Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Real gana


Desgosta-me ler notícias de Portugal: tudo aumenta, dos impostos ao desemprego, dos suicídios aos anti-depressivos vendidos…. Só não aumenta a esperan

Deixem-se de merdas! Vão-se a eles como o gato ao bofe. Deixem de ser o corno manso e façam pela vida.

Desgosta-me saber que há gente nesse país carregadinha de potencial, de know-how e de empreendedorismo que acaba esmagada pelo sistema e das duas uma ou, tristemente, se adapta ou emigra.

Sinto o estado depressivo da minha geração. Filhos pequenos, encargos mensais que não param de crescer, a motivação e a luz ao fundo do túnel a esmorecerem. Estivesse eu aí e questionar-me-ia diaramente que futuro teria a minha filha. 

Conheço de perto vários (demasiados) casos de desemprego. Pessoas válidas, com vontade de trabalhar, de mostrar o que valem, que lutam por conseguir uma hipótese, mas que veem as suas chances menores a cada dia. Alguns pensam em emigrar. Outros mantem a esperança que algo vai mudar.

Eu, que olho de fora e talvez por isso tenha uma visao mais objectiva da coisa, acho que a mudança terá de vir do povo. Virar a mesa, impor respeito e igualdade para quem trabalha, para quem quer ficar em Portugal e fazer disso algo que valha a pena outra vez. Ir á raiz do problema e resolve-lo.

Não será uma cura imediata… mais como uma quimioterapia lenta e dolorosa. Que deixa marcas, que dói. Mas que eventualmente possibilitará uma cura.

O espírito  de luta está lá. Eu sei que está! Porque eu o tenho. E se estivesse aí ainda não tinha parado de gritar, fazer cartazes, mandar emails ao Cavaco, ao Coelho e aos outros todos!

Deixem-se de dar subsídios a marmajos mais do que capazes de trabalhar. Deixem-se de ter pena dos degracadinhos todos. Há que separar o trigo do joio. Metam os viciados no RSU a trabalhar, a fazer descontos e a contribuir em vez de parasitar. 

Matem a mesquinhez que abunda na mentalidade portuguesa. Atrofiem a inveja, afoguem a chica espertice, estrangulem o pessimismo.

Obriguem os políticos a ser decentes, transparentes e a respeitar o povo que representam. Tirem-lhes os carros de serviço e paguem-lhes o bilhete nos transportes públicos (será que alguém já fez as contas ao que se poupava se se acabassem com os carros de serviço de todos os cargos publicos – manutencao, seguros, impostos, combustíveis?!). Servico público deveria ser isso mesmo - servir o público! Não viver á custa dele!

Baixem-lhes os ordenados, as mordomias, as despesas de representação e verão que só vai para político quem tem vocação e não quem quer um tacho.
Eu sei que 'político' e 'sério' são duas palavras difíceis de conjugar juntas, mas se é possível noutros países, porque não em Portugal? 

E mais... neste momento, o que é que o povo tem a perder?!

Arregacem as mangas, vão á luta pá! Mandem esses papalvos todos ás couves e elejam quem tenha dois dedos de testa para traçar um novo rumo. Ou pelo menos uma esperança de um rumo!

Eu quero acreditar que é possível. Que existe uma cura para o cancro que se instalou na sociedade portuguesa.

Eu ainda nem era nascida no 25 de Abril, mas sempre  que o meu pai dizia disparates ou fazia cenas no meio da rua e nós reclamavámos da vergonha, ele respondia que os gloriosos Capitães de Abril fizeram a revolução para que ele pudesse fazer o que lhe desse na real gana.

Que esperam?! São livres! Que esperam para vos dar na real gana que podem viram a mesa!

Vá… que eu fico aqui a torcer por vós!

Sem comentários: