Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Amorizade

Em conversa com uma grande amiga, daquelas mesmo grandes (Balau, tu para mim tens mais de um 1,90m) levantou-se esse tema maior que é a amizade.
E ela enviou-me este poema, simples e pequenino, mas que diz muita coisa.


De mais ninguém, senão de ti, preciso:
Do teu sereno olhar, do teu sorriso,
Da tua mão pousada no meu ombro.
Ouvir-te murmurar: “Espera e confia!”
E sentir converter-se em harmonia,
O que era, dantes, confusão e assombro.


A moça lançou-me um assunto pertinente. Amizade entre mulheres.

Dizia ela que os homens acham que nós nunca somos verdadeiramente amigas, pois estamos sempre em competição umas com as outras.

Não concordo nem discordo. Hesito. O meu melhor amigo é um gajo…
Mas tenho grandes amigas. Daquelas em que já chorei no ombro e já tiveram a oportunidade de chorar no meu também. Daquelas que sabem da minha vidinha toda, de trás para a frente e com uma perna às costas.

Sinceramente, agora que penso nisso, a maior traição que tive de um amigo… foi de uma gaja. Punhalzinho ("zinho", o caraças… facalhão mesmo!) espetado nas costas e ainda para mais comigo internada no hospital. Foi das maiores desilusões da minha vida. Porquê? Lá está, eu era amiga dela e a tipa foi uma grandessíssima cabra.
Houve mais, feliz ou infelizmente. Que me fizeram constatar que, tal como a minha querida cunhada muitas vezes me disse, as mulheres conseguem ser muito dissimuladas.

Se calhar os homens têm razão, Balau… será que somos verdadeiramente amigas?

Bom, falando por mim e pelas minhas amigas. Eu e as minhas, somos. Nunca competi com nenhuma delas, nem mesmo com aquelas com quem tirei o curso, ou com aquelas com quem trabalhei.
Invejas? Há uma espécie de inveja boa (se é que isso existe) que não passa por lhes tirar o que têm, mas sim por também querer um bocadinho daquilo (seja o emprego satisfatório ou o casamento feliz). Ambição? Eu pelo menos, não ambiciono nada por aí além… não quero uma casa maior ou um carro mais potente, só porque A, B ou C o têm. Quero mais é ser feliz e que toda a gente à minha volta esteja bem. Não me regozijo com o mal de ninguém. Mas é que de ninguém mesmo.

Depois de ontem ter duas a chorar no meu ombro (uma ao telefone e outra no Messenger) de estar quase uma hora a ouvir, a acalmar e a dar conselhos (sei lá se bons ou maus) acabo por concluir que sim.

Sim, Balau, as mulheres podem ser verdadeiramente amigas umas das outras.

E sabes porquê? Porque temos o dom de saber ouvir com o coração, coisa que poucos homens conseguem fazer (sem ofensa, ok amigos?)
Porque é que achas que nós é que somos as mães? Não tem só a ver com o nosso corpo. Há uma capacidade de amar e entender que nos é intrínseca e muito maior. Desculpem lá qualquer coisa meninos, mas no fundo, vocês sabem que é verdade.

Talvez por isso sejamos capaz de nos apaixonar com tanta facilidade, e depois de tudo desabar, voltar a insistir, esquecendo tudo o que já sofremos.

Grandes amigas. Tenho as melhores. E são das melhores coisas que tenho na vida. Sei que posso contar convosco. Que se precisar de alguém, no meio da minha fragilidade… tenho pelo menos quatro números para ligar. E isto só gajas!
O facto de conseguirmos ser muito mais cabras que os homens (eles conseguem ser cabrões, mas isso também somos nós que fazemos!) não abona muito a favor da amizade. Mas entre verdadeiras amigas, essa hipótese nem se coloca.

Obrigada pelo tema, amiga.

Amorizade= amor + amizade (termo de Laudino Vieira)

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