Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

As bruxas, senhores! As bruxas...

Não sei como não me lembrei de escrever sobre isto antes... Mas enfim, aqui vai.

A minha cria sempre foi uma criança super bem disposta, alegre, faladora (puxou á mãe) e muito, muito dada (saíu ao pai).

Vai daí, começou a falar com 9 meses, tendo sido a primeira palavra "pai". Tinha 9 meses, não sabia o que fazia certo? Certo!

Com um ano, tinha um vocabulário farto, com carradas de palavras inventadas por ela como "tócolante" ou "tóculismo" e palavras que só a mãezinha entendia! Tenho um livrinho da Moleskine com o titulo "Quando a Raquel tinha 3 anos" que é um tesourinho... desde dispartes que ela dizia, a significados de palavras. Um mimo!

Tinha ela cerca de um ano e meio, em Outubro de 2003 portanto, chega o Halloween e uma parafernália de decoraçoes que incluíam, entre outras coisas, bruxas. Ora a catraia sempre gostou de bruxas. De Pai Natal e fantoches fugia a sete pés, mas bruxas, venham elas.

Na altura vivíamos em Viana do Castelo e o meu shopping de eleição era o NorteShopping. Um belo dia, toca de ir as compras e ía eu a entrar na Tribo, com ela no carrinho, montra repleta de bruxas e sai-se a petiz, alto e bom som, de braços abertos e sorriso rasgado "Olha mamã, tanta puta!!!!".

O que é disseste filha?!? "Puta, mãe... tanta puta, olha!" Não filha, ignorando os olhares indignados dos presentes... é BRUXA... tenta lá dizer... BRU-XA... E ela convencidíssima que estava a dizer a coisa mais acertada do Mundo "PU-TA"!!

A minha mãe num canto a escangalhar-se toda de tanto rir, eu a tentar manter a compustura para a criança nao perceber que estava a dizer um palavrão e vamos é embora daqui que isto está cheio de pu... bruxas, bruxas pá!

É óbvio que a história correu a família e os amigos todos e não houve quem não perguntasse á miuda "Oh minha linda, diz lá 'bruxa'!". O que ela fazia com todo o gosto!

A parvoeira foi tanta que duas empregadas do bar que eu geria na altura levaram-na uma vez a ver as bruxas (as bruxas mesmo, não as outras) ao Pórtico, uma loja fantástica que havia em Viana (ainda existe?)!
E parece-me que a loja em peso se mijou a rir com minha filha a dizer coisas como " Ai que puta tão linda!", "A Caquel gosta das putas" e afins. Enfim... era Viana do Castelo senhores! Diz-se "vai-te foder" á laia de bom dia, portanto uma caganita de ano e meio a dizer "puta" é uma festa!

Graças a Deus, a coisa passou-lhe e aprendeu a dizer bruxa direitinho. Já canjerina ainda hoje diz!

Ao lembrarmos este episódio ontem a minha mãe lembrou-se de outro. Com mais ou menos 2 anos, quando a miuda fazia birras, de tanto me ouvir a dizer que o mal dela era fartura, ao ralhar com ela perguntava-lhe "Sabes qual é o teu mal, sabes?!". E ela com ar de gozo e feliz da vida por saber a resposta certa dizia "Fartura!"

A minha filha é uma benção! Gira nas horas, esperta que nem um alho, divertida, maluca como a mãe e com um coração enorme (saiu á avó, que eu sou uma cabra).

E deu-me assim umas saudades loucas da minha pimpolha canina. 

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