Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O verdadeiro artista portugues!



Toda a gente sabe que eu trabalho numa empresa Americana (quem não sabe, fica a saber!). O nome agora não interessa nada. Interessa que vendemos um produto exclusivo, patenteado e topo de gama, caro como a porra e destinado a uma elite. Ou seja, nao é para qualquer um!

Obviamente o mercado portugues está fora de questão. Além de não haver lá dinheiro para os nossos produtos, a coisa é muit’á frente e toda a gente sabe que os tugas são pouco dados a modernices.
Vai daí, imaginem a minha surpresa e excitação quando há 2 meses nos aparece um tuga, através da nossa loja em Milão, todo interessado em comprar um dos nossos meninos.

O interesse primário do senhor, veio a saber-se mais tarde, era ser representante da marca em Portugal. Coisa que a minha empresa não faz. Ou estamos lá, ou não estamos. Não temos representantes nem queremos ter. Chama-se politica de empresa.

O tipo insistiu, a gente explicou e lá se formalizou a venda sem grandes complicaçoes. O tipo pagou, o bem foi entregue e eu fui de férias.

Quando volto, tenho uma cadeia de e-mails á minha espera e um pedido… "Can you please translate this website to English?". Fui ao site e caíu-me tudo: o tipo não só se auto-intitula representante da marca como afirma que foi ele a introduzir o nosso produto no mercado portugues. Que bonito!

Resposta do tipo, que deve pensar que o Google não traduz portugues (e de certo nao imagina que a tipa que lhe facturou a venda é portuguesa!) e que ninguém na América se vai procupar com as aldrabices que ele anda a fazer em nome da empresa – nada disso senhores, eu estou só a tentar vender o que vos comprei. Eu sei que no posso ser revendedor.

O meu colega italiano, coitado “É só isso que ele tem no site, não é?!"

Pois... nao é, amiguinho. O que ele tem no site é tudo o que não pode ter. Fotos do produto, preços, datas de lançamento do modelo seguinte, e "aceito encomendas” com todas as letrinhas.

E pronto lá fiz um power point todo pipi com a tradução do site de cima a baixo e agora o senhor que espere sentadinho pela pancada. A legal team está-lhe cá com uma sede que ele nem vai saber de que  terra é. É que a América nao é Portugal, senhor. E esta gente não brinca em serviço.

Falta-me a página do Facebook. Onde há uns comentários jeitosos do estarolas a dizer que tem produto disponível para entrega em Março do próximo ano… Então não tens?! Vais ter é uma camada de sarna para te coçares, aldrabão!

Para que eu estava guardada! Quer dizer, o único cliente que a empresa tem em Portugal e tinha de ser um chico esperto armado aos cucos?! O verdeiro representante dos empresários portugueses! Que vergonha…

Dou por mim a explicar á empresa que tivemos azar, que nem todos os portugueses são assim, que há excepçoes, que nem toda a gente em Portugal é um escroque e se acha mais esperta que o próximo e nem todos tem esta tendencia de ser menos sérios...

Se os convenci? Duvido! Vou ali traduzir uma página manhosa do Facebook e amaldiçoar a chico-espertice entranhada na alma tuga.

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