Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Por cima de uma louca

Por todo o lado há gente que acha que a vida lhes deve.

Que passam por nós com cara de quem tem a plena convicção que veio ao mundo a saber tudo o que havia para saber. Que os parvos são os outros, que a vida foi inventada para os servir e o centro do mundo está plantado no seu umbigo.

São aqueles a quem eu normalmente acho uma certa piadola quando karma finally hits them. Uns mais tarde, outros mais pela fresquinha, todos sem excepção irão terminar com os cornos espetados numa qualquer parede e aí talvez aprenderao. Uns certamente, outros nem que a vaca tussa ou a porca torça o rabo. Há gente que nunca aprende, por muito estrago que faça. Mas ao menos, a vida dá-lhes umas dores de cabeça enquanto tentam desencaixar os cornos da dita parede.

Isto a propósito de? Da vizinha, claramente. E de como a vida em comunidade se torna uma coisa muito difícil quando nos calha uma tipa destas por baixo (salvo seja!).

Não estou a referir-me á minha vizinha, coitada, que se não é santa, para lá caminha, já que nunca a oiço, raramente a vejo e nunca me incomodou.

Refiro-me sim  á sra. dona vizinha da minha mãe. De seu nome Margarida Ines (o que por si só, já explica muita coisa) que sofre de graves distúrbios, os quais por não terem sido ainda diagnosticados causam transtorno a muita gente. A começar na dita e a terminar na senhora minha mãe, que não lhe fez mal nenhum, mas tem o verdadeiro azar de morar por cima da personagem.

A D. Margarida Ines é uma alma perturbada e devemos todos, sem excepção, ter muita pena dela. Eu não consigo porque devo ser uma besta. Isso, ou tenho dois dedos de testa. Desde que esta nova inquilina se mudou para o prédio, toda a dinâmica da coisa mudou. Desde pontapés a portas, gritos histéricos e malta a ser indentificada pela polícia (o meu irmao até pode ter sido o primeiro, mas não será certamente o último…) tem havido de tudo um pouco.

Há uns meses atrás, eram 9h da noite e a minha progenitora lembrou-se de ir cortar um coelho e temperá-lo para o dia seguinte (manias!). Convém dizer que a minha mae até nem é muito abrutalhada, pelo que o cortar do coelho não devia ser muito audível. Qualquer coisa equiparável ao bater de uns bifes.

Vai daí, a sra. D. Margarida Ines acorda estremunhada do seu sono tranquilo, veste o robe e vem bater á porta da vizinha de cima muito alarmada. “Ai vizinha, acordei assustada, a senhora está a serrar a esta hora?!

E a minha mãe sem muita paciência e as mãos cheias de sangue (do coelho) lá lhe responde que não, estava só a partir um coelho. E olhe, com licença que eu tenho mais que fazer. E porta na tromba que é o que se faz a quem tem pouco que fazer.

Ficaria a história por aqui, não fosse a D. Margarida Ines uma criatura perturbada. Atentem na missiva anexa.


Quando li, não sabia se haveria de rir ou chorar. Se isto não é um atestado de doideira pura, não sei o que será. Gosto especialmente da referencia ao "civismo" numa carta que não se assina nem se mandam cumprimentos, nem beijos ou abraços. Fiquei sentida!

O facto de ela reconhecer que ouve todas as chamadas telefónicas da minha mae até ás 23h é um tanto ou quanto pertubador e precisa de uma análise cuidada. "Ouve" como?! O telefone toca e ela "ouve" a minha mãe a atender ou "ouve" literalmente a conversa toda?! Parecendo que não, são coisas diferentes!

Há gente com pouco que fazer, há gente louca, há gente que nasceu para incomodar os outros, há gente que devia estar internada e anda por aí á solta. E depois há gente como a D. Margarida Ines que é isso tudo e mais um bocadinho.

Leva-me a crer que a D. Margarida Ines tem o sono muito leve. A minha mae é uma senhora educada em colégios de freiras e para que ela levante a voz é preciso mesmo muito. A minha mae tem conversas aparvalhadas com os amigos e a família no Skype, mas não tem riso histérico de teenager nem grita que nem uma maluca. A minha mãe é uma senhora de 66 anos que bebeu muito chá em pequenina e prefere incomodar-se a incomodar os outros.

Posto isto, esta carta é um perfeito disparate e a D. Margarida Ines, além de muita coisa de que a poderia apelidar, é, no mínimo, parva. E devia morar isolada numa moradia, atrás do sol posto (Caneças, talvez?!) para ninguém a incomodar.

A coisa também poderia ter ficado por aqui. Mas não. E nem teria piadinha nenhuma se assim fosse.

Há umas semanas tive de ir a Lisboa e, como é normal, reunimos a família toda para uma jantarada num sábado á noite. Uma espécie de Natal antecipado, já que há 3 anos que não passo o Natal com os meus sobrinhos, irmão, cunhada e afins.

Éramos perto de uma dúzia, com crianças pequenas á mistura e, sim, todos juntos falamos alto com’ó catano. O cozido á portuguesa, o vinho e o bolo rei ajudaram á boa disposicao e rambóia. Mas era só gente a conversar e a rir alegremente. Nada de música aos berros ou malta aos pulos.

Ás 9h40 da noite tocam á porta, não no patamar, mas na rua. A minha mãe pergunta pelo intercomunicador “quem é?” e como resposta leva mais um toque bem longo. E mais um quem é e um terceiro toque simpático de pelo menos um minuto. O meu irmão levanta-se e diz “Querem ver que é vizinha de baixo?!” e larga-se escadas abaixo para ver se a apanha em flagrante. Eu sigo atrás que o gajo até é calminho mas quando se passa, PASSA-SE mesmo. Vamos nós no 1o andar e vem a  D. Margarida Ines, de roupao (diz-se que nunca saiu de casa com outra coisa…)  a subir e diz com ar de enfadado, como quem carrega muitos pesos “Escusam de correr, fui eu que toquei!

E eu,  passada com a gaja (sim, aqui vai-se-me a educacao toda para as cucuias) “Oiça lá, mas porque é que você não sobe as escadas e toca na porta da minha mae e fala com as pessoas normalmente? Isto tem algum jeito?!”

E ela, com um ar que toda a gente lhe deve e ninguém lhe paga (lá está!) “Eu quero-me deitar com a minha filha e não consigo dormir! Voces estao a fazer muito barulho!

Minha senhora, é sábado, ainda nem 10h sao, é uma festa de familia e nós nem estamos a fazer assim tanto barulho. Se está incomodada, deveria ter ido lá acima queixar-se. Isto não tem jeito nenhum!!!

A tipa continua a barafustar e a dizer que quer dormir e o meu irmão diz-lhe de dedo apontado ao nariz “Você não volta a tocar assim na porta da minha mae, está a ouvir?!

E a gaja, de olhos semi-cerrados, dedo também apontado ao meu irmão sai-se com um “Toooooooco! Toooooooco!” (a arrastar os ós como estivesse com prisão de ventre). E eu a pensar cá com os meus botões…. Ui, tanta neurose a precisar de receita médica!

Ai não toca não! Porque se voltar a tocar, eu mando-lhe com um balde de água fria! (tão querido o mano… água fria costuma sempre acalmar, pelo que no fundo isto deveria ser visto como caridade!)

Está-me a ameaçar?!!

A mim pareceu-me, mas fiquei calada, enquanto topava o verniz no dedo indicador que a tipa apontava ao meu irmão e pensava “xiiiiiii, que cor de verniz tão merdosa!

E barafustando fomos andado no patamar e ao chegar perto da porta dela, está um gajo em pijama (tipo aqueles da Throtleman, cheios de bonequinhos) mãos nos bolsos, impávido e sereno.

Comecei a achar que a cena ía dar molho, o meu irmão passado, um gajo ali á porta, talvez disposto a defender o sono da D. Margarida Ines…. Passo pelo gajo na bisga, o meu irmão também, numa estratégia de claramente o ignorar para evitar mais desacatos. 

A vizinha ainda a estrebuchar e o meu irmão a insistir com o balde… começo a subir as escadas e vem a minha cunhada juntar-se ao filme. Mais a minha prima e outros quantos. “Olhe, o seu mal é que isto é uma festa de família e você nao foi convidada!”  É sempre bonito referir as fracas capacidades de sociabilização de quem nos chateia! Digo eu.

A tipa continua a insistir que não consegue dormir e eu como uma vontade enorme de lhe dar umas quantas sugestões cristãs – valeriana, valium, uma queca bem dada quiçá?! (ok, esta menos é cristã, mas muito eficaz, a meu ver…) mas a controlar-me estoicamente! Em vez disso saiu-me um “Sabe que mais, chame a policia!

 Ai chamo, chamo!
-       
          E lá entra para casa, o gajo sempre mudo e tungas, porta nas trombas.

Voltamos todos para casa, um bocado parvos com a cena, mas a achar que a coisa tinha ficado por ali.

Qual quê, é o ficas. A tipa chamou mesmo a polícia e nem 20 minutos tinham passado quando abrimos a porta a 3 (sim, três!!!) polícias. A vizinha queixou-se do barulho e que foi ameaçada. E temos de identificar a pessoa que a ameaçou. Ah… oh mano, estes senhores querem falar contigo!

E como a malta lá em casa estava toda um bocado inflamada com a cena, sai-se a minha prima: Oh senhor agente, isso é que foi rápido. Eu na semana passada assaltaram-me a casa, levaram-me o ouro todo e o portátil do meu filho e os senhores levaram 3 horas para aparecer!!!

-          - Oh minha senhora, depois do assalto consumado, chegar 3 horas ou 10 horas depois vai dar no mesmo!

Eu que normalmente até tenho um poder de argumentação do camandro fiquei KO com a resposta do policia. Sim senhor, sem palavras...

E lá se mostra o cartão de cidadão e se dá a morada e a profissão e se explica a ameça que se fez. Um balde de água fria, senhor agente. Sim, confirma-se, foi isso que a senhora disse.

Eu, completamente incrédula com a história toda disparo sem pensar um “Vá lá, é maluca mas nao é mentirosa!” e atiro-me ao polícia a fazer perguntas sobre a lei do barulho e a insanidade das pessoas.

Para que saibam (que eu também nao sabia) a lei do barulho mudou e enquanto antigamente se podia alarvar até á meia noite num sábado, agora sempre que alguém se sinta incomodado o barulho tem de cessar! Está mais do que visto que a Sra. Dona Margarida Ines já nasceu incomodada pelo que qualquer alfinete que tenha o azar de cair na tijoleira lá de casa vai certamente importuná-la.

Não deixei de perguntar ao senhores agentes e então se a vizinha for tola? E falei da carta e do coelho, ao que um dos agentes desatou a rir. Há um histórico por detrás disto, correcto? Correcto, mas nós só estamos a responder a esta occorrência e não sabemos de mais nada. Tendo ainda se prontificado a explicar que, não sendo eu psicóloga ou psiquiatra, não podia dizer que a senhora era tola, pois até ele podia ser tolinho e eu não saberia dizer com certeza (que confiança que este polícia me inspirou, senhores!!!!).

Resumindo e concluindo, faz favor de fazerem menos barulho, que a vizinha quer dormir, correcto? Oh sim, senhor agente, que nós somos bem mandadinhos e educados. 

Mas se esta idiota de primeira apanha continuar com estes filmes eu juro que ajudo o meu irmão a encher o balde! Haja pachorra.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Dois mil e 13



Um brinde a um grande ano e venha o próximo, se possível tao bom. Nao que tenha sido prefeito. Longe disso. Mas aos 37 anos aqui a menina já interiorizou que as coisas perfeitas nem sempre sao as melhores.
Tirando os episódios tristes e que nao deixaram saudades, o ano de 2012 até que foi supimpa. E posto isso, toca de comemorar a coisa com pompa e circusntacia.
Sendo nós dados a festa, comecámos a comerar a 22, pois nunca é cedo para a rambóia.
Festa de anos de uma amiga num clube todo jeitoso, com direito a jantar e  animacao. Sendo que a animacao foi o Deal or No Deal com malta do público. O pessoal era escolhido pelo bilhete que tinha deixado á entrada. Chegada a altura de chamar os nomes, os nossos amigos foram estrategicamente fumar um cigarrinho. E diz o gajo “estou cá com um feeling que ou me chamam a mim ou a ti!” Bem dito e bem feito. Última pessoa a ser chamada… euzinha! Gajo respira de alívio enquanto eu vou para o palco com mais 20 sem ponta de ideia do que era para fazer. Fiquei sentadinha mesmo á frente da coluna. Um mimo… até os pelos da nuca se arrepiavam. O jogo nao era nada de especial, o gajo que ganhou levou 10 libras de prémio (podiam ter sido 250) e eu levei umas jelly slices que é uma cena da família das gomas.

Depois disso dancámos, bebemos, pulámos, bebemos, rimos e bebemos mais um bocadinho. Ao todo devo ter bebido… hum… perdi a conta. Sei que ao 4o disse que nao bebia mais e depois desse ainda bebi pelo menos mais 2. Pelo menos. Apanhei a maior cadela da minha vida. Que é como quem diz que me empielei. Nada como ter amigos dados á paródia e a servir-nos rum com cola como se nao houvesse amanha.

Já devia ser perto da uma da matina quando me viro para o gajo, meia enrolada e lhe confidencio “Oh mor, o que e que se passa comigo que estou a olhar para os bifes e a esforcar-me como o raio, mas so lhes vejo as bocas a mexer e nao percebo puto do que eles estao a dizer?!” Entre gargalhadas o gajo lá me disse “Estás bebada!

Ah bom. Antes isso. Estava a ver que se me tinha estragado o botao da traducao. Nada habituada a estas andancas (de bebedeiras, que festa é comigo!) a ressaca só me chegou 2 dias depois. Típico. Mesmo a tempo da Consoada.
A noite de Natal foi calminha. Sem criancas (nossas) e sem grandes excessos, passou-se. Facto digno de registo, a cotovelada nos queixos que levei da senhora minha sogra. Sem comentários, sim? Parece que Foi sem querer.
Já o reveillon, com 14 pessoas lá em casa, o gajo de servico aos camaroes tigre e aos discos pedidos, a coisa prometia.
Tugas misturados com bifes dá sempre uma cena jeitosa! Desde ver quem já emborcou umas quantas cervejolas a mais a falar na língua natal para quem nao percebe puto (e o ar de espanto de quem ouve mas nao quer dar bronca porque o gajo até é simpático e coitado... está bebado!) a gajas que acham que vivem num sitio decente e saem para rua descalcas e pisam um preservativo (a sério que nao sei o que me apoquenta mais… se ter pisado o raio da coisa com o meu pézinho descalco ou o facto de saber que anda malta a pinocar á minha porta!!).
E os bifes a dancar a Bicho do Iran Costa?! Ui, ui. Sim, o nosso (do gajo) gosto musical anda pelas ruas da amargura. De tal maneira que depois de vermos na televisao o fogo de articicio em Londres, até o hino nacional se ouviu.  E houve champagne, passas e muito assobio. E tarte de amendoa, de morango, cupcakes vindos de Portugal (sim, eu sei, é estranho, mas é assim mesmo) queijinhos nacionais, que eu digo mal de muita coisa no meu país, mas nunca ninguem me viu dizer mal da comida.
Fizemos carradas de trocadinhos com ‘corner’, ‘faca’, ‘piece’ e outros tantos. A língua é uma coisa muito traicoeira e olhem que nao é só a portuguesa. Para quem nunca ouviu “Italian man goes to Malta” (procurem no You Tube, vale a pena) isto é chines, mas enfim. Ou por exemplo oicam o James Blunt a cantar “there’re no quiet corner” no Stay the Night e depois digam-me lá se eu nao tenho razao. Se nao perceberam, esquecam. A serio que nao vale a pena.
Enchemos o bandulho, bebemos como se nao houvesse amanha e divertimo-nos a bruta. E enquanto eu dizia mais umas alarvidades alguem me respondia no alto da sua bebedeira “now, now… behave!” Me? Really?! Never.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Para comecar bem o ano

Malta que chega aqui como quem vem da serra aos trambolhoes. Ok, há os que veem certinhos e sabem ao que veem (ou nao!). Mas se isto nao é para rir, nao esperem que eu chore ok?

Já escrevo sobre a passagem de ano, tá? Isto aqui está tudo muito busy, busy, por isso entretenham-se lá um bocadinho com isto agora que eu já vos atendo.


Intrigam-me especialmente as encryped searchs! Devem ser as minhas costelas de cusca.

Conselhos:
1. No "back in mountain" falta o "broke". Parecendo que nao, faz diferenca!
2. Para quem vai mandar o cartao aos amigos... esquece lá isso! Uma sms faz o mesmo servico (ainda eu digo que uso muito o Google... há malta que abusa)
3. Essa cena das meninas 15 cheira-me a pedofilia... e o "piano omes trezeno" a drogas duras!
4. Se o relogio do fiesta 2008 atrasa, aconselho a adianta-lo (escusa de agradecer!)
5. Se a Primark vai ou nao abrir no Barreio em 2013, nao sei, mas acho bem. Depois avisem, ok?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Consulado tem muita honra (mostra é pouco trabalho!)


(facam-me um favorzinho, leiam como se tivesse acentuacao que eu estou toda estragadinha e sem pachorra, ok? Agradecida)

Isto vai dar pano para mangas. Se por um lado vivo num pais de onde nao tenho grande razao de queixa, por outro nasci num que me dá água pela barba.

E mal de mim que precisei do Consulado outra vez. Telefonar, escrever qualquer tipo de contacto e um tormento que doi na alma.Foi a segunda vez este ano que necessitei dos servicos do Consulado de Portugal em Londres.Desengane-se os que pensam que por estar sediado em Londres, este organismo difere em alguma coisa do país que representa. 


O telefone é atendido de vez em quando, e pode passar-se até 20 minutos (!) a ouvir aquela musiquinha de elevador.Qualquer documento que se precise, tem de ser pedida uma marcacao por email (e quem nao tem internet?!) e depois é esperar! 

Em Maio deste ano a minha avó foi internada de urgencia em Santos, Brasil. A minha mae, que passa 6 meses por ano comigo em Inglaterra, na altura estava aqui comigo, mas nao tinha passaporte para viajar para o Brasil.Telefonei para o Consulado sem sorte nenhuma. Enviei emails com caracter de urgencia que foram respondidos 2 dias depois e faziam marcacao para semanas depois. Em desepero desloquei-me ao Consulado com a minha mae, que lavada em lágrimas implorou por um passaporte para conseguir viajar.

Resposta? Nao podemos fazer nada, os passaportes nao sao feitos aqui. O melhor é ir a Portugal.E foi o que fiz. Meti a minha mae num aviao para Lisboa, fez o passaporte em menos de 24 horas e embarcou para o Brasil onde ainda conseguiu ver a mae com vida.

Na semana passada, solicitei nova marcacao urgente pois a minha filha precisa de um passaporte para ir passar o Natal com o pai a Mocambique. A viagem nao foi planeada, foi tudo em cima da hora e peco encarecidamente ao Consulado que me marque alguma coisa a tempo de ela conseguir viajar no dia 20 de Dezembro.

Enviei o 1o email a 6 de Dezembro. Que reenvio na manha de 7 de Dezembro. Respondem-me ao final do dia, com uma marcacao para 20. Respondo rapidamente a dizer que 20 é muito tarde que ela viaja para Portugal a 18 e que tem o passaporte antes disso. 

Telefono e tenho uma sorte dos diabos - atendem-me o telefone!!! Mas olhe que vai ser dificil. Os emails recebidos hoje agora só entram no sistema na 2a feira (???) e nao temos vagas. Quase que mendigo ao telefone. Nada feito. Tem de ser por email. 

Dou voltas a cabeca e desisto. Marco voo para Portugal e vou lá eu fazer passaporte á crianca. E agora recebo um email do Consulado a dizer que tem vaga para dia 14. Ora metam a vaga num sitio que eu cá sei. Isso e a resposta que lhes enviei:

Boa tarde,

Nao tenho palavras para agradecer a vossa rapidez!


Mas como seguro morreu de velho e desconfiado ainda vive, eu mesma irei a Portugal de proposito para fazer um passaporte para a minha filha. Uma vez que a viagem esta marcada para o proximo dia 15 de Dezembro, nem sequer vale a pena deslocar-me ai, perder a paciencia porque me vao dizer que o passaporte demora 3 dias porque é emitido em Portugal e que tenho de esperar. 

Se eu podia ter feito o passaporte mais cedo? Podia. Se soubesse que ela ía precisar dele. A isso chama-se imprevistos, urgencias e coisas que ninguem pode programar.

Evoluam se faz favor! O facto de estarem sediados num país desenvolvido como este devia fazer maravilhas por um organismo buroctrata como esse. Mas nao... todos agarradinhos ao "nao temos vagas, nao podemos fazer nada"!

Funcionalismo público é servico público!!! E servico publico significa servir o publico, certo? Nao, em portugues deve significar outra coisa. 

Estou mesmo agradecida pelo que puderam fazer por mim e pela minha filha. Foi assim qualquer coisa proximo do... NADA! Que foi precisamente o mesmo que fizeram em Maio deste ano pela minha mae, quando a minha avó foi internada no Brasil e a minha mae nao tinha passaporte para viajar.

Resultado? Depois de uma ida em vao ao Consulado, lá foi a senhora de 65 anos enfiada num aviao para Lisboa para fazer um passaporte urgente e embarcar no dia seguinte para Brasil e com uma sorte danada ainda ver a mae com vida.

Se nao conseguem dar respostas urgentes, nao iludam as pessoas! Fechem e voltem para o vosso paraiso á beira mar plantado e deixem-se ficar por lá! Tenho pena dos emigrantes que nao podem pagar viagens e tem de se sujeitar a morosidade, lentidao e inercia de um servico que deveria ser célere, eficiente e eficaz!

E parem de lá de responder ás pessoas com emails a comecar com "O Consulado tem a honra..."! O Consulado deveria ter honra era de fazer um bom trabalho e prestar um servico excelente aos emigrantes. O Consulado devia era ter vergonha que cidadas portuguesas tenham de voar para Portugal para conseguir um documento!! 

Ao menos sempre compro duas passagens na TAP que me custaram perto de 900 euros e dou algum á TAP. 

E daqui a 2 anos candidato-me á cidadania britanica que me custa uma pipa de massa, mas há-de valer todos os tostoes! E aí sim, queimo a bandeira e grito bem alto que deixei de viver com a vergonha de ser portuguesa!

Um feliz Natal e um 2013 em grande para todos.Uma cidada portuguesa com muita vergonha de o ser!

E agora comeca a parvoeira (sim, que o resto era só mesmo incompetencia!)

"Com referência ao seu e-mail, o Consulado Geral de Portugal em Londres tem a honra de comunicar a V. Exa. que a sua reclamação foi reencaminhada superiormente."

E como devem pensar que toda a gente é acéfala como eles, ainda acrescentam que ATENCAO... se vou a Portugal fazer um passaporte para minha filha devo... levar a minha filha comigo!!!!  "O Passaporte requer dados digitais (exemplo: impressões digitais; fotografia digital; assinatura digital, etc.) e como tal a sua filha terá que estar presente (quer efectue o Passaporte nestes Serviços, quer efectue o Passaporte em Portugal)."

Ah bom... ainda bem que avisam, que eu nem sequer estava a pensar levá-la, mas agora que falam nisso, faz sentido! Obrigadinha. Daaaaaaah!


Cereja no cimo do bolo, o ultimo email que recebi.


Com referência à reclamação de V. Exa. abaixo, temos a recordar que este Consulado-Geral correspondeu a um pedido formulado no dia 6 de Dezembro para fazer um passaporte, dando no dia seguinte uma marcação para dia 20 do mesmo mês, antecipando depois essa mesma marcação, novamente a seu pedido, para dia 14, pelo que não se afigura ter a reclamação apresentada por V. Exa. qualquer razão de ser.  

A reter: avaliaram a minha reclamacao em 2 dias, e quem responde é o mesmo de sempre, o que me leva a deduzir que das duas uma, ou o reencaminhar superiormente e só para ingles ou ver quem responde aos emais é o Consul himself. Vou mais pela primeira que o Consul deve andar mais para festas do croquete, caviar e champagne que para ligar a plebe e servir quem lhe paga o ordenado.

E pronto, fizeram o que sabiam melhor, que éassim qualquer coisa proxima do "nao me chateeis e vai á vidinha que eu sou funcionario publico". Fosse eu um tanto ou quanto mais estupida e ficava aqui na duvida de quem é que tem razao.

Proooooooooooximo!







terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Nao é o fim do mundo (mas para mim está pertinho!)


Nao quero pensar muito nisto, que ando de lágrima facil e coracao ao pá da boca. Ah pois, o meu coracao sempre esteve perto boca.

Em 10 anos de maternidade sempre me gabei que ser mae solteira tem grandes vantagens. E tem. Ao ter a custodia da piolha, sou eu que decido o que há para decidir, nao há fins de semana para dividir porque vivemos fora de Portugal (e o pai da crianca tambem). Nao tenho de “dividir” a minha filha com ninguem, por muito egoista que a coisa soe.

Mas em 10 anos a crianca só passou os 3 primeiros com o pai e os 2 ultimos em vai e vem. Vai dai este ano lembrou-se e quer ir passar o Natal com o pai. Nada contra. Quer dizer, nada, nada nao é bem assim. Mas nao me opus. E lá vai a minha piolha para Mocambique por 10 dias. Faco-o por ela. Porque ela pediu. E porque só tem 10 anos e olha para o pai como todas as criancas de 10 anos. Se o visse pelos meus olhos, fugia. Ainda bem que nao ve.

E por muito que me tente convencer que é mais que justo que ela passe o Natal com o pai, nao consigo deixar de sentir um aperto. Pela 1a vez desde que ela nasceu ela nao vai estar comigo no Natal. E o fim do mundo? Nao, nao é. Mas é caso para dizer que o meu Natal vai ser na passagem ano. Vou deixar os presentes por abrir e só quero que seja Natal quando ela voltar.

Vou ali embrulhar mais uns quantos e volto a 31, ok?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Das reclamações


Uma vez por ano posso queixar-me dos comboios. Hoje é o dia! Ao que chega uma tipa que pelas vicissitudes de viver num país civilizado quase nunca consegue queixar-se de alguma coisa. Isto para uma portuguesa é como tortuta chinesa! 

Há dias ía escrever uma carta a reclamar de uma situação que se passou na escolar dos miudos, toda contente e cheia de razão, quando o meu gajo leu e me estragou o gozo todo “Olha, lá já pensaste que pode ter sido outra coisa?”. E pronto lá se me foi o poder de argumentação todo para as cucuias e larguei aquela que seria a minha primeira e devidamente inflamada reclamação neste país.

O problema é que os gajos não dão azo para uma pessoa reclamar. E já estou farta de reclamar do tempo, que bem vistas as coisas não é culpa de ninguém.

Posto isto, os comboios hoje estavam parvos. Aquilo a que os tipos chamam de “signal failure”. O que significa que por não haver semáforos os gajos não andam! Ora se isto fosse em Portugal, estava tudo resolvido, porque não haveria de ser um sinal luminoso defeituoso que iria parar o maquinista. Haveriam de morrer uns quantos passageiros, mas quem é que se preocupa com isso?!

Aqui, com todas a medidas de Health & Safety e a histeria de fazer tudo certinho senão ainda morre alguém e vamos todos presos (e é que vão mesmo!) toca de parar os comboios todos.

E vai daí, eu que nunca tenho hipótese de recalamar de nada, faço o gosto ao dedo, e num comboio apinhado de gente atrasada para o emprego largo tiradas como “The driver is probably still in bed! Signal failure, my ass!”  E perante os risos e olhares concordantes dos demais, continuo “If it’s not the rain it’s the snow, and now they just made up a new excuse to run late”.

No fim, recosto-me no assento, beberico o meu cházinho e digo alto “Well, for once I’m late and it’s not my fault! I might as well relax and enjoy it!!". E leio o Metro (sim a gente aqui também temo Metro. Mas em inglês, bem escrito e com menos dispartes que o vosso!).

E depois de o conductor se desculpar 3 vezes nos últimos 10 minutos, o que faz uma pessoa pensar que ele deve estar na cabine a autoflagelar-se com um chicote, tal é a voz de sofrimento, lá decidem cancelar o comboio e toca de ir tudo, feito carneirinho, á procura de outro.

Contas feitas, o meu comboio da 7h34 foi cancelado e só apanhei um comboio as 8h05, tendo chegado ao trabalho 20 min atrasada.

Isto não se faz pá! Fosse o Salazar a mandar neste país e os comboios andavam todos na linha (ai… já andam!) e a horas! E condutor que se atrasasse ía parar ao Tarrafal!!!

Este país assim não avança pá! Comboios cancelados/atrasados pouco mais de uma vez por ano??? Onde é que isto já se viu?! Qualquer dia passam-se e começam a dar descontos ás pessoas, sempre que estão abaixo de 90% de pontualidade… Ah… isso já fazem.

Pronto, já fiz o gosto ao dedo. Agora só posso reclamar outra vez para o ano. Isso, ou rezar para que neve muito. Mas isso ainda tenho de ver quem é que vou culpar…. Ou atiro aquela do “Aqui a culpa morre sempre solteira, não é???!!!” que fica sempre bem.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Meia dúzia


Este blog está a fazer 6 anos em menos de nada! Assustador! Digo eu, que o escrevo. O que dirá quem me le?

Lembro-me de escrever á bruta, posts atrás de posts, sobre tudo e sobre nada.

Lembro-me dos tempos dos comentários á pázada, de eu não ter tempo de responder e de haver comentários cruzados. Lembro-me de este blog ser falado em tudo o que eram jantares de amigos, festas de familia e conversas de café. Lembro-me de andar com um notebook da moleskine para tomar notas, livrinho esse  que me foi “roubado” várias vezes.

Lembro-me dos amigos que fiz e das invejas, ressabiamentos, cabras e cabrões que aqui vieram parar. Lembro-me das vezes todas que parei de escrever porque não me apetecia levar com as frustrações de toda a gente pequena e mesquinha que aqui apareceu.

Lembro-me da malta que chegou aqui como quem vai tirar o cutão do umbigo e a achar que a sua opinião, juízo de valor, análise da minha pessoa ou tentativa de piada tinha algum valor. Lembro-me de tirar o maior gozo de todos os anónimos que aqui tiveram o desplante de vir comentar. Desde o/a que me chamou p-u-t-a com as letras todas, á que (ela dizia que era uma "ela") me apelidou de Zezé Camarinha com downgrade.  Havia de chorar, querem ver? Optimista e positiva como sou, só podia mesmo era virar o bico ao prego e rir até me doer a barriga.

Lembro-me dos gajos que se apaixoram pelo que eu escrevi. Dos que acharam que o mau feitio era fachada. Dos que tiveram tomates para testar se era fachada ou não. Dos que fugiram  as 7 pés com o rabinho entre as pernas quando lhes provei por A mais B que fachada era a senhora mãe deles.

Lembro-me do chorilho de comentários anónimos que não publiquei e que andaram a circular por email. Das teorias da conspiração, será fuluno, será sicrano… Dos trocadilhos e analogiais que fiz nas respostas que fui dando. Nas “tareias” monumentais que dei no ego de muito menino.  Das gargalhas que dei a ler alguns comentários de quem me quer bem a “bater” em quem me queria mal.

Das horas passadas a ler e a comentar outros blogs, como o El Dourado, O juro , o Ervilhas, o 1000 Conversas, a Bad e tantos outros que entretanto fecharam. E das “conversas” saudáveis que tinha com esta gente toda. Apesar de só conhecer uma pessoalmente. Hoje conheço 4 e uma virou família! E não fosse o primo e o blog e  não tinha conhecido O gajo.

Lembro-me do tempo em que o blog era um vício saudável. Uma dependêcia consciente, que tinha de ver satisfeita várias vezes ao dia.

Hoje olho para este blog como alguém que em tempos fumou 4 maços de tabaco por dia, mas de vez em quando ainda dá umas passas. E apesar da euforia não ser a mesma de outros tempos, posso garantir que ainda me dá um gozo do caraças escrever aqui.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

E de maneiras que é isto...


Atentem que a alminha atormentada andava á procura, não de solução para o seu problema, 
mas sim de imagens... Imagens, senhores!!!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Do fundo do baú

Conversas de gajas, falta de assunto e vai daí que veio isto á baila.
O texto em si nao é o melhor... o melhor sao os comentários. De chorar a rir!

Divirtam-se!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Das Américas

Comecando pelo obvio, diverti-me á bruta, vi sitios lindos, ía morrendo de susto a fazer snorkelling e comi que nem uma real besta (diet is on again!).


Miami Beach, Sunny Isles Beach, Key West (3 horinhas para lá chegar valeram cada minuto) e marisco a deitar pelos olhos a cada canto.

Cereja em cima do bolo, "Bubba Gump" o restaurante temático do Forest Gump … Um luxo, pelo menos para mim que amo o filme! Carradas de cenas do filme por todo o lado, mesas com citações tipo “My mama used to say…”, placas com “Run Forrest, Run” e “Stop Forest, Stop” para anunciarmos que queríamos fazer o pedido ou que estava tudo bem, menu de sobremesas em forma de raquete de ping-pong (quem viu o filme sabe porquê)… e camarão a dar com um pau! Loja de souvenirs estupidamente cara, óbvio! Enfim, não se pode ter tudo.

Em relação á comida, comecava a ficar cheia logo ao pequeno almoço. Os tipos são tão meiguinhos a server (NOT!!!). Que exagero, senhores. Ele é bacon, ele é ovos, ele é torradas… e o mais assustador foi ver o meu gajo super bem adaptado, a marchar uns ovos benedict (que é assim a pior coisinha que eu já comi a um pequeno almoço) e a amar cada segundo…

No primeiro dia jantamos no A Fish called Avalon e partimos logo a loiça toda. Uns 150 dólares… ouch! Até estalou… Mas a lagosta e o risotto de frutos do mar estavam assim qualquer coisa de cair para trás, chupar os dedos, chorar por mais e dar graças aos Santos e anjinhos todos. DE-LI-CIO-SO! Para dizer o mínimo.

No Domingo fomos a Sunny Isles Beach, molhámos os pézinhos e almoçámos num restaurante famoso pelos bifes, entrecosto e marisco. Tony qualquer coisa (que a minha memória nao dá para tudo...) E pronto, lá furamos a dieta (outra vez!) e toca de comer um balde de camarão de entrada, mais entrecosto cozinhado por 12 horas e mais taglieteli de marisco (sim, que o menino não descansa!) E a sobremesa?! Sem comentários, mesmo… É que dava para uns 4!

Na 2a feira o gajo foi trabalhar que alguém tem de fazer pela vida e eu lá fui para Key West fazer snorkelling. Muito bom.  Apesar de ter estado uns bons 10 minutos a hiper-ventilar e a dizer de mim para mim "O Deep Waters é só um filme!!!" (baseado num caso real, mas isso não ajudava nada á causa, certo?!?) e que tal como o capitão do catamaran me disse “All the sharks here are friendly!” E que morre mais gente sentada na praia com cocos que lhes caiem na cabeça! Yeah… sure!!!! E a musiquinha do Sharks in the back of my head! Fu**ing scary mate!!!

E lá me dei uma chapada mental, sem perder a compustura e pensei "OK, pagaste, vais fazê-lo e fazê-lo bem! Mete lá a tromba debaixo de água e ve os peixinhos, não penses em parvoíces e AHHHHHHHHHH! (grito histérico!) Cabrão do peixe enooooooorme que me assustou! Fónix, a máquina pá, a máaaaaaaquina!!!" Obviamente com toda esta conversa debaixo de água, não escapei a uns pirolitos. 

Ainda não sei se as fotos debaixo de água ficaram alguma coisa de jeito. A ver vamos… Mas que o peixe era lindo, era. Preto, com riscas azuis… enorme… e mesmo ali ao meu lado, como se nada fosse! Impressionante.

Dei mais uns mergulhitos, respirei fundo umas 20 vezes, sacudi algas do focinho e fugi de duas alforrecas enormes e roxas. E os 45 minutos passaram num instante.  Voltada ao barco, segura e seca, a coisa até me pareceu bem. Assim á distância, claro. Que dentro de âgua só não me borrei toda porque não calhou. Mas fui e fiz! E no fim, soube bem!

Será coisa a repetir, mas com companhia, que eu sou uma canguinxas e gosto de ter o gajo por perto para estas coisas. A menina não é aventureira mesmo.

Na volta a Key West juntei-me a uns Americanos doidos (peço desculpa pela redundancia) super divertidos e um bocadinho pró tocados. Conversa puxa conversa e já queriam vir os 6 (3 casais) comigo para Miami… Gente louca! Ah… e deram-me 26 aninhos!! Ou foi dos copos ou eu estou mesmo muito bem para os meus 37 (naquele dia ainda tinha 36!!).

No último dia foi a vez de ir testar um carro todo xpto de que não posso falar porque os gajos me pagam o ordenado e não posso dizer nada. Enfim, amercianices! Mas posso dizer que foi espectacular, o bicho anda nas horas e era coisa para pensar em comprar não estivesse tão longe do nosso orçamento. Detalhes!

Correu bem até ao ponto em que o meu colega, numa boa, se vira para mim e me pergunta se eu sabia que estava nos Estados Unidos. E eu, descontraidíssima, á espera que a cancela da linha do comboio abrisse, “Sim, sei! Porquê?!
É que estas do lado errado da estrada…  

Ai, que a loira baralha-se!!! Jasus, que ainda me mato e depois ainda me despedem, penso enquanto vou voltando depressinha para a faixa certa.  No harm done… safa!

E prontos. Foi isto. Mas muito mais para mais, que aqui escrito acredito que não pareça assim grande espiga. Vai umas fotos, para avivar mais a coisa? Vai sim senhor.




Sou só eu...

... Ou o acto de "conceber" tem de ter lugar muito antes da ida para a maternidade? Porra... confundem a malta.



Isto vindo do Expresso é pura desilusao... a malta que le jornais em Portugal está perdida. E os que nao leem também, nao pensem que se safam!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Gosto muinto da minha qlienta!

Em muitas coisas (algumas, vá) eu sou tuga até ás orelhas. E por essas e por outras, oiço a Rádio Comercial todos os dias no meu laptop (sim, os gajos de IT adoram-me, que eu ocupo a banda toda! Caguei!).

E hoje ouvi um anúncio qualquer da Caras ou da Nova Gente (esse brontosauro ainda existe?) a dizer que a Sofia Ribeiro se ía separar. E penso eu cá com os meus botões (olha porra, esta hoje nao faz muito sentido, que não tenho botões!!) "Quem raio é a Sofia Ribeiro?!"

E como eu não sou menina de me manter com dúvidas, gosto de tudo bem esclarecido na mona, toca de escrevinhar o nome da menina na página do Sapo. Foi no Sapo, como podia ter sido na Wikipedia ou no Google. Antes tivesse sido o Google, valha-me Nossa Senhora d'Agrela, que não há Santa como ela...

Lá está a fronha da menina (bem gira, por sinal) e mais o gajo de quem se vai divorciar. E pronto, a dúvida acabada, vinha-me embora, não era? 

Pois era... mas eu sou uma maluca do caraças e toca a ir ler os comentários á notícia.... e logo o primeiro é assim qualquer coisa que eu não sei como explicar. Ora confiram lá comigo e concordem que isto não é uma pérola... é uma Senhora pérola.


Uma granda beijoca para o Rei dos Caracóis que deve ser um restaurante muita catita! E a Sofia é cada das minhas, grama caracóis!

Mas sabem a melhor (ou a pior!)??? Há mais! Pois claro que há...


Claro que sim, filho! Que o que ela tinha era um coelho, querem ver? E olhem que até nem era nada de se deitar fora, o rapazito!

Mas a melhor de todas é mesmo a última...


Sim, que se os leitores nao tiveram culpa nenhuma no divórcio, toca lá a fazer as pazes! E até pede desculpas, coitado(a)! Agradece-se a quem fanou a caixa de Lexotan a este senhor(a) que devolva o quanto antes, que lhe está a fazer muita faltinha.

E como sou mesmo uma masoquista de primeira apanha, vamos lá fazer a coisa como deve de ser... Caras e Nova Gente (ainda existe, pasmem-se!!) here I go.

Nao há fome que não de fartura, ou estupidez com limite, como dizia o outro...

Esta parece-me um retrato fiel do país: eu (não "eu", ela, que escreveu o comentário!) sou muito tonta e vou dizê-lo (escrevê-lo, neste caso) para toda a gente ver... Sim, que a malta gosta de se expor ao ridiculo que é uma coisa parva.


Vos sóis gentinha, mas eu sou o povinho tonto! Ana Rita, estás lá!!! E nao é que este comentário tem 14 "likes"?! Ah pois é, senhores, que a tonteria vem aos pares ou em grupos muita grandes...

A Caras, infelizmente não tem comentários nos artigos. E se tivesse, eu era gaja para ir lá ecrever que estava mal não terem comentários. 

É o país que têm! Que eu já me pirei há quase 3 anos e fico aqui a assistir de camarote, a mandar bitaites e a divertir-me á bruta.

As bruxas, senhores! As bruxas...

Não sei como não me lembrei de escrever sobre isto antes... Mas enfim, aqui vai.

A minha cria sempre foi uma criança super bem disposta, alegre, faladora (puxou á mãe) e muito, muito dada (saíu ao pai).

Vai daí, começou a falar com 9 meses, tendo sido a primeira palavra "pai". Tinha 9 meses, não sabia o que fazia certo? Certo!

Com um ano, tinha um vocabulário farto, com carradas de palavras inventadas por ela como "tócolante" ou "tóculismo" e palavras que só a mãezinha entendia! Tenho um livrinho da Moleskine com o titulo "Quando a Raquel tinha 3 anos" que é um tesourinho... desde dispartes que ela dizia, a significados de palavras. Um mimo!

Tinha ela cerca de um ano e meio, em Outubro de 2003 portanto, chega o Halloween e uma parafernália de decoraçoes que incluíam, entre outras coisas, bruxas. Ora a catraia sempre gostou de bruxas. De Pai Natal e fantoches fugia a sete pés, mas bruxas, venham elas.

Na altura vivíamos em Viana do Castelo e o meu shopping de eleição era o NorteShopping. Um belo dia, toca de ir as compras e ía eu a entrar na Tribo, com ela no carrinho, montra repleta de bruxas e sai-se a petiz, alto e bom som, de braços abertos e sorriso rasgado "Olha mamã, tanta puta!!!!".

O que é disseste filha?!? "Puta, mãe... tanta puta, olha!" Não filha, ignorando os olhares indignados dos presentes... é BRUXA... tenta lá dizer... BRU-XA... E ela convencidíssima que estava a dizer a coisa mais acertada do Mundo "PU-TA"!!

A minha mãe num canto a escangalhar-se toda de tanto rir, eu a tentar manter a compustura para a criança nao perceber que estava a dizer um palavrão e vamos é embora daqui que isto está cheio de pu... bruxas, bruxas pá!

É óbvio que a história correu a família e os amigos todos e não houve quem não perguntasse á miuda "Oh minha linda, diz lá 'bruxa'!". O que ela fazia com todo o gosto!

A parvoeira foi tanta que duas empregadas do bar que eu geria na altura levaram-na uma vez a ver as bruxas (as bruxas mesmo, não as outras) ao Pórtico, uma loja fantástica que havia em Viana (ainda existe?)!
E parece-me que a loja em peso se mijou a rir com minha filha a dizer coisas como " Ai que puta tão linda!", "A Caquel gosta das putas" e afins. Enfim... era Viana do Castelo senhores! Diz-se "vai-te foder" á laia de bom dia, portanto uma caganita de ano e meio a dizer "puta" é uma festa!

Graças a Deus, a coisa passou-lhe e aprendeu a dizer bruxa direitinho. Já canjerina ainda hoje diz!

Ao lembrarmos este episódio ontem a minha mãe lembrou-se de outro. Com mais ou menos 2 anos, quando a miuda fazia birras, de tanto me ouvir a dizer que o mal dela era fartura, ao ralhar com ela perguntava-lhe "Sabes qual é o teu mal, sabes?!". E ela com ar de gozo e feliz da vida por saber a resposta certa dizia "Fartura!"

A minha filha é uma benção! Gira nas horas, esperta que nem um alho, divertida, maluca como a mãe e com um coração enorme (saiu á avó, que eu sou uma cabra).

E deu-me assim umas saudades loucas da minha pimpolha canina.