Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Confesso: voltei a snifar pó!

É só maus hábitos!

Este é um daqueles textos que não tem objectivo nenhum. Independentemente do facto de terminar com uma pergunta.

Eu acho que consigo reconhecer uma gaja boa, pelos padrões masculinos. Tal como tenho um padrão definido do que é um homem atraente (podre de bom, entenda-se).
A primeira coisa que a maioria dos homens olham? Ouvi dizer que são as mamas. Mas não tenho confirmação científica.
Eu sei para onde olho primeiro, num homem. Qual rabo, qual carapuça (cala-te, subconsciente!). As mãos. Porquê? Não sei. Gosto de mãos.
E gosto de rugas de expressão. Principalmente daquelas que aparecem no canto dos olhos quando um homem sorri. Gosto de sorrisos. Sinceros.

Mas estou a divagar, e a afastar-me e até a reduzir o tema. Afinal o que é que os homens querem?

E tudo isto porquê? Voltei a subir ao banquinho e a ir ver as prateleiras altas, cheias de pó.
O texto nem se adequa aos dias de hoje. Estou sozinha e estou bem.

Isto foi escrito há mais de 6 meses. Mas fica a ideia essencial. Que é qual? Sei lá. É o que vocês quiserem.

Carta aberta a um Homem… seja ele quem for!
(Ou então a quem entenda efectivamente do assunto…)

Não procuro ninguém e a quem se aproxima de mim… dou tudo! Será isto normal? Será condição bastante, darem-me um pouco de atenção, para que eu me apaixone?

E depois se desaparecem, se evaporam no ar… o que faço eu? Agarro-me ao próximo com a força com que me agarrei ao primeiro e o filme parece um remake. Mais uma voltinha no carrossel, tipo pescadinha de rabo na boca e volta tudo ao mesmo: NADA!

O que será que eu tenho que os atrai com a mesma força com que os afasta? E isto em pouco mais de uma semana e sem sequer ter chegado a vias de facto! É traumatizante.

Eu sei que o meu feitio é dose, consigo ser venenosa, maldosa, seca, azeda, cruel… tudo numa só frase, ou pior ainda, num só olhar! E também consigo sufocar o mais calmo e plácido dos mortais, com telefonemas, toques, emails, pps, sms, e afins…

Mas o que mais me custa é se não sentem o que dizem, para que é que o dizem? Ou mesmo que o sintam e o digam, porque é que depois não conseguem ser coerentes com isso?

E para que dizem que ligam se depois não ligam… que fazem, se depois não fazem? Para que me dizem “adorei a tua companhia”, “ainda vamos ser muito felizes juntos”, “és uma mulher para a vida toda”… se depois o que fazem é sair de fininho, como se nada fosse?

Coitadinhos, são uns traumatizados… e ainda me dizem (quase em coro) que conseguem ter perspectivas construtivas sobre o nosso pseudo platónico “enrolanço” !!!
Preferia que me dissessem na cara, o que eu quero é “uma hoje e outra amanhã”, como só um teve a coragem de fazer.

E já agora, se eu sei o que quero e o digo descaradamente, porque não fazem vocês o mesmo? Se é para uma noite, meia dúzia, ou até ao fim dos meus dias…

O que eu quero? Se calhar quero muito, sou demasiado sonhadora e o meu desejo é uma utopia: ser feliz! Não ganhar no Euro Milhões, ter uma vida como as de revista e uma família tipo a família real espanhola… Felicidade baseada em pequenas coisas, pequenos gestos, como o acordar com o Homem da minha vida a meu lado, saber que nos seus braços me sinto segura, sentir que sou prioridade na vida de alguém e que esse alguém precisa de mim para ser feliz… Ter quem me oiça, mesmo quando o que eu digo não faz sentido, ter quem me ampare quando caio, ter quem me desculpe quando erro, ter quem não saiba viver sem mim, ter quem me ame como eu sou, sendo capaz de amar até os meus defeitos…

Pois é, se calhar é mesmo demais… o meu sonho é mesmo isso: SONHO!

Medos, quem não os tem? Traumas? Pois… é o meu nome do meio. E nem por isso estou menos disponível para me entregar. Claro que tenho medo de me magoar, desiludir, mas se ficar quieta, se não arriscar, como posso dizer que estou viva? Como posso saber o que Deus me reservou se não percorro o caminho que Ele tem traçado para mim? Além disso, como me posso levantar se não cair? Como posso amar, se nunca tiver perdido um grande amor? Como posso estar viva, sem viver?

E de que adianta, saber cozinhar, estar disponível, ser carinhosa, atenciosa, escutar o que vocês têm para dizer, tratar-vos quando estão doentes como só as vossas mãezinhas faziam, deixar-vos fazer zapping e dizer que só mais uma cerveja não faz mal, se o que vocês gostam mesmo é de ser mal tratados?

Por falta de experiência, demasiada carência afectiva ou, quem sabe, inaptidão aguda para lidar com o assunto, eu assumo: NÃO SEI LIDAR COM HOMENS (no sentido afectivo do termo)!!!!!

Alguém me dá umas luzes?

Confesso: voltei a roubar!

A euforia levou ao rubro a minha faceta cleptomaníaca. Era isso ou a outra mania que tem mais a ver com outra coisa completamente diferente, mas isso agora não interessa nada (ou até seria deveras interessante, mas vou seguir um conselho de uma amiga e ficar quieta, até porque a minha mãe lê este blog).
Quanto ao poema... Bem escrito, inspirado e divertido. Não faço links, não informo de quem é. Não sou obrigada a revelar as minhas fontes.
Onde é que as mulheres podem chegar?
Longe!
Onde é que os homens devem ficar?
Perto!
Quando é que as mulheres têm razão?
Sempre!
Quando é que os homens devem dizer não?
Nunca!
As nossas mulheres estão sempre lindas?
Sim!
As outras mulheres são lindas?
Não!
A tua mulher é charmosa apesar de cansada?
Nem sei como é que o faz!
Tu trabalhas 16 horas mas não fazes nada?
Nem sei como sou capaz!
E a mãe dela é divina?
Evidentemente!
E a tua é uma sovina?
Logicamente!
A tua mulher cozinha sempre bem?
É uma realidade!
E tu comes como ninguém?
Uma alarvidade!
A tua mulher é uma deusa a fazer amor?
É um facto!
E tu, dormes logo meu estupor?
Falta de tacto!
Ela nunca tem roupa demais?
Não duvido!
Tu é que devias ouvi-la mais?
Problemas de ouvido

YES!!

Então e este tempo?

Um sol radioso, um céu tremendamente azul? Daí não se nota? Ah pois é!!! Aqui está um dia fantástico.
Nunca a frase "confirmamos o nosso interesse" me pareceu tão fantástica! Maravilha!!!!
E pensar que o tipo me dizia ao telefone há dias "não preciso de me pôr em bicos de pés, para você perceber que nós somos grandes, pois não?"
Não, meu caro! Eu sei que vocês são grandes, mas eu sou MAIOR!!! E agarrei-vos!

Dizia eu ontem que estou cansada da área comercial... pois. Se calhar não!
Eu hoje tenho mais de 1,80m! Estou como o dia! Fria? Não. Cinzenta? Muito menos!
Encharcada!!! Em brio profissional e sentimento de dever cumprido.
Isto é bom. Isto é muito bom.
"E como te sentes?" pergunta-me o Adjunto. Caramelo, hoje até era capaz de te dar um beijo (na testa, entenda-se). Sinto-me bem, muito bem.
Parece-me que vai ter de haver comemoração!
Aceitam-se propostas (decentes e de gente conhecida, sff... ou indecentes, desde que sejam conhecidos... ou não. Oh porra, é a euforia a tomar conta de mim).

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Mãe, quantos dias faltam para eu fazer anos?

Mais do uma resposta vaga e simples como "21 dias" a Raquel queria perceber. Se até para nós é, por vezes, complicado, quanto mais para a minha pequena. E ela sempre lidou mal com o "saber esperar" (sai à mãe).


Vai daí, "fizémos" dois calendários. Um de Abril e outro de Maio. Estão orgulhosamente expostos na porta do frigorífico, agarrados por imans que vão desde uma castanha a uma pretensão manhosa de Carmen Miranda, perdidas entre estrelas do mar, galinhas e coisas do género. O mais importante: o anjinho amarelo feito pela Raquel.


Todos os dias, antes de ir para a escola, a Raquel vai riscar um dia. Com um sinal de "+", que não deixa de ser uma cruz. Tentei... mas ela tem mais queda para o "+". Fazer o quê?

Assim é mais fácil lidar com o tempo que falta. E é sempre bom aprender a noção de tempo e a saber esperar.

Até fazia um para mim.

Mas não sei qual é o dia "D".

Não estás cansada?

A amiga não é bruxa, nem nada que se pareça. E nem me conhece por aí além. Mas às vezes parece que me tira de letra.

Agora pergunta-me, meio a brincar meio a sério “Não estás cansada?? É que essa coisa de passares a vida a usar e abusar do teu racional pode provocar fortes "enxaQUECAS" miúda!
É como eu dizia em baixo, eu ergo muros altos, penso demais e depois, mais do que uma verdade, a frase “não estou preparado para isto” parece ser o slogan da minha vida.

Se me preocupa? Claro. Mas já me preocupou mais.
Digamos que ando a ter contacto com uma outra visão das coisas, num registo que eu nunca supus que existisse. Profundo como o cinzento e diferente como os sabores que é preciso distinguir.
Apenas isso. E não me apetece pensar muito.
Apetece-me antes que alguém se desloque até mim. Por vontade e opção. Não por necessidade.

Se depende dos astros ou da conjugação de imensos factores que se atravessam no meu caminho, não sei. Nem vou perder tempo a pensar nisso.
Sabes? Estou quieta amiga. Mas de olhos abertos!

Olha o mau feitio

"Tudo o que vem de si é torto!” diz-me, com ar de gozo, uma tipa importante que trabalha comigo.

Ainda bem que foi em relação a trabalho. Não que em termos pessoais seja diferente. Perguntavam-me ontem porque é que ergo muros tão altos… Eu não os ergo. Eles fazem parte da minha maneira de ser. Daquele meu mau feitio que, por incrível que pareça, alguns ainda acham que é pura pose. Não é.

Haverá muito boa gente disponível para atestar, até mesmo certificar (com carimbo e tudo) que eu tenho muito mau feitio.

Quanto à inspiração, cuja falta me queixava esta manhã, parece que voltou.
O almoço foi um poço de informações e temas passíveis de se escrever sobre. Vamos ver se o disco não empaca (too much information?!)

Não, não foi informação a mais. Digamos que foi um bom almoço! Em que sentido?
Desculpem lá, mas o que têm vocês a ver com isso? Nada, não é?!?

Lá está, mau feitio. Se dúvidas ainda houvesse.

Ficar quieta

Ontem disseram-me para ficar quieta. Esperar 4 dias. Parece que os astros estão em arrumações.
Como sou muito bem mandada (quando quero) vou seguir o conselho.
No meu canto. Com um livro como o de ontem.
Adormeci tarde, muito tarde.
A meio de uma noite mal dormida, entraste no meu sonho.
Mas não entraste à bruta. Pediste licença.
Falaste imenso. Não estou habituada a isso. O costume é eu falar, falar, falar e atropelar-me a mim mesma. Sabes, tenho uma amiga que para me irritar, quando quer falar põe o braço no ar.
Mas a ti deixei-te falar. Gostei da tua voz.
Ris-te com as minhas piadas parvas e deixas-me falar, também sem parar.
Não te vejo, mas imagino-te. Olhos cinzentos? Acho que nunca conheci ninguém com olhos cinzentos.
Antes de te ires embora, dizes-me “Tens um registo engraçado, pena que hajam pessoas que não estejam preparadas para isso!”.
E lá foste à tua vidinha. Não sei bem onde, nem como é. Mas sei que existe. Tal como tu.
Porque os fantasmas não existem. E a existirem, não serás com certeza um deles.

Espero, arduamente, que a minha inspiração volte depressa. Faz-me falta.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Subsídio de risco II

Terminei o post anterior com "vamos ver se a tarde corre melhor".

Pois... está a correr muito bem. E agora quem tremeu, fui eu!
Então não me aparece um a dizer que é Tenente Coronel do Exército e exige a presença do meu superior hierárquico?!!

Ainda bem que o meu superior hierárquico é maior que o Sr. Tenente Coronel...

Além do subsídio de risco acho que vou pedir escolta para sair daqui hoje. O ramo imobiário, quando misturado com a tropa, torna-se deveras perigoso.

Nota: "hierárquico" estava mal escrito, duas vezes... pudera, a tremer é difícil!

Subsídio de risco

E eu a pensar que tinha um emprego calmo e pacato. Fui apelidada de terrorista. O insulto foi feito com "aquele" ar… como que a olhar-me de cima a baixo, a rogar-me uma praga para o resto dos meus dias.

Perguntam vocês: “O que fizeste tu, pequenina?” Simples, cumpri ordens superiores. Parece que passou a ser um acto de terrorismo.

Acho que vou pedir subsídio de risco. Os senhores em questão tinham um ar ameaçador. Daqueles que partem montras e atiram cadeiras.

E tudo isto antes do meio-dia. Vamos ver se a tarde corre melhor.

A ponte e eu, eu e a ponte

E o Cristo Rei de costas... Do tipo “nem quero ver!!!
Nada como um jantar na praia em pleno dia de semana. Esplanada, boa comida, companhia do melhor (recuso-me a ter más companhias!).
O ar parvo do empregado num “são só mesmo vocês as duas, né?!” quase lhe valia uma resposta a atirar para o desagradável... mas convenhamos, não ia ser o empregado a estragar-nos a noite.
Assunto? Relações! What else?
A nossa vida é feita de relações, encontros e desencontros... ou gestão de silêncios, como me disseram hoje.
Não fomos pelo caminho sério da coisa. Tem muito mais piada abardinar... ainda para mais quando na mesa ao lado, um tipo com ar estranho se sai com um “eu arrebento-te a boca toda!” (estranho é favor, mas também não vou perder muito tempo a explicar... do estilo tão parvo que tem ar de quem diz coisas como “já tirava a mão do bolso para te dar uma chapada!”)
Continuando o disparate... fiz o pedido em modo velocidade máxima e como é obvio o empregado baralhou-se todo. Com ar enfastiado, pergunto “Estou a ir depressa demais? É o costume...

Entre uma batata frita e um gole de sumo natural de maracujá (muito bom) tento defender, de uma forma séria, que uma relação a dois não se baseia em sexo e pagar contas a meias... mas a minha teoria cai por terra com um “já servia!”. Não podes vencê-los, junta-te a eles (o melhor é abardinar mesmo, falar a sério para quê?).
Afinal, passam pouco das 9h da noite, de uma terça-feira fantástica, estamos à beira mar. Falar a sério? Não vale a pena.

Depois do café andamos um bocadinho a pé. Constatamos, algo espantadas, que não há lua. Quer dizer, há com certeza, mas não está visível. A conversa continua, agora um pouco mais séria.
Conclusões? Que me lembre, nunca chegámos a nenhuma. A ideia base também nunca foi essa, acho eu. O fio condutor é mais partilhar vivências, aprender com os erros. Para convictamente admitirmos que não queremos nada incompleto. Seja o que for.

Para acabar a noite em beleza, mais um café no sítio do costume. Porque ela já está habituada e eu, sei lá, apetece-me.

Estou com um sorriso daqueles. Porquê? Nenhuma razão especial. Apenas estou. E sabe-me bem.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Nuno Gonçalo virou Beatriz

Nada de interpretações dúbias. Eu passo a esclarecer.
Quando era miúda, como todas as miúdas, tinha um bebé chorão. De seu nome Nuno Gonçalo. O nome do meu irmão mais novo era Nuno, fui eu que escolhi. E quando ele morreu, tinha eu 7 anos, todos os bonecos passaram a ser Nunos.
Voltando ao chorão. Sempre tive paixão por todas as minhas bonecas e bonecos, mas há uns anos atrás fiz-lhes uma escolha e dei alguns. O chorão foi no rol. Nem sabia a quem a minha mãe os tinha dado.

Este domingo tive um reencontro surreal com o Nuno Gonçalo. A minha filha apareceu com ele ao colo e disse-me entusiasmada “Olha mãe, não era teu?

Após uma observação cuidada, constatei que era realmente o meu chorão. Pela metade da pestana que lhe falta no olho direito, mas principalmente pelo cheiro.
Como é que o boneco reapareceu lá em casa? Simples. A minha mãe deu os bonecos todos à nossa vizinha e ela guardou alguns, a pensar que um dia poderia vir a ter uma neta. Teve um neto. E lembrou-se da minha filha, quando pegou no Nuno Gonçalo para lhe dar outro destino.
Não há coincidências? Claro que não. Se o filho da vizinha tivesse tido uma menina, o boneco não voltaria às nossas mãos.

A parte mais engraçada da história é que depois do Nuno Gonçalo ter recebido um enchimento novo, estar lavadinho e composto com roupinhas novas (obrigada mãe!) a Raquel decidiu que era uma menina: “Gostas de Beatriz, mãe? É giro, não é? Mas era teu, não te importas?

Não filhota, Nuno Gonçalo, Beatriz… é o que tu quiseres. Estou toda lamechas por ter o meu chorão outra vez lá em casa.

Em casa do mano

Jantar de aniversário do melhor. Ui, ui.
Realmente aqueles dois recebem que é uma coisa…
Mal esteve a tarte. É o que dá querer fazer as coisas a quatro mãos. Bom, ficou a lição: mãe nunca mais faz a tarte a meias comigo.

Bom, mas mesmo muito bom mesmo, foi o que eles tinham para sobremesa. Com vontade de mostrar trabalho eu a a madrinha fomos para a cozinha derreter chocolate. Entre um “não me espiches” e “deixa lá… andas nas obras, já não estranhas” lá fomos sabendo da vidinha uma da outra (e lambendo os dedos, claro).

O fondue de chocolate estava divinal. Morangos e bananas… e como a malta estava bem disposta, quando alguém deixou cair a banana no chocolate eu saio-me com esta “isso é que é, afogar a banana!
Deu gargalhada geral, mas eu, que nem é costume, corei! Afinal, estavam à mesa três sexagenários e uma jovem de 95 anos (que como é lógico, foram os que mais riram!).

E é sempre bom constatar que aos 34 anos ainda se pode ter um bolo de aniversário do Noddy, com a desculpa que os putos gostam. Eu, este ano, quero da Cinderela, ok mano? A miúda gosta!!
Já que o jantar foi assim como que a puxar para o “alambazado”, nada melhor para acamar que uma aguardente de medronho com mel. Daquelas que é proibido fabricar, proibido vender e, logo, proibido comprar. O proibido é sempre uma coisa fantástica.

Gosto imenso destes jantar de família. E quando chegam ao fim há sempre coisas deste tipo:
“Raquel, vamos embora.
- Oh mãe vai andando sozinha que eu quero ficar mais um bocadinho!!”

O próximo a fazer anos é o avô do meu sobrinho, o sogro do meu irmão, ou melhor, o pai da minha cunhada. Esta coisa dos graus de parentesco é muita gira. O senhor a mim não me é nada, mas convida-me sempre. É um castiço.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

A mulher do meu irmão

É o que diz o dicionário, a mulher do meu irmão é minha cunhada.

É a minha cunhada preferida. Não que o facto de ser a única tenha alguma contabilidade para o caso.
Não sei se sou eu que faço parte da família dela ou se ela que faz parte da minha... Isso não vem explicado no dicionário.
Mas a minha querida cunhada faz hoje 33, ups... 34 aninhos! Muito bem feitinhos. E logo estaremos lá em casa para soprar as velinhas (mano, faz a maldade de lhe pôr 34 velas... vá lá, sou eu que estou a pedir).

Como eu sei que és curiosa e gostas de prendinhas, deixo-te aqui uma delas. Saiu das mãos habilidosas da tua cunhada preferida (eu sei, porque não tens outra... é mesmo falta de opção). É simples. Porque eu sei que gostas de coisas simples. Como também sei que gostas de verde. E de dormir. E de dormir mais um bocadinho.
Logo levamos o resto das prendas. Sim, nós estamos umas mãos largas.
E levamos a tarte também. Pois é, também sei que és uma gulosa, lambona... e só não te alarvas mais porque o meu irmão é mais guloso que tu.
Cunhada, parabéns... já sabes que vindo de mim é sempre mais do mesmo. És uma porreira, a mãe do meu sobrinho lindo (e esse há-de sempre o preferido, venham os que vierem) e a tipa que atura o meu irmão (e por opção... isso é que é bonito!)
Tens uma estrela muito boa e eu gramo-te à brava.

Ofensiva e desagradável

Não falo só nos elogios que me fazem. As nódoas e as imperfeições (pasmem-se: também as tenho!) têm um lugar, não destacado obviamente, mas estão cá.

Há uns dias, um amigo disse-me que acha que eu, por vezes, sou ofensiva. Aqui. Nas coisas que escrevo.
Outro, que eu ainda considero amigo, disse-me ontem que eu, quando quero, consigo ser muito desagradável.

Os porquês e as motivações, dos dois amigos em causa, são tão díspares como a minha preocupação com eles.
O primeiro é um senhor. O segundo, ainda não consegui catalogá-lo.

E isso preocupa-me. Quem me conhece, sabe que eu catalogo toda a gente. E este está difícil. Não o conheço há muito tempo. Houve um dia em que achei que o conhecia, minimamente. Hoje olho para ele e vejo uma sobra do que eu achava que ele era.

Cada vez mais me convenço que algo não está bem contigo. Sim, agora estou a escrever para ti. Sei que me lês todos os dias. Ao contrário do que possas pensar, isso não me incomoda. Muito antes pelo contrário. Não precisas de me dizer que gostas do que escrevo. Eu sei-o. Será por isso que voltas?

Ou será que esse mau feitio não te deixa reconhecer que sentes falta? Correndo o risco de estar, novamente, a fazer interpretações erradas... eu sei que sentes. Porque outro motivo voltarias?

Sei, igualmente, que este meu lado cristão, de me preocupar contigo, te irrita solenemente. Mas não posso fazer nada. Preocupas-me.

E correndo mais uma vez um risco (grande maluca, hein?) digo-te que estás à vontade para voltares quando quiseres, comentares o que te apetecer e depois ainda dizeres que eu, quando quero, consigo ser desagradável... Embora eu ache que desagradável mesmo era dizer-te qualquer coisa como “rip it of – like a band aid”. Mas isso sou só eu e o meu mau feito, que por ser diferente do teu, me leva até (fecha a boca) a escrever-te!

Ai, o que se faz pelos amigos.

Ofensivo: Que ofende
Ofender: Trazer ofensa a; injuriar; desconsiderar; pecar contra

Desagradável: Que desagrada; feio; aborrecido
Desagradar: Não agradar; descontentar; aborrecer; desgostar

domingo, 15 de abril de 2007

Dia de Domingo

Para começar o dia, fui a pé ao Pingo Doce, depois de tomar o meu café no outro sítio do costume. Gosto de rotinas (apesar do que está no post abaixo).

Logo ao fundo da rua, encontro um amigo muito querido, que não via há tempos. Daqueles que me fazem um sorriso sincero, me dão um abraço apertado e continuam a chamar-me “Florinha”. Menos mal... podia-me continuar a chamar a minha alcunha de infância (ainda bem que não há muita gente a sabê-la).
Também o trato por “Paulinho” embora o cabelo dele já esteja mais para grisalho, do que para o loiro que em tempos foi. Achei piada ver que ele continua a usar o brinco na orelha esquerda, como que em recordação dos muitos anos de rebeldia.
Fez-se um bocadinho de conversa de circunstância... Recordam-se os nossos: a mãe dele morreu, o meu pai também. Ao olhar para ele, lembro-me invariavelmente da mãe dele. Ele está parecido com ela. Nos gestos, no andar, nas expressões. Que falta me fazem todos os que já se foram.
E depois, olhámos um para um outro e rimos, como quando éramos putos. Fiquei contente por vê-lo.
E lá fui fazer compras ao sítio do costume.
O resto do dia correu muito bem, com mais compras pelo meio e um gelado que, apesar de me ter custado 2,50€ e me ter feito estar mais de 10 minutos na fila... me soube pela vida. Comi o gelado a olhar para o rio, com o vento a bater na cara e a sorrir.

Há coisas tão boas e tão simples que nos fazem sentir muito, muito bem. Como a cara de felicidade da minha princesa, quando lhe mostrei os envelopes para os convites da festa de anos dela.
Gosto de domingos. Aliás, não há dia nenhum que eu não goste especialmente. Nem mesmo a 2ª Feira.
Se acordo de manhã, já é um bom dia. Basta-me isso.

O meu número

Acabei de receber isto por e-mail. É o que dão as saídas à noite e o excesso de hambúrgueres e cubas no Bairrada.

Parece que o 5 é o meu número. Seja lá isso o que for. Engraçado, é um número de que nunca gostei muito. Acho que vou ter de mudar de ideias...

"Fiquei de te dizer o que seria o 5. Estás pronta?

A Liberdade é absolutamente essencial para estas pessoas. Não podem viver vidas rotineiras e precisam de espaços abertos e de novas experiências. São versáteis, inteligentes e criativos, por isso podem fazer qualquer coisa que desejem. Detestam monotonia e monocromia. São capazes de grande concentração, mas apenas quando o assunto lhe interessa. Precisam de variedade (gostei muito desta) e anseiam por obter conhecimentos, mas não aprofundam nenhum verdadeiramente.
A sua sabedoria vem da sua capacidade de integração de conhecimentos. Impulsivos, vivem de energia nervosa e precisam de controlar as suas explosões, pois tendem a ser impacientes com as pessoas que reagem lentamente
(eu cá compreendo-te).
Não gostam de trabalho manual árduo, são mais indicados para trabalhos que requeiram agilidade. Precisam de aprender a fazer mudanças de modo progressivo e não brusco. De outro modo podem tornar-se instáveis e dedicarem-se a varias coisas ao mesmo tempo, numa busca ansiosa de algo indefinível. Precisam controlar a sua tendência para se ligarem a um plano demasiado físico da existência, saturando os sentindo com álcool, sexo, drogas, jogo ou emoções fortes. Por serem muito comunicativos e bons conversadores, poderão cair na arte da sedução e numa vida sensual, desperdiçando e desconsiderando os seus múltiplos talentos. Positivando a sua energia poderá ser...um Sábio.

Então, afinal, o 5 é com AFINCO!!!
Beijinho e parabéns. O Blog está fantástico. Continua, devagar, mas com confiança!!!”


E pronto... não há muito mais a dizer.
Excepto, obrigada amiga!

sábado, 14 de abril de 2007

As mulheres com mais de 30

Obrigada João. Já agora aprende uma regra da casa: mesmo quem não quer ou não sabe, contribui.
Este texto, que desconhecia, está acima de tudo, verdadeiro. E dedico-o a todos os meus amores com mais de 30. Gajas, claro.

Apenas mais uma palavra FE-NO-ME-NAL!

"Para todas as mulheres com mais de 30 anos... e para aquelas que têm medo de entrar nos 30... e para os homens que têm medo das mulheres com mais de 30! À medida que vou envelhecendo, valorizo cada vez mais as mulheres com mais de 30 anos.

Estas são apenas algumas das razões porque o faço:

  • Uma mulher com mais de 30 nunca te vai acordar a meio da noite para perguntar "Em que é que estas a pensar?". Ela não se importa com o que tu pensas.
  • Se uma mulher com mais de 30 não quer ver o jogo de futebol, não se senta a teu lado a lamentar-se. Ela faz alguma coisa que queira fazer e, geralmente, é algo mais interessante.
  • Uma mulher com mais de 30 conhece-se suficientemente bem a si própria para estar certa de quem e, o que quer e de quem o quer. Poucas mulheres com mais de 30 anos ligam alguma coisa ao que tu possas estar a pensar sobre ela ou sobre o que ela esta a fazer.
  • As mulheres acima dos 30 têm dignidade. Raramente terão uma discussão aos gritos contigo na ópera ou no meio de um restaurante chique. No entanto, claro, se tu mereceres, não hesitarão em dar-te um tiro.
  • As mulheres mais velhas são generosas nos elogios, muitas vezes não merecidos. Elas sabem o que é não ser apreciado.
  • Uma mulher acima dos 30 tem segurança suficiente para te apresentar as amigas. Uma mulher mais nova acompanhada de um homem ignora frequentemente até a melhor amiga porque não confia no homem perto de outra mulher. Uma mulher com mais de 30 não se podia estar mais nas tintas se tu te vais sentir atraído pelas amigas dela, não porque confie em ti, mas porque sabe que elas não a trairão.
  • As mulheres tornam-se psíquicas à medida que envelhecem. Nunca terás que confessar os teus pecados a uma mulher com mais de 30. Elas sabem sempre.
  • Uma mulher com mais de 30 fica bem a usar um batom vermelho brilhante. O mesmo não se aplica as mulheres mais novas.
  • Depois de ultrapassares uma ou outra ruga, vais ver que uma mulher com mais de 30 é de longe mais sexy do que qualquer colega mais nova.
  • As mulheres mais velhas são correctas e honestas. Dizem-te imediatamente que és um idiota se te estiveres a comportar como tal. Nunca tens que tentar adivinhar em que pé estão as coisas entre vocês.

Sim, nós elogiamos a mulher com mais de 30 por varias razões. Infelizmente, não é recíproco. Por cada bela, inteligente, segura e sexy mulher com mais de 30 anos, existe um careca, barrigudo, em calças amarelas a fazer figura de parvo com uma empregada de mesa de 22 anos... "

(escrito por Andy Rooney, apresentador do programa da CBS "60 Minutes")

Boa onda

Seja bem-vindo, Exmo. Sr. Dr.!
Não digo o seu nome porque iria parecer mal.
Mas esteja à vontade.
Já que diz que eu sou “boa onda” e já que tenho a honra e o privilégio da sua visita, deixe-me aconselhá-lo.
Estão neste espaço, mais de 150 coisitas escritas por mim (e não só). Há alguns bonecos e disparates, resultados de dias menos felizes, ou então de dias deveras felizes (tenho dias!). Tudo fruto de muita vontade de escrever e de um certo orgulho neste espaço que é só meu, mas que gosto de partilhar.
No fundo, o que lhe queria dizer é que tudo o que aqui está servirá de “prova” para a minha boa ou má onda. Em vez de fazer aquilo que habitualmente faz, aqui será V. Exa. o juiz. E depois se quiser, diga de sua justiça.
Pois é, aparece-me cada coisa. E eu não saio muito de casa. Ai se saísse. Este textinho é dedicado a um simpático bem disposto que teve a coragem de me enviar uma mensagem para o hi5. Não foi o primeiro.
O que estava na mensagem? O que respondi? Isso agora são outros quinhentos. E eu ando com falta de dinheiro para trocos.
Exmo. Sr. Dr. um bem haja para si.
Um à parte... a frase "a olhar para um quadro pintado a óleo" tem um significado muito especial para mim. Bastará ler isto e mais isto com atenção, para entender.
Só mais uma coisa, "Maria do Mar" não é um nome aceitável!

Sol da Caparica

A Nonô não conhecia a Costa. E vai daí a mãe, a tia e esta amiga, combinaram de ir à Caparica satisfazer a curiosidade da pequena. É o que dá por miúdas de 4 anos a ouvir músicas estranhas.

E como isto de passar a ponte já é mais um vício que uma vontade, lá fomos almoçar para a outra banda.
Deveria ter digno de registo fotográfico (e já agora vídeo também, porque não). Três trintonas giras e bem dispostas com duas pirralhas eufóricas, a entrar na Costa da Caparica e a cantar a plenos pulmões:

Aqui vou eu para a Costa
Aqui vou eu cheio de pica
De Lisboa vou fugir
Vou p'ró sol da Caparica

Almoço fantástico, companhia garganeira e sempre pronta para a maledicência e língua mais que viperina. Miúdas lindas, sem birras e a portarem-se como crianças que são. Do melhor.
O dia esteve fantástico. O mar estava qualquer coisa de muito, muito lindo. As princesas comeram Calipos, nós bebemos café.

No regresso, as meninas queriam mais música. À falta de melhor, lá se colocou o CD do Mika (a opção era isto ou a Floribella... valeu o bom senso e a maioridade das duas mães e da tia).
E foi vê-las novamente em grande disposição. Enquantos as mães e a tia cantavam "I could be brown I could be blue..." as miúdas dançavam e riam, enquanto me abanavam a carrinha.
E a Nonô dizia bem alto “Ca granda festa!”

Mais? Para quê? Está tão bom assim!

Os "senões" desta vida

Então vamos lá voltar ao diário de uma vidinha bem preenchida.
Sexta-feira à noite... a companhia do costume (ai, amiga... ) o sítio do costume. Os hambúrgueres continuam fabulosos, as cubas libres iguais a si mesmas.

Depois de um desafio para voltar para Lisboa (sim... continuo a passar a ponte muitas vezes) imediatamente aceite, fomos só a casa da outra para ela mudar a farpela.
E já nem sei porquê... ah, por causa dos sapatos e de um tipo que não tinha caixas para os pôr, ela sai-se com a pérola da noite “Pois... afinal eram muitos senões”! Com ar complacente disse apenas “senãos”. E ela responde-me... “Senãos, claro... senões deve ser uma multidão de anões... de cu para o ar"!!! Só tu para me pores a rir assim. Equiparada a essa, só mesmo a outra em que se comentava a lata de um tipo que continua a mandar sms e se desculpa com “estou com problemas na net”. Prontamente contrapus “se fosse só na net!!!
Piadas à parte, juntámo-nos ao Zê Bê e à Nézita e foi dançar a noite toda. Eu então parecia que não dançava há anos. Como há sempre gente que não se topa, o bom do ZêBê quase que tinha de se estrear.
Já não se pode ser gira e boa e gostar de dançar (olha a presunção...) sem que venha um atrofiado qualquer (é o que eu mais atraio) encostar-se. O Zê Bê mostrou-lhe que não gostou muito da cena. Mas o tipo tocou-lhe no braço, do tipo “desculpa lá meu, não sabia que ela estava acompanhada” e aí é que o rapaz afinou. Vai pôr a mão noutro sítio, ó caramelo... Bom, lá acalmámos o nosso herói, e eu resolvi sentar-me um bocadinho. A ver se o atrofiadito arrefecia.
E de ressalvar que o Zê Bê estava desfardado. Aquilo com farda é que tinha sido uma noite em grande, hum, Nézita?
A noite acabou pouco antes do dia começar... Às 7h da manhã já a princesa me chamava para a tapar. E às 9h o meu telemóvel dava sinal de mensagem: “Vou andar. Belém/Docas 6 vezes” Oh meu amigo... amanhã ainda sou capaz de me juntar a ti. Hoje, esquece lá isso.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Potencial

Fui ao baú das coisas escritas e guardadas. Esta é uma delas. Escrita há uns meses atrás, andava a ganhar pó numa parteleira alta. Não por falta de oportunidade ou pudor. Apenas por esquecimento.

Mas ontem "tropecei" na versão masculina da coisa e lembrei-me da minha versão. Qualquer tipo de comparação vai dar, no mínimo, asneira.

...

Vou ligar-te todos os dias, muitas vezes antes das 10h da manhã. Mensagens? O meu recorde foram 140 num mês (média de 4,5 sms por dia… fim-de-semana incluído.) E nem sequer tinha nada com o pobre do moço! (um aparte: ainda hoje aquele herói tem dificuldades de respiração quando precisa de falar comigo, tal o sufoco que lhe provoquei!)

Vou mandar-te e-mail parvos, às dezenas e fazer-te apresentações lamechas em Power Point, com carradas de megas. Vou mandar-te fotos minhas que, muito sinceramente, vou esperar que imprimas e coloques na carteira.

Vou perguntar tudo… não porque queira controlar-te, mas apenas porque quero saber. Não para fazer cenas de ciúmes se estiveste com uma ex… mas apenas porque quero saber. Não que me diga respeito o que fizeste, mas apenas porque quero saber. Vou relatar-te todos os meus passos, não porque queira que relates os teus, mas porque vou achar que te interessa.

Vou aparecer sem avisar, à porta da tua casa, à saída do teu emprego, no supermercado onde fazes compras, não para te vigiar, mas apenas porque me apetece ver-te. Vou fazer pesquisas no Google com o teu nome e contar-te o que descobri.

Vou decorar o teu aniversário e o de toda a gente da tua família. Não porque seja importante, mas apenas porque tenho boa memória. E vou saber os nomes de toda a gente, o sítio onde nasceste e as escolas em que andaste. Vou lembrar-me sempre do que já fizeste, das empresas em que trabalhaste e de tudo o que passaste.

Vou saber na ponta da língua o nome dos teus melhores amigos, o que fazem e de onde vieram. E vou ter o número de telefone deles, para lhes poder ligar quando tu não me atenderes, caso a tua mãe não me atenda também.

Vou amuar quando não me ligares ou atenderes. Vou fazer beicinho quando não prestares atenção quando eu falo, seja o assunto interessante ou não. Vou encostar-me a ti, dar-te a mão, ajeitar-te a gravata, contar-te as nódoas do pullover e pentear-te com a mão… de preferência em locais públicos.

Vou arranjar-te um nome que só eu te chamarei, do género “Becas”, e vou usá-lo à frente de toda a gente, em qualquer situação.

Vou dar-te conselhos que não pediste, opiniões que não te interessam, só porque vou achar que queres saber. Vou contar-te a minha vida, de trás para a frente e da frente para trás, sem versões curtas e não deixando escapar os pormenores mais sórdidos e infelizes. Apenas porque vou achar que queres saber.

Vou esclarecer-te que, tal como 100% das mulheres, tenho um complicómetro ligado desde os 6 anos, o qual não é possível desligar.

Vou esperar que assumas um compromisso, porque não sou menina de aventuras, nem de enrolanços fugazes. Mas não vou esperar muito e vai ter de partir de ti.
Por isso vou pressionar, insistir, questionar, exigir, chantagear, amuar e persistir. Até que, rendido, cedas, ou em desespero te eclipses e nunca mais apareças.

Engraçadinhos

À saída de um estádio de futebol, em Lisboa, um adepto do Benfica armou-se em engraçado com uma mulher-polícia a cavalo:

"-Sabe que o seu cavalo está a espumar da boca?"

Rápida como uma seta, a mulher-polícia responde-lhe:

"-Também você estava se estivesse seis horas entre as minhas pernas".

Ui. Deve ter doído...

Lá voltei eu aos roubos nos vizinhos. Se quiserem, há mais neste blog.

Gosto muito de engraçadinhos. Mas daqueles mesmo engraçadinhos, aos quais dá um gozo tremendo responder. Principalmente, quando estão acompanhados de amigos que também se acham engraçados.

E já agora, lanço uma pergunta: para que é que vocês assobiam quando vêem uma gaja boa?
Será que alguma vez, uma só vez, houve uma jeitosa que voltasse atrás para perguntar "Sim amor, chamaste?"

Não entendo. A sério que não atinjo.

Calma e serena

Sexta-feira. Soa bem, não soa?

Não vou contar o sonho da noite passada porque, por incrível que pareça, foi ainda mais estranho que o da noite anterior. Só sei que metia água que era uma coisa louca… até ao joelho, no mínimo.

Enfim, continuando. Gosto de coisas simples e estes meus sonhos andam muito complicados. E não sei onde deixei o meu livro de interpretação de sonhos. E tu acreditas nessas merdas? Oh pá… aquela cena foi escrita pelo pai da psicanálise. Tem algum crédito, certo?

Bom, enquanto não encontro o livro, vou-me cingindo às coisas boas e simples da vida e fazendo como um caríssimo me disse há uns meses “não analises tudo!”. És capaz de ter razão.

Coisas boas:

:: Acordar todos os dias de manhã às 7h25 e pôr o despertador a tocar outra vez daí a 25 minutos (acordar às 10 para as 8h dá-me tempo mais que suficiente para chegar ao emprego às 8h45. Eu sou uma tipa despachadinha);

:: Preparar a festa de anos da minha princesa… este ano subordinada ao tema “A Bela e o Mostro” (foi ela quem escolheu);

:: Está a chegar o bom tempo… e enquanto chega e não chega, estão aqueles dias que não são carne nem peixe em que dá para ver de tudo. Desde miúdas com tops a mostrar o umbigo a senhoras de sobretudo e cachecol. É engraçado observar essa diversidade;

:: Muita gente a fazer aniversário este mês… (boa gente e que eu conheço, claro);

:: As minhas bugigangas que no mês passado me renderam um bom complemento de ordenado;

:: Escrever, escrever, escrever e escrever mais um bocadinho. Tanto para dizer e tão pouco tempo para dizê-lo. E logo eu que não gosto de deixar o dito pelo não dito.

:: Bons amigos. Que insistem em acompanhar-me. E que não se engasgam quando dizem “gosto de ti” ou mesmo “amo-te”. Cereja em cima do bolo: quando acrescentam que isso abrange a minha forma de ser!

:: As possibilidades. E são tantas. De tanta coisa acontecer. Estou de espírito aberto. Calma e serena.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Puro sonho

O anjo voltou.

Eu sei que voltas todos os dias, mas há alturas em que não te vejo ou, pura e simplesmente, não te reconheço.
Porque é que tenho esta sensação frustrante de que me queres dizer algo? E se assim é, porque é que não dizes?
Discutimos.
À noite, no escuro, com uma mão procuras os meus olhos… queres ter a certeza de que não choro, mas não perguntas. Nunca me viste chorar. E não sabes como irias lidar com isso. Mas eu não estava a chorar. Disseste que só querias ter a certeza.

Perguntas-me se estou bem. Não te respondo. Abraças-me e, assim no escuro, dizes-me algo que não tens coragem de me dizer nos olhos “Preciso tanto de ti”. Não precisas de mo dizer na cara. Nem sequer agora no escuro, precisavas de o dizer.
A forma como me procuras, todos os dias, sem ninguém ver, diz tudo. E eu sei que tu apareces.
Todos os dias.
Lês-me de uma ponta a outra. Queres saber tudo, mas não perguntas nada.
E não perguntas porque não queres que eu saiba. Mas eu sei.
Só apareces quando sabes que ninguém está a ver. Eu sei que o facto de saberes que eu sei, te incomoda.
Hoje ficaste chateado. Passei por ti e não te olhei nos olhos. Não posso. Compreendes? Que mais queres? Só o simples facto de saber que estás aí já me custa.
Foste-te embora sem olhar para mim. Sem aquele último sorriso que eu tanto gosto.
Quando acordo, sei que já não estás comigo.
Porque voltas? Porque é que insistes em voltar?
Ao menos diz alguma coisa. Se é que realmente tens algo a dizer.
...

Confuso? Claro… como todos os meus sonhos o são.

Bom dia

O rapazito do bar enche-me o café até cima. Como eu reclamo, diz-me "A culpa é sua... charmosa, a distrair-me com a conversa!"

Eu?!? Eu só disse "bom dia"... juro!

E agora outro ao telefone, a quem peço para me enviar uma série de informação por e-mail, diz-me"Eu meto-lhe tudo..."

...

Fez-se um silêncio absolutamente constrangedor. E depois diz: "No e-mail, no e-mail!!!"

Será que o mal está no tom em que eu digo "bom dia"?

Pa'parte incerta

Tenho mais 300 km em cima. E um negócio fechado, e cinema e não jantei (convenientemente) e mais umas coisitas que ninguém tem nada a ver com elas!

Realmente, há coisas na província que não há aqui na capital. Uma delas é a possibilidade de ter acesso às rádios locais e ouvir coisas que em outras ocasiões seria, no mínimo, desagradável, para não dizer muito mau.

Foi o caso. Quando falhou a Comercial, a RFM e a Mega e até, pasmem-se, a Antena 3... a busca automática parou numa estação, de seu nome, Rádio Pernes. E o que passava? (perguntam vocês)... Passava uma coisa apelidada de música pimba (não, não era Sardet!) de um puto engraçado (para as miúdas dele) que é filho de um outro senhor engraçado (para senhoras mais velhinhas, viúvas, ressabiadas, mal amadas e coisas do género) ambos apelidados de Carreira. E que bela carreira se auspicia a este menino.

Como não tenho muitas oportunidades de ouvir este tipo de "música"... deixei-me ficar. E confesso que fiquei um bocadinho (mas só um bocadinho) desiludida. Então não é que a meio do refrão, o miúdo se sai com "vou pa'parte incerta"?!? Quer-se dizer... o puto precisa mas é de terapia da fala, em vez das aulas das canto que o papá Carreira andou a pagar... ou então é daquelas letras com mensagens sublimares... Mas que não me soou bem, não soou.

Enfim...

Que caraças de dia grande. Mas correu bem. O negócio ficou bem fechado, o filme era bom, o cafezinho, pagaram-mo...

O que é que eu posso querer mais? Sarna para me coçar? Também se arranja... eu, como sempre, tenho de tudo. Mais do bom que do mau, Graças a Deus Nosso Senhor que me acompanha e ilumina.

Já é quase uma da manhã. Vou para a caminha. Sonhar com o que me reservaram. Amanhã conto o resto. Ou não.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Amorizade

Em conversa com uma grande amiga, daquelas mesmo grandes (Balau, tu para mim tens mais de um 1,90m) levantou-se esse tema maior que é a amizade.
E ela enviou-me este poema, simples e pequenino, mas que diz muita coisa.


De mais ninguém, senão de ti, preciso:
Do teu sereno olhar, do teu sorriso,
Da tua mão pousada no meu ombro.
Ouvir-te murmurar: “Espera e confia!”
E sentir converter-se em harmonia,
O que era, dantes, confusão e assombro.


A moça lançou-me um assunto pertinente. Amizade entre mulheres.

Dizia ela que os homens acham que nós nunca somos verdadeiramente amigas, pois estamos sempre em competição umas com as outras.

Não concordo nem discordo. Hesito. O meu melhor amigo é um gajo…
Mas tenho grandes amigas. Daquelas em que já chorei no ombro e já tiveram a oportunidade de chorar no meu também. Daquelas que sabem da minha vidinha toda, de trás para a frente e com uma perna às costas.

Sinceramente, agora que penso nisso, a maior traição que tive de um amigo… foi de uma gaja. Punhalzinho ("zinho", o caraças… facalhão mesmo!) espetado nas costas e ainda para mais comigo internada no hospital. Foi das maiores desilusões da minha vida. Porquê? Lá está, eu era amiga dela e a tipa foi uma grandessíssima cabra.
Houve mais, feliz ou infelizmente. Que me fizeram constatar que, tal como a minha querida cunhada muitas vezes me disse, as mulheres conseguem ser muito dissimuladas.

Se calhar os homens têm razão, Balau… será que somos verdadeiramente amigas?

Bom, falando por mim e pelas minhas amigas. Eu e as minhas, somos. Nunca competi com nenhuma delas, nem mesmo com aquelas com quem tirei o curso, ou com aquelas com quem trabalhei.
Invejas? Há uma espécie de inveja boa (se é que isso existe) que não passa por lhes tirar o que têm, mas sim por também querer um bocadinho daquilo (seja o emprego satisfatório ou o casamento feliz). Ambição? Eu pelo menos, não ambiciono nada por aí além… não quero uma casa maior ou um carro mais potente, só porque A, B ou C o têm. Quero mais é ser feliz e que toda a gente à minha volta esteja bem. Não me regozijo com o mal de ninguém. Mas é que de ninguém mesmo.

Depois de ontem ter duas a chorar no meu ombro (uma ao telefone e outra no Messenger) de estar quase uma hora a ouvir, a acalmar e a dar conselhos (sei lá se bons ou maus) acabo por concluir que sim.

Sim, Balau, as mulheres podem ser verdadeiramente amigas umas das outras.

E sabes porquê? Porque temos o dom de saber ouvir com o coração, coisa que poucos homens conseguem fazer (sem ofensa, ok amigos?)
Porque é que achas que nós é que somos as mães? Não tem só a ver com o nosso corpo. Há uma capacidade de amar e entender que nos é intrínseca e muito maior. Desculpem lá qualquer coisa meninos, mas no fundo, vocês sabem que é verdade.

Talvez por isso sejamos capaz de nos apaixonar com tanta facilidade, e depois de tudo desabar, voltar a insistir, esquecendo tudo o que já sofremos.

Grandes amigas. Tenho as melhores. E são das melhores coisas que tenho na vida. Sei que posso contar convosco. Que se precisar de alguém, no meio da minha fragilidade… tenho pelo menos quatro números para ligar. E isto só gajas!
O facto de conseguirmos ser muito mais cabras que os homens (eles conseguem ser cabrões, mas isso também somos nós que fazemos!) não abona muito a favor da amizade. Mas entre verdadeiras amigas, essa hipótese nem se coloca.

Obrigada pelo tema, amiga.

Amorizade= amor + amizade (termo de Laudino Vieira)

Cena básica, man...

Eu:

Olá anónimo.

Anónimo:

Anónimo, não! Anónimozinho!! Anónimo é o meu pai.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Há dias assim…

Que começam com um botão do casaco a cair (que tem de se coser à pressa, pois fica num sitio, digamos... “estratégico”) e com a meia a rasgar mesmo na hora de sair de casa...

Já para não falar dos montros das 5h. Por que é que será que os monstros aparecem sempre às 5h da madrugada?!?

E porra, que me esqueci de encher o depósito. Uffff, chegou à bomba, nada mal!

Mas depois alguém olha para nós... de cima a baixo e, com um ar sincero, daqueles que não esperam nada em troca, diz “Estás muito bonita hoje!”

Ah bom. Assim já gosto mais. Isto vai correr bem, hoje. Digo eu.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Possibilidade

Cansada de braços que não me merecem, vou guardar para ti todo o amor que ainda me resta.
E olha que não é pouco.
Vou conseguir dizê-lo só com um olhar, para não te cansares de me ouvir falar.
Sim, porque eu falo demais. Muito e depressa.
Mas para não te cansares, a ti vou-te dizer só com um olhar.
E vou saber que és tu, porque só com um olhar, vais entender.
Não vais fazer perguntas, nem análises idiotas, porque, por seres tu, vais entender.
E depois, só com um olhar, mas desta vez o teu, vais-me fazer entender que sou eu.

És o anjo do meu clube, com que sonhei esta noite. E o melhor de uma fantasia, de um sonho, é a possibilidade de se tornar realidade.

E não fui eu (ou foste tu?) que disse que tudo é possível?

Sabedoria infantil

A sua santa inocência nem lhe permite ver a veracidade das coisas que diz. Nem precisa. Para isso estamos cá nós. Os ditos “crescidos”.

Ontem à noite, mais uma pérola… “Sonha com os anjinhos do teu clube”

Pois, porque os do clube adversário fazem-me mal, atormentam-me. E até parece que ela sabe.

Quem me leva os meus fantasmas?

Porra, só este fim de semana... apareceram-me três!
Cada um com um sentido de humor mais duvidoso que o outro.
Vindos das profundezas do além para atormentar a minha, já de si atormentada, existência...

E um deles ainda me diz "adoro mulheres orgulhosas"!
Alguém me faz o favor de lhes dizer que pereceram?
Muito agradecida.

domingo, 8 de abril de 2007

Comentário

Este link não vale só pela história que conta.
Vale sobretudo pelo comentário que alguém lá deixou.
Estes meninos vão longe. E vou andar por lá para ver.

Sou eu?

A minha filha faz 5 anos daqui a um mês. Enquanto começava a reunir imagens para fazer o convite para a festa de aniversário dela, dei por mim a passear pela pasta “aniversários”. E parei nas festas de anos da Raquel... de há 2 e 3 anos atrás.

Há 3 anos, estávamos em Fortaleza, Brasil.
Uma festa linda, que se tivesse feito cá, teria de trabalhar o ano inteiro para a pagar. A sala tinha mais de mil balões.
Amigos? Dois ou três... o resto eram conhecidos.
Já passava da meia-noite e a pirralha com dois anitos acabados de fazer ainda pulava, tal era a animação.
Andou tudo à procura do Nemo e a princesa estava feliz.
Estavam mais de 35ºC e a única coisa que não derreteu foi a boa disposição.



Há 2 anos, estávamos em Viana do Castelo.
Um jantar entre família e amigos... Sem crianças, que a festa para os pequenitos tinha sido à tarde.
Estava frio.

Se há 3 anos eu ainda tinha a ilusão de que era feliz, há 2 os alicerces já tinham começado a desabar. Olho para mim nestas fotos e não me reconheço.

Nas fotos do ano passado, já pareço mais eu.
Talvez este ano consiga olhar para as fotos e reconhecer-me.

sábado, 7 de abril de 2007

Dose dupla

Já tenho dito para mim mesma que com esta cara e este corpinho eu devia ser muito mais burra. Sim, presunção é uma qualidade que me persegue.

Mas há dias em que eu realmente sou mesmo muito burra. Deve ser o Divino a responder às minhas preces... Tipo “não penses tanto”, “não analises tudo”.
Ontem à noite tive um momento desses... E deu em dose dupla de disparate.

Por essas e por outras, vou escrever que é para ver se não me esqueço:

  • Não responder a e-mails de gente que não interessa a ninguém, o que lhes dá sempre hipótese de responder outra vez e chatear-me mais um bocadinho;
  • Certificar-me de que quando apago um contacto da minha lista, não me esqueço de o bloquear também;
  • Parar de escrever frases idiotas no Messenger.

E agora, vou ali chicotear-me um bocadinho e já volto.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Aguentas-te à pastilha?

É suposto estarmos numa fase de reflexão. De renovação.

Pelo menos para os cristãos, como eu.
Gosto especialmente da minha Igreja. Pelas pessoas que lá encontro, pela paz interior que me transmite, mas especialmente porque me conhece. Além de saberem o meu nome, são muitos os que conhecem a minha essência.

Muitos anos, muitas vivências, muito companheirismo... Pessoas que quando perguntam “como estás?” não o fazem por uma questão de educação, mas porque querem mesmo saber como estou. Como o que sentou hoje ao meu lado.

Cheguei há pouco da Via Sacra e fiz uma coisa que não fazia há muitos, muitos anos: confessei-me.

Será conveniente explicar que a confissão com o Padre da minha paróquia, não é uma confissão dentro dos moldes normais. Primeiro porque ele me conhece há muitos anos. Depois porque ele não é um padre como os normais. No bom sentido, é claro.

Ás vezes, esquece-se do meu nome. E para se lembrar, faz piadas - de gosto duvidável - com ele, do tipo “lembrei-me porque andava com problemas intestinais” (flora intestinal....). Mas hoje lembrava-se.

Além de me segurar nas mãos e olhar-me nos olhos, enquanto lhe falo, o Padre da minha paróquia pergunta-me coisas como "aguentas-te à pastilha?" como quem diz "não te vais abaixo com isso, pois não?".

Acaba por ser mais uma conversa informal sobre o estado geral da minha vida, do que propriamente uma confissão. É por isso que gosto.

E depois de me ouvir, de me dizer que realmente não é fácil, diz-me que nunca é tarde para encontrarmos o nosso caminho.

Acabo por concluir que tenho muita a coisa a meu favor. Posso não saber para onde vou, mas sei que nunca irei sozinha. Por isso, tenho mais é que me aguentar à pastilha.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

O repolho humano

Chama-se Marta, tem 28 anos (mais coisa, menos coisa) trabalha num lar de idosos e vai-se casar - está explicada a motivação para esta figura!
Tão boa rapariga que ela é... Depois tem é estes momentos. Deixa as drogas moça, a sério! Ou pelo menos, reduz a dose.

Eu gosto dela, atenção. Isto não é uma maldade! Isto é partilhar a demência alheia. Se partilharmos muito e com muita força, pode ser que ela desapareça... ou não.

Martinha, eu vou entender se não me cumprimentares da próxima vez que a gente se cruzar à porta da Igreja. Sou cristã. Espero é que o Xôr Enfermeiro não me dê uma coça... que isso já é mais difícil de perdoar.

Mais do que provado: eu não tenho amigos normais! Querem mais provas? O pior é que se arranjam...

Obrigada Gonçalo.

Afinal...


Parece que não está na moda, afinal é parvoíce.

Três meses

A 5 de Janeiro tive uma dor de cabeça brutal que resultou no nascimento deste espaço.

E já lá vão 3 meses de actividade bloguística (eu sei que esta palavra não existe, não vale a pena corrigirem).
Resumindo e baralhando, três meses de muita escrita, muita coisa boa, alguma coisa má. Mas o balanço, se é que me pertence a mim fazê-lo, é altamente positivo.

Correndo o risco de desiludir algum leitor mais sensível, admito que este espaço me é inteiramente dedicado. No topo do meu disfarçado egocentrismo, este meu blog é a minha terapia, o meu desabafo, o meu grito por socorro (o facto de escrever tantas vezes meu/minha… nada tem de egocêntrico, não acham?!).
Não que as vossas opiniões não contem. Não sou narcisista ao ponto de dizer que as opiniões de quem me lê, não me aquecem nem me arrefecem. Nada disso. Mas a minha maior leitora sou eu mesma. E antes de tudo, escrevo para mim. Claro que gosto de ver que a critica é positiva. Se não gostarem, tenho pena, mas não perco o sono com isso. Já lá vai o tempo em que os anónimos me preocupavam. Ah, pois é... até este dinossauro de contra-senso que vos escreve é capaz de evoluir.

Hoje, escrevo para quem me lê.
Aqueles que, vá-se lá saber porquê, vieram aqui tantas vezes que o contador já passou das 1.600 visitas - espero que não haja uma condição qualquer que faça esta treta explodir toda quando chegar às 2.000.
Aqueles que, desconhecendo eu (e ainda bem) as motivações, fazem pesquisas por "merda do Porto Brandão" e "hoje foi a ultima vez que me viste" (oh gente perturbada!!!!) e através dessas fantásticas incursões no Google, chegam a este blog de culto, como alguém já lhe chamou.

Parece que estou uma mãos-largas, uma lamechas… não posso ver um blog a fazer 3 meses de existência (ainda para mais, o meu) que fico assim: um poço de generosidade.
E hoje (mas olhem que é só hoje, atenção) a vossa opinião é importante. Escrevam para aí, minha gente. Alambazem-se. O espaço é meu, mas estejam à vontade, como se a casa fosse vossa.

Para a rambóia ser completa, deixo-vos os locais de onde sou lida com maior frequência. Por ordem alfabética para vos provar que não há aqui favoritismos de qualquer espécie.
Primeiro os nacionais, depois os estrangeiros. Porque parece que o nacionalismo está na moda...
Atenção que isto não são page views... é mesmo malta que me lê. Ou pelo menos que abre a página e passa lá algum tempo, mais do que uns míseros segundos. Se não estão a ler, estão a ver os bonecos (!). E eu não conto. Sim, porque não perdi 3 meses a olhar para o site meter, como um boi para um palácio, tal como fiz com o compose mode. As minhas visitas são ignoradas. Não há aqui batota, ok?
Também os há classificados como "unknown". Os misteriosos, que não deixam rasto. Quais mirones gulosos ou voyeurs envergonhados por espreitar o que não lhes diz respeito. A esses, que mantêm a chama da curisidade acesa, bem hajam, venham de onde vierem... É preciso é que venham. Mas não se empurrem, que não é preciso.

Albergaria-a-Velha * Almada * Amadora * Barreiro * Belas * Carnaxide * Estoril * Faro * Lisboa * Moita * Moscavide * Odivelas * Rio de Mouro * Pontinha * Sta. Iria da Azia (Azóia) * Viseu * Vila Nova de Gaia

Buenos Aires, Argentina # Estocolmo, Suécia # Fortaleza, Brasil # Ilhas Baleares, Espanha # Londres, UK # Luxemburgo, Luxemburgo # Manchester, UK # Riga, Letónia # Salt Lake City, EUA # São Paulo, Brasil

Suprimi propositadamente os chinocas que assiduamente me visitam, até porque acho que é sempre engano. O que é que um chinês poderia querer no meu blog? Pechinchas, não há e o arroz só dou a quem quero.

Pela critica positiva e também pela construtiva. Negativa ainda não vi, mas se a houver, por ela também.

Pelos anónimos e pelos que assinam, pelos conhecidos e pelos desconhecidos, pelos que gostam e pelos que nem tanto.

Por todos os que lêem, ficam estas linhas. Quem tem opinião cá na casa, põe a mão no ar…

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Approved!!!

This post is in English because the guy deserves it!
Pat, the Belgian. What a great fellow. Funny, clever, polite… even cute.
Dê, my dear, you’ve got to tell me how you did that!!
I was with him for about an hour and he was approved in the first ten minutes! No one asked for my approval, but I give it anyway…
He kissed me three times. That’s how Belgians greet (he said).
I only have to regret the fact that he was born on June the 1st… Another Gemini, arghhhh! Nobody is perfect!


The man is really in love. Of that, I’m certain. How can he say “She’s the most intelligent woman I’ve ever met” if he isn’t very much in love?!? Just kidding… you know me.
Pat, you don’t know me at all, but sometimes, only sometimes, I can be a very nice girl!
Well, now I really, really have to go to Luxemburg in September. Not only because of the wedding. Also because he paid my lunch and a coffee and gave me chocolates for Raquel (not any chocolate… Milka!!!) and the six kisses (three at first and three more for goodbye).The less important, he has a lot of single friends.
Congratulations Dê! That’s my girl. Nice move. Pat, the Belgian, the most perfect guy for you.
I’m happy that you’re happy!!!

My Pie

O que vocês querem sei eu… é pôr-me a falar. Ou melhor, a escrever.

Ou há-de ser porque a gaja tem olhos esverdeados, ou porque parece que engoliu um Hi-fi… agora é a tarte! Eu dou-vos a tarte.

Esclareço desde já que não engoli um Hi-fi. Sou, com todo o orgulho, um ipod Nano, daqueles com colunas para acoplar. Nano porque é pequenino e é mais fácil de transportar. E em verde eléctrico, que é uma cor que me fascina. Com a (des)vantagem de não ter botão de on/off!
E se passam a vida a dizer-me que eu posso ser o que quiser, porque é que eu não hei-de ser um ipod? Nano? E só dou música a quem eu quero.

Back to the pie... Deixo-vos um excerto do que recebi há pouco.

Quem faz a tarte sou eu, mas o segredo, explica-o quem a comeu: O segredo está na "ligeira" acidez do mirtilo.

Conselho do menino (estava "concelho" mas houve um anónimo simpático que me corrigiu): deves fazer num dia e comer no outro... fica mais apurada... uma delícia.

E passa a explicar: Os meus sogros estiveram lá no dia seguinte e tentei impingir-lhes o resto da tarte... sim, porque nós não gostamos de atirar comida ao lixo (com a "fominha” que por aí há!). Mas olha, disseram tão bem daquilo (como eles mentem para serem simpáticos) que fui mesmo tentado a experimentar, e olha não penses que não se comeu... foi todinha.
Deve ser o processo de amadurecimento dos frutos silvestres.

A receita.
Sim, eu sou uma tipa porreirinha e gosto de partilhar.
Não tão porreirinha como vocês já estão a pensar, nem tão fã de partilhar como muitos gostariam...

Vamos à receita, que é o que interessa:

Massa
1 ¼ pacote de bolacha Maria
200 g de margarina

Recheio
2 pacotes de natas
1 lata de leite condensado
5 folhas de gelatina
Frutos silvestres e doce 4 Frutos St. Dalfour q.b.
  • Partir a margarina em pedaços pequenos e amassá-la com a bolacha finamente picada (ah… sim, pensam o quê? É preciso sujar as mãozinhas!);
  • Quando estiver tudo ligado homogeneamente, forrar uma tarteira de fundo amovível (como aquela que ficou em casa da Tété) e deixar no frigorífico durante uma hora (para ficar dura!);
  • Entretanto, misturar as natas com o leite condensado e as folhas de gelatinas diluídas (eu diluo-as em lume brando, vocês, é como quiserem);
  • Verter o preparado por cima da massa e levar de novo ao frigorífico;
  • Quando estiver com uma consistência de pudim, colocar os frutos silvestres misturados com o doce por cima e voilá:
My Pie!

Vós que a comeis… sabeis do que falo.

Aberto ou fechado?!

Isto de ir ao cinema a meio da semana, tem alguns efeitos nefastos. Como as brutais olheiras que tenho hoje, ou o facto de ter sido advertida, pela primeira vez em toda a minha vida, para fazer o favor de me calar durante um filme. Juro que a culpa não foi minha. É obvio que a culpa foi da outra, a que foi comigo.

Passo a explicar.

Convite duplo para a antestreia do filme português dot.com. Porque sou uma boa amiga e sei que a mocita anda a precisar de se distrair, fiz a gentileza de a convidar.
Tal como vem sido hábito nos últimos tempos, nem é preciso puxar pelo assunto, nem é preciso insistir… a conversa vai lá sempre parar. E novamente por ser uma boa amiga, lá estou eu para ouvir. Sim, porque eu até me calo quando ela fala!

Voltando ao filme. É português e é bom. Parece um paradoxo, mas é verdade. Eu gostei mesmo. Adorei a imagem, actores muito bons e nada de planos à Manoel de Oliveira. Simples mas no conjunto, muito arranjadinho e apreciável.

Como eu e a outra relacionamos tudo o que se passa à nossa volta com as nossas próprias histórias, há sempre coincidências que dão que falar. Na história há um Mário, um Pedro, um Vítor, um Fernando, um Osvaldo… uma Clara, uma Maria Madalena, uma Luísa. Até aqui tudo bem.
Pior, pior foi quando apareceu a Ana… Alves! Tanto nome, tanto apelido… e a moça tinha de ser “Ana Alves”!! Isto deu azo a um grandessíssimo bloqueio na minha querida amiga, só desfeito à custa de muita conversa.

Ora aí está porque me mandaram calar. Eu ainda estive para explicar à queixosa que a miúda está a passar uma fase má… mas fiquei-me por um pedido de desculpas encolhido e envergonhado. E mandei calar a outra: “desbloqueia e vê o filme, pá!”

Quando ao filme em si, espreitem aqui, mas acho melhor verem mesmo.
Moral da história? Eu tenho uma: tuga que é tuga não se encolhe, vai à luta e faz tudo por aquilo em que acredita. Não se deixa enrabar por ninguém e, no fim, ainda fica com a espanhola.
Mas é uma pena… é só um filme!

E quanto ao site… aberto, porra!

terça-feira, 3 de abril de 2007

Do Tibete...

Ora então vamos lá manter a baixa qualidade deste espacito.
Bom, baixa, também, não...
Rente à relva... Caga tacos... (coincidência, essas eram as alcunhas que o meu pai usava quando se referia ao meu primeiro namorado).

Passo a partilhar com toda a gente que lê este blog (que pelas minhas contas são só meia dúzia, mas o contador teima em desmentir-me) os traços da minha personalidade, segundo o teste de personalidade tibetano, que o primo do estupor me enviou.

Prioridades: 1ª- Família, 2ª - Carreira (eu tenho uma?) 3ª - Amor (à vida, à natureza...) 4ª - Orgulho (acho que este está fora do sítio...) 5ª Dinheiro (qual dinheiro?!)

Sou fiel, o meu par é caprichoso, os meus inimigos são matreiros (só podiam, se são meus inimigos!) sexo para mim é um vicio (abstenho-me de comentar) e encaro a vida pacificamente (com muita tranquilidade).

Não me esqueço nunca da minha filha e do meu irmão, a minha mãe é a minha alma gémea (!), amo verdadeiramente o meu melhor amigo, e a minha melhor amiga (que espanto) é mesmo a minha melhor amiga.

Quem tiver curiosidade em saber como eu cheguei a estas brilhantes conclusões é só avisar, que eu mando o e-mail. Se é que ainda não o receberam.

Action Man

Eu hoje estou um bocado parva. Já estou a ver um jeitoso a franzir o sobrolho e a questionar-se "Só hoje?!".

Mas estou bem disposta e deu-me na telha partilhar uma parvoíce engraçada:

Loja de brinquedos em Londres.
Conversa de balcão.
Pergunta a cliente:
- Does this Barbie comes with Ken?
E o empregado:
- No, this Barbie fucks with Ken, but only comes with Action Man!

Eu sei, eu sei... sem comentários. Ou não!
E confesso, roubei de um blog vizinho... ai as coisas que eu faço!

Interpretações

Ai, como eu me identifico com esta loira… tantas vezes mal interpretada. Atenção, que eu nunca me meti em areias movediças! E mesmo que me tivesse metido… Bom, se me tivesse metido, lá teria de me desenrascar… Oh pá, cuidado com as interpretações! Quer dizer, eu identifico-me com a parte do ser mal interpretada, não com… Olha, porra, interpretem como quiserem!

As legendas, para o caso de não conseguirem ler

No meio do deserto, uma loira:

Oh!... Meu Deus! Areias movediças!! Ai Jesus estou a afundar!
surge um homem
Meu salvador! Ajude-me a sair daqui
- Claro minha querida! Achmed ajuda se tu fizeres uma mamada a Achmed!
Não!!! Por quem me toma?!
- Ok! Pode ficar aí - e vai-se embora

Surge um camião e o condutor dirige-se à loira
-
He, he! Parece que a menina está em apuros
Oh Deus! Sim! Ajude-se por favor

-
Claro que a ajudo queridinha! E a seguir faz-me uma linda mamadinha… ok?
Ohh! Porque é que ninguém é cavalheiro e ajuda uma mulher nesta situação?
- Ok, Ok. Se é assim que pensa! Adeuzinho menina -
e vai-se embora também
Filho da puta!

Por último surge um homem numa mota
Socorro! Ajude-me senhor. Estou-me a afundar. Faço qualquer coisa se me tirar daqui… Faço-lhe uma mamada se me ajudar.
- O QUÊ??!!! SUA PUTA!!! (e empurra a loira para o fundo)
Não acredito! A lata das pessoas hoje em dia!...
Pelo menos, há menos uma puta no mundo, agora.

MORAL DA HISTÓRIA: Sei lá... sou loira.

Sei que não vou por aí

Terça-feira com sabor a quarta...
Pelo sol, parece-me um bom dia para fechar negócios. Tão bom como outro qualquer. Desde que não chova.

A Tia Mira, a boa da Tia Mira (boa nos sentidos todos que podem imaginar... e mais alguns) mandou-me este poema. Ela é abraços quando preciso, ela é poemas que são a minha cara... Bendita sejas Tia Mira!

Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta: Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí.

José Régio
Pseudônimo de José Maria dos Reis Pereira
* 1901 Vila do Conde - Portugal
+ 1969 - Portugal

Á laia de conclusão, sei que não vou por aí... e vá por onde for, sei quem me acompanha.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Inspiração

Eu tenho um fetiche com cheiros.
Assumo publicamente.
Tenho outros, mas esses não se podem (ou devem) assumir publicamente.

Mas os cheiros são uma coisa com a qual tenho uma estreita relação. Relaciono os cheiros às pessoas, aos lugares, às lembranças.
E quando falo de “cheiros”, não estou a falar apenas de perfumes. Por exemplo, há lugares que têm cheiros inconfundíveis. Ainda me lembro do cheiro da casa do meu bisavô… embora não me lembre da última vez que lá fui. E o cheirinho da minha avó, apesar de não a ver há quase quatro anos (o cheiro dela e não o da Nina Ricci que ela tanto gosta).

Tenho uma grande incapacidade em dissociar as pessoas do seu cheiro. É uma forma de as reconhecer. E é uma coisa que me faz sentir segura. Cheiros que conheço sem ter de pensar muito. Como o da minha filhota, que ainda lembra bebé. Ou o da minha mãe, que referencia sempre protecção.

Houve um cheiro em tempos que me fazia rir… quando estávamos no Brasil, a minha filhota cheirava a azedo, coisa que em Portugal não acontecia. Como o leite era de “latinha”, em pó, ela ficava com aquele cheirinho característico.

Presto especial atenção aos cheiros das pessoas e das casas, das roupas e dos objectos. Seja tabaco, seja comida, seja perfume, seja o amaciador da roupa. No meu arquivo, há muita gente catalogada pelo seu cheiro.

E claro… os perfumes. O primeiro que me despertou a atenção foi o Drakar Noir, nos meus longínquos tempos de liceu, corriam os anos 80. Esse deixou marca. Foi o primeiro.

Vários se seguiram, que invariavelmente ficaram ligados à pessoa que o usava… fosse homem ou mulher. Como a minha incapacidade para lidar, de perto, com quem usava Anaïs Anaïs ou Egoïste.

Mas há um que me faz viajar. E coincidência das coincidências, o meu colega de carteira usa-o.
À laia de provocação, já me disseram “Tu que todos os dias mergulhas no Issey Myake”. Não é bem todos os dias e não é bem mergulhar. Mas trabalho em open space e seria complicado passar um dia inteiro sem inspirar.

Fico sinceramente agradecida por ele não o usar todos os dias. Mas reconheço que é um perfume que mexe comigo. Leva-me a Paris, há quase 10 anos atrás. Nem importa se as recordações são boas ou más. Recordo apenas o perfume.

Inspiro… e lá vem de novo o Issey. Devia ser proibido fazer perfumes tão bons.

Coisas grandes que a minha pequena me diz

Ontem à noite, ao deitá-la:

"Gosto muito de ti e amanhã ainda gosto mais."

Hoje de manhã ao telefone, depois de me ter pedido para a deixar levar a Barbie nova para a escola:

"Toma conta de ti, Mamã."

domingo, 1 de abril de 2007

Você pensa demais?

Vá lá... não choveu.
Pelo menos eu não dei por isso. Está a tornar-se uma raridade sábado ou domingo em que não vejo as costas ao Cristo Rei. Mais um...

Desta feita na Fnac, de nariz enfiado nas novidades e não um, não dois, mas sim TRÊS livros para aumentar a pilha da mesa de cabeceira. Um de poesia, uma história de amor e mais um para reflectir.

Depois... depois, um lanche simpático no café do Museu da Cidade. E atenção que aquilo é terra pequena e encontram-se sempre caras conhecidas. Mas daquelas que nem nos falam. Do tipo, "ahhh eu até te conheço, mas já não sei bem de onde e esquece lá isso" e portanto, menos mal...

Mais chá, mais conversas profundas, mais livros, mais galhofa, e mais do mesmo. Mas do bom.

E mais a minha princesa a querer colo e comida à boca e muito mimo. E mais uns colares e desta vez uns brincos.

E para acabar em beleza, Camões, esse grande português.
Para me fazer lembrar que o que se escreve é, quase sempre, o que se sente...

Erros meus, má fortuna, amor ardente
em minha perdição se conjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram,
que para mim bastava o amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
a grande dor das coisas que passaram,
que as magoadas iras me ensinaram
a não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
dei causa a que a Fortuna castigasse
as minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que fartasse
este meu duro génio de vinganças!

E já passou o fim-de-semana... Bom, mas soube a pouco.
Amanhã é 2ª feira e há que ir trabalhar.

E sim, eu penso demais.

Foi quase todinha...

Ficava mal, não contar o jantarito de sábado... Então vamos lá.
Alentejano de um catano, atrasado como sempre. Tinha ido comprar uma garrafa de vinho.
Atravessámos a ponte já depois das 8h30 da noite (tenho passado muitas vezes a ponte, nestes últimos tempos)...
Bem recebidos, mesa posta, velinhas acesas.
Os camarões até nem eram assim tão “zitos”, a sangria estava muito boa (justificou o refundir da garrafita que o Luigi levou) o serviço Vista Alegre portou-se bem e o faqueiro Cutipol esteve nos seus melhores dias... Só falharam mesmo os guardanapos de pano. Mas em Santa Marta do Pinhal, não se pode exigir muito. E até eram dos melhorezinhos, folha dupla... talvez tripla.
Alguma parvoíce que eu disse ou fiz, fez o nosso Luigi confidenciar-nos “nós nunca daríamos certo”. Como se isso alguma vez estivesse em questão!
Mais tarde, na presença da bendita tarte, mudou de ideias e já dizia “pensado bem, até poderia resultar”.
Assunto de conversa nunca falta com esta gente, e os homens, sejam quantos forem, ficam sempre a perder. Eu e minha Élita, tão parecidas, tão iguais... no seu pique de tagarelice.
Bonito, bonito foi a constatação que eu passo mais tempo com Mr. Toni na net do que com a sua amantíssima esposa. E o bom do alentejano, sempre pronto para enterrar o próximo, relembra a tradução de “net”... rede! Portanto, todos constatamos que eu passo muito tempo com o senhor na rede. Então dito em brasileiro, foi de ir às lágrimas...
Mesmo com as meninas a ganhar aos pontos, ainda deu para o anfitrião, ofendido da parte da mãe nos tempos livres, nos contar detalhes do famoso processo Golden Whistle, no qual já foi chamado a prestar declarações. Pois, eu tenho amigos importantes, não é por bons motivos, mas que a malta é importante, disso não há duvida. Espero não ter a Judite à perna... acho que aquela treta está em segredo de justiça... Bom, seja como for ele não contou grande coisa, e nem sequer é meu amigo. Eu conheço é a mulher dele... e mal. Fomos colegas, em tempos... (eu sou do melhor a virar o bico ao prego).

Continuando, fomos desmoer até ao Ozi, um bar simpático, mesmo ao pé da porta. O dono tem uma pancada jeitosa, proporcional à elevada qualidade dos sumos de fruta. O de morango, uma especialidade. Ambiente simpático, embora com algum fumo. Conversa puxa conversa e falámos de tudo um pouco. Relações, net, filhos, net, sexo, net, trabalho, net... a páginas tantas sugeri irmos todos para casa agarrarmo-nos ao Messenger, para continuar a conversa... já que havia tanta rede no paleio.

Voltámos a casa. A Élita aterrou no sofá, e enroscadinha na sua manta viajou para os braços de Morfeu, deixando-me entregue a discussões filosóficas sobre o que querem os homens... com dois homens. Como case studies usámos vidas duplas, paixões repentinas, ilusões e desilusões, tudo para chegar à brilhante conclusão de que o que o comum mortal deseja é o melhor de dois mundos. Ou seja, a oficial que lhe trata da roupa, lhe alimenta o estômago e lhe cria os herdeiros, e a não oficial, que lhe alimenta o ego, satisfaz as fantasias e cria galhos na testa da oficial. Porque é que isto não resulta? Porque as gajas não colaboram... digo eu.

Ás 3 da matina ainda se comiam fatias de tarte como se não houvesse amanhã. Com cházinho.
Ainda desafiei o alentejano para me levar ao Lux, mas os sapatos dele teriam nos deixado à porta, pelo que preferimos não arriscar a humilhação. Os sapatos até eram giros, atenção. Tipo Timberland ou Caterpilar... (afinal eram Scorpion Bay) E ainda nos rimos à conta disso, pois o Luigi partilhou connosco uma má experiência com uns sapatos que comprou na Timberland. Então não é que os maganos lhe “faziam borrêgas pelos pés todos”?!?... De chorar a rir, o menino a dizer isto no auge do seu alentejanismo. E também diz coisas como “o mê carro”. Sublime.

Este sei que é daqueles jantares que se repetem. Sem a mínima sombra de dúvida!

Ah... e já me esquecia disto. O fantástico spot publicitário do Mr. Toni, nos seus áureos tempos de liceu, numa tal cadeira de Jornalismo "Champô Sópelo, não arde no olho, evita o piolho". (Ele ia ficar chateado se eu não o pusesse aqui...)