Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Levanta a cabeça, pá!

Sim, que isto de olhar para o chão, não está com nada!

Porque é que o raio do gato à porta do McDonlad's tinha de ser amarelo? E eu tinha de olhar para ele? O sacana olhou para mim, altivo, como quem me diz "Olha lá para minha coleira!"... E eu, que sou bem mandada e gosto de obedecer a gatos, lá olhei. Bem feita. O filha da p*** do gato tinha uma chapa com o nome gravado, em letras garrafais "HÉLDER". Pois.
E lá andou, a passear-se por perto, com uma confiança que não é normal os gatos darem a desconhecidos... e assim ficou grande parte do nosso almoço. Até que a menina do Mc lhe consegui ver o verso da chapinha e sacar o nº de telefone do dono, que rapidamente apareceu para levar o Hélder para casa.
Depois, lembro do que ele me diz "As coisas boas! Pensa nas coisas boas!". E faço por isso. Já que me estão sempre a lembrar que são tantas... Esqueço o Hélder perdido, a dor no ombro, a falta que me faz o meu pai, a minha casa que tarda, e os desgostos acumulados. E lembro-me que o Hélder encontrou dono, o ombro há-de sarar, o meu pai está sempre comigo e a casa está quase aí a rebentar!
E a Raquel quis furar as orelhas e eu fiz-lhe a vontade. Ficou tão feliz. E tão linda, com uma margarida pequenina em cada orelha!
A somar, tenho dois sobrinhos lindos. Um irmão e uma cunhada que se divertem a infernizar-me o juízo, e uma mãe me que atura e apara os golpes todos.
Mais do que isso, só me falta mesmo levantar a cabeça.

2 comentários:

Carlos disse...

Ao olhares para o chão, corres o risco de não te aperceber de certas coisas que poderão estar a vir ao teu encontro. Isto é apenas um pensamento que me surgiu.
Nem que seja por isso... acho que vale a pena elevares o teu olhar. Quanto ao resto de que falas, acredita que são as pequenas coisas que importam... são os furos nas orelhas e os sorrisos que nos preenchem. São os amigos, as conversas, o acordar de manhã e saber que temos um dia à nossa frente em que tudo pode acontecer. Andar de cabeça baixa é rendermo-nos... e felizmente na maior parte das vezes, se pensarmos bem, não temos razões nenhumas para isso.

Beijo

C

Maria Feliz disse...

Carlos,
São, efectivamente, as pequenas coisas que contam. Os pequenos momentos, os sorrisos, as gargalhadas, um abraço, um olhar, um beijo... que fazem feliz!

E também sei que não tenho motivos para andar cabisbaixa. É só uma questão de ter consciência disso e erguer a cabeça:)

Beijo