Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Dão-se alvíssaras

Perdi-o outra vez! Mas ainda não sei se é definitivo. Já o perdi tantas vezes.

Uma vez foi numa estação de serviço. Estive 20 minutos de cócoras à procura, até que o encontrei. Outras, ficava no saco das compras. E encontrava-o sempre. Já ficou em casa de amigos e eu telefono sempre "É o meu anel da sorte! Guarda-o bem!"

A mais caricata e inacreditável foi o ano passado, numa prova de orientação no meio do mato, com pessoal da empresa. Não o devia ter levado, mas esqueci-me de o tirar. A meio da prova resolvi metê-lo num bolso das calças, mas não o devo ter fechado bem. No final, lamentava-me de o ter perdido. As minhas colegas assentiam que era lindo, que tinha sido uma pena. Até que alguém disse "Perdeste um anel? Olha que fulana de tal encontrou um!".

Contra todas as probabilidades, uma colega de outra equipa tinha-o encontrado e guardado. Foi inacreditável.

Mas desta vez, não faço ideia de onde o perdi! Sei que o tinha quando sai de casa... e só dei por falta dele a meio da manhã. E ontem andei por tanto sítio...

Era da minha mãe. Tanto o cobicei, que ela acabou por ceder. É lindo. Diferente. Ainda há dias, me perguntaram porque é que o uso no dedo indicador. Porque é o único onde cabe. Nos outros fica largo. No indicador ou no polegar, é onde o uso. Quase sempre na mão esquerda. E faz-me falta, porra!

É de prata, trabalhado e com pintinhas verdes, vermelhas e azuis. Tem um ar... sei lá, meio místico, meio árabe, meio rústico. E eu adoro-o.

Se alguém o encontrar por aí, guarde-o bem. É o meu anel da sorte.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Quero o meu sofá!

Mais mental, que físico, o cansaço invadiu-me. Estou há duas semanas às voltas com mapas de excell, cartas para responder, actas para fazer, planos de marketing para apresentar...

Apesar da motivação inerente a um aumento de 25% e um prémio considerável, estou cheia de vontade de... fugir! Foi um ano complicado. Já fez um ano que aqui estou. E este não vai ser melhor. Muito antes pelo contrário.

O que apetecia mesmo era ficar quieta, no sofá, com a minha mantinha polar, uns cafunés no cabelo, feitos por quem os sabe fazer, um chávena de chá verde (ou branco) e filmes, muitos filmes.

Até porque o sol este fim-de-semana já disse que não vem. Só podia ser gajo, esse. Quando toda a gente precisa dele como pão para a boca, não aparece.
Quero o meu sofá, os meus cafunés e muito mimo. E que comece Março, que tenho saudades da Primavera.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A verdade da mentira

Ora então vamos lá esclarecer.

1. Fumei chicha - VERDADE
Ah pois fumei! Num restaurante manhoso, numa cave ali para os lados do Saldanha. E era sabor maçã-canela. Xô Dona Mad, eu nunca fumei foi cigarros, menina, cigarros! Ah... óbvio que fiquei mal disposta.

2. Vi o nascer do sol - MENTIRA
Foi coisa que nunca vi ao vivo. Uma vez esteve quase, quase. Mas chamaram-me para dentro e eu fui.

3 - Vomitei num restaurante - VERDADE
Nem só por bebida vomita uma gaja. Foi uma paragem de digestão fenomenal. Comecei a vomitar o jantar da noite anterior em cima do prato do almoço, atravessei o restaurante todo a espalhar entranhas e só parei na casa de banho. Foi tão lindo, mas tão lindo, que o senhor da mesa em frente nem parou de comer o seu bife, enquanto observava a cena.
4 - Parti um osso - MENTIRA
Nunca parti nada. Nem a cabeça, nem dedos, nem braços, nem pernas. Só o coração, mas esse sacana nem ossos tem.

5 - Vi o pôr do sol no deserto do Sahara - VERDADE
Vi, sim senhora. Em cima de um camelo e com uma burka mal-cheirosa vestida. Nunca a palavra arrête fez tanto sentido para mim. E quase que fui raptada, mas isso fica para outro dia.

6 - Traí alguém - MENTIRA
Nunca me deu para isso. São feitios, eu sei. Além de achar que é capaz de dar muito trabalho, as consequências também me parecem um tanto ou quanto para o lixadas. Sou fiel. À minha família, aos meus amigos, a quem amo. Dizem que faço jus ao nome que tenho.
7 - Disparei uma arma - VERDADE
A espingarda de pressão de ar do meu pai. A tentar acertar em latas de Fanta e de Coca-cola. Péssima pontaria, há que admitir.

8 - Apareci no antigo canal 18 Viver Vivir - VERDADE
Num documentário sobre bebés. Apareci eu e a minha filhota. E tenho o VHS de prova. Passou a horas decentes, obviamente, e não no meio dos "oh... si, si cariño".
9 - Estive em coma - VERDADE
Aos 5 anos de idade tive uma hepatite e entrei em coma. Estive mais de um mês em casa e pus a cabeça em água à minha Mummy. Fiquei a odiar o pediatra que me mandava fazer análises todas as semanas. Parecia um chouriço!
E pronto. Agora que sabem tanto sobre mim, vou ter de vos mandar matar. Ah... e nem a minha Mãe acertou! Eu não disse?

Praga

Hoje rogaram-me uma praga. Que vou perder este emprego. E acusaram-me de não ser séria. Saltou-me a tampa. Pus o senhor-de-minoria-étnica-que-lhe-permite-vitimizar-se na rua, chamei a segurança e espetei-lhe o dedo no nariz enquanto lhe dizia que ele estava a pisar. terreno perigoso.
Detesto gente aos gritos. Detesto que me acusem do que não sou. Detesto cenas. E detesto este meu lado intuitivo que me avisou que o tipo não era boa pessoa.
Às vezes, só às vezes, detesto ter razão.

Nunca mais

Da última vez que me magoei, ele estava por perto.
Ajudou-me a levantar e disse-me que, a partir dali, ía comigo.
Disse-lhe que tinha pensado em ligar à A., mas ele respondeu que era para ele que tinha de ligar. Sempre. Fosse qual fosse o motivo.
Pensei em resolver sozinha.
"Sozinha?! Tu nunca mais vais ter de resolver nada sozinha!"

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

The number of the beast

Parece que foi o post ali de baixo.
O n.º 666. Há quem diga que é o número da besta. Eu digo que é um número.
Neste caso, o número das postas que o meu big fish tem!

It is destiny

From Danny Boyle, director of Trainspotting and 28 Days Later, comes the story of Jamal Malik, an 18 year-old orphan from the slums of Mumbai, who is about to experience the biggest day of his life...


Amei! E não fui só eu... 8 Óscares, incluíndo Melhor Filme e Melhor Realizador.

Parece que três delas são intrujice

Eu já...

  1. Fumei chicha
  2. Vi o nascer do sol
  3. Vomitei num restaurante
  4. Parti um osso
  5. Vi o pôr do sol no deserto do Sahara
  6. Traí alguém
  7. Disparei uma arma
  8. Apareci no antigo canal 18 Viver Vivir
  9. Estive em coma

Acho que nem a minha Mãe acerta!

O meu fim de semana

Vi o Slumdog Millionaire, fui à praia, comi que nem uma besta, estive no meu terraço e fui feliz.

Não peço muito mais.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Prometo

Que nunca mais me esqueço da diferença entre spanking e beaten...
É que entre dizer que o tipo foi espancado e que levou umas palmadas, vai uma graaaaande distância. Além do que, numa reunião de trabalho, sai amplamente do contexto.
O ar de gozo com que me disseram "You mean beaten, right?" chegou-me.

Na sala de espera

A loira ao meu lado corrigia testes de físico-química. Soprava e abanava a cabeça enquanto, de caneta vermelha em punho, fazia cruzes, riscava e comentava... Deitei o olho e vi que eram do 8º ano. Folhas de teste rasuradas, com carradas de riscos, números e símbolos encavalitados.
Não sei de quem tive mais pena. Se dela, se dos miúdos.
Na outra ponta da sala, um tipo na casa dos quarenta, segurava o seu palmtop como se dele dependesse a sua vida. E também soprava.
À minha frente, uma rapariga (parecia mais nova que eu) esperava, encolhida, com um ar aterrorizado.
Depois da análise obrigatória ao território e ocupantes, peguei numa Visão. Como o Obama na capa, data de Novembro do ano passado. Lá terá de ser. Não vou ler a Vogue...
Leio a crónica do RAP (já lida na altura) vejo as fotos do casamento, da faculdade, do pai, da mãe, do padrasto... do 44º presidente dos sobrinhos do Tio Sam. E procuro a outra crónica que tento não perder. A do Lobo.
Por incrível que pareça, o título era a cadeira do dentista. Coincidências? Naaaa. Com essa idade, já deviam saber que isso não existe. Tudo acontece com um propósito.
Qual? E eu é que sei?! Poupem-me!
Com mais de uma hora de espera, a única coisa que me valeu foi a simpatia da dentista. Por cada gemido meu, um "desculpe" sincero. Gelei, transpirei e gemi. Sou uma mariquinhas. E elas eram duas! Saí de lá com um dente pronto para outra e menos meio quilo de tártaro.
Quase três horas depois, ainda me babo durante as conversas. Mas tenho um sorriso ainda mai'lindo.

Linda sobrinha emprestada


Bia - 4.150 Kg - 51 cm
Nasceu ontem, linda, redondinha e enorme.
Aos papás babados, ao mano grande e à tia orgulhosa, os meus parabéns!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A essência dos toques personalizados

Hoje à tarde, depois de entrar no escritório, vinda sei lá de onde, diz a minha assistente:

:: O teu telemóvel tocou três vezes.

- Ah foi?

:: Sim. Dois tiriris e um I want you to want me... (com manifesto ar de gozo)

- Ok. Obrigada.

E eis que...

A minha vida dá uma volta do caraças! De uns 192,5 graus. Porque de 180 dão todas. E esta volta esta a ser qualquer coisa de espantoso.
Muda tudo. A maneira como vemos certas pessoas, certos problemas que deixam de o ser. Certos nós que se desatam e certos laços que se apertam.
Se me contassem, além de não acreditar, duvidava. Fazia perguntas, estranhava, torcia este meu nariz empinado e dizia "Naaaaaaaa!". Mas é! Mesmo.
Como é comigo, nesta minha vida que toda a gente, ao conhecer, diz espantado "A sério?"... Já se estava à espera que assim fosse. Estou no alto da montanha russa, já subi e desci, fiz 3 ou 4 loopings seguindos. Daqueles que amas ou odeias. E eu amei.
Primeiro estranhas, depois entranhas! Nem mais.

Finalmente!

Livrei-me de um problema enorme. Melhor, livraram-me!
Sem pedir nada em troca, porque apenas disseram que o faziam. Sem qualquer obrigação. Levantaram-se às 4h da manhã para me irem defender, numa outra ponta do país. Porque disseram que o faziam. E fizeram-no.
Ficou resolvido. Um peso a menos nos meus ombros. Que pesava há mais de 5 anos. De uma história surreal que nem vivida, quanto mais contada...
Um problema a menos. Que como troco terá de mim uma amizade sincera para toda a vida. Nunca menos que isso.

Obrigada!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Valentine's gift


Olho para trás e tudo me parece demasiado distante e pequeno.
Apesar da estranheza, do medo e das reticências que inconscientemente me imponho, vou. Atravesso a ponte e deixo-me ir.
Não consigo escrever sobre isto... É diferente.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Porque amanhã é dia dos Namorados

Aqui fica esta pérola dos anos 80. Bom dia para os que têm par. Para os que não têm, aguentem-se. Não há nada a fazer!

Ah... e se não os podem vencer, juntem-se a eles!!!

You came - Kim Wilde

:D

"Sorri. Sorri mais!" pediu-me ele. Que tenho um sorriso lindo e que às vezes, quando estou demasiado séria, pareço triste.

Vou-lhe fazer a vontade, disse aos meus botões. Até porque estou farta de ser séria e parecer triste. Não o sou. E por não o ser e não querer mais parecê-lo, hoje ainda não parei de sorrir.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Falta de orientação

Hoje de manhã fiquei de levar o carro a uma oficina, para peritagem. Não sabia bem onde era a rua. Na noite anterior tinha pedido à minha Mummy para me imprimir um mapa da zona.
Antes de sair, enquanto penteava a princesa - risco lado e carrapito - dei uma olhadela de esguelha ao mapa, que estava de pernas para o ar, em cima da mesa.
O resultado não podia ter sido bom. Depois de meia hora às voltas, de duas paragens para pedir indicações (sim, as mulheres fazem isso) que não correram bem (uma foi a um polícia das Beiras e outra a um táxista baralhado) comecei mentalmente a percorrer tudo o que tinha para fazer hoje. Com os nervos a aumentar conforme ía passando pela mesma rua segunda e terceira vez, achei melhor desistir.
Como não gosto de deixar ninguém pendurado, liguei a remarcar a peritagem. Assim que desliguei o telemóvel pensei... agora vais dar com a rua. E não é que dei mesmo? O raio da placa com o nome da rua a olhar para mim com ar de gozo, do tipo "sempre estive aqui, tu é que não sabias!!!" Se ela tivesse língua, aposto que a tinha mostrado.
O mais normal seria dar uns valentes socos no volante, maldizer a sorte e ficar amuada para o resto do dia.
Em vez disso, soltei uma sincera gargalhada. E pensei que pelo menos na 6ª feira não me vou enganar. Além disso, ficaram de me emprestar um gps. Parece que não me querem perdida por maus caminhos. O meu fraco sentido de orientação agradece.

Preocupações

Há apenas duas coisas com que te deves preocupar. Se estás bem ou se estás doente.

Se estás bem, não há nada com que te preocupares. Se estás doente, há duas coisas com que te deves preocupar. Se vais ficar bem ou se vais morrer.

Se vais ficar bem, não há nada com que te preocupares.

Se vais morrer, há duas coisas com que te deves preocupar. Se vais para o céu ou para o inferno.

Se vais para o céu, não há nada com que te preocupares.

Agora, se vais para o inferno estarás tão ocupado a cumprimentar os velhos amigos, que nem terás tempo para te preocupares.

Então... para quê te preocupares?

Provérbio Chinês enviado por mail pela SupêTia (que envia mails como se não houvesse amanhã!)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Isto já vem de longe

É um fetiche como outro qualquer. Acho eu. Há quem goste de olhos, de bocas, de rabos, pernas, enfim... Eu é mais mãos.
Porquê? Não faço ideia! Gosto e pronto. Das bonitas. Sendo que o "bonitas" é um conceito altamente subjectivo, que corresponde aos padrões que eu tenho sobre mãos.
Tenho por hábito olhar para mãos. Se são grandes ou pequenas, bem cuidadas ou de pedreiro. De unhas rentes ou a necessitar de uma visita urgente a uma manicure jeitosa.
Como eu falo com as mãos, gosto de ver se tenho companhia para a conversa.
Nem muito grandes, nem muito pequenas. Não sei bem explicar quais as que mais gosto. Talvez os olhos, como espelho da alma que lhes chamam, digam mais. Quero lá saber. Eu gosto é de mãos!

Hoje, pela manhã


Dei de frente com este menino, para os lados do Chiado.


E ele sorriu-me. Não fazia ideia de que era tão conhecida!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

What?!

O meu telefone toca. Um número que não conheço. Resolvo atender.

Sim? (Sim, eu digo "sim" quando atendo o telefone)

:: 'Tou, bom dia. É fulano de tal. Queria falar com a sua assistente.

... Você sabe que horas são?!!

:: silêncio... Não!!

São 8h20... eu ainda não estou no escritório. Ligue mais tarde.

:: Ahhhh. Desculpe lá.


Eu gosto tanto de segundas-feiras!

Quando menos se espera

A vida surpreende-nos. E para que isso aconteça, basta estar atento.
De alma disponível e coração aberto.
Porque a vida é isso mesmo.
Um livro em branco onde, muitas vezes, não somos nós que escrevemos.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Only uncorresponded love can be romantic

A Scarlet, a Penelope, a Rebecca... O Javier (inspira... expira... inspira... expira....aiiiiiii) misturados pelo Woody! Lindo! Lindo!

E Barcelona... que saudades. E Giulia y los Tellarini na banda sonora. Hummmm.

Vão ver!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

7 anos para reaprender

Lembro-me de tudo. O telefone a tocar às 6h da manhã. Dele a disfarçar a voz, para eu não entender quem era. Do ar pesado, constrangido até, com que me disse "O teu pai morreu."
Lembro-me do meu desabafo "Graças a Deus". Só quem vê uma pessoa que ama a sofrer com cancro, compreende a sinceridade do que eu disse.
Lembro-me de telefonar a algumas pessoas. Lembro-me de todos os que apareceram. Dos que me abraçaram. Lembro-me em que ombros chorei.
Lembro-me do espanto nas pessoas que não sabiam que eu estava grávida. Dos conselhos não pedidos, mas dados exaustivamente "tu não devias estar aqui".
E o cheiro. Das flores. E da chuva. Chovia imenso. Lembro-me de entrar no carro funerário, com a minha mãe e o meu irmão, e o senhor da agência perguntar "estão bem instalados"? Lembro-me daquilo andar a 10km/hora e de ter uma vontade enorme de gritar ao motorista "acelera-me essa merda!". Parece que tínhamos de esperar por toda a gente.
E o senhor da agência? Nem de encomenda. De blusão de cabedal sebento, dentes podres e uma tendência enorme para o disparate. Trocou o nome do meu pai, no mínimo, duas vezes. Disse-nos no final para não nos preocuparmos com o pagamento, que tínhamos muito tempo. Para no dia seguinte de manhã me aparecer à porta de casa, a exigir o cheque.
Lembro-me de tudo. Com a experiência, sei que o tempo não cura nada. Apenas nos permite reaprender a viver.
Passaram sete anos. E eu, apesar de me lembrar de tudo, reaprendi a viver.

Santa ingenuidade

O Zé Maria estava sozinho e carente. Por falta de experiência, alguma ingenuidade e muita fé no próximo, fez um perfil num site de encontros.
Como introdução, escreveu "Se és alguém que insiste em como o amor não existe, acredita porque eu já vi, ele anda por aqui!". Pela foto, não dava para tirar grandes conclusões... Mas isso não era o mais importante. Estava inspirado. Zé Maria sentiu-se orgulhoso do seu perfil.

Esperou. Mas esperou pouco. Os convites choveram. Um deles, um email de página e meia, chamou-lhe a atenção. Falava dela, da família, do local onde vivia... Estiva Gerbi, uma cidadezinha no Sudeste do estado de São Paulo, com pouco mais de 10 mil habitantes. Dizia-lhe que tinha adorado a frase dele e dava-lhe o email para conversarem no messenger. Assinava "Línia" (de Wanslínia, como depois ficou a saber).

Zé Maria ficou entusiasmado. No perfil dela, a foto era de uma rapariga morena, de olhos castanhos, muito bonita.
Falaram no messenger. Depois ao telefone. Passados quatro dias, Línia já estava de malas feitas para Portugal. Parece que tinha uma tia em Lisboa. Zé Maria ficou surpreendido com a rapidez. Mas de tão ingénuo que era, tudo lhe parecia bem. E ela era tão linda!
Moça de boas famílias, aos 29 anos, Línia não poderia vir sem que Zé Maria falasse com o seu pai (dela). "Para saber quais são suas intenções" disse-lhe. Zé Maria, de peito inchado e coração aberto, falou com Seu Flaviano, juíz aposentado. As intenções eram as melhores e o pai, preocupado, descansou os medos. Línia viria a Portugal.
Mas (há sempre um mas, não é?)... havia um pequeno problema. De quatro dígitos. Faltavam 1.400 reais para a passagem. O Seu Flaviano disse-lhe que havia forma de enviar o dinheiro pelos correios e deu-lhe o nome de uma empresa de câmbios e um código. Zé Maria esmoreceu. Não percebia nada dessas coisas. E agora?
Num acesso de lucidez, falou com a sua melhor amiga. Que o insultou de tudo quanto havia. Que lhe disse que aquilo era tramóia, que só lhe queriam sacar dinheiro. Que, provavelmente, o "pai" era o amante dela.
Zé Maria, na defesa da honra de Línia - que era tão linda - abanava a cabeça e afirmava "Naaaaaaaa! Ela é séria!!!". A amiga perguntava-lhe como podia ele ter a certeza. E ele contou-lhe que ela lhe tinha confidenciado um pormenor íntimo. Muito íntimo. Que era alérgica a "camisinha". A amiga riu-se. "És mesmo tonto! Não vês que isso era só para ficares mais entusiasmado?!".
Seria? Não acreditava. Respirou fundo. Escreveu a Línia a dizer que tinha muita pena. Que não podia enviar o dinheiro. No dia seguinte, Seu Flaviano ligou-lhe. Línia tinha chorado a noite inteira. No desespero de a ver assim, tinha vendido algumas jóias de sua "mamãe" e agora já só faltavam 700 reais.
Zé Maria desligou-lhe o telefone. A amiga deveria ter razão. A última coisa que Línia lhe disse foi "Sai do meu msn!". E ele saiu.
Nunca mais voltou ao site de encontros, onde agora as mensagens e alertas se acumulam sem resposta. Zé Maria não desistiu, mas acha que o amor não está em Estiva Gerbi. Não pode estar tão longe. Tem de estar mais perto, por aqui.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Dúvida

Será que quando alguém escreve no Google "quero saber se o fiesta é um bom carro", está à espera de uma resposta do tipo "É sim senhor. Pode comprar à confiança!" ???

Considerações

Tenho a mania, boa ou má - não sei, de analisar. Gosto de entender motivações, o que levou a dizer isto e não aquilo. Porque é que acabou, porque é que nunca começou.
Se me mandam para um sítio feio (ou bonito, depende) tenho esta mania de querer saber o que está por detrás disso.
Será que dormiu destapado e acordou do lado errado? Será que é assim com tudo, ou é só comigo? Os sapatos estarão-lhe apertados? Ou, numa prespectiva egocêntrica, narcisista e fútil da minha minha parte, a pessoa em questão, inveja-me?
E se sim, porquê? Lá está, de novo a motivação. O que leva as pessoas a dizerem o que querem sem ninguém lhes ter perguntado? A achar que o amargo do que escrevo é igual ao que tenho por debaixo da pele?
Será a inveja de escrever como escrevo? É meu. Não posso dá-lo. Nem ensiná-lo. Serão os olhos de um verde acastanhado, ou castanho esverdeado... que já em miúda diziam à socapa ao meu pai que íam "dar trabalho".
Será este jeito de montanha russa de estar na vida? Ás vezes lá em cima. Outras cá em baixo. Mas sempre a andar. Porque a minha vida é mesmo uma festa. E também há festas más. Em que a música está alta demais, a comida fria e o par me deixou pendurada. Fazer o quê?
Se sou racista? Talvez. Sei lá. Se sou azeda? Sem dúvida nenhuma que não. Posso estar azeda. O que é muito diferente. Mas isso tem dias. E amanhã já é outro. Uma folha em branco, onde tudo pode ser escrito de outra forma. Doce? Talvez. Quem sabe.
Este canto é MEU. Sobre mim e os meus. Desvarios, amizades, amores, perdições... Coisas minhas. Grandes, pequenas, sérias, disparatadas. Minhas! E, como já me canso de anunciar, eu escrevo para mim. Porque gosto. Porque quero. Porque preciso. Porque sim.
Porque, porque, porque. São os meus porquês. As minhas razões. Legítimas porque são minhas. Válidas porque eu quero que assim seja.
Se aqui se pesca à linha, se ofendem etnias, se trocam galhardetes na caixa de comentários, se dizem palavrões como se não houvesse amanhã... Porque é que isso incomoda alguém?? Vira o disco e toca o mesmo... O porquê. Há gente muito estranha.
Mas a mais estranha talvez seja eu... a querer entender o porquê.

Agora sim!

Contem-me o que quiserem, que eu agora acredito em tudo! Mas é que em tudo mesmo.

É que depois de um turco que, na 1ª mensagem que envia, me questiona "do u have long toenails?" ... não posso estranhar mais nada!
Agora sim, acredito em qualquer coisa. Isto é a put@ da loucura... 'Tá tudo ensandecido.
O melhor é ficar muito quietinha, até porque o meu querido paizinho sempre me ensinou que aos malucos diz-se sempre que sim.
E não me posso esquecer de as cortar rentes. Muito rentinhas.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O 2º mês

Fevereiro não é um mês mau. É um mês péssimo! A única coisa boa que tem é ser pequeno.
No final do mês de Janeiro, há sete anos, fui tia pela primeira vez. Passado uma semana, fiquei orfã de pai.

Passaram 7 (sete) anos. Voaram. Escorreram-me pelos dedos, como se fosse areia. Aconteceu tanta coisa. Boa, má, assim-assim. A Raquel cresceu. E ele não estava cá. Não viu. Nem lhe pude contar.

Há dias, peguei numa máquina fotográfica que era dele. Não sei se funciona, mas estou tentada a experimentar. É daquelas pesadas, antigas. Com estojo em pele. Quando o abri, senti o cheiro a tabaco entranhado. Tabaco de cachimbo. Um cheiro doce e seco. O cheiro do meu pai.

Lembro-me de ficar parada a olhar para ele, enquanto acendia o cachimbo. Se demorava mais tempo a acendê-lo, irritava-se comigo, ali especada. Na altura não entendia. Hoje, quando estou a tentar fazer alguma coisa e não consigo, e os olhitos da minha Raquel cravados em mim, compreendo-o perfeitamente.

Não gosto do mês do Fevereiro. Além de ser cinzento, frio e chuvoso, lembra-me coisas tristes. Associo-o à cor preta. Ao mármore. E à chuva. Muita chuva. Fevereiro. A única coisa que tem boa é ser pequeno.

As graças deles

Mas será que eu li bem? "Primitiva de Jesus" é o nome da senhora??!!!

Depois de me ter aparecido um "Enoque", não seria de estranhar, mas estranho na mesma...

A seguir começa a conversa:

"Mais isso é para nóis pagá?"

"Mim qui tem qui fazê?"

Ah... pronto! Já podiam ter dito. Eu é que eu às vezes esqueço-me que passei por lá e convivi com eles. Não que não os grame. Mas gosto mais deles lá.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Calibre

Escroques, falcatrueiros, intrujas, biltres, embusteiros, e afins... Nas minhas três décadas já conheci alguns.

Mas não me tinha ainda deparado com um do calibre deste último. De cada nova engenharia do gamanço que lhe descubro... pergunto-me "qual será a proxima?!!!"

Parece um poço sem fundo. E não é que se possa dizer que o "senhor" seja parvo. Em tudo o que lhe deram carta branca, ele avançou. Mas em proveito próprio.

O dito trabalhava para um novo cliente que temos e, enquanto arregaço mangas e tento por ordem na barraca, aparece-me de tudo. Mas de TUDO mesmo.


O nosso cliente parece um bebé a quem tiraram o brinquedo. Chora, reclama. Exige contas e controlo do que nunca foi controlado ou contado. Enquanto o bebé dormia, o "senhor" encheu-se à grande.

O "senhor" é o típico empresário tuga. Cinquentão, bem vestido q.b., com alguma educação e o curso tirado na "escola da vida" (como tanto gostam de dizer). Não sabe de nada, não estava lá, não foi ele, isso foi fulano de tal que tratou...


Cabe-me a mim ir levantando os tapetes, gritar "há fogo!!!" de cada vez que encontro mais uma, e ir tapando os buracos (que não são poucos, nem pequenos).

O "senhor"? Deve de andar por aí, ao volante do seu Porche Cayenne, enquanto dá o meu nº de telemóvel a toda a gente e informa que já nada é dele.


Pudera. Fiquei cá eu para fechar a porta...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Balanço

Foi uma semana com muita chuvinha. Daquela miudinha, que irrita. E daquela à séria, que molha. Entre uma catrefada de papéis, telefonemas infindáveis, problemas sem aparente solução, eis o que ficou.


Ao telefone:

Um amigo de longa data com quem não falava há séculos
:: Estás boa?
:: Eu sou boa!
:: Naaaaaa... tu és melhor que boa, melhor que óptima... és bóptima!!!!

Outro, coitadinho, que levou com o meu chasso...
:: Quero o meu carro de volta!!!
:: Temos pena.
:: Vaca!
:: ´Tás parvo? Que cena é essa de me chamar "vaca"?
:: Eu não te chamei "vaca". Chamei-te "baca" que é muuuuuito diferente!

Por volta das 20h30 de sexta feira (!!!) uma colega em pânico:
:: Eh pá... aquele assunto e tal, tens de marcar uma reunião urgente... Temos de resolver e eu esqueci-me e vê lá...
:: Ouve lá... mas tu achas que eu ando a dormir? Isso já está resolvido!!!
:: Tu... óh pá... Tu és uma Deusa!!!!


Bom... e podia ter ficado por aqui, mas não. Num fim-de-semana com duas festas de aniversário (infantis) e um lanchinho, entre a primeira festa e o lanche... bati com o carro. Nada de especial. Só chapa. E ainda tive eu de preencher a declaração amigável. O meu lado e o do "amigo".

Pobre senhor. Estava tão abananado. Tremia todo. E eu... em vez de me calar, não me contive. "Já viu? No meio do azar, teve a sorte de bater numa rapariga nova. Se fosse noutro como você, ficavam aqui a tarde toda! E o desenho havia de ficar uma coisa jeitosa..."

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Selaram-me!

O Pedro (que é um querido) ofereceu-me este selo.
Parece que "o espirito da coisa é, que este selo representa todo o espaço que de uma forma ou outra traduz um pouco das loucuras de seus/suas escritores/as. Esse espaço que temos para mostrar ao mundo, os nossos momentos de loucura, curiosidades, entretenimento, desabafos..."
Igualmente, parece que é suposto eu oferecê-lo a 11 bloguistas merecedores. Mas acontece que eu não estou nada para aí virada. No entanto, e como eu não gosto de fazer desfeitas... se acharem que merecem, copiem e colem lá na vossa tasca. Façam de conta que estão em casa.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Vá... escolham que eu deixo

Vamos lá então resolver isto. O que não quer dizer que o nick escolhido, venha a ser adoptado por mim. Já toda a gente sabe que eu tenho meu feitio e que me pode dar na real gana... marimbar-me para esta cena toda e continuar tudo como está... Ou não.

Foram 30 as sugestões (ena, que pessoal tão imaginativo e sem nada que fazer!). Passo e expô-las, para que possam dizer de vossa justiça (ou injustiça).

Fiz alguns comentários que achei devidos. Estejam à vontade e vão pondo os números das que mais gostam nos comentários e depois logo se vê.

  1. Flama
  2. Aninhas
  3. Pantera Adormecida
  4. Sun of the Beach
  5. Nick... Kershaw
  6. Nickolau Breyner - esta está fora de jogo, ok?
  7. Deusa Trovão
  8. Master Bat Horya
  9. Dancing Queen - gosto bastante desta!
  10. Pikachuzinha - demasiado "quiduxo"
  11. Bad Floribella - "bad"??? eu??? mas que raio é que vocês andam a ler???;-)
  12. Noddy's Girl - essa não é a Ursa Teresa?
  13. Bembinda - lol... Bem Vinda... onde????
  14. Xalejte
  15. 3 pelos e meio - pára de embirrar com o meu cabelo!!!!
  16. Meg
  17. Diké (ou Dice) - óh pá... não quero saber... o paleio foi tanto que eu só retive o importante: "deusa"!
  18. Jalapeña - até agora, para mim, esta é a melhor... parece que é um tipo de pimento delicioso, mas muito, muito picante!!!
  19. Renascença - gosto mais da Comercial
  20. Florença
  21. Florentina (my name is Tina, Florentina) - boa, também gosto desta!
  22. Flúor
  23. Boina Girl
  24. Fiesta - tu queres é fiesta;-)
  25. Dona Elvira - era o nome da nossa mulher-a-dias...
  26. Vaqueiro - eu normalmente ofendo-me mais quando me chamam Planta. Não sei porquê, acho que é uma questão de fidelidade. Flora é Flora. E Vaqueiro pode ser uma prima, na vertente "culinária".
  27. Kité - deve ser outra deusa...
  28. Bloods - eu não posso ver sangue!
  29. Rostlin@ - tão profunda, tão profunda, que foi só ir ao wiki e ficar a saber que "rostliny" é a palavra checa para "planta"... Fraquiiiiiinho
  30. Simplesmente F. F de .... - gostei. Dá para muita coisa... Tipo "fantástica", "fabulosa", "feliz", "faladora", "funny", "furiosa", "festeira"...
  31. Party Girl

O que queres ser quando fores grande?


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Alguém?

Porque o meu nome não serve, como serviu o do Alf ou o da Mad.

Porque não me saiu nada como Ervi Mendel, que é absolutamente de cair para trás.

Porque Bad Girl já há uma e eu até nem sou má mocita (me engana, que eu gosto...).

Porque Maria do Desassossego já me irrita, pois o que eu quero mais é estar sossegada.

Então, vai daí e esta cabecinha loura lembrou-se de perguntar... a vocês!

Quem é que me arranja um nick giro, assim sonante e coisa e tal?

Alguma sugestão?

E perguntam vocês "O que é que ganhamos com isso?"

Ora, se a honra de eu usar um nick inventado por um(a) de vocês não vos chega... não sei o que mais vos poderá agradar!!!
Vá... avancem. Sejam criativos e surpreentes e... até eu tenho medo do que vai sair daqui!
Nota à posteriori: não vou responder a comentários. Espalhem-se para aí que eu já vos atendo! Num post um bocadinho mais acima.

Por tanto... ou por tão pouco

Ontem tive um dia daqueles chamados "de merda". Entre um sem número de problemas para resolver, o meu telefone não parou um segundo.

De tal maneira que não conseguia fazer chamadas. Quando começava a marcar o número, o telefone tocava. E no meio de cada chamada, ouvia o sinal de outra em espera... Foi sempre a abrir.

À parte disso, um problema com dois anos, que já devia estar resolvido, não fosse um dos intervenientes ser um dos maiores mentirosos que já conheci (não, não é esse... este é mesmo um cliente) que volta à baila e não sai da cepa torta.

Resumindo. Ele quer resolver. Eu resolvo. Você assina? Assino. Então assine lá. Não assino. Então porquê? Porque não. Ok. E agora? Deixa, nós resolvemos de outra maneira, diz a sede.

Passam uns dias e diz ele... Vamos reunir? Vamos. Eu quero é resolver!

Marcado. Não aparece. Dá uma desculpa parva.

No dia a seguir ligam-me a dizer que está à minha espera.
Como????
Diz que achava que era automático, se não aparecesse no dia marcado, passava para o dia seguinte.
Ah... não é bem assim.
Mas este gajo está parvo? Desde quando é que se faltar a uma reunião, ela, automaticamente, passa para o dia seguinte?

E agora? Agora já não vale a pena, diz a sede. Está resolvido.

Mas ele não desiste. Entra-me pelo gabinete, de mansinho, duas vezes seguidas na mesma tarde.

Para perguntar uma coisa que já perguntou 50 vezes e à qual eu já respondi 49. Que à última ignorei-o.

Pela 50ª vez respondo. E digo-lhe que já não vale a pena. Que já não depende de mim.

Mais uma vez argumenta. O que numa pessoa que, em apenas uma frase, diz 5 vezes "portanto" é doloroso de ver e ouvir.


Já não o aguento! Levanto-lhe a voz. Desço do salto agulha da minha bota, calço o chinelo e levo a mão à cinta. Apetece-me chamar-lhe tudo... mentiroso, caloteiro, ignorante... enfim. Mas não vale a pena. Já está resolvido, dizem-me.


Eu acho que não, mas se eles dizem... vou esperar.


E portanto, foi por isso que eu tive um dia "de merda". Ou por tão pouco.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

É pá, é que era mesmo isso!


Fanado descaradamente aqui

Ser de gancho

Agora dei para gostar de ganchos. Podia-me ter dado para pior. Tipo gostar de brincos e ter de ir a correr furar as orelhas... Não, é só mesmo ganchos. E molinhas, daquelas pequeninhas. Que só apanham uma madeixa de cabelo.

Quando tinha o cabelo mais comprido, passava a vida com ele amarrado. Quando o tinha curto, bem curtinho, não lhe punha absolutamente nada e ele tinha sempre um ar despenteado. Mas agora, com o cabelo um pouco abaixo da linha dos ombros, deu-me para reconhecer algum valor aos ganchos que lá tinha por casa, ainda por estrear.
Tenho-os dourados, como o de hoje, com borboletas, molinhas com strass, simplesmente castanhos, e mais molinhas brancas, castanhas e cinzentas. Comprados porque eram giros, porque eram diferentes... mas sem nunca ter tido a coragem dos usar. Talvez porque achasse que me davam um ar demasiado infantil. O mal foi começar a usar...
Uma colega perguntou-me como é que eu conseguia ter um ar tão "menina", como se tivesse a idade da minha filha. "Será do gancho?!". Como a observação foi feita em tom de elogio e com uma certa inveja camuflada, conclui que o resultado tinha sido bom.
E como eu sou de gancho, até combina.

Eu não pedi nada!

Eu não sei se será o verde dos olhos... o meu tom mais bronzeado do que é normal, o cabelo claro... Ou talvez algum vírus!
Mas a verdade é que todos os dias recebo mensagens da Argélia, Marrocos, Senegal, Tunísia e afins...
Para quem gosta de nomes estranhos e peles escuras, há muito por onde escolher... Achraf, Marena, Nizar, Salime, Shahid, Amal, Assan, Aek.
Não é uma questão de racismo, ser esquisita ou não (digo eu) mas, não obrigada. Dispenso.

Trocas

Sexta-feira. Telefonam-me da sede a informar que tenho de trocar de carro com um colega meu. Nem quero saber o que ele tem. Tudo o que seja para me ver livre deste bólide, é benvindo.
Ligo-lhe. O rapaz é boa pessoa. Moço do Norte, com um sentido de humor fantástico, anda há meses a perguntar-me como é que estraguei o meu primeiro portátil, para me darem um novo...
Combinámos ao fim da tarde. Pedi-lhe desculpa pelo estado de calamidade no interior. Migalhas, tablier sujo, muitas garrafas vazias, etc., etc.. Ele disse que não havia problema.
Quando entrei no carro dele, arrependi-me logo de ter pedido desculpas. "Que cheiro é este, pá?!"
Indescritível. Bom, quem fuma dentro do carro, sabe a que me refiro. Aquele cheiro velho a tabaco, entranhado nos estofos. O ar pesado. Horrível.
Com um ar de quem fez asneira e não tem como disfarçar, diz-me "Sabes, é que eu além de fumar dentro do carro, deixo as beatas no cinzeiro..."
Fónix! Cabecinha de alfinete! Ao menos despejavas o cinzeiro com alguma regularidade, não? Com um ar enjoado, lá tirei as minhas coisas do carro, enquanto sarcasticamente lhe perguntava "Queres o número do reboque?"
E ele "Para quê?!" Ora... este menino já me deixou apeada 3 vezes em menos de um ano... é melhor ires-te habituando!
Bom, contas feitas, o saldo não é mau de todo. O carro tem menos 50 mil kms que o meu. E nunca deu problemas.
Quanto ao cheiro, no sábado despejei lá dentro um spray anti-tabaco inteirinho. E comprei também um daqueles dispositivos para mandar cheiro... Eu que detesto essas coisas, mas lá teve de ser.
Hoje de manhã, o cheiro estava, digamos que... diferente. Uma mistura de tabaco velho com o fresco de um anti-tacaco e o citronela do coisinho... Muito melhor.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Génese do tiro no pé

Eu tinha 13 anos. Ele tinha uns meses mais.
De seu nome Alexandre, alto, giro, de olhos e cabelo claros, bom aluno, líder dos rapazes da turma, cavalheiro com as meninas (coisa rara... os outros, ou era calenadas ou apalpões). Bom aluno, educado, bem arrajando e cheiroso. Ai, ai... o que eu snifei numa amostra de Drakar Noir...
Eu... menina do Papá (e da Mamã), um esboço daquilo que sou hoje, mas com o mesmo mau feitio e pêlo na venta. Tinha boas notas, era bem comportada, não me metia em confusões, nem em curtes na mata.
Suspirei por ele durante um ano lectivo inteirinho. Toda a gente sabia. Inclusive ele. Casmurra como sempre fui, nunca lhe disse nada. Achava que o primeiro passo tinha de ser ele a dá-lo. Quando estávamos os dois juntos, suportávamos estoicamente as piadas dos colegas e fazíamos de conta que não entendíamos. E o ano passou-se.
Já perto das férias grandes, ele decidiu-se. Queria falar comigo. E toda a gente sabia. Inclusive eu. No final da última aula, lembro-me do Bruno André (meu colega desde a primária) ter-lhe perguntado se ele precisava de um prato de Nestum.
Morávamos relativamente perto uns dos outros e fazíamos o caminho até casa juntos. Nós dois e mais uma quantidade deles. No fim da rua, na esquina onde todos os dias nos separávamos, ele esperou por mim.
Com um ar sério e importante (que até hoje não esqueci) perguntou-me "O que é que se passa contigo?"
Foi uma desilusão! Ora bolas... Isso lá é pergunta que se faça? Com o dosseir A4 apertado com força contra o peito, olhei primeiro para os meus pés, a ganhar confiança, depois nos olhos dele e respondi confiante "Nada!"
Com a falta de jeito típica dos nossos poucos anos, ficámos os dois especados a olhar um para o outro. Até que ele repetiu a pergunta. E eu repeti a resposta. E ele quis saber se eu tinha a certeza. E eu, como a tinha, disse que sim.
Enquanto ele olhava para mim espantado, eu alternava o peso do corpo de um pé para o outro, com aquele meu ar natural, de quem acaba de dizer uma barbaridade com a maior convicção do Mundo (quem me conhece, sabe bem que olhar é esse).
Despedimo-nos com um simples "até amanhã" e seguimos o nosso caminho. Tudo ficou por ali. Ele ficou baralhado. Eu fiquei com a certeza de que já não valia a pena. Tinha passado tempo de mais e eu sabia que ele não sentia o mesmo.
No ano seguinte, mudámos de escola e ele não ficou na minha turma. Numa escola com gente mais velha, havia muita coisa nova, muitos amigos novos e diferentes para conhecer.
As minhas colegas todas já namoravam. Umas mais sério, outras menos. Algumas há mais de um ano.
Perto do Natal, também eu tive o meu primeiro namorado. Uma paixão assolapada (nas palavras da minha Mãe) que durou seis anos.

Por volta dessa altura, o Alexandre confidenciou a um amigo comum que estava arrependido. Que se no 9º ano soubesse o que veio a descobrir no 10º, não me teria "deixado escapar".

Foi o primeiro a dar um tiro no pé. Não sei se isto explica alguma coisa ou se seria, simplesmente, um prenúncio do que se passou a seguir na minha vida. Perdi-lhes a conta. Só sei que anda por aí muito menino a coxear.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Maybe there's a God above

Talvez porque o Shrek é o meu príncipe de eleição...
Talvez porque esta musica me faz lembrar momentos felizes da minha vida... e são tantos...
Talvez porque, quando a oiço, fecho os olhos e me sinto leve e muito bem...
Talvez... porque é das poucas que me faz chorar. Não de tristeza. Apenas de emoção.

Esta é a minha versão favorita. Assim, de improviso. Tal e qual eu!

Normalidade

Gosto disto. É como fazer de Deus em ponto pequeno. Publico ou não publico?... Hum, não sei. Vou ali dar uma dentada na minha torrada com queijo da serra e já decido.
Entretanto, os comentários apagados e que pouca gente leu, são enviados por email para os amigos todos e esperam-se muitas mesas redondas sobre o assunto. Atenção, que a malta está a divertir-se à bruta. E embora toda a gente me pergunte "Fazes ideia de quem seja??!", esse é pormenor que menos me interessa.
Quero lá saber. Seja quem for, é gente que não interessa nem ao menino Jesus. Se tive a infelicidade de conhecer tal coisa, prefiro agora não o saber.
Não será certamente o(a) primeiro(a) a ter dor de cotovelo de mim. A espumar pela boca com as minhas formas de estar na vida, de escrever, de me expor. Sim, porque se há alguém que se expõe aqui, sou eu. Porque quero. Porque gosto assim. Sem prejudicar ou ofender ninguém. E sem ter qualquer pretensão de agradar, chocar, ou o que quer que seja.
A única pretensão que tenho é escrever. Mais para mim do que para qualquer outra pessoa. Não busco aprovação ou protagonismo. O protagonismo que tenho é aquele que quem lê e comenta me dá. Aprovação... só preciso de uma. A minha.
Não pedi conselhos. Não tenho por hábito fazê-lo. Nem sequer pedi opiniões. E a caixa de comentários não é uma caixa de sugestões.
Mas já nada me espanta. As pessoas, ao contrário do que pensava quando tinha 15 anos, são potencialmente más e mesquinhas. Já estou habituada a que seja assim. Ou me amam, ou me odeiam. Não há meio termo e ninguém me fica indiferente.
É normal. Eu sou assim. Sempre fui e não é agora, aos 33 anos que vou mudar a minha maneira de ser, o meu modo de estar, só porque alguém chegou aqui e me chamou puta, ressabiada, fraquinha e outras coisas que mais. Sei o que valho. E talvez por terem descoberto tardiamente o meu valor, certas pessoas venham aqui fazer a figura que fizeram.
Se tenho falta de quem me aqueça os pés? Tenho com certeza! Mas isso é um problema com que lido muito bem. Se estivesse desesperada, como alguém disse, ía à caça, como outro referiu. Convenhamos que, nos dias de hoje, não seria complicado arranjar companhia. Mas há coisas na vida que não se forçam, não se procuram. E sim, eu aprendo com os erros e tombos.
Isso não me torna nem amarga, nem infeliz e muito menos ressabiada. Não que o diga para convencer ou dar satisfações a alguém, mas se há coisa que eu sou é muito bem resolvida. Comigo e com os outros. É suposto irmos degrau a degrau, umas vezes subindo, outras descendo. É a isso que chamam de vida.
Escrevo bem. Não, não foi porque mo disseram (também o dizem). Eu sei que escrevo bem. Mas o cerne da questão nem é esse. Eu adoro escrever! Há tantas coisas na vida que quero fazer. E escrever é uma delas. Definitivamente.
Venha quem vier... a gente vai continuar.
Agrada-me especialmente a imagem de alguém as roer as unhas, encolhido num canto... enquanto espera para ver se eu publico ou não o seu comentário. Vão-lhe fazer falta as unhas, quando começarem os ataques de urticária. É fantástico o efeito que eu tenho em certas pessoas, não acham?

AVISO

Está activada a moderação de comentários.
O que tem de ser tem muita força.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

By the time you read these lines...

De cada vez que recebo um email do meu novíssimo e super-importante cliente que começa com "Dear Flora..." contenho-me para não responder com "Dear John..."


É que me vem logo à cabeça aquela série televisiva dos anos 80, do cornudo do John, enganado pela mulher e pelo melhor amigo, cuja letra era qualquer coisa como isto:

Dear John.

Dear John.

By the time you read these lines I'll be gone.

Life goes on, right or wrong

Now the sun is dead and gone.

Dear John.

Since we've sung love's last song.

Dear John.

Since we've sung love's last song.

Poor John.

Since we've sung love's last song.

Dear John




O pior é que, para evitar o "Dear John", já esgotei todas as formas de iniciar emails: Hello, Hi, Good morning, Good afternoon... está a ficar complicado.

Espero que o Dear não me trate assim pessoalmente, que amanhã tenho uma reunião com ele e seria mau da minha parte escancarar-me a rir nas fuças dele.

Em cima, à esquerda, o hilariante Kirk, muito bem lembrado pelo Ervi

(que tem uma memória melhor que a minha!)

Para quem ainda não percebeu

Eu faço um desenho:
Acabou-se a paneleiragem dos comentários anónimos. Quem não assina, vai com os porcos. Para não dizer que vai com a put@ da mãezinha (que eu não estou cá para ofender ninguém). Sejam homenzinhos e mulherzinhas, assumam aquilo que escrevem e assinem com o vosso nome!
Esta merda não é o ringue lá do bairro e eu não sou o vosso saco de boxe onde descarregam as vossas frustrações, ok?
Se querem analisar, analisem, mas identifiquem-se. Ah... mesmo identificados, correm o risco de eu apagar na mesma. É que isto é um blog público, como dizia um dos palhaços, pois é. Mas nesta democracia quem manda sou eu.
Não gostam? Comam menos! Ninguém vos convidou para cá. Só lê quem quer. A porta da rua é a serventia da casa.
Se quiserem continuar a comentar nesses moldes, tudo bem. Eu continuo a apagar. É um direito que assiste e ninguém pediu a vossa opinião. Ainda para mais se essa opinião é grosseira, ofensiva e descabida.
Eu já estou habituada a ser alvo de ódiozinhos parvos e gratuitos. É o preço a pagar por ser gira, inteligente, bem sucedida profissionalmente, ter os pés no chão e o coração ao alto. Sim, eu tenho-me em grande conta. É isso que incomoda, certo?
Temos pena! Ou não, ou não!