Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Zangam-se as comadres...



Se há coisa entranhada no espirito portuguesinho que nao descola nem com a emigracao é a coscuvilhice.

O leva e trás, o “vou-te contar uma coisa, mas tu jura-me que nao dizes a ninguém!” quando se sabe de antemao que o que se quer é o boato bem espalhado e quantos mais distorcerem a história melhor.

Nao me vi livre deste fenómeno quando emigrei. Nao que me dê com a extensa comunidade portuguesa residente aqui no burgo. Mesmo que quisesse, e agora vou ser mázinha (que é o que eu faco de melhor) a maioria deles ou vive de benefícios (os RSU aqui da zona) – logo, tempo livre a mais - ou trabalha por turnos, pelo que a vida social deles nao se coaduna com a minha.

Verdade seja dita, eu nao tenho tempo nem vida para este fenómeno. Por muito que aprecie uma conversa de café de umas boas horas, a última que lembro, sem contar com as férias, foi em Fevereiro. Por muito que eu quisesse saber o que pensa de mim o resto da malta… nao tenho tempo. Há outra coisa á qual eu preferiro dedicar o meu precioso tempo. Chama-se “vida”.

E aqui é que a porca torce o rabo. Malta que nao tem essa coisa chamada “vida” passa a triste existência que tem a falar dos que realmente têm algum interesse. Porquê?! Ora, porque sempre foi assim… se eu nao tivesse uma vida tao interessante, fosse gira nas horas, feliz e bem resolvida porque raio o pessoal iria falar de mim? Por norma, os quadrilheiros (palavra que o meu pai usava amiúde) falam de gente interessante ou dos desgracadinhos.

Como de desgracadinha felizmente nao tenho nada, sou um alvo favorito aqui do burgo. Nao que me dê com muita gente. Nao que precise. A coisa é tao mal feitinha (á tuga, mesmo) que muitas das coisas que digo na presenca de A. correm para B. e de B. vao para C. E depois como eu até nao tenho tempo, mas de vez em quando me cruzo com C…. Nao é preciso ser muito inteligente para perceber pois nao?! Talvez nao. Mas se calhar A. tem de comecar a ter tento na lingua. Ou serei eu?! Pois, fica a dúvida.

Aquilo que sei é que nao tarda muito e, num ditado que eu gosto muito, shit will hit the fan e nao vai ser bonito. Quer dizer, eu nao me chateio nada, que no fundo ando a alimentar séculos de uma coisa que, pobres de espírito, lhes está nos genes, e é mais forte que eles. 

E nao me interpretem mal. Eu adoro uma boa coscuvilhice… mas atencao! Se me contam segredos, eu mantenho-os secretos (há muitos que davam posts incríveis aqui no blog, acreditem!!!) nao sou de inconfidências e se há pessoa que se sabe manter no seu lugar, sou eu.

Querem exemplos? Ok aqui vai... Se vou a casa de beltrana e ela esta exasperada com sicrana, nao saio de lá direitinha a casa de sicrana para lhe besuntar os ouvidos com o que beltrana disse, correcto? Correcto! E nem sequer é preciso que beltrana diga as palavrinhas mágicas “tu jura que nao lhes vai dizer!”. Está im-plí-ci-to! Mas isso é tao só e apenas um princípio básico de educacao. Que infelizmente muito boa gente nao tem. 

Talvez na próxima encarnacao eu tenha a sorte de voltar como desocupada pobre de espírito que vive de beneficios e tem muito tempo livre. Talvez aí consiga perceber qual é a piada da coisa.
É que no entretanto, visto daqui, estou á espera que a merda chegue á ventoinha para lhe achar alguma piada.

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