Desgosta-me ler notícias de Portugal: tudo aumenta, dos impostos
ao desemprego, dos suicídios aos anti-depressivos vendidos…. Só não aumenta a
esperan
Deixem-se de merdas! Vão-se a eles como o gato ao bofe.
Deixem de ser o corno manso e façam pela vida.
Desgosta-me saber que há gente nesse país carregadinha de
potencial, de know-how e de empreendedorismo que acaba esmagada pelo sistema e
das duas uma ou, tristemente, se adapta ou emigra.
Sinto o estado depressivo da minha geração. Filhos pequenos,
encargos mensais que não param de crescer, a motivação e a luz ao fundo do
túnel a esmorecerem. Estivesse eu aí e questionar-me-ia diaramente que futuro
teria a minha filha.
Conheço de perto vários (demasiados) casos de desemprego. Pessoas
válidas, com vontade de trabalhar, de mostrar o que valem, que lutam por
conseguir uma hipótese, mas que veem as suas chances menores a cada dia. Alguns
pensam em emigrar. Outros mantem a esperança que algo vai mudar.
Eu, que olho de fora e talvez por isso tenha uma visao
mais objectiva da coisa, acho que a mudança terá de vir do povo. Virar a mesa,
impor respeito e igualdade para quem trabalha, para quem quer ficar em Portugal
e fazer disso algo que valha a pena outra vez. Ir á raiz do problema e
resolve-lo.
Não será uma cura imediata… mais como uma quimioterapia lenta e dolorosa. Que deixa marcas, que dói. Mas que eventualmente possibilitará uma
cura.
O espírito de luta está
lá. Eu sei que está! Porque eu o tenho. E se estivesse aí ainda não tinha
parado de gritar, fazer cartazes, mandar emails ao Cavaco, ao Coelho e aos
outros todos!
Deixem-se de dar subsídios a marmajos mais do que
capazes de trabalhar. Deixem-se de ter pena dos degracadinhos todos. Há que
separar o trigo do joio. Metam os viciados no RSU a trabalhar, a fazer
descontos e a contribuir em vez de parasitar.
Matem a mesquinhez que abunda na mentalidade portuguesa. Atrofiem
a inveja, afoguem a chica espertice, estrangulem o pessimismo.
Obriguem os políticos a ser decentes, transparentes e a
respeitar o povo que representam. Tirem-lhes os carros de serviço e paguem-lhes
o bilhete nos transportes públicos (será que alguém já fez as contas ao que se poupava se se
acabassem com os carros de serviço de todos os cargos publicos – manutencao,
seguros, impostos, combustíveis?!). Servico público deveria ser isso mesmo - servir o público! Não viver á custa dele!
Baixem-lhes os ordenados, as mordomias, as despesas de
representação e verão que só vai para político quem tem vocação e não quem quer
um tacho.
Eu sei que 'político' e 'sério' são duas palavras difíceis de
conjugar juntas, mas se é possível noutros países, porque não em Portugal?
E mais... neste momento, o que é que o povo tem a perder?!
Arregacem as mangas, vão á luta pá! Mandem esses papalvos
todos ás couves e elejam quem tenha dois dedos de testa para traçar um novo
rumo. Ou pelo menos uma esperança de um rumo!
Eu quero acreditar que é possível. Que existe uma cura para
o cancro que se instalou na sociedade portuguesa.
Eu ainda nem era nascida no 25 de Abril, mas sempre que o meu pai dizia disparates ou fazia cenas
no meio da rua e nós reclamavámos da vergonha, ele respondia que os gloriosos Capitães de Abril fizeram a revolução para que ele pudesse fazer o que lhe
desse na real gana.
Que esperam?! São livres! Que esperam para vos dar na real
gana que podem viram a mesa!
Vá… que eu fico aqui a torcer por vós!