Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

terça-feira, 13 de março de 2007

O Rei que não gostava de flores

Era uma vez um Reino encantado... de seu nome Reino Além da Esperança e da Insistência.

Nesse Reino toda a gente vivia de sonhos, sorrisos e beijos.
É claro que havia princesas... duas: a Princesa Rabanete e a sua irmã, Borboleta Pepino. E o Rei Nabo e o Comendador Cevada, padrinho das filhas do Rei.
Também havia os Bobos da Corte, os Cavaleiros, os Magos e as Fadas... todos com nomes de legumes. Logo, muitos Xuxus, Batatas, Tomates, Beterrabas e Courgetes.

Mas como em todos os contos de fadas, havia um senão. O Rei não gostava de flores. Achava-as demasiado complicadas, necessitavam de muita atenção e eram muito sensíveis. E não suportava quando elas murchavam. Por isso, há muito que havia banido as flores do Reino Além da Esperança e da Insistência.
A Princesa Rabanete não entendia porque é que o seu pai não gostava de flores. Tão delicadas, perfumadas e bonitas. Por isso, no seu 4º aniversário decidiu ela oferecer um presente ao Rei.
Com a ajuda do seu padrinho, o Comendador Cevada, conseguiu arranjar um bolbo e no dia dos seus anos, ofereceu-o ao Rei.

O Rei, ao olhar aquele bolbo com ar de cebola pequenina, perguntou-lhe “O que é isso?”. A Princesa respondeu “É uma flor.
- Mas eu não gosto de flores! retorquiu o Rei agastado.
Desta vais gostar, disse a Princesa. Vais ter que cuidar dela. Plantá-la, regá-la e falar com ela.
- Isso dá muito trabalho, não sei se a quero.
Pois dá, mas quando ela crescer, vais ver que vais gostar dela.

O Rei, meio contrariado, lá concordou. Afinal, era o aniversário da Princesa, não queria fazer-lhe uma desfeita.
E lá plantou o bolbo, enquanto pensava que se iria arrepender. Durante semanas, regou o vaso e quando se esquecia, a Princesa lembrava-o.
Até que um dia um caule verdinho brotou do vaso. O Rei ficou entusiasmado, mas não o demonstrou. Há muito tempo que não via uma flor... Que flor seria? Nos seus pensamentos, preocupava-o acima de tudo a sua capacidade de cuidar daquela flor. Seria capaz? E se ela murchasse? A Princesa ficaria certamente desapontada com ele.

Então esmerou-se, falou com a flor todos os dias. Falava-lhe do seu Reino, das suas filhas, dos seus amigos. Abriu-lhe o coração e mostrou-lhe as coisas de que mais gostava. E o caule cresceu, cresceu, até que surgiu um botão.
Como era uma flor muito especial, levou muito tempo a crescer. Só por altura dos anos do Rei, meia dúzia de meses depois, se conseguiu perceber que flor era.
Uma tulipa branca. O Rei nunca tinha visto uma flor tão bonita.
O Comendador Cevada explicou ao Rei que aquela era uma flor encantada. Se o Rei cuidasse dela com o coração, com havia feito até então, ela iria transformar-se numa linda Rainha no dia do seu aniversário. E assim foi.
No Reino Além da Esperança e da Insistência houve uma grande festa e as flores estavam agora por todo o lado.

E todos viveram felizes para sempre.

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