O anjo voltou.
Eu sei que voltas todos os dias, mas há alturas em que não te vejo ou, pura e simplesmente, não te reconheço.
Porque é que tenho esta sensação frustrante de que me queres dizer algo? E se assim é, porque é que não dizes?
Discutimos.
À noite, no escuro, com uma mão procuras os meus olhos… queres ter a certeza de que não choro, mas não perguntas. Nunca me viste chorar. E não sabes como irias lidar com isso. Mas eu não estava a chorar. Disseste que só querias ter a certeza.
Perguntas-me se estou bem. Não te respondo. Abraças-me e, assim no escuro, dizes-me algo que não tens coragem de me dizer nos olhos “Preciso tanto de ti”. Não precisas de mo dizer na cara. Nem sequer agora no escuro, precisavas de o dizer.
A forma como me procuras, todos os dias, sem ninguém ver, diz tudo. E eu sei que tu apareces.
Todos os dias.
Lês-me de uma ponta a outra. Queres saber tudo, mas não perguntas nada.
E não perguntas porque não queres que eu saiba. Mas eu sei.
Só apareces quando sabes que ninguém está a ver. Eu sei que o facto de saberes que eu sei, te incomoda.
E não perguntas porque não queres que eu saiba. Mas eu sei.
Só apareces quando sabes que ninguém está a ver. Eu sei que o facto de saberes que eu sei, te incomoda.
Hoje ficaste chateado. Passei por ti e não te olhei nos olhos. Não posso. Compreendes? Que mais queres? Só o simples facto de saber que estás aí já me custa.
Foste-te embora sem olhar para mim. Sem aquele último sorriso que eu tanto gosto.
Quando acordo, sei que já não estás comigo.
Quando acordo, sei que já não estás comigo.
Porque voltas? Porque é que insistes em voltar?
Ao menos diz alguma coisa. Se é que realmente tens algo a dizer.
...
Confuso? Claro… como todos os meus sonhos o são.
Confuso? Claro… como todos os meus sonhos o são.
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