Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Pós-Natal

O "day after" é sempre o pior. Ainda mais quando se tem de trabalhar...
A noite da consoada foi fantástica, tirando o pequeno àparte de eu estar outra vez doente (tal como no ano passado). A companhia da família toda, os putos insuportavelmente impacientes (só não os espancámos porque parecia mal) a mesa cheia de coisas boas... Enfim, o costume.

Mas este Natal teve o seu quê de hilariante. Melhor, o nosso tem sempre, mas este ano foi particularmente de galhofa. Há uma pessoa na família que tem uma inabilidade total para comprar prendas. Não acerta uma, sejam as camisolas dois tamanhos abaixo, ou as cuecas três tamanhos acima. Além disso, oferece as coisas mais disparatadas como guardanapos de papel ou conjuntos de postais de Natal.
A estes presentes já estamos habituados e há quem tenha um saco de parte onde vai enfiando tudo o que a dita criatura lhe oferece, para posterior reciclagem. Mas, contrariando as expectativas de que não seria diferente dos anos anteriores, a personagem ofereceu-nos momentos sublimes de boa disposição.
Depois de já termos desembrulhado grande parte dos presentes, e de estarem alguns peluches amontoados no sofá, reparei num cãozinho de peluche branco, com as patas juntas, a que achei piada. O raio do bicho parecia ter as mãos postas. Não pensei muito nisso, até que alguém pegou nele e lhe apertou uma pata. O boneco começou a falar, mas com a confusão toda ninguém entendia o que ele dizia. Até que a certa altura compreendemos.
O bichano estava a rezar... o Pai Nosso... em brasileiro! Foi a loucura. Eu e mais dois tivémos de fugir para a cozinha, tal era a risota. Contorciamo-nos de tanto rir, já a chorar e sem conseguir parar!
A ajudar à festa, o espanto de quem o ofereceu, que nem sabia o que o peluche fazia, tal é a alienação quando compra as prendas. Regressámos à sala a cambalear, de olhos vermelhos e agarrados à barriga. Já não me lembro há quanto tempo não me ria assim.
O resto da noite foi passado a gozar com o assunto, fazendo piadas e indirectas que punham toda a gente a rir outra vez. E substituímos o célebre "porco a andar de bicicleta" por "desde que vi um cão a rezar o Pai Nosso em brasileiro, nada me espanta!".
Finalmente, dei por mim a pensar que os Natais das outras famílias não devem ter sido tão divertidos como o nosso. Acho que toda a gente deveria ter um personagem destes na família. Não pelos presentes, que esses não interessam nem ao Menino Jesus, mas pela boa disposição que os mesmos geram, transformando o ambiente numa verdadeira festa de família.

1 comentário:

João Paulo Cardoso disse...

É caso para dizer:

"Valeu, bicho!"

Beijos:)