vaga, luz vesga, a tua cruz
Já não sai da cama, a minha luz
Da sala, do quarto

Pilha a palavra
Troca a quantidade, do assunto modal
A tensão está normal
O lábio fora da boca,
A boca fora do mal

Os teus olhos não são de gente
O teu ar foge para cima
Tens a perna no cimento,
Tens a mão no pensamento

Ciclope, cicloturismo
Na parte de fora, na nesga do abismo
Imaginário que remete, para onde ainda não fui

Convite ao Universo
Com a tua própria câmara
Fecho a luz num olho
Prego a tábua à sensação

Som da casa, quando não estás...

Dancei para te ver aqui,
eu sei que nada mais pode me ajudar
É do nono andar? Sim
Quis pedir ajuda, mas a língua estava morta
Sei lá! Parei de olhar,
tenho uma corda acesa, prestes a queimar
Não és capaz de me levar a sério.
Vou saltar em teu lugar.

Sei que nada mais pode me ajudar

Atrasa o passo
Leva o lenço à boca
Fica na mira do choque frontal
Não é doença, é um animal
Um ruído feito no acto de fingir
seres mau, mesmo a dormir

Fado do Estudante

Também conhecido pelo nome "fado do Vasquinho"

O "Fado do estudante" foi interpretado pela primeira vez por Vasco Santana no filme "A Canção de Lisboa" de Cottinelli Telmo.

Realizado em 1933, foi o primeiro filme sonoro feito em Portugal.


Fado do Estudante

Que negra sina ver-me assim
Que sorte e vil degradante
Ai que saudades eu sinto em mim
Do meu viver de estudante

Nesse fugaz tempo de Amor
Que de um rapaz é o melhor
Era um audaz conquistador das raparigas
De capa ao ar cabeça ao léu
Sem me ralar vivia eu
A vadiar e tudo mais eram cantigas

Nenhuma delas me prendeu
Deixa-las eu era canja
Até ao dia que apareceu
Essa traidora de franja

Sempre a tinir sem um tostão
Batina a abrir por um rasgão
Botas a rir num bengalão e ar descarado
A malandrar com outros tais
E a dançar para os arraiais
Para namorar beber, folgar cantar o fado

Recordo agora com saudade
Os calhamaços que eu lia
Os professores da faculdade
E a mesa da anatomia

Invoco em mim recordações
Que não têm fim dessas lições
Frente ao jardim do velho campo de Santana
Aulas que eu dava se eu estudasse
Onde ainda estava nessa classe
A que eu faltava sete dias por semana

O Fado é toda a minha fé
Embala, encanta e inebria
Dá gosto à gente ouvi-lo até
Na radio - telefonia

Quando é cantado e a rigor
Bem afinado e com fulgor
É belo o Fado, ninguém há quem lhe resista
É a canção mais popular, toda a emoção faz-nos vibrar
Eis a razão de ser Doutor e ser Fadista

Ouvi Dizer

Ouvi Dizer - Ornatos Violeta

Ouvi dizer que o nosso amor acabou.
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,
Eu não vou vê-lo em mim:
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que eu vejo,
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva!
E pudesse eu pagar de outra forma!
Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
E eu tinha tantos planos pra depois!
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós;
Sem tirar das palavras seu cruel sentido!
Sobre a razão estar cega:
Resta-me apenas uma razão,
Um dia vais ser tu
E um homem como tu;
Como eu não fui;
Um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!
Sei que um dia vais dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!
A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!

Song To The Siren

Song To The Siren - This Mortal Coil

On the floating, shapeless oceans
I did all my best to smile
til your singing eyes and fingers
drew me loving into your eyes.

And you sang "Sail to me, sail to me;
Let me enfold you."

Here I am, here I am waiting to hold you.
Did I dream you dreamed about me?
Were you here when I was full sail?

Now my foolish boat is leaning, broken love lost on your rocks.
For you sang, "Touch me not, touch me not, come back tomorrow."
Oh my heart, oh my heart shies from the sorrow.
I'm as puzzled as a newborn child.
I'm as riddled as the tide.
Should I stand amid the breakers?
Or shall I lie with death my bride?

Hear me sing: "Swim to me, swim to me, let me enfold you."
"Here I am. Here I am, waiting to hold you."

Bonequinha de Borracha

Bonequinha de borracha - Irmãos Catita

Chama-se Maria Antónia
E é fabricada em cauchu
E veio da floresta amazónica
Onde anda tudo nu

Bonequinha de borracha
Vives dentro duma caixa
Dá amor e ilusão
Ao meu pobre coração

Nunca desprezas nem ris
Dos meus atributos viris
Sorris com delicadeza
Quando te visto de princesa

Não és BIOdegradável
Mas és bastante agradável
Com os olhos sempre abertos
Muito grandes, muito espertos

És bem melhor do que aquela
Que são cursarias do amor
Que prendem homens em trelas
Conheço muitas sim senhor

“foi num centro comercial...
de repente surgiu no meio do nada... uma fada”

Custou-me nove mil escudos
todas as minhas poupanças
mas tem cantinhos felpudos
e as mais bonitas tranças

Tu cumpres os teus deveres
com muita educação
quem paga desses prazeres
eu dedico-te esta canção

Bonequinha

A rata da Elsa

Bem, não será certamente a rata da Elsa mas, convenhamos que, se eu escrevesse a ratazana da Elsa, não teria tanto impacto.

Já foi na semana passada o jantarinho da nossa querida Sandra que fez (quase) 40 anos!!! (só faltam 8, querida:))
Depois da comezaina no tailandês, bem regada a Bacalhôa (obrigadinha ó João, sempre disse que eras um rapaz porreiro! Agora... a pagares garrafas de vinho a 30Euros cada, és um porreiraço!!!) muito a custo, lá consegui arrastar a malta até ao "Talho". O nome daquilo até é giro: "à margem", mas a Sandra baptizou de "talho" e pronto!

Não sei se foi por estar a beber chá verde, se por estar entediada com o relatório da vida porca que eu ando a levar... (que a Sandra fez de questão de partilhar com toda a gente! Até com o Miguel!!) a boa da Elsa começou a tirar fotos às ratazanas que andavam ali á volta!!! Oh, Elsa, Elsa... tu assim não vais longe miuda!
E claro que a malta aproveitou a deixa... "olha a rata da Elsa!"
E como eu caí na asneira de compartilhar com estes meus queridos amigos que andava numa de blogs... "Ai, vais ter lá por um post com a rata da Elsa!"
Dito e feito.



Depois de um post destes tenho a certeza que:
A Elsa nunca mais vai olhar para as ratas da mesma forma;
A Sandra nunca mais me convida para jantares;
A Élia só fala comigo daqui a dois meses;
O João nunca mais me paga um Bacalhôa:(;
O Miguel vai mudar de passeio quando se cruzar comigo na rua;
O resto do pessoal, não faço corno de ideia... mas era tudo boa gente:)
E parabéns ao Gonçalo que deixou de fumar e tem uma namorada muita gira!

Foi uma noite e ratas!

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Vai buscar...


Atlético!!!!!


Eu nem torço pelo Atlético, mas só por se terem levantado às 4h30 da manhã, terem ido de autocarro até ao Porto e terem feito o Dragão arrotar a molotof (bolorento) e mais salgado que a Carolina... têm todo o meu apoio para o resto da época! Nem que seja só para chatear os meus amigos que são do Porto. (mas o que é que eu estou a dizer??!! Eu NÃO tenho amigos do Porto!!!!)

Vai Atlético, vai Atlético:)

Dorme bem olhos lindos II

Muita confiança! Dormi bem, muito bem e tu?
Já te disse que deves ir passar mais fins de semana fora? É que quando chegas, acho que esses óculos te ficam ainda melhor!

Não me sai da cabeça aquela musica "... pra nos lembrar que o amor é uma doença, ora amarga, ora doce, quando nele julgamos ver a nossa cura"

sábado, 6 de janeiro de 2007

Diz que é uma espécie de coisas que faço

Ou melhor... fazia!
Há quem lhes chame bujigangas, bijutarias... Houve um pobre de espírito que lhes chamou pechisbeques!
Agora não tenho tempo e só faço para as amigas. Estes são dos mais giros que fiz (salvo melhor opinião) e como não gosto de cópias, dificilmente farei iguais.





Dorme bem olhos lindos...


Nem sei bem o que dizer...

Queria olhar-te nos olhos e entender! Também é falta de confiança achares que nao confio, que controlo ou invado...

Devagar... mas com confiança! Eu confio.
Disseste que eu não ia conseguir estragar isto, que não me ias perder.

Disseste tanta coisa e agora dizes tão pouco... O teu silêncio, mais que magoar-me, surpreende-me.

Continuo a gostar de ti, com muita confiança.

E de facto, esses óculos ficam-te muito bem.

Mais ou menos


Alguém escreveu a um amigo meu, e eu vou aproveitar

"Podemos morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos. Podemos até dormir numa cama mais ou menos, ter mais ou menos dinheiro, ter um carro mais ou menos bom, etc, etc. Enfim, podemos olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos.
O que não podemos, em hipótese alguma, neste próximo ano e nos outros que virão, é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ser honesto e ético mais ou menos, ser feliz mais ou menos, ser sincero mais ou menos e acreditar mais ou menos, senao, corremos o risco de nos tornarmos uma pessoa mais ou menos."

E acrescento...

Não quero confiar mais ou menos, nem que confiem em mim mais ou menos... não quero uma relação mais ou menos, um compromisso mais ou menos, uma VIDA mais ou menos! Quero viver intensamente a minha vida, a minha família, os meus amigos, o meu amor, e ter apenas os "mais ou menos" que não posso controlar ou evitar!

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Há muito tempo atrás...

Eu tive um porto seguro,
Um colo onde nada me podia atingir,
mãos que indicavam o caminho, olhos que vigiavam todos os meus passos.

Braços que amparavam as minhas quedas,
Um ombro onde chorar as minhas mágoas, palavras sábias que acalmavam os meus impulsos,
sorrisos sinceros que me aqueciam o coração.

E no dia em que ele partiu deixou-me este vazio enorme.
O meu porto seguro deixou de existir.
Fiquei sem as suas mãos, os seus olhos, os seus braços, ombro, palavras, sorrisos...
Ficaram as recordações da voz, do cheiro, dos momentos e a falta, a muita falta que me faz, todos os dias, o meu PAI.

24 de Dezembro de 2006...


Ah pois é
Há coisas fantasticas, nao há? (não, não mudei de emprego para a TVCabo)... Mas é que há mesmo!!!
Ás vezes é preciso atravessar uma ponte, outras ficar quieta, e outras ainda fazer tudo ao mesmo tempo... E quando menos se espera... a tal coisa fantástica acontece!
Este Natal, não foram so os Reis Magos que viram a Estrela de Belém... E o mais engracado é que nos conhecemos os "Reis":)
Viva o Bairrada, viva a margem errada, ou a Faixa de Gaza como alguém lhe chama... Vivam os amigos e as coisas fantásticas.
Bom ano para todos

Saudades

No início de Novembro, ouvi numa loja nas Amoreiras, quando comprei o vestido que usei no meu aniversário (que não é prateado!) e fez-me lembrar os meus tempos no Brasil e as saudades dos bons amigos que lá tenho...

Só Hoje - J QUEST

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faca rir
Que te faca rir
Hoje eu preciso te abraçar
Sentir teu cheiro de roupa limpa
Pra esquecer os meus anseios
E dormir em paz
Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua
Qualquer frase exagerada que me faca sentir alegria
Em estar vivo
Hoje eu preciso tomar um café
Ouvindo voce suspirar
E dizer que eu sou o causador da tua insonia
Que eu faço tudo errado sempre
Sempre

Hoje
Preciso de você
Com qualquer humor
Com qualquer sorriso
Hoje
Só tua presença
Vai me deixar feliz
Só hoje...
Lala, lalala.. Lalalaaa, lalala....
Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua
Qualquer frase exagerada que me faca sentir alegria
Em estar vivo
Hoje eu preciso tomar um café
Ouvindo você suspirar
E dizendo que eu sou o causador da tua insónia
Que eu faço tudo errado sempre
Sempre



Hoje
Preciso de você
Com qualquer humor
Com qualquer sorriso
Hoje
Só tua presenca
Vai me deixar feliz
Só hoje...
Hoje
Preciso de voce
Com qualquer humor
Com qualquer sorriso
Hoje
Só tua presenca
Vai me deixar feliz, feliz
Só hoje...

Ao meu amor incondicional


Escrito em finais de 2004 e publicado (anonimamente) em Setembro de 2005, num livro de puericultura.
(A minha filhota tem hoje 4 anos e meio e eu não me "drogo" há mais de três)


A minha gravidez foi muito desejada. Talvez não tenha sido planeada para a altura em que aconteceu mas, para quem estava a tentar engravidar há mais de um ano, qualquer altura era bem-vinda.
Finalmente estava grávida, mas a minha alegria escondia tristezas que nunca pensei virem ao de cima depois do meu bebe nascer.
É claro que já tinha ouvido falar de depressão pós-parto e até já tinha tido uma pequena depressão dois anos antes (por excesso de trabalho), mas nunca me passou pela cabeça isso acontecer-me. Embora tivesse uma série de factores de risco, achava que o facto de ter um bebé nos braços seria condição impreterível para ficar feliz e contente. Que inocência a minha...
Voltando à gravidez, que foi santa em termos físicos, o facto é que, psicologicamente, a minha gravidez foi um turbilhão de emoções, muitas delas fortes e dolorosas de mais.
O meu pai sofria de uma doença terminal há três anos e, quando eu estava grávida de cinco meses, o seu estado piorou e ele não aguentou mais... A morte do meu pai, no momento em que aconteceu, mais que uma desgraça, foi um bênção, pois o seu sofrimento era enorme e a nossa impotência desesperante. O meu desgosto, ao perder o meu pai, foi engolido. Por entre comentários bem-intencionados como “pensa na bebé” e “não chores, que ela sente”, fui escondendo as lágrimas e abafando os soluços, para bem do meu bebé.
À medida que se aproximava a data do parto, como é comum a todas as grávidas, a ansiedade aumentava. Tenho a certeza de que, tal como eu, muitas mulheres ficcionam um parto que nada tem a ver com a realidade. Eu desejava ter um parto normal, queria ver a minha a nascer, e esse foi mais um golpe. Depois de nove horas de trabalho de parto, suadas, sofridas e, admito, algo descontroladas da minha parte, a minha bebé saiu do sitio e tiveram de me fazer uma cesariana de emergência. Além das três doses de epidural que me deram (sem efeito) levei uma anestesia geral.
No meio das dores e desespero não percebi imediatamente o que se estava a passar, pois havia muita agitação à minha volta. Só quando me deitaram numa maca é que constatei que a minha filha não ia nascer de parto normal. Alguém me disse “vai ser cesariana, mas está tudo bem”. Adormeci a ouvir o que ainda hoje me causa arrepios, “temos que a tirar, temos que a tirar...”
Acordei num lugar escuro, parecia que tinha passado uma eternidade e atormentava-me o facto de que, sem eu saber, algo poderia ter corrido terrivelmente mal. Ansiosa, comecei a perguntar pela minha filha e disseram-me que ela era linda, perfeita e que parecia uma boneca de porcelana. Mas, como é óbvio, isso para mim não bastava, eu queria vê-la, senti-la, tocar-lhe... e até isso acontecer apareceu-me que passou outra eternidade. Quando a vi, finalmente, apaixonei-me perdidamente pela bebé mais linda que já vi, a minha! Era realmente linda, com os olhos rasgados do pai, a boca parecida com a minha, careca e... com as unhas enormes!
Apesar da gravidez turbulenta e do parto complicado, o mais inesperado sofrimento ainda estava para vir.
Eu não dormia, tinha medo que ela desaparecesse, se evaporasse... ou que parasse de respirar sem eu me aperceber. Por isso, passava vinte e quatro horas a olhar para ela, a vigiá-la doentiamente. Na hora das refeições, fazia-me imensa confusão como é que aquelas mães deixavam os bebés sozinhos no quarto e ia comer no fundo do corredor, a muitos metros de distância. Por isso, não ia comer. Não confiava em ninguém estranho para ficar a olhar por ela e só ia jantar quando tinha visitas, mas mesmo assim, ia num pé e vinha noutro. Mas também não tinha muitas visitas porque, além da família, eu não queria ver ninguém...
A amamentação foi outro tormento, a minha pequena era comilona e acabava com os meus mamilos. Tinha de haver sempre alguma coisa para eu morder enquanto ela mamava. Restou-me a glória de ter tentado e ter conseguido amamentar a minha filha durante seis difíceis dias.
Ao sexto dia de vida da minha bebé e já com três visitas às urgências (eu desmaiava, tinha espasmos e não dormia nem deixava ninguém dormir) comecei a tomar ansiolíticos e tive de parar com a amamentação.
O meu estado de alienação era tal que não percebia porque é que davam biberão à minha filha quando eu tinha tanto leite...
Durante quinze dias não preguei olho, não comia, não conseguia tomar banho sozinha e os médicos diziam que eu tinha uma depressão fisiológica, ou seja cansaço extremo. Segundo os médicos, só precisava de dormir. Quando finalmente adormeci, dormi dezasseis horas seguidas. Lembro-me de acordar e ver os rostos radiantes da minha mãe e do meu marido, achando que tudo ia melhorar, pois eu tinha dormido. Mal sabíamos o que nos esperava...
Apesar de dormir, eu tinha a convicção de que não dormia e punha a cabeça em água a toda a gente. Também estava convicta de que alguém me ia tirar a minha filha e que me ia matar. Na minha (perturbada) mente existia uma espécie de cabala contra mim, vinda não sei de onde, nem porquê. Tudo parecia saído de um filme de espionagem, pois o mais terrível é que estava convencidíssima de que o mal não era meu, mas sim dos que estavam à minha volta. Para mim, eu não estava doente, e isso prejudicou muito o meu tratamento. Não conseguia estar com muita gente ao mesmo tempo e desconfiava de todos. Um dia, a passear com a minha filha e a minha mãe, comecei a correr inesperadamente. A minha mãe teve de começar a correr, desesperada, atrás de mim, com medo que eu virasse o carrinho da bebé, tal era a minha velocidade. Eu tinha entrado em pânico, pois achava que uns senhores que estavam na esquina me iam assaltar. Coitados, a única coisa que fizeram foi olhar na minha direcção... mas para mim tudo tinha segundas intenções.
Nunca consegui perceber de onde veio tanto disparate e nem os médicos me conseguiram explicar. O meu marido desesperava e contava os dias para eu melhorar. Não sei como a minha mãe não se foi abaixo, depois de tudo o que tinha passado, tão recentemente, com o meu pai. A família toda fez autênticas romarias por neurologistas, psiquiatras e um batalhão de exames pedidos. Fiz ressonâncias magnéticas e electroencefalogramas, pois havia a hipótese de o trabalho de parto ter danificado algo no meu cérebro. Felizmente não havia nada de errado com o meu cérebro, pelo menos que os exames mostrassem...
Tinha períodos em que chorava noite e dia, outros em que não conseguia verter uma lágrima. Havia também dias em que não me calava, e dias e dias em que não dizia uma só palavra.
Cada vez que olhava para a minha filha os sentimentos eram um misto de amor incondicional e culpa, pois nunca me sentia à altura das suas necessidades. Apesar de todos à minha volta dizerem que eu fazia tudo certinho, como qualquer outra mãe, na minha cabeça, eu não acertava em nada. Uma insegurança desmesurada era constante em tudo o que se relacionava com a minha filha. Para lhe dar banho tinha de estar acompanhada e depois, para a vestir, alguém tinha de me ajudar. Quando a bebé dormia, eu pensava na mamada seguinte, quando ela estava a mamar, pensava que tinha de lhe mudar a fralda... enquanto lhe mudava a fralda perguntava a mim mesma: “Será que ela arrotou?... Já não me lembro...”
Todas as mães que o são pela primeira vez devem passar um pouco por estas dúvidas, mas o problemático no meu caso era que esses pensamentos eram tipo “pescadinha-de-rabo-na-boca”, não paravam. Tudo isto acompanhado por um terror enorme de que algo pudesse correr irremediavelmente mal. Enfim, eu tinha um medo assustador de falhar com a minha filha.
Quando a minha filha tinha dois meses e meio fui internada de urgência no serviço de psiquiatria de um hospital público e por lá fiquei doze longos dias.
Tudo tinha hora certa, as janelas não abriam, as portas tinham seguranças, não havia tesouras, nem outros objectos cortantes e, pior que tudo, não havia bebés.
Ao longo desses doze dias só estive com a minha filha durante quatro horas por dia. Era infinitamente pouco. A minha mãe “enganava” a bebé nas horas de comer, para eu conseguir dar-lhe, pelo menos, um biberão por dia. Às quinze horas o serviço de psiquiatria, em peso, parava para ver chegar a visita mais nova, a minha filha. À falta de outros contactos, passava muito tempo ao telefone com ela. Eu falava e ela palrava imenso.
Por muito que me tenha custado, e só eu sei o que me custou, o tempo que estive internada foi crucial para a minha recuperação e para me convencer de que algo estava mesmo muito errado comigo.
Foi um período estranho da minha vida, que hoje encaro como uma experiência. Sei que não sofro de nenhuma doença mental, não sou esquizofrénica, nem coisa parecida, mas isso não me livrou de conviver com pessoas que o eram.
Após a alta do hospital não fiquei instantaneamente curada e ainda tive umas recaídas, mas foram mais os passos dados em frente que os recuos e tropeções.
Há quase um ano e meio que deixei de tomar medicação. Houve períodos em que tomava medicamentos ao pequeno-almoço, ao almoço, ao lanche, ao jantar e ao deitar. Além dos vinte quilos que engordei durante a gravidez, depois da minha filha nascer engordei mais treze. No período que estive internada comia desalmadamente. Como é compreensível, tudo isso abalava ainda mais a minha fragilizada auto-estima.

Depois da doença, aquilo que mais me abalou foi a incompreensão. A depressão não se vê, e a pós-parto é ainda muito mal vista socialmente. Uma mulher tem um filho: isso é motivo de felicidade e ponto final. Na geração da minha mãe isso nem se punha em questão e, no máximo, podia dizer-se “o parto subiu-lhe à cabeça”. Houve quem dissesse o que o meu mal era falta de trabalho... Não faltou quem me indicasse curandeiros, espíritas e outros que tais! A depressão pós-parto tem cura, mas uma grande dose dessa cura está na própria doente. O facto de ser pós parto complica tudo, pois, além do lado negativo da depressão, há todo um estado emocional que não ajuda nada, muito pelo contrário.
Como é obvio há pessoas que tem mais propensão para a depressão que outras. Mas a depressão pós parto acontece a 20% das mulheres e, se há algumas que terão histórias mais dramáticas que a minha, haverá certamente aquelas em que tudo correu bem, mas mesmo assim a depressão surgiu. Por isso, desiludam-se, pode acontecer a qualquer pessoa.
A minha filha tem hoje dois anos e meio, é uma criança saudável, alegre e feliz. Pergunto-me muitas vezes de que modo é que tudo isto a terá afectado. O meu psiquiatra diz-me que o ser humano é naturalmente masoquista, e “não lhe faltava mais nada que preocupar-se com sentimentos de culpa depois de tudo resolvido”.
Uma enfermeira disse-me: “Ninguém nasce ensinado e até a ser mãe é preciso aprender.”
Continuo a aprender...