Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Paternal

Um qualquer prédio no centro de Lisboa.
Cheguei mais cedo, tal é a ânsia de resolver isto.
Chego-me à janela... 6º andar. Chove. Há escadas de incêndio por todo o lado, terraços, varandas fechadas. Dezenas de antenas e outras tantas parabólicas. As traseiras dos prédios em Lisboa são tão disformes. Nem chegam a ser feias... apenas disformes. Cada um fecha a varanda como lhe apetece, cada um veda o pátio como lhe dá na real gana.
Está um dia cinzento. Demasiado cinzento. À chuva junta-se o nevoeiro e não se consegue ver muito longe.
Por incrível que pareça não tenho uma caneta, pelo que começo, mentalmente, um esboço deste texto.
Com falta de melhor que fazer, procuro um ponto de referência no horizonte. Penso “para que lado fica o rio?”.
A dada altura, vejo-o. Mesmo à minha frente, como se me dissesse “Estou aqui!”.

Como é possível que se veja daqui? Nem é assim tão alto...
Mas lá está! Mesmo à minha frente. Eu sei, no fundo, eu sei, mas sabe bem lembrares-me que estás aí.
Chegou a hora. Começou. Estou nervosa. Não está a correr a bem! Será que ainda não vai ser desta?! Ui... está mesmo a correr a mal! Olho pela janela. Bolas, o nevoeiro aumentou. Já não vejo nada... Espera, procura melhor... tem de estar!!! Lá está! Altivo e confiante, como que a dizer-me “Acalma-te, estou contigo!”
Eu sei... no fundo, eu sei. Nunca me deixas sozinha. Estás sempre comigo.
Está a correr melhor. Afinal, parece que até se vai resolver.
Acabou. Resolveu-se.
Eu sabia... no fundo, eu sabia que me ias ajudar.
É bom saber que estás sempre comigo.

4 comentários:

Anónimo disse...

Mas porque será que só nos lembramos que ele existe quando estamos em momentos de aflição?
Ainda bem que que o procuraste!

Anónimo disse...

É caso p dizer:"Ele tá lá!"...e tá mesmo.
E mesmo que parecesse que não tava, tava lá à mesma...a gente é que não sabe ver e perceber.

Só por curiosidade, se não viste, vê o "Bruce-Todo-Poderoso" com o Jim Carrey.

No meio duma comédia hilariante está tudo bem explicadinho e duma forma muito "percebível"

ac

Maria Feliz disse...

Já vi. E é isso mesmo... muito "percebível".

Anónimo disse...

necessario verificar:)