Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Não há fome que não dê fartura



E queixo-me eu de que tenho uma vidinha muita pacata. Pois sim!! Nas últimas 3 semanas tivémos uma festa de anos para organizar, um baptizado onde fomos os padrinhos, e ainda a visita do mano da filhota (retratada ali mais abaixo).
Parece que não mas já fazia falta um fim de semana mais sossegadito. Claro que se arranja sempre que fazer. E lá fomos á Carter’s Steam Fair que é assim qualquer coisa saída de um filme dos anos 20. Carrosséis movidos a vapor, slot machines muito do velhinhas e no fim um fogo de artifício fantástico. Tirando a lama até aos joelhos (sim, literalmente) foi muito divertido. As saudades que eu tinha de usar galochas…(coisa que cedo me apercebi ser um "must have" neste país!).

Pelo meio… avariou-se o forno. O que para mim é quase o fim do mundo. Adoro assados (peixe, porco, vaca, frango.... you name it!) Faco baguetes todos os fins de semana e aquela cena agora não aquece. Remediámos o mal com o grill que (ainda) funciona. E almocámos ás 4 da tarde. A ver vamos.

Ainda pelo meio, o meu gajo foi duas vezes a Amesterdão, uma perninha até Munique e ainda esteve uma semana em Barcelona. Vidas difíceis.

Os putos lá andam, a mais velha agora louquinha para que eu lhe compre uma viola. Vai ser bonito… se ela for dura de ouvido como a mae, os ensaios lá em casa vao ser, no minimo, sofridos.

Também pelo meio comprovou-se a minha fraca (nula) apetência para a matemática. E se a pequena não quer levar os trabalhos TODOS errados para a escola basta que não peca ajuda a mãe. Eu devia ter vergonha de escrever isto. Mas não tenho. O meu saudoso pai sempre disse que "vergonha é roubar e nao saber fugir!!”. E cada um é para o que nasce. Mais que provado que a razão da minha vinda ao mundo está distante dos números. Muito distante.

E como não há fome que não dê fartura, tanto me queixei de que não acontecia nada de excitante, que na 6a feira passada levei com uma tipa bêbada/drogada a cuspir-me perdigotos e a ameacar que me arrancava a cabeca.  A dita não gostou que eu fosse na rua de braco dado com a minha mae, deve ter sido. Isso ou a minha farta cabeleira loira… Vai daí, quando passa por mim, dá-me um safanão enquanto despeja metade do pacote de batatas fritas no passeio. Diz um “sorry” de boca cheia e cospe mais umas quantas batatas. Enquanto dá uns tropecoes á nossa frente a minha mae sai-se entre dentes com um “realmente…” E eu limito-me a observar o triste espectáculo.

A fulana, lá chateada com a vida que não lhe devia ir a correr nada bem, vira-se para trás direita a mim de dedo em riste “What did you say?!” volta-se para a minha mae e diz qualquer coisa como “You’re an old lady, you should know it’s not nice to talk on other people’s necks…” Ao que eu calmamente, de mãos no ar e numa de resolver a coisa diplomaticamente lhe digo “Hey… we don’t want any trouble mate, just go on” (se isto nunca resulta nos filmes, porque é que havia de resultar na vida real? Fraca experiência em gerir conflitos, está visto...)

A tipa ou não gostou do meu sotaque ou não percebeu o que eu disse ou, aponto mais para esta última, o tico e o teco estavam demasiado dopados e o que ela queria mesmo era armar um circo, vai de “You don’t fucking talk to me like that…I’ll chop your fucking head off!!!”.

Não sei o que foi mais assustador. Se o ar alucinado da tipa, se os perdigotos e batatas fritas que ela cuspia cada vez que falava ou… o ar divertido da minha mãe a assistir á cena! Nao há duvida que a idade é um posto. 

Feita a ameca, eu muito queitinha que se há coisa que o meu pai sempre me ensinou é que aos malucos se diz sempre que sim, a rapariga lá seguiu caminho e foi á vidinha atormentada dela.

Atravessámos a rua para o outro lado, nao vá o diabo tecê-las, e fomos vendo a meliante a varrer a rua toda a esbracejar e a falar sozinha. 

Mais tarde, no nosso destino, descobrimos que a rapariga é senhora da vida e dada a zaragatas. Eu sempre a fazer amigos nas esferas certas, hein? E ainda tivemos direito a espectáculo quando parada em frente á esplanada onde estavámos a almocar, a rapariga baixou as calcas e mostrou o sim senhor a uns client… senhores que a devem ter importunado.

E pronto. Prometo que não me queixo nos próximos tempos, ok?
Depois de escrever isto de uma assentada, releio e safa! Até me canso… queixa-te, queixa-te.

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