Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A arranjar lenha para me queimar

Tuga que é tuga gosta de uma boa peixeirada. De umas arranhadelas e puxões de cabelos. Então quando as protagonistas são gajas, a coisa aquece. Gajos ao murro? Não tem tanto interesse e pode sempre ver-se boxe ou sumo na tv. Já gajas á chapada, é preciso ter sorte e é um regalo para os olhos. Nem que a cena seja virtual. É isso ou sou eu que tenho uma vida sem interesse.

 
Vai daí e ponho-me a pensar na questão em si. Não que interesse, a gente quer mesmo é vê-las á chapada, mas pronto, eu gosto de saber os porquês.

 
Parece que anda por aí muito blog da moda. Ou será “na”moda? Que há uns aninhos atrás sicrana ainda andava á procura de patriocínios que lhe pagassem a viagem a Nova Iorque (ai, que más linguas pá!). E que não se aguenta e que são todas uma cambadas de put@s. Não fui eu que disse, mas até podia ter sido.

 
E continuo a pensar, será dor de corno, como diz a outra? Bom, que a tipa já escreveu livro (ou livros?) fez sessões de autógrafos, tem cenas com o nome dela como cremes e afins... qualquer um fica com inveja (ou não?!). Se pensarmos que há uns anos alguém ouviu de passagem na FNAC que "hoje em dia qualquer cão ou gato escreve um livro em Portugal!" e que até eu (!!!) já escrevi um... (se vendi miutos ou não isso agora não interessa nada. Escrevi e prontos!) até nem é assim um grande feito, pois não? Não desfazendo, claro!

 
Pois, não sei. Até poderá ser, mas não conheço as visadas portanto não opino. A dor de corno é uma cena tramada. Não falo por experiência própria que eu não me dou a sentimentos mesquinhos e menores. Mas já dei de caras com o dito no focinho de muita gente.


Uma dessas vezes foi quando fui a Nova Iorque. E adivinhem lá quem é que pagou a viagem? A mesma gaja que pagou a de Miami… EU! E mais uma semaninhas venho de lá toda contente, posto fotos no Face e escrevo no blog sem que ninguém me pague um tusto. Se eu gostava que pagassem? Se calhar até gostava. Mas depois tinha que escrever o que eles queriam e toda a gente sabe que isso não ía funcionar. Eu só faço o que me apetece e fretes é palavra que desapareceu do meu diccionário há uns 20 anos, mais coisa menos coisa.

 
Nem de propósito leio que uma delas (dessas, do blogues da moda) tem o sonho de ter uma pele linda, maravilhosa e resplandecente. Há quem tenha. Olha para mim aqui! E pasmem-se: ninguém me pagou nada por ela. Se eu gostava que pagassem? Ora, a malta não se faz de difícil. Mas entre ter uma pele de merda e ter esta cena maravilhosa que se mantém linda, maravilhosa e resplandescente com o passar dos anos, não precisamos que venha o diabo e escolha, certo? E atenção que eu não estou a dizer que a menina tem uma pele de merda, ok? Estamos só a conversar e a fazer analogias (parvas).

 
Depois, depois vem aquela coisa marada das depilações e que a cera XPTO é a melhor e a mais as bandas disto e daquilo. Vá, pasmem-se lá outra vez: há quem nasça com o sim-senhor virado para a lua e não saiba o que é essa cena estranha de “depilação”. Não porque goste de andar peluda. Não, nada disso. Só porque não precisam. E sim, eu sou uma dessas aves raras, alvo de inveja de umas e outras, porque não tenho de fazer depilação. Nem a frio, nem a quente, nicles! Chama-se bons genes e sorte. Combinam-se os primeiros com uma pitada da segunda e está feito este protento de mau feitio que sou eu. Mas ao menos tenho uma pele linda e não preciso de fazer depilação.

 
Mais á frente, lembro-me que viver onde eu vivo (Inglaterra, para os mais desatentos) faz com que qualquer um possa ser um ícone da moda. Seja o pica bilhetes no comboio, o lavador de janelas aqui do prédio ou a senhora que engoma as camisas do meu gajo, do outro lado da rua.


Isso porque toda a gente dá um adeus e um queijo por aquilo que tu achas que eles deviam vestir, usar, comer, etc. Conselhos?! Ou és o Lagerfeld cá do burgo ou como diz o outro “who gives a flying fuck?!”. Essas cenas de carneirismo puro só funcionam em Portugal, onde a malta não se dá ao trabalho de pensar pela própria cabeça e consome tudo já mastigadinho. Sem ter que fazer o Tico e o Teco (isto para os não mono-neuroniais) correr muito para assimilar que o azul até fica bem com o cinzento (só porque fulana de tal tem um blog da moda e disse que sim).

 
Por essas e por outras é que eu acho que estou aqui muito bem. Que posso sair á rua cheia de ramelas, de chinelos de quarto, com uma mama de fora e uma meia de cada cor, que toda a gente se esta absolutamente cagando para o assunto. E isso dá-me uma paz de espírito enorme. Quase tão grande como a cambada de cusquice que se criava no meu bairro cada vez que eu chegava a casa ás 5h da manhã.


Assim sendo, não que eu quisesse ter um blog de moda. Mas se eu quisesse, oh pá... não dava! Aqui ninguém me ía ligar nenhuma. Em Portugal iam achar que eu estava armada em boa “olha aquela put@ só porque vive em Londres acha que nos pode dar conselhos!” e porque muito sinceramente tudo o que eu pudesse dizer/escrever/aconselhar lhes ía passar ao largo. Se não vejamos, o mercado de bens em segunda mão (que aqui é coisa mais do que enraizada) começa agora a aparecer em Portugal. E ainda com muito estigma e só porque a crise obriga a tal. Depois, aqui não se liga muito ás aparências. Epic fail. Toda a gente em Portugal nota a nódoa na gravata, o punho descosido, a braguilha aberta, o botão que falta na camisa. Por último, a grande maioria da malta aqui tem orgulho de pensar pela própria cabecita (manias!).
 

Vai daí, ter um blog de moda, a ser uma opção e coisa que eu quisesse, ía ser mesmo só para inglês ver.

Por isso vale muito mais estar quieta, ter o meu bloguezito fora de moda e assistir de camarote a essa malta toda a comer os fígados umas das outras. Quem trás as pipocas?! (trocadilho infeliz, mas muito engraçado… digo eu!)

Ah... e atenção, não me comecem já a bater que eu ainda não tomei partidos. Ainda.

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