Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Homenagem ao Meu Maestro

No próximo dia 5 de Novembro, em Lisboa, vai haver um jantar de homenagem ao antigo maestro do coro da Igreja da Boa Hora, onde eu andei.

Com muuuuuuuita pena minha, nao vou lá estar. Mas a querida da Cristina P. pediu-me para escrever alguma coisa para ser lido no jantar.

E de modos que é isto. Tenho uma pena enorme de nao estar lá e dar-lhe uma granda beijoca na careca!




Corria o ano de 81... (há 30 anos, portanto!) Usavamos camisolas de gola alta e calcas de fazenda que picavam, com joelheiras. Nao foi um bom ano em termos de moda!



Eu teria os meus 6 anitos quando disse á minha mae que queria ir cantar com os meninos no coro da Missa das 5h30. Eu que ainda mal sabia ler, lá fui para o meio deles, logo adoptada pela Paula (nao me lembro do sobrenome). Os mais velhos tomavam conta dos mais novos. Havia uma hierarquia implicita cujo o topo era fila de trás. Levou uns anitos, mas cheguei lá.



Ao meu lado calhou o bom do António M. e a amizade ainda dura. Enquanto nao aprendi a ler entretia-me a comer os cantos do canticos e a falar desmensuradamente nas homílias do Padre Zé. Perdeu-se a conta as vezes que nos mandaram calar e nos separaram uns dos outros.



Os solos da Cristina Piedade punham toda a gente em sentido. Com a Susana C., a Cristina P., a Sandra N., a Ana Q., a Sofia R. (e mais uns quantos de que nao me lembro) pode dizer-se que era um coro de peso. O Nuno M. ao acordeao partia os coracoes de umas quantas meninas (nao vou dizer nomes!)



Vinha gente de proposito á Missa para nos ouvir! E no nosso palmo e meio de altura, cresciamos um bocadinho com o orgulho. E fomos á Se cantar no concurso de coros e fomos ao Páteo Alfacinha cantar no baptizado daquele menino vestido de veludo e que chegou numa carruagem (á filme mesmo).



Para nos meter na ordem, o pulso firme, a boa disposicao e as carradas de paciencia do Mário Q.. E eramos giros e afinados, com muito ensaio e sobretudo muita dedicacao do nosso mentor. Ainda me lembro como ele nos fazia repetir as mesmas coisas várias vezes ate que achava que estavam bem. E nos ensaios das leituras, fazia-nos dizer uma palavra complicada 10 vezes ate acertarmos.



Os desafinancos eram levados como simplicidade, com um motivador “nao foi assim tao mal” e os duetos da “ Paz vai correndo como um rio” foram tantos que ainda sei a letra (e o tom!) de cor. E nao e que as vezes dou por mim a cantar essas musicas?! E nao consigo deixar de sorrir com as lembrancas que isso me tras. Tempos bons, cheios de alegria.



Se aquele coro foi o que foi, muito se deveu á forca de vontade de quem o ensaiava. Nao só a Missa ficava mais fácil de levar daquele lado, comos os lacos e amizades aí contruidas eram coisas para durar uma vida inteira.



Tenho a certeza que nunca gostei tanto de fazer parte de um grupo como do Coro das 5h30. Foram anos que deixaram muitas saudades mas em contrapartida as recordacoes desses tempos nunca serao esquecidas.



A todos os fizeram parte daquele coro, um bem hajam!



Ao Mario Q., pela paciencia e dedicacao e pelas belas recordacoes que me proporcionou um beijo do tamanho do mundo com muitas saudades!

2 comentários:

Anónimo disse...

Saudades mesmo :)

So nao assino anonimo porque sei tao bem como tu a letra e o tom d' "A paz vai correndo como um riiiii-iiioooooooo :)"

Maria Feliz disse...

Anonimo (NOT!)

Nao precisas de assinar. A ti conheco-te de gingeira:)