Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Das coisas que me fazem feliz


Sorrisos. Mãos dadas e manhãs de sabado.
Queijo fresco.  Chá preto com leite evaporado. Sumo de tomate. Salame de chocolate.
Lembrar-me que o meu irmão, quando era míudo, comia açucar ás colheradas, directo do açucareiro. E de que experimentei uma vez, já que parecia tão bom… naaaaaaa.
Ver a míuda a enrolar fiambre em sticks de queijo. E a lembrar-me de como ela entrava a correr pela merceearia da rua da minha mãe, e ía pedir ao Zé que lhe cortasse uma fatia de fiambre e lha desse enrolada em forma de charuto.
Cheiro de cabelos lavados, ainda húmidos. Mãos bonitas. Conversa, muita conversa. Sobre tudo e sobre nada. Sobre coisas triviais e sobre o que de mais importa. Com pessoas com dois dedos de testa e que sabem do que falam. Como o meu Tio José Thomas ou o meu primo Zé.
Saudades das lições do meu pai. Cada conversa tinha sempre uma lição. Do seu livrinho com todas as ruas de Lisboa e que explicava onde começava e acabava cada uma. E de como com uma paciência infinita me explicava como chegar a um sítio onde eu nunca tinha ido e ele não me podia levar. Maldito Google Maps. Sabes lá o gozo que era procurar placas com nomes de ruas ou passar pela vergonha de em plena Rua Áurea entrar numa loja e perguntar onde fica a rua do Ouro.”Mas na placa diz Rua Áurea..." Oh menina,  é aqui… o nome veio por causa da ouriversarias!!  Tão verdinha que ela era!
Música. E de cantar com alma as músicas de que gosto. E de ficar pasmada por me lembrar de letras com mais de 20 ou 30 anos e nem me conseguir lembrar de que preciso ir comprar mais leite antes de ir para casa.
Amigos. Aquelas pessoas fantásticas que te fazem sentir especial. Não que sejas mais que nínguem. Mas que te monstram amíude que significas muito e não podia ser outra pessoa que não tu.
Nestum. Ralinho e com leite morno. Pão. Mas do bom! Com côdea e que saiba a pão. Que desgosto viver num país em que não há pão de jeito. Ou que benção, porque se houvesse, eu já vestia o quarenta… e quarto!
Abraços. De urso. De família. Longos, com os braços todos e que te apertam os ossos até estalar. Fazer positivos de negativos. Fazer planos. E mais planos. E desenhos e esboços e listas. Ai, o que eu gosto de uma lista. Seja do que for.
Cheiros. Novos e antigos. E de identificar pessoas e coisas com eles. E de ter pena de não os poder guardar a todos em frascos para quando batem as saudades.
Viajar. Nem que seja até à esquina. Tudo pode ser uma aventura. Em todo o lado se podem fazer grandes descobertas. Nem que seja uma moeda de 5p que te faz sentir que ganhaste o dia. Ou as grandes que te fazem cócegas nas mãos quando ainda faltam semanas para chegarem.
A vida. A minha e a dos que me rodeiam. Dos meus. Os que me fazem rir e chorar. Os que me fazem sentir que cada dia é um presente que deve, tem de agradecido.

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