Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quarta-feira, 7 de março de 2007

1,2,3... Piiiii!


Já cá faltava… e já que tiveste a amabilidade de aparecer por cá: toma, é para ti!
Tiveste o bom gosto de nascer antes de mim. Diz quem nos conhece que eu sempre morri de ciúmes por seres o mais velho.
Verdade seja dita, tu é que és o gajo, mas quem tem pêlo na venta sou eu. Sempre foste o calminho, o que não partia um prato… O que teve a coragem de, na sabedoria dos seus quase dois anos, dizer a toda a gente que a irmã acabada de nascer era… CHATA. E manteve-se, hein? Haja coerência!
Quando éramos putos andávamos sempre engalfinhados… a mãe defendia-te a ti, o pai pendia mais para mim.

Sei que ainda tens o trauma daquele teu aniversário em que, agastada por não mo queres emprestar, te parti o carro dos Playmobil novinho em folha. Ainda descarregaste a tua raiva dando-me um sopapo, mas não te serviu de muito, pois eu gritei pelo pai e acabaste por apanhar também. Se serve de alguma coisa, aproveito este meu espaço para publicamente expiar a minha tão grande falta: DESCULPA!

Quanto ao resto, tirando o facto de eu ter acabado o curso primeiro que tu, sempre foste o que andou pelo caminho certo. Eu sou mais dada a atalhos e estradas de espiche… e os resultados estão à vista.
Mas concorda lá comigo, à boa maneira dos tuga, podia ser muito pior. Nunca me meti em (grandes) alhadas. Nunca ninguém me foi buscar à esquadra.
Ok, sou mãe solteira. Fujo um bocadinho dos cânones chamados normais, porque não faço tudo certinho e direitinho. É tudo à minha maneira. E como já não tenho idade para amuar quando as coisas não correm como eu quero, agora deu-me para escrever. Bom, até podia amuar, mas não seria um espectáculo bonito de se ver.

Sei que não concordas com o modo como vivo a minha vida, como crio ou educo a minha filha. Eu sei que posso melhorar nalguns pontos, reconheço. Mas desculpa lá o mau jeito, perfeita nunca serei.
Também sei que por ires à frente achas que tens a obrigação de ir deixando bandeirinhas pelo caminho… mas segui-las ou não, depende de mim.

Tudo isto para te dizer que o tipo que faz tudo certinho és tu. Eu sou aquela que vai pelo caminho mais difícil, não porque goste de bater com os cornos na parede, mas porque tem de fazer as coisas à maneira dela. Óh feitio de merda, óh p*** de mania que a vida há-de dar a volta só para me agradar.

E o tempo é o que fazemos dele, pode ser bom ou ser mau, curto ou demasiado… e os 5 a 10 minutos que levei a escrever isto, foram um presente para ti, mano velho. És o gajo mais atinado, correcto e sério que alguma vez conheci. Mas olha que isso às vezes também pode ser chato, sabias?

Com tudo de bom e de mau que me tem acontecido até hoje, mesmo assim, eu consigo fazer um balanço altamente positivo. Tu não?

(o título do post é uma "private"... don't ask!)

2 comentários:

Anónimo disse...

Está tudo muito bem, tirando a parte de teres destruído o carro da Playmobil. Toda a gente sabe os traumas que isso deixa em qualquer criança.

Maria Feliz disse...

Eu já pedi desculpa...