Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

domingo, 18 de março de 2007

Fora de jogo

Estou bloqueada.
O texto que deveria ter posto aqui ontem, ficou pelo caminho... Há urgências que nos afastam dos planos mais básicos para um Sábado à noite, de uma maneira tão forte, tão abrupta que parece que, no íntimo, já sabíamos que ia ser assim. E logo eu, que gosto tanto de ter razão, de levar a minha avante... Neste caso, preferia muito mais não tê-la!
Dói-me a alma ao constatar que a nossa geração, a malta dos trinta, é, de uma forma geral, uma vergonha.
Ressabiados, mal f*d*d*s, traumatizados sentimentais, acéfalos, levianos e mais uma data de incongruências e defeitos do piorio.
Mas afinal, o que é que se passa? Eu não entendo e no fundo nem sei se quero entender. Será que o pessoal desistiu todo de ser feliz? Tirando aquela minoria, a quem eu tiro o chapéu, que continua casada e, mais importante, é feliz... quem é solteiro ou pretendia ser, anda para aí às cabeçadas, com promessas vãs de felicidade.
Para que se criam ilusões? A realidade, por muito que doa, é preferível. As desilusões aos trinta doem mais que aos quinze!
É que quando se diz “quero sonhar com o dia em que vou dizer que te amo”... “Querer” é um verbo muito forte... e ninguém “quer” porque é obrigado. Ou quando se diz “Nós ainda vamos ser muito felizes juntos”, eu sei, eu sei... ingenuidade é o meu forte... mas tal como eu, há quem acredite.

Por coincidência ou não, o texto que tinha em mente escrever ontem estava relacionado com palavras. Palavras que gosto de escrever, de ouvir, de dizer... E dei por mim a idealizar um exercício: se toda a gente, antes de dizer o que quer que fosse, escrevesse! Num pedaço de papel branco, a caneta (para não se poder apagar) escrevessem o que iam a dizer.
E depois de escrito, o lessem em voz alta. Soa bem? É isso mesmo? Se não é, rasguem o papel e esqueçam lá isso. Se vos arrepia a espinha quando o dizem, se é mesmo assim... Então força, digam-no. Mas mais que dizê-lo, façam o que dizem. Façam um acordo entre palavras e acções. Para haver uma certa coerência.

E parem lá com a brincadeira estúpida de fazer meninas depois dos trinta, sonhar que é possível ser feliz!! Tornem-no realidade. Esforcem-se, dêem-se ao trabalho, façam das tripas coração (aqueles que ainda o sentem bater) mas façam alguma coisa, porra! Não se contentem com vidinhas estúpidas, vazias de conteúdo, fins-de-semana em fato de treino e lavar o carro na garagem ao domingo! Tenham tomates!!!

E talvez assim, eu não desista de acreditar.

Bom, ideologias e traumatismos à parte, acabei de ter uma boa notícia. Melhor, acabei de ter A notícia! Mas ninguém precisa de saber. Há coisas que não se escrevem num blog.

Sem comentários: