Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O 1º presente

Quem me conhece sabe que sou gulosa. Não por doces e bolos. Gulosa por coisas boas, petiscos e entreténs de boca. De castanhas piladas herdei o gosto do meu pai. Há quem diga que é como comer madeira, mas gostos não se discutem, ponto.

O giro de se comer castanhas piladas é a surpresa. Normalmente são todas duras e é preciso deixá-las amolecer na boca, como se de um caramelo se tratasse. Mas no meio, de vez em quando, lá aparece uma molinha, que se pode trincar logo.

Lembro-me de ser miúda e a minha mãe as comprar numa lojinha que vendia café e frutos secos ao quilo. O cheiro daquela casa era uma coisa indescritível. Os vários lotes de café, ainda em grão, em sacos de sarapilheira, misturavam-se com figos secos, amêndoas torradas, pinhões, avelãs e nozes, chocolate em pó. Mesmo não indo lá há anos, não preciso de me esforçar muito para recordar aquele cheiro característico.

Este fim-de-semana, entre passeios por belas aldeias, mostraram-me uma loja deliciosa. No meio de artesanato fantástico, pinturas e bordados de encher o olho, demorámos um bocadinho mais nas prateleiras dos bebíveis e comestíveis.

Poejo, alecrim, licor de pinho, patê de javali e a alegre descoberta de castanhas piladas. Tão alegre que deixou escapar um sincero “Gosto tanto disto. Há que tempos que não como!”. Muito bem embaladas, numa caixinha de papelão, onde até receitas havia. Um mimo, produzido por "Obras do Caratão".
A simpatia da dona da loja era tal que até cafézinho nos foi oferecido. Vimos tudo e mais alguma coisa, fiz perguntas que prontamente me foram respondidas e fiquei a saber mais umas coisas...

Não saí da loja sem pegar em (quase) todos os porta-chaves e bonecos de feltro que lá havia. Todos mentalmente fotografados para posterior recriação. Todos tão bonitos e tão caros me levaram a pensar que um dia me posso dedicar exclusivamente ao assunto e conseguir sobreviver com isso.
Ahh... O presente? Castanhas piladas! What else?

6 comentários:

João Paulo Cardoso disse...

"Obras do Caratão".

Aqui está um sítio a que é difícil voltar as costas.

Mad disse...

Incrível como um pacote de castanhas piladas pode provocar tamanha comoção. Gosto de te ver assim, a meio metro metro do chão. Beijos.

Maria Feliz disse...

JP,

Exacto. Só coisas boas. Por mim, tinha trazido a loja toda.
Beijo

Mad,

Melhor, melhor é estar a metro do chão, mas de pés bem assentes;-)
E as castanhas eram divinais!
Beijos

kiko disse...

é tão bom existirem coisas que nos fazem esquecer tudo o resto....
os mais cépticos chamam-lhes - INTERVALOS - eu chamo "carregar baterias"
ps - não te esqueças do famoso ditado " dois segundos na boca, dois anos nas pernas"

Maria Feliz disse...

Kiko,

Ando mesmo de baterias carregadas! E castanhas piladas não engordam (digo eu).
Beijocas

Anónimo disse...

Nunca tinha ouvido este ditado: "2 segundos na boca, 2 anos nas pernas"!!
Nem me atrevo a interpretar...
;)

beijo
ana