Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Já tardava

O bólide novo, já devidamente estreado, começa a dar problemas. Uma luz simpática, com um carro e uma ferramenta no meio, não tem jeito de sair do painel.
Como condutora conscenciosa que sou, toca de consultar o livro de instruções do menino. E entretanto, ligo à Mummy, a pedir consolo.
:: "Oh que chatice!" - diz ela no seu tom maternal.
E analiso eu: Ora, diz aqui que é uma avaria no sistema elecromecânico. Pode ser água não sei onde e mais uma carrada de coisas... página 147... vou ver. Espera aí.
Olha, diz que se a luz estiver a piscar, o carro não pega. Ok, está fixa, menos mal.
:: "Estás a ver? Já não é tudo mau." É o que ela diz sempre. "Mas tens de ir à oficina à mesma!"
Sim, já marquei. Espera, também pode ser o óleo... página 183...
Depois de uns bons 10 minutos de conversa, sai-se a minha Mummy do outro lado.
:: "Oh filha... "
Sim?
:: Num tom grave:"Tu estás a conduzir?!?"
Conclusão: sim, a minha Mummy tem-me em alta conta.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Quantos anos tenho eu?

Aproximo-me a passos largos de mais um aniversário. Vai ser o 34º. Ontem, numa curta troca de palavras, o D. dizia-me que achava que eu tinha a idade dele, 37. E depois, no meio de LOL's, chamou-me pita. Miúda ainda me sinto às vezes, mas "pita" já não...
E isso pôs-me a pensar que a idade me assusta. Não a idade em si. Mas o que vem com ela. E eu já tenho as hérnias, a sinusite, a lágrima de má qualidade, as pernas cansadas e o mau feitio (que só piora com os anos). Por isso, assustam-me não os anos, mas a falência da estrutura.
Além disso, às vezes, enquanto conto histórias mirabolantes de coisas que, inacreditavelmente, já vivi, dou por mim a pensar que já vivi muitas vidas. Tantas coisas se passaram, com pessoas diferentes, em lugares distintos, umas boas, outras más, outras nem por isso. Lugares onde vivi, pessoas que me surpreenderam, outras (bem mais) que me desiludiram...
Quantos anos é que eu tenho mesmo? Só?!
Não deveriam ser mais? Pela conversa e postura, dão-me mais do que tenho. Pela cara de miúda, dão sempre menos.

E tenho medo. Não de envelhecer. Mas de envelhecer mal.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O perigo dos avôzinhos

É a segunda vez que bato com o carro da empresa, no espaço de um ano. E desta vez foi com o bijúzinho que só tem 3 mesitos.
Deve de haver uma explicação lógica para o facto de bater sempre em senhores de uma certa idade. O de ontem tinha a bonita idade de 78 anos! E nem parecia nada.
Até ficou irritado quando lhe disse que da última vez também tinha batido com um senhor de idade e ele de tão nervoso que ficou, nem conseguiu preencher a papelada.
"Isso é alguma indirecta?" atirou-me! Ah... não, claro que não. O senhor tinha uma tal genica que preencheu o lado dele, e de uma rajada, se fosse preciso, ainda tinha preenchido o meu, enquanto saltava à corda ao pé coxinho. Fónix. Era daquelas pessoas que irritam. Principalmente quando aos 33 eu já tenho 3 hérnias discais, lágrimas de má qualidade, areias nos rins, sinusite crónica e os médicos me dizem "Tem de aprender a vivar com isso!".

Quanto ao acidente em si, foi estranho. O tipo saltou-me da direita, voando não sei de onde, em claro excesso de velocidade e a apertar a buzina como se não houvesse amanhã. De tal maneira eu não dei por ele que nem entendi bem o barulho da pancada. A porta dele ficou metida dentro. O meu bijú ficou com um furinho e uns risquinhos.
Nada de especial, portanto. O carro novo está oficialmente estreado.
Um aviso à classe sénior: se tem mais de 65 anos e anda a conduzir por Lisboa, ponha-se a pau comigo. Eu ando de Opel Corsa comercial cinzento, ok? Fujam da minha frente!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Cuca e o Duda

Eu trabalho num daqueles sítios em que, chegada esta altura do ano, entra-me festão verde pelas órbitas, cheiro a bolo-rei pelas narinas e música de Natal pelos tímpanos,....
Oh pá... 'perai! Este ano esqueceram-se da música de Natal. Ora, ora... eles este ano têm muito melhor (salvo seja).
Vai daí, levo com esta 'coisa' de 10 em 10 minutos. Eu sei que há coisas piores, mas os meus neurónios já estão à chapada uns aos outros, tal é o desespero. Há uma simpática aqui no Apoio ao Cliente que sempre que entra esta 'coisa', baixa o volume (tão querida). Mas quando a tipa não está de serviço, é levar com isto como se não houvesse amanhã.
Como li em qualquer lado, é qualquer coisa do tipo: ou vocês vêm ao Pingo Doce e fazem compras, ou a gente dá-vos com o anúncio de 5 em 5 minutos até haver uma revolução (que já esteve mais longe, garanto-vos!).
No Facebook há um grupo que até já tem t-shirts. E eu, eu estou a considerar seriamente vir trabalhar com os meus tampões de silicone nos ouvidos. É que não há tímpano que se mantenha saúdavel com isto.
Para quem, como eu, em situações de quase loucura já canta isto no banho... aqui fica a letra. Divirtam-se!
O mundo roda e tudo muda sem parar
Mas uma coisa permanece igual
A qualidade e o preço baixo do Pingo Doce
E o nosso amor por Portugal
Venha ao Pingo Doce de Janeiro a Janeiro
O preço é sempre baixo
a loja toda, o ano inteiro
Tudo aqui é bem melhor
Tem de tudo e mais fresquinho
Tudo aqui tem mais sabor
Tudo é feito com carinho
Aqui o preço é baixo o ano todo, a loja inteira
Além da qualidade a poupança é verdadeira
Receita Pingo Doce toda a diferença faz
Aqui no Pingo Doce o seu dinheiro vale mais, vale mais, vale mais
Venha ao Pingo Doce de Janeiro a Janeiro
O preço é sempre baixo a loja toda o ano inteiro
Venha ao Pingo Doce de Janeiro a Janeiro
O preço é sempre baixo a loja toda o ano inteiro
Pingo Doce, venha cá

domingo, 1 de novembro de 2009

Até o raio da lágrima é fraca

E diz a oftalmologista com ar de enjoada "A sua lágrima é de má qualidade!".
Eu dei uma gargalhada tão grande que a pobre deve ter pensado que era louca. Não estaria muito longe da verdade...
Mas eu expliquei. Com 3 hérnias discais, areias nos rins, sinusite crónica e mais umas mazelas que não vêm ao caso, só me faltava o raio da lágrima também ser fraca.
E solução? "Tem de usar lágrimas falsas".
Vai daí, ando desde 6ª feira a lágrimas falsas. Mas são só as lágrimas!!! O resto é tudo meu.