Parece pouco? Não. Já te conheço há muito mais. De outras vidas que não se contam, de outras horas onde nem haviam relógios… de sempre.
Apesar da probabilidade ínfima de nos cruzarmos, cruzámo-nos. Apesar da distância, estamos juntos. Quando nada fazia supor, quando tu não procuravas e eu estava cansada de procurar, alguma coisa nos juntou. O “cozinheiro”, os astros, quiçá a Divina Providência.
Conheço-te há bem mais de 3 meses. Esse olhar que fazes quando te ris das asneiras dos miúdos… quando disfarças o riso, ao perceber que estou a olhar para ti… já o conheço de há muito.
A maneira como arqueias o sobrolho esquerdo (que o mais velho faz igualzinho a ti) quando pões um ar indignado, a sério ou não.
As frases giras que dizes, como “Ai caramba” e “Bem hajas”…O ar sério que pões quando ralhas com os pimpolhos e depois olhas para mim tristinho, como quem diz “Tem de ser!”.
As palhaçadas, as brincadeiras, as gargalhadas… as canções.
Como é que eu posso dizer que existia, se não conhecia essa maravilha de música que é o "Zeca"?
Zeca era ladrão
Zeca quis roubar um bife
E só roubou um pão
Eu atirei-me ao Zeca
Grande confusão
O pão girou no ar
Caiu na minha mão
Ta-ra-ra-ra
Ta-ra-ra-ra
Ta-ra-ra-ra
Mas sabes bem que não é só isso. É muito mais do que algum dia poderei escrever. Muito mais do que simples palavras.
Está tudo, como diz o nosso mais velho “na maneira” como nós nos olhamos.
Por três meses de pura felicidade. Felicidade que eu pensei que só existia nos contos de fada e nos filmes lamechas. Por me amares como eu sou, sem queres mudar nada. Por seres como és, lindo por dentro e por fora.