Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Com a verdade me enganas

Ando há uns anos a consertar erros. A tapar buracos e a resolver problemas que, directamente, nada têm a ver a comigo.

Com o que mais me deparo? Mentiras. Histórias mal contadas. Enredos complicados que não têm ponta por onde pegar.

Costuma dizer-se que se apanha mais depressa um mentiroso que um coxo. Nestas histórias mal contadas, em que se mente com todos os dentes, safam-se mais depressa os coxos, os amputados das duas pernas e os que vão ao pé coxinho… Aos mentirosos, já os apanho todos na curva, tal a prática com que fiquei em avaliar o que dizem.

E como quem conta um conto, acrescenta um ponto (o que tem tendência a agrava-se, quando se trata de uma cidade pequena) a história vai-se alterando a toda a hora e os intervenientes mudam de lado como eu mudo de camisa.

Os ditos intervenientes… conheço-os a todos, há quase uma década. Mas não, não os conheço. Pensei em tempos que os conhecia. Que podia contar com eles, como conto com os meus. Puro engano, era mentira.
Continuo de pé, para desespero de muitos deles. Calmamente a aguardar o desfecho inglório dos actores principais. Não que lhes deseje mal, atenção. Mas nenhum deles há-de acabar bem. São tristes por natureza, indivíduos cheios de fel e amargura.
Estou de camarote… à espera que o pano caia.
Não há nada para rir nesta encrenca, que tantas lágrimas, insónias e enxaquecas me tem provocado. Por isso, ainda ninguém me ouviu rir…
Um dia, talvez me consiga rir de tudo isto. Mas o que mais anseio nem é isso. O que mais quero saber é a verdade, se há alguma no meio de tanta mentira.
Será que assim se compreende porque não suporto nem admito mentiras? Sobre nada?!

Este filme, de intricado argumento, é das coisas mais faladas numa linda terra deste nosso país. E como contado ninguém acredita, nem vale a pena começar.


Mentir

verbo intransitivo

Afirmar como verdadeiro o que se sabe ser falso, ou negar o que se sabe ser verdade; enganar.

2 comentários:

João Paulo Cardoso disse...

Quando somos estropiados por quem menos esperávamos, sentimos como que um murro no estômago...

Mas acredita nas tuas capacidades para separar o trigo do joio.

Eu, por acaso, sou uma pessoa que não mente.
Exceptuando a frase acima desta:)

Beijos.

Maria Feliz disse...

JP:

És um querido (a chamada mentira piedosa!)

Agora vai lá pôr a Natércia a bulir a sério e faz o que sabes fazer de melhor: ESCREVE!

Beijos