Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O poder de uma noite de 6ª feira...

Saí para jantar em casa dos Cruz-Ramos. Não fui convidada, mas fiz-me. As maravilhas da net... Bastou um gabar-se que ía lá jantar no facebook, e eu aproveitei a deixa.
O Miguel cozinhou um manjar digno dos deuses: polvo no forno com batata doce e um molho extraordinário... Delicioso. E a conversa, a diversão... Aquela casa é um antro de boa disposição e amizade. E eu estava com muitas saudades!
Depois... depois uma saída totalmente inesperada. Um hamburguer no Cais do Sodré, já depois das 4h da manhã, a saber lindamente (há anos que não comia nas roullotes!). E uma conversa cheia de empatia que durou até de manhã.
Cheguei a casa já o sol brilhava, com a força das 7h. Acabada de deitar dei um pulo da cama. O barulho de travões, pneus a chiar e um estondo enorme de choque fez-me correr à janela.
Um Volkswagen Beatle, novo em folha acabava de se despistar ao entrar na minha rua. Rasou o quiosque de jornais da esquina, bateu em dois carros estacionados do lado esquerdo e mais um do lado direito. E ficou-se, com o eixo da roda do lado esquerdo partido e o pneu debaixo do carro.
A mulher lá dentro, a Dó, com o seu carrocha preto enfiado num pequeno carro azul céu, com porta toda metida dentro e cravado num pilatere do passeio, queria continuar viagem... Um homem apontava-lhe para a roda da frente e dizia-lhe que era melhor ela desligar o carro e vir ver.
Seguiu-se um espectáculo deprimente. A dita estava podre de bêbada, não dava dois passos no mesmo sentido e só queria era ir-se embora. De braços levantados, alto e bom som, gritava com a voz enrolada "Eu pago tudo, pá! Mas deixem-me ir para casa!". Ainda tentou fugir, mas ninguém a deixou. Rapidamente alguém a reconheceu e foram chamar-lhe uma amiga. Pobre amiga, que saltada da cama ainda levou com a ingratidão de bêbado...
A cadela era tanta e tão grande que deu para tudo. Desde gritar pelo Belenenses, a dizer à pobre amiga "Óh Aidinha, eu amo-te!", enquanto a abraçava e pulava no meio da rua.
Quando a polícia chegou, o teste acusou 2,95 mg no sangue. Como a história correu a rua toda, à tarde no café já ouvi a versão de que eram 4,5 mg. Foi presa. E a amiga foi com ela, ampará-la. Contam as más línguas, que o marido da bêbada ainda lhe agradeceu com um telefonema em que a insultou por não a ter deixado fugir, e que o que devia ter feito, era ocupar o lugar de condutora (logo ela, que nem carta tem).
Não levei com a Dó em cima por uns míseros, mas abençoados 10 minutos. E logo eu, que é tão raro chegar a casa de manhã. E lá na rua, agora conta-se que uma amizade de mais de 30 anos, se destruíu com os copos.

2 comentários:

Anónimo disse...

So é pena nao ter caído pelas escadinhas abaixo. E espetar-se bem contra o muro em baixo...Podia ser que tivesse ficado incapacitada e assim nunca mais se sentava alcoolizada ao volante

Nao, nao sou nada tolerante com este tipo de pessoas. Lamento

Beijos
ac

Maria Feliz disse...

AC,
I understand;)

E ainda me dizem que eu sou caústica... E sim, foi perto das escadinhas. Soubeste do acidente?! Toda a rua ouviu.

Beijos grandes e quando voltares quero chocolates;)