Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Uma noite no Bairro


Antigamente, quando me falavam na “malta do bairro”, eu pensava que era a malta que morava lá na rua. Finalmente entendi que “bairro” é Bairro Alto! Vicissitudes de ser loira (e de não ir ao “Bairro” há mais de meia dúzia de anos).

Começámos com um jantarinho acolhedor, numa tasca simpática em que o único senão (para uns) foi mesmo não ter aquela caixinha maravilhosa, onde alguns doentes fanáticos pudessem acompanhar as façanhas do seu clube. Valeu-lhes o fanatismo de outros tantos, que por sms foram fazendo o update. Ao inconfundível relato radiofónico substituiu-se o som sempre agradável das sms’s a chegar. E vá lá… 0-0 ao final e ninguém se chateia. Menos mal.

Apesar de não conhecer ninguém, numa mesa de doze pessoas (exceptuando eu própria – às vezes não me reconheço, mas isso é outra história – e o simpático que me levou) tive a estranha sensação de que conhecia alguns deles… há muito tempo.

As conversas sobrepunham-se, mas o tema principal foi mesmo a quantidade de gajas com que fulano andou na faculdade (quem o manda trazer companhia para um jantar destes? – só faltou deitarem-no no chão e darem-lhe biqueiradas na boca…) e a dificuldade em atingir consenso no número de Joões com que sicrana namorou. E descobrir que afinal até tinha havido um Pedro… e o marido (sim, que esta malta tem espírito aventureiro… leva o marido!) a confessar baixinho… “Se eu soubesse, o meu filho mais novo não se chamava Pedro!”

Com tanto técnico de xixi e consultor de cocó, uns a falar da tabela periódica e outros de termos que não consigo repetir (juro que não bebi, mas eles sim!!!) aprendi imenso. Como por exemplo, a quantidade de placas de gordura que se formam nas ETAR’s e que dão cabo das condutas (?) ou seria dos filtros (?) … pois, não sei! Mas fiquei a saber que não é bom deitarmos o óleo, de fritar os jaquinzinhos, na sanita … tal como não facilita a tarefa desta gente, o hábito sui-generis que o tuga tem, de deitar as cotonetes na retrete. (segundo o corrector ortográfico, “cotonetes” é masculino, mas desculpem lá, não me soa!)

Quando tiver mais tempo (mais ainda!) vou iniciar um abaixo-assinado contra as cotonetes nas retretes. É que haviam de ver a cara de uma das técnicas de xixi (ou cocó?... bem, se ela trabalha numa ETAR, aquilo deve vir um bocadito misturado… digo eu) que agastada dizia: “As cotonetes dão cabo daquilo tudo!!!”

Fica aqui registado que não foi bonito ouvir alguém dizer “A margarina cheira mal” e ainda o repetir quando eu o interpelei “Desculpa?!”. Só não vou dizer o nome dele porque até simpatizei com o rapaz! E o pai dele tem uma farmácia que eu frequento…

Fantástico mesmo foi descobrir a utilidade imaginativa que aquela gente deu ao bidé! Não fosse a malta ter ideias (!) os responsáveis da casa resolveram enchê-lo de água e malmequeres e geribérias… A imagem dava todo um outro alento ao espaço, com as florzinhas a boiar! Lindo.

Depois do jantar, bem regado para 11 e com Pepsi para mim (é o que dá levar o Corsa da mamã) continuámos o convívio no Spot. Ou melhor, à porta do Spot. Foi aqui que se deu um momento que vou recordar para sempre, em que um dos químicos me agarrou e confessou ter gostado de mim (pena que estava bêbado e minutos depois estava a vomitar os bifinhos de frango, as imperiais, o tinto e os whiskies que bebeu de penalti…)

Mas não deixou de ser um momento bonito (o dizer que gostou de mim… o gregório acho que não foi assim tanto).

Depois, já com desistentes a voltarem a casa, fomos até ao Agito… onde continuei sem beber álcool (devem estar a perguntar “E divertes-te??”…)

Como aquilo fecha cedo, tivemos de arranjar outro fornecedor e descemos até ao Cais do Sodré. A noite estava tal e qual um estágio de aprendizagem, e pelo meu “professor” fiquei a saber que o simples facto de errarmos o lado da rua pode tornar-se bastante problemático. Ou seja, de um lado há discotecas, do outro casas onde as meninas são calorentas, tiram a roupa e dançam ao colo (!) ou em cima de mesas. Mas parece que têm todas muito mau feitio… não deixam ninguém tocar-lhes! Devia ser proibido!

Para além de estar acompanhado e parecer mal enganar-se no lado da rua, o rapaz não me parece ser do tipo que vai a sítios desses, pelo que, lá entramos no Tókio… (é assim, não é? Bom, se era Tóquio, paciência!! Não vou acordar o moço para perguntar, ainda só são duas da tarde e ele ainda não deve ter recuperado totalmente). Adiante…

Gostei. Bastante. Boa música, bom ambiente, gente bonita… E muito educada. Tão educada que houve uma menina que acidentalmente (digo eu) entalou o meu “acompanhante” entre um banco e o balcão, e pediu desculpas… a mim!! Digno de registo! Quer dizer, ele é que sofre, fica entalado… e ela aflita a pedir-me desculpa a mim! Convenhamos que o gajo é giro e, sim, eu até poderia ter pensado que ela se estava a fazer a ele (embora entalá-lo não me pareça uma boa estratégia…) mas ele é que ficou entalado!!!

Ainda tive tempo para descobrir que uma Super Bock preta não é o mesmo que uma Sagres preta. Ía estragando a noite... Mas o tipo até é compreensivo e a juntar à desculpa do "Sou loira" tenho sempre a do "Eu não bebo!" Para tirar as teimas, provei e posso dizer-vos: não é a mesma coisa! A Sagres preta não vale um corno.



O resto da noite não vale a pena contar, até porque ficámos só dois e por muito que vocês estejam loucos para saber a vida porca que andamos a levar… eu sou uma tipa discreta.

Bem hajam a todos, principalmente ao simpático que me convidou. Foi uma noite com muita Química (que trocadilho tão básico! Por isso é que nós somos ácidas… é melhor parar por aqui, antes que haja reacções!!!)

Quando é o próximo?

3 comentários:

G. disse...

«Mas não deixou de ser um momento bonito (o dizer que gostou de mim… o gregório acho que não foi assim tanto).»

Quanto a mim, uma e outra coisa são indissociáveis. O rapaz mentiu. O estômago dele revoltou-se. O resultado está (esteve) à vista!

Anónimo disse...

o rapaz foi o gordo do b!

Maria Feliz disse...

Ai esses ciumes, Graimet!! É de nao teres ido ao jantar ou de não teres dito que gostas de mim?? Ainda vais a tempo...