Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quando Deus conspira

Ele, devia estar em Barcelona. Ela, devia estar em casa a dormir.
Em vez disso, ele estava no mesmo sítio que ela, onde não era suposto nenhum deles estar. Devagar, com pouca confiança e muito medo, ele disse-lhe que gostava de cinema e ela disse-lhe que gostava de conversar.
Então, falaram sobre cinema. E depois sobre tudo. E depois sobre nada.
Quando finalmente se exigiu que parassem, já era dia. No olhar dele, ela viu o que nunca tinha visto. E um arrepio percorreu-lhe a espinha. Na expressão dela, ele viu o lamento de não haver um beijo. Separaram-se com um "cuida-te" e dois "até amanhã".
No dia seguinte (que, efectivamente, ainda era o mesmo) ele convidou-a para um passeio a pé. E correram ruas onde ela nunca tinha pisado a calçada. Prenderam a respiração nos miradouros e foram turistas na própria casa. Fizeram piadas tontas, sorriram ao pôr-do-sol e mataram a fome que tinham um do outro. Acabaram o dia com bifanas e alma cheia, regados a Coca-cola e olhares cúmplices.
O resto... o resto é deles. Só deles. Não se conta, não se diz, não se explica.
Ela quer escrever esta história todos os dias. Ele também. Sem número definido de páginas, porque ainda agora vão no preâmbulo.

4 comentários:

José Pedro Viegas disse...

isso vale por tudo. Seja qual for o final. Podem-se contar historias, escrever contos, beber coca cola e comer bifanas, correr e percorrer os cantos da casa, que isso pouco interessa. Conta apenas o momento. Esse. O tal eterno e eficaz. Que nos faz viver e querer.
Que momento é esse ? Cada um de nós saberá nesse preciso momento, nesse instante.
Que esse momento seja bom enquanto dura.

JP

Tiago Ralha disse...

Mas que bom é regressar e ver mudança :) Esta imagem está divinal...

...o verão faz maravilhas!!! ;)

Maria Feliz disse...

Pedro,

Uma amiga minha diz muitas vezes "que o amor seja eterno enquanto dura" :)

Hoje tenho a certeza de que a felicidade, muito mais do que de coisas eternas, se faz de momentos.

Beijo

Maria Feliz disse...

Ralha,

Bem-vindo de volta:)

Só tive pena de não encontrar com tulipas brancas, as minhas preferidas. As amarelas significam amor sem esperança, as brancas, perdão.

Mas, mesmo assim, ficou catita:)
Beijocas e quero ver essas fotos!