Forte e feio

Tive um dia que começou mal e acabou mais ou menos. Estou aliviada porque desanquei naquele que mais merecia, mas que até nem tinha nada a ver com o facto de eu estar mal disposta. Ele teve azar. Eu precisava de alguém onde descarregar toda a minha frustração acumulada, e ele apenas cometeu um deslize (comum na pessoa em questão): pôs-se a jeito. O motivo? Mas alguém acha que me pode dizer com quem é que eu me devo, ou não devo, dar? Mas será que ainda há alguém, que me conheça minimamente, que possa ter a pretensão de me dizer quem são, ou deixam de ser, os meus amigos? Ou pior ainda... tentar convencer-me de que a história não é bem assim, quando eu sei a história de ponta a cabeça? Conselhos, bem ou mal e dependendo de quem vêm, ainda vou aceitando. Agora tentarem conduzir-me come se eu fosse um burro de pálas atrás de uma mísera cenoura.... Não têm chances, não é? Por muito respeito que a pessoa em questão me possa merecer (meninas, quietas!) gostei especialmente do momento em que lhe perguntei se estava a tomar os comprimidinhos da tensão, não fosse enervar-se demais com as verdades que lhe estava a atirar ao focinho. Depois disso, fiz dois telefonemas da praxe e cheguei a casa muito mais leve. Parece que me tiraram um peso de cima! Desabafei! Um homem consegue ser ridículo quando passado um ano e meio ainda nos questiona “porque é que me deixaste?”. Se ele ainda o fizesse de uma forma que me levasse a crer que ele está mesmo interessado em saber... Mas ao fazê-lo de uma forma incriminatória, como se lhe tivesse arruinado a vida, não há outra forma de explicar-lhe a coisa sem ser à bruta. E eu, quando quero e estou para aí virada, consigo ser bruta, impiedosa, sarcástica, maldosa e pôr alguém a espumar da boca, completamente estremunhado de tanto apanhar barbaridades. Pronto. Já fiz jus ao meu mau feitio hoje. E a sério que estou convencida que, para mal dos meu pecados, o tipo ficou a gostar mais um bocadinho de mim.