Novela (que podia ser mexicana) com um número infindável de episódios e protagonistas a mais, vendida em pacotes económicos aos países do leste europeu. Enredo muito intrincado, malfeitores qb, doses exageradas de sacanices, facadas nas costas e muitas figurantes com língua de porteira. A única coisa que vale a pena no meio desta salganhada toda?! A protagonista, que interpreta este argumento sem mudar uma vírgula... ou não fosse isto a sua vida.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Puro sonho

O anjo voltou.

Eu sei que voltas todos os dias, mas há alturas em que não te vejo ou, pura e simplesmente, não te reconheço.
Porque é que tenho esta sensação frustrante de que me queres dizer algo? E se assim é, porque é que não dizes?
Discutimos.
À noite, no escuro, com uma mão procuras os meus olhos… queres ter a certeza de que não choro, mas não perguntas. Nunca me viste chorar. E não sabes como irias lidar com isso. Mas eu não estava a chorar. Disseste que só querias ter a certeza.

Perguntas-me se estou bem. Não te respondo. Abraças-me e, assim no escuro, dizes-me algo que não tens coragem de me dizer nos olhos “Preciso tanto de ti”. Não precisas de mo dizer na cara. Nem sequer agora no escuro, precisavas de o dizer.
A forma como me procuras, todos os dias, sem ninguém ver, diz tudo. E eu sei que tu apareces.
Todos os dias.
Lês-me de uma ponta a outra. Queres saber tudo, mas não perguntas nada.
E não perguntas porque não queres que eu saiba. Mas eu sei.
Só apareces quando sabes que ninguém está a ver. Eu sei que o facto de saberes que eu sei, te incomoda.
Hoje ficaste chateado. Passei por ti e não te olhei nos olhos. Não posso. Compreendes? Que mais queres? Só o simples facto de saber que estás aí já me custa.
Foste-te embora sem olhar para mim. Sem aquele último sorriso que eu tanto gosto.
Quando acordo, sei que já não estás comigo.
Porque voltas? Porque é que insistes em voltar?
Ao menos diz alguma coisa. Se é que realmente tens algo a dizer.
...

Confuso? Claro… como todos os meus sonhos o são.

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