Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Mimo

Velórios. Lembro-me invariavelmente do meu pai. E do que mais sinto falta: o cheiro e o abraço.

Este fim-de-semana tive abraços e sorrisos especiais. Daqueles que nada substitui. Daqueles mesmo sinceros. Se há coisas que na vida não se explicam, a amizade é, com certeza, uma delas.

Nos 80 km que fiz há pouco, para ir um a velório, estive sozinha. É uma coisa que me acontece raramente nos últimos tempos, e tenho tendência para, quando acontece, me deixar divagar por pensamentos, para os quais no dia-a-dia não consigo ter tempo.

Conclusões? Nunca chego a nenhuma. Mas nem por isso deixo de pensar. Pensei na minha vida, que ainda hoje alguém me dizia que parecia um filme. Pensei nos bons amigos que tenho e que há pouco me diziam “Estás igual!” (não me viam há 3 anos). Pensei que esta vida é demasiado curta para perdermos tempo. Com insignificâncias, com mesquinhices, com faltas de afecto, enfim com tudo o que não merece a pena.

Sei que o que acabei de escrever é um enormíssimo lugar comum. Um cliché de primeira apanha, que se usa quando alguém morre. Mas nem por isso deixa de ser uma verdade inegável.

Lembro-me da minha vida. Das voltas que dei para chegar onde estou. Do que ficou pelo caminho. Do que ganhei com as cabeçadas que dei na parede.

Voltava atrás e mudava alguma coisa? Não. Deixaria de ser eu, e se mudasse um só milímetro, corria o risco de não ter os tesouros que tenho hoje.

Se não chego a conclusões, não posso dar conselhos.
Mas há um que não me sai da cabeça: mimem os vossos, comecem já hoje.
Por muito que a vida seja a correr, por muito que não haja tempo. Arranjem-no.

2 comentários:

Anónimo disse...

Impossivel comentar. Nao ha uma virgula a alterar.

nf

Maria Feliz disse...

E não é que tu fazes o impossível?