Tenho falhas. Tantas que me
faltam os dedos. Coisas tortas, escuridão, momentos infelizes e palavras não
menos tristes.
Mas sou eu. Se tento ser melhor?
A cada instante, a cada batida que este coração ferrugento dá. Mas ás vezes,
cada vez menos vezes, mas ainda assim mais vezes do que eu e todos gostariam, há
um monstro que se apodera de tudo e, tal boi desenfreado, leva tudo à frente.
Porquê?! Pergunto-me eu e tanta
gente à minha volta. Há quem diga que é feitio. Há quem diga que é defeito. Eu
digo que é efeito. De vidas passadas, de tombos mal dados, de mágoas muito
doridas e decepções sem fundo. É defesa sem que ninguém me ataque. É ataque do
qual todos ficam indefesos.
É feio, é ruim, é triste e destrói.
Mas sou eu. Se tento ser melhor? A cada segundo.
Se há esperança? Uns dias acho
que sim, noutros, os mais negros, nem tanto.
E eu tenho tanta sorte. Raio da
gaja nasceu com o ‘sim senhor’ virado para lua, sempre pensei. E por A mais B a
vida tem me mostrado que assim é. Tirando as 3 ou 4 doenças crónicas, a
cabeleira não-farta e a estrutura fraquinha, tenho uma sorte do catano.
Por isso há esperança. Por isso
insisto, no ginásio, na yoga, no coaching, no que fôr. E um dia eu mato este
efeito todo e viro o jogo. E ganhamos todos.
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