Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Portugal dos Pequeninos

Sempre ouvi o meu pai dizer “Os gloriosos capitães de Abril fizeram a Revolução para a gente poder falar”. E por isso falava que se desunhava… e os genes da picaretice falante, eu herdei-os.

Não sei, com conhecimento de causa, o que foi o fascismo. Segundo uma enciclopédia, foi um sistema instituído por Mussolini (1883-1945), em Itália, caracterizado pela defesa de um nacionalismo exacerbado e pelo exercício de um poder centralizado e ditatorial baseado na repressão de qualquer forma de oposição. Noutras palavras, um movimento, tendência ou ideologia com as mesmas características; regime totalitário forma de poder que exerce um forte controlo ditatorial.

Mas parece que a malta sente falta… Ou será que como se dizia ontem à boca cheia, a vitória do senhor José António é um sinal de protesto?

Como gritava, visivelmente perturbada, a Odete Santos, “O apanágio ao fascismo é proibido pela Constituição!!” Concordo! Mas o pessoal gosta é do proibido, do perigo… de levar porrada e ainda amochar!

Bom, nem tanto. Estou mais como o outro, que não me lembro do nome… isto é um sinal de protesto. Por mim, se o pessoal não estivesse tanto como a agricultura (aquela história dos nabos e dos tomates) isto precisava era de uma agitaçãozinha… Mas o melhor é estar quieta, que o incentivar à Revolução, também deve ser proibido pela Constitução.

Sinceramente, não votei (mas posso opinar na mesma, certo?) e as minhas simpatias iam para o Rei D. João II (apesar de ser defendido pelo Paulinho) e para o Aristides de Sousa Mendes, que honrosamente, ficou num fantástico 3º lugar.

O Rei D. João II, porque foi de longe um grande português (motivado pelo patriotismo ou pelo ego do tamanho de uma casa). Será que dá para passar ao lado de um tipo que dividiu o Mundo ao meio? Literalmente? E ainda conseguiu estabelecer com nuestros hermanos, vós ficais com esse lado e nós com este… E agora safai-vos!... Fomos grandes, minha gente, fomos grandes.

Quanto ao diplomata, que foi contra o regime e salvou uma carrada de gente, nem vale a pena esgrimir argumentos. Foi um grande senhor.

Fomos grandes, mas já não somos! Agora somos saudosistas, baixamos a cabeça quando nos perguntam como vai a crise, respondemos “vai-se indo” e o senhor José António vence um concurso onde ganha mais um cognome, o de “Grande Português”, para pôr mesmo ao lado do de “fascista”.

Alguém dizia ontem que isto dava uma péssima imagem do país lá fora. Qual imagem? Nós temos imagem lá fora? Se temos, não pode ser boa! Portanto, piorá-la vai dar no mesmo… não ajuda, não prejudica, muito antes pelo contrário…

A Maria Elisa disse que votaram mais de 210 mil pessoas. É uma carrada de gente!
O Paulinho justificava, com conversas que tinha ouvido, que quem ganhou foi o voto útil. Ou seja, houve malta que votou no José António para não ganhar o Álvaro e vice-versa. Do género: “Eu não quero que este ganhe, quero é que aquele perca!” Típico: o nosso pensamento mesquinho cega-nos. E o resultado está à vista.

Os manuais escolares e as enciclopédias deverão ser alterados, e quando se fizer referência ao senhor José António, dir-se-á “Esse grande português…”

A bem da Nação, cordiais saudações.

2 comentários:

simplex disse...

Para mim o nosso cônsul foi sem dúvida o grande vencedor. Infelizmente não devemos porém abstrair-nos do facto de parte significativa dos portugueses se rever no autoritarismo provinciano (ou provincianismo autoritário) do senhor António, afinal de contas o mesmo provincianismo que fez mobilizar uma máquina partidária para um mero concurso de televisão.

Maria Feliz disse...

Pois... não deixas de ter razão.
Olha lá, aqui que ninguém nos ouve, eu conheço-te?